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Transcrição:

Análise ao Comércio Externo de Equipamento Elétrico e Eletrónico Janeiro Dezembro 2015 Recuperação do peso do mercado intracomunitário 1. Análise global - Setor Elétrico e Eletrónico O período de Janeiro-Dezembro do comércio externo do SEE assinala um crescimento homólogo de 5% nas Exportações e de (4%) nas Importações; apesar do abrandamento deste crescimento nas exportações relativamente ao período anterior (Janeiro-Setembro), confirma o dinamismo deste setor no ano de 2015. A taxa de cobertura da Importação pela Exportação saldou-se, desta forma, em 80%. 1.1 Análise da Economia Portuguesa - Balança Comercial Entre Janeiro e Dezembro de 2015, a Exportação Portuguesa de Mercadorias assinalou uma taxa de crescimento homólogo de 3,6%, cuja contribuição principal se deve exclusivamente ao dinamismo do comércio intracomunitário (6,3%), contrabalançado pelo abrandamento de -3% nas exportações extracomunitárias. O crescimento cada vez menor da taxa da importação (1,6%) deve-se também apenas ao aumento de 3,8% verificado no comércio intracomunitário, pesando no saldo final a perda de -5,1% nas importações de países terceiros; em suma, a recuperação do mercado da UE sai reforçada, da mesma forma que se acentua a perda de peso de países terceiros. Jan-Dez Jan-Dez. 2014 2015 % Total Exportação (Saídas) 48125 49847 3,6% Importação (Entradas) 58943 59867 1,6% UE Exportação 34108 36262 6,3% Importação 44065 45754 3,8% Países Terceiros Exportação 14014 13587-3,0% Importação 14876 14114-5,1% Nota valores em milhões de Euros 1

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística IP (Nºs preliminares de Comércio Externo) Analisemos o comércio internacional a nível dos principais Grupos de Produtos no último trimestre do ano, em termos homólogos. Grupos de Produtos com melhor comportamento: Export. Import. Grupos de Produtos % Grupos de Produtos % Bens NE n. categoria 44,4 Bens NE n. categoria 135,0 Material de Transporte e Acessórios 8,9 Material de Transporte e Acessórios 9,7 Bens de Consumo NE n. categoria 4,7 Bens de Consumo NE n. categoria 6,2 Bens NE n. categoria foi o grupo com melhor comportamento quer a nível de Exportações, quer de Importações, com saltos elevados de crescimento; Material de Transporte e Acessórios foi o segundo melhor, embora com crescimento bem mais moderado e muito semelhante nos dois lados da Balança Comercial. Por fim, temos Bens de Consumo NE n. categoria com a terceira melhor performance a nível de exportações e importações; este comportamento semelhante dos grupos quer ao nível das saídas, quer das entradas, aponta para o dinamismo dos setores em causa, onde o aumento das vendas surge ligado ao maior investimento. Grupos de Produtos com pior comportamento: Export. Import. Grupos de Produtos % Grupos de Produtos % Combustíveis e Lubrificantes -26,8 Combustíveis e Lubrificantes -26,3 Produtos Alimentares e Bebidas -0,8 Máq, O. Bens de Capital e Acess. -1,8 Fornecim. Industr. NE n. categ. 0,1 Produtos Alimentares e Bebidas 2,9 Ao nível das exportações, Combustíveis e Lubrificantes sobressai com taxas negativas de ambos os lados da Balança, o que resulta sobretudo das quebras do preço do petróleo bruto (crude); Produtos Alimentares e Bebidas tiveram uma quebra ligeira nas exportações, compensada pelo seu ligeiro crescimento nas importações, e que se afigura pontual, tal como a de Máq, O. Bens de Capital e Acessórios, uma vez que tiveram boa performance no resto do ano. 2

1.2 Exportação de Equipamento Elétrico e Eletrónico A taxa de 5% das Exportações do SEE aponta para um abrandamento do dinamismo neste 4º trimestre de 2015, destacando-se nesta desaceleração Fios e Cabos Isolados (de 19 para 13%), Eletrónica de Consumo (de 9 para 4%), Componentes Eletrónicos (de 6 para 4%), Eletrodomésticos (de 3 para 1%) e Acumuladores e Pilhas (de 1 para -5%). Veja-se em detalhe o comportamento de outros subsetores: Aparelhagem e Sistemas de Medida, Controlo e Automatismo (20%) não sendo um subsetor de peso, volta a assinalar uma queda visível de 42 para 20%. Aparelhagem Ligeira de Instalação (24%) nova aceleração deste subsetor, com destaque para O. Quadros de Tensão <1000 V (+45%). Telecomunicações, Eletrónica Profissional e Informática (9%) aceleração do crescimento dum dos setores mais pujantes do Setor Eletrónico, onde se destacam novamente O. Painéis indicadores c/ dispositivos de LCD ou LED (44%) e Telefones p/ redes celulares e p/ o. redes sem fio (29%). Lâmpadas e Material p/ iluminação (8%) mantém um crescimento interessante. Cablagens (-10%) continua a ser o único setor de peso com crescimento negativo, uma vez que Acumuladores e Pilhas, apesar da queda de 5 para -1%, tem pouca expressão no conjunto das exportações. 1.3 Importação de Equipamento Elétrico e Eletrónico A taxa de crescimento homóloga do ano de 2015 saldou-se em 4%, sem grandes oscilações ao longo do ano em termos globais. As melhores performances continuam a ser Eletrónica de Consumo (embora o crescimento deste subsetor tenha abrandado neste último trimestre (de 17 para 11%) e Lâmpadas e Material p/iluminação (11%), que apenas desceu um ponto percentual no mesmo período. Seguem-se Componentes Eletrónicos (8%) e Eletrodomésticos (6%), que também têm vindo a confirmar um crescimento estável ao longo do ano, bem como Telecomunicações e Eletrónica Profissional e Componentes Eletrónicos, com 4%. 3

Abaixo da média do setor, mas indiciando recuperar temos Aparelhagem Ligeira de Instalação (de -3 para 1%). Menos animadoras são as taxas de crescimento negativo de Máquinas, Equipamentos e Aparelhagem Industrial (-6%), Cablagens (-5%) e Fios e Cabos Isolados (-2%), ainda que constantes. Em trajetória descendente ao longo do ano esteve Acumuladores e Pilhas saldandose, por fim, em -5%. 2. Exportação por Zonas Económicas e Países Clientes Destaca-se a recuperação do peso da UE nas exportações em termos homólogos para 71% ao longo do ano, bem como o acentuar da preponderância do peso da Alemanha (41%), Espanha (15%) e Reino Unido (15%) neste conjunto. O peso dos Restantes Países desceu dois pp (para 10%) de há um ano para cá, enquanto os PALOPS confirmam uma forte quebra de 4pp no seu peso, que se deve em grande parte ao decréscimo de exportações para Angola (-40%); tudo isto, tendências que já se verificavam no final de Setembro e se acentuaram no último trimestre do ano; o mesmo se pode dizer da subida de mais um pp do peso dos EUA e do Sudeste Asiático enquanto zonas de destino das exportações. 3. Importação por Zonas Económicas e Países Fornecedores A UE continua a ter o maior peso no total das Importações (82%), enquanto o Sudeste Asiático (11%) e Restantes Países (5%) estabilizaram o seu peso, com ligeiros aumentos das importações para estes destinos. Alemanha (23%), Espanha (31%) e Holanda (12%) lideram no conjunto dos países da UE que detêm todos, neste momento, pesos muito estáveis no conjunto das Importações. 4

4. Perspetivas PIB real 2015 2016 2017 MUNDO 3,1 3,4 3,6 EUA 2,5 2,6 2,6 UE Zona Euro 1,5 1,7 1,7 Alemanha 1,5 1,7 1,7 França 1,1 1,3 1,5 Espanha 3,2 2,7 2,3 Itália 0,8 1,3 1,2 Portugal* 1,6 1,7 1,8 Brasil -3,8-3,5 0,0 China 6,9 6,3 6,0 India 7,3 7,5 7,5 Japão 0,6 1,0 0,3 Rússia -3,7-0,1 1,0 Fontes: FMI, Janeiro 2016; * BdP Dez 2015 Em 2015, a atividade económica global manteve-se moderada. O crescimento nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento diminuiu pelo quinto ano consecutivo, enquanto as economias avançadas mantiveram uma recuperação modesta. Três movimentos de transição continuam a ser críticos no panorama económico global: 1) o abrandamento global e reequilíbrio da economia chinesa, afastando-se do investimento e da atividade produtora em direção ao consumo e aos serviços; 2) preços mais baixos da energia e das commodities e 3) um estreitamento gradual da política monetária nos EUA num cenário de recuperação resiliente deste país, em simultâneo com uma suavização da política monetária nos bancos centrais de várias das principais economias avançadas. Tudo isto continua a pesar nas perspetivas de crescimento para 2016-2017. Na verdade, a recuperação projetada para os próximos 2 anos reflete, em primeira instância, as previsões de melhoria gradual nas taxas de crescimento de países atualmente debilitados economicamente, como sejam o Brasil, a Rússia e alguns países do Medio Oriente, embora isto possa ficar comprometido em face de novos choques económicos ou políticos. 5

Na zona euro, o fortalecimento do consumo privado, suportado por preços petrolíferos mais baixos e condições financeiras mais favoráveis compensa um enfraquecimento das exportações líquidas. O crescimento no Japão também deverá ser mais robusto em 2016, apoiado em incentivos fiscais, preços de petróleo mais baixos, melhores condições financeiras e aumento dos rendimentos. Fevereiro de 2016 Serviço de Economia e Associativismo ANIMEE 6