Preços de bens alimentares BOLETIM Nº 1 Mercados da Cidade de Maputo Mês de Maio de 17 1. Introdução O Observatório do Meio Rural (OMR) iniciou em princípio de Maio um trabalho de recolha de preços dos principais produtos alimentares e outros do cabaz de consumo. Os produtos escolhidos foram os seguintes (por sequência alfabética):açúcar branco e castanho; alface; amendoim; arroz (nacional e importado); banana; batata-reno; batata-doce; carvão; cebola; coco; couve; farinha de milho (nacional e importada); feijão manteiga; feijão nhemba; folha de abóbora (mboa); folha de mandioca (matapa); galinha; mandioca; massa esparguete; milho; óleo; ovos; peixe carapau; peixe seco; repolho; sal e tomate. Nos boletins mensais apresenta-se somente a evolução dos seguintes produtos (por ordem de apresentação dos gráficos): (1) farinha de milho; (2) arroz; (3) amendoim; (4) feijão nhemba; (5) cebola; (6) sal; (7) óleo alimentar; (8) açúcar castanho; e (9) carvão. Preços de outros produtos serão incluídos a partir do mês de Junho. Os preços foram recolhidos pelo OMR, sempre no mesmo dia da semana e a horas aproximadas, nos mercados Central, Fajardo, Xipamanine, Xiquelene e Zimpeto. Consideraram-se estes como os principais mercados da Cidade de Maputo pela dimensão, localização e distribuição geográfica. A recolha da informação é obtida directamente (no caso dos preços estarem afixados) ou por pergunta ao vendedor como se o inquiridor pretendesse adquirir o produto alimentar. Esta primeira análise de preços detectou a necessidade de melhorar a recolha de informação, sobretudo no que respeita às unidades de medida a que se referem os preços. No futuro será feita a conversão para quilograma. O OMR manterá este projecto de pesquisa por todo o ano de 17. Pretende-se acompanhar a evolução mensal dos preços de alguns dos principais bens de consumo da população de renda baixa. Em finais de 2107 far-se-á uma análise detalhada da evolução dos preços dos bens recolhidos, acrescentando outros bens e serviços, como, por exemplo, transportes públicos energia, água, entre outros. 2. Evolução dos preços Nos gráficos são apresentados os preços do primeiro e último dia de recolha da informação (dias 3 e 21 de Maio, respectivamente). Os gráficos são apresentados por mercado. A sequência da representação dos locais nos gráficos é aleatória. As ausência de informação em alguns dias, implica a sua não representação no respectivo gráfico. Aspectos específicos são referidos em "Nota", abaixo de cada gráfico.
Gráfico 1 Farinha de milho importado "Star" (MZN por quilograma) 60 60 Nota: optou-se pela farinha importada por ser mais oferecido no mercado. Foi utilizado igual critério para a marca seleccionada. Gráfico 2 Arroz importado "Família Feliz" (MZN por quilograma) 35,2 32,4 37,2 37,6 35,0 40 36 34 36.8 32 Nota: optou-se por esta marca por ser uma das mais consumidas. Gráfico 3 Amendoim (MZN por quilograma) 15 18 23 18 Nota: Os dados obtidos no Bazar Central não foram incluídos porque foram recolhidos em quilogramas, conforme a prática do local. Nos outros mercados o produto é vendido principalmente considerando a caneca como unidade de medida. A medição será harmonizada em posteriores boletins.
Gráfico 4 Feijão nhemba (MZN por copo) 15 Nota: Idem nota do gráfico anterior. Gráfico 5 Cebola (MZN por 10 kg) 230 190 0 280 280 280 0 230 300 0 Gráfico 6 Sal (MZN por quilograma) 10 15 10 10 13
Gráfico 7 Óleo alimentar (MZN por garrafão de 5 litros, marca "Maeva") 4 400 470 400 0 0 440 4 480 480 62 Gráfico 8 Açúcar castanho (MZN por quilograma) 75 70 63 75 Nota: optou-se pelo preço do açúcar castanho por ser o mais adquirido nos mercados. Gráfico 9 Carvão (MZN por quilograma) 30 30 3. Breve análise de dados Dos gráficos apresentados podem-se extrair as seguintes observações gerais: 1. Regra geral, os preços tendem a alguma igualação, sendo muito pequenas as diferenças de preços entre os mercados. Este facto pode justificar-se por (1) existência de uma estrutura de mercado de concorrência quase perfeita (muitos compradores e muitos vendedores); (2)
homogeneidade dos bens oferecidos (qualidade); (3) exceptuando o açúcar 1 e o arroz não existem intervenções externas ao mercado no estabelecimento de preços; e (4) possível circulação de informação sobre os preços nos e entre os mercados. A continuação deste trabalho indicará certamente alguma observação neste aspecto. 2. A evolução dos preços ao longo do mês de Maio não revela alguma tendência de alteração. Deve-se considerar que o período é muito limitado para se poderem verificar alterações significativas. 3. O Bazar Central, no centro da cidade, é o que possui os preços mais elevados. Pode-se pensar que a localização influencia o tipo de compradores que se abastecem neste local. Os custos de transporte também podem ser um pouco superiores, aumentando o preço do grossista ao retalhista. 4. Os preços do mercado Zimpeto não são, regra geral, inferiores aos restantes locais (excepto do Mercado Central). A junção das funções de grossista e de retalhista, juntamente com os factores referidos em 1, podem influenciar a prática de preços próximos aos dos outros mercados. A localização de Zimpeto em relação aos produtores (que não necessitam de entrar na cidade para venda da produção), também não se reflecte nos preços. 1 No caso do açúcar a empresa Distribuidora Nacional do Açúcar (propriedade das açucareiras) opera como monopolista e alguma "monitorização" do Estado, razão que justifica a estabilidade do preço.