Instruções para a realização dos trabalhos práticos



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Transcrição:

Instruções para a realização dos trabalhos práticos 1- Material e instruções para montagem Circuitos integrados ESTV-ESI-Sistemas Digitais-Instruções para os Trabalhos Práticos 1/7 Os circuitos integrados (CI s ou IC s Integrated Circuits ) utilizados têm uma embalagem dual-in-line, assim designada por ter um fila de pinos em cada um de dois dos lados opostos de um bloco rectangular. Cada pino tem um número, sendo a numeração iniciada no pino 1 localizado da seguinte maneira: os CI s têm num dos lados menores uma marca que pode ser um entalhe, ou então um cavado circular. Posicionando o CI com essa marca para a esquerda, o pino 1 é o primeiro do canto inferior esquerdo, sendo a restante numeração definida conforme se indica na figura. Alimentação do CI s Cada CI s terá obrigatoriamente um pino para ligação ao pólo negativo da alimentação e outro ao pólo positivo. O primeiro aparece, geralmente, com a mnemónica ( abreviatura de ground, ou seja terra ) e o segundo com a mnemónica (o c é de colector, pois nos circuitos TTL os colectores da vários transístores estão ligados ao pólo positivo da alimentação. Na grande maioria dos CI s TTL, o está no pino N/2 e o no pino N. Ou seja, com o CI orientado como na figura acima, o será o pino inferior direito e o o superior esquerdo. A tensão de alimentação em TTL é nominalmente de 5 V e o pólo negativo é geralmente ligado à terra, pelo que o corresponde a 5V e o corresponde a 0V. Placas de montagem ( Bread boards ) Os circuitos serão montados com ligações não permanentes em placas próprias para o efeito placas bread board. Esta placas são constituídas por uma matriz de alvéolos, organizados em grupos que fazem (internamente à placa) contacto entre si. Os CI s são inseridos nestas placas sobre o sulco central. Há dois tipos de grupos: - grupos de 5 contactos numa linha vertical na parte central da placa; - grupos de contactos em linhas horizontais na periferia da placa. Fios condutores e técnicas de montagem Na realização da montagem do circuito dever-se-á ter em consideração que: - os fios condutores utilizados para as ligações são unifilares, com cerca de 0,5mm de diâmetro, devendo ser descarnado num comprimento aproximado de 0,5mm em cada extremidade; - os condutores com pontas tortas, oxidadas, demasiado curtos ou compridos não devem ser utilizados, pois a ligação nessas condições não é de confiança; - a montagem (inserção dos CI s e dos fios condutores) é feita, obviamente, com a alimentação desligada;

ESTV-ESI-Sistemas Digitais-Instruções para os Trabalhos Práticos 2/7 - deve efectuar-se, em primeiro lugar, as ligações de e de todos os CI s pois um erro nestas ligações destruirá provavelmente o CI, pelo que será preferível efectuá-las antes de serem colocados muitos fios (para estas ligações são especialmente convenientes as linhas horizontais de alvéolos existentes nas periferias); - os fios devem ser colocados, de preferência, à volta dos integrados, podendo, assim, substituir-se um integrado por suspeita de avaria sem o mínimo de distúrbios nas ligações; - nas ligações aos pinos dos CI s, deve ocupar-se os alvéolos mais afastados, permitindo, deste modo, uma melhor identificação dos pinos e, posteriormente, um mais fácil acesso ao CI s; É necessário tomar algumas precauções ao extrair os CI s da placa de montagem. Com efeito, ao tentar extraí-los, sem grande cuidado, o mais provável é entortar alguns pinos que acabam por partir. Recomenda-se: - colocar um fio por baixo do CI e puxar pelas duas pontas ao mesmo tempo; - com a tampa de uma caneta ou uma chave de fendas, libertar progressiva e alternadamente as duas extremidades do CI; - utilizar uma pinça especialmente concebida para o efeito. Entradas não utilizadas Por vezes, algumas das entradas dos CI s não são utilizadas. Uma entrada não utilizada funciona, normalmente, como se estivesse a 1. Por exemplo, pode ser conveniente usar uma das portas de um CI com AND de 3 entradas como se fosse um AND de apenas 2 entradas. Neste caso, a entrada não utilizada poderia permanecer desligada. No entanto, qualquer interferência é facilmente acoplada para um pino de entrada deixado desligado, introduzindo um risco de mau funcionamento. Por isso, qualquer pino que deva ficar a 1 não deve ser deixado desligado, mas sim ligado a +5V.

ESTV-ESI-Sistemas Digitais-Instruções para os Trabalhos Práticos 3/7 2- Instrumentos e teste do circuito Fonte fixa de +5V para alimentação dos circuitos integrados; Para a alimentação dos CI s será utilizada a fonte de tensão fixa de +5V, de acordo com o apresentado na figura. Deve ter em atenção para não fazer a troca de polaridades. Comutadores Os comutadores sem ruído ( de-bounced ) disponibilizam os valores lógicos 0 e 1 (correspondente aos níveis de tensão 0 V e +5V) que serão utilizados para alimentar as entradas do circuito. Configuração dos pinos A B C D +5V Indicadores de estado lógico Os indicadores de estado lógico são realizados através de LED s ( Light Emitting Diode ), aos quais se ligam as saídas ou pontos intermédios do circuito. Configuração em ânodo comum (LED s Vermelhos) Os ânodos de todos os LED s estão interligados no mesmo ponto, devendo este ser ligado a +5V. Nesta configuração, o LED ficará aceso se for aplicado o valor lógico 0(0V), ou seja, trata-se de uma entrada activa a 0. Configuração dos pinos 1 2 3 4 5 6 7 8 +5V (ânodo comum) Configuração em cátodo comum (LED s Verdes) Os cátodos de todos os LED s estão interligados no mesmo ponto, devendo este ser ligado a 0V. Nesta configuração, o LED ficará aceso se for aplicado o valor lógico 1(+5V), ou seja, trata-se de uma entrada activa a 1. Configuração dos pinos 1 2 3 4 5 6 7 8 (cátodo comum)

Visor de 7 segmentos ESTV-ESI-Sistemas Digitais-Instruções para os Trabalhos Práticos 4/7 Configuração ânodo comum - equipados com visor SA56-11HWA de 7 segmentos (LED s) em série com resistências de 330Ω. As entradas são activas a 0, isto é, o respectivo segmento acende quando for aplicado o nível de tensão 0V. SA56-11HWA a f g b e c d Pd g f e d +5v c b a Pd Configuração cátodo comum - equipados com visor SC56-11HWA de 7 segmentos (LED s) em série com resistências de 330Ω. As entradas são activas a 1, isto é, o respectivo segmento acende quando for aplicado o nível de tensão +5V. SC56-11HWA a f g b e c d Pd g f e d c b a Pd Ponta de prova lógica A ponta de prova lógica permite verificar o estado lógico de diferentes pontos do circuito. Ponta de sinal Indicadores Lo (verde) Hi (Vermelho) Selecção TTL/CMOS Garra vermelha ligar a +5V Garra preta ligar a 0V Gerador de funções O gerador de funções disponibiliza um sinal de uma onda rectangular, de amplitude fixa igual a +5V, duty cycle de 50% e frequência variável. É utilizado na alimentação do CLK s dos circuitos sequenciais síncronos.

ESTV-ESI-Sistemas Digitais-Instruções para os Trabalhos Práticos 5/7 3- Documentação Antes do circuito começar sequer a ser montado é imprescindível finalizar o seu projecto, o que deve ser concretizado em diversos itens de documentação. Diagrama de blocos O diagrama de blocos é uma ferramenta de representação que pode ser utilizado a vários níveis. Ao nível mais simples serve apenas para representar graficamente as entradas e saídas do sistema. A Circuito Q1 Q2 Q3 Mas a função mais importante do diagrama de blocos é exprimir concretamente uma primeira aproximação à solução do problema, que é a divisão da função global em funções mais simples. Desta maneira, o diagrama de blocos guia a implementação do circuito, devendo indicar os sinais que fluem entre os vários blocos. Moeda Módulo controlador Fornece Botão TsupS Soma Apaga T1..T4 Acumulador Comparador M1..M4 S1..S4 Note-se que no diagrama de blocos, os blocos aparecem como caixas pretas, não sendo relevante, neste fase do processo, a maneira como os blocos acabarão por ser implementados em termos de CI s e circuitos. Diagrama lógico O diagrama lógico é uma representação completa do circuito em que são indicadas todas as ligações de todos os pinos dos CI s que constituem o circuito. Para constituir um diagrama lógico correcto não basta que se representem todas as ligações (esse seria a função de um simples diagrama de montagem). O diagrama lógico deve, também, exprimir com a máxima clareza a estrutura funcional do circuito. Representação dos CI s no diagrama lógico: Para obter maior clareza e diminuir o cruzamento das linhas que representam as ligações, devem ser seguidos os seguintes preceitos: 1- Diagrama de alimentação dos CI s Não se representam os pinos nem as ligações de alimentação dos CI s juntamente com as ligações de sinais lógicos, mas sim separadamente num diagrama de alimentação do CI s conforme se apresenta na figura.

ESTV-ESI-Sistemas Digitais-Instruções para os Trabalhos Práticos 6/7 +5V 16 16 14 14 U1 U2 U3 U4 8 8 7 7 2- Portas lógicas Embora seja vulgar que várias portas lógicas residam num único CI, no diagrama as portas são representadas pelo seu símbolo específico. Isto diminui significativamente o cruzar de linhas, pois é vulgar portas de um mesmo CI serem utilizadas em partes distintas de um circuito global. Para identificação completa da porta, esta deve ser identificada com o número do CI a que pertence e os números dos pinos das entradas e saídas a que corresponde nesse CI. Embora a representação anterior seja mais adaptada ao processo de montagem, em alternativa à numeração dos pinos, pode utilizar-se um identificador do número interno da porta lógica, conforme se indica na figura. 3- Flip-flops Como no caso das portas lógicas, também é usual que cada CI contenha vários flip-flops de utilização independente. Segue-se o mesmo preceito, separando os flip-flops dos CI s, mantendo, de igual modo, a identificação do CI a que pertence.

ESTV-ESI-Sistemas Digitais-Instruções para os Trabalhos Práticos 7/7 4- Funções complexas combinacionais ou sequenciais Nestes casos, o CI é representado por um bloco rectangular, em que para cada pino é indicada a sua mnemónica (definida pelo fabricante) e o número do pino no CI. A ordem dos pinos, tal como estão dispostos no CI não é necessariamente preservada na sua representação no diagrama lógico. Pelo contrário, deve ser feito um esforço deliberado para que os sinais de entrada e de saída sejam reorganizados de maneira a realçar a clareza do diagrama. É boa prática representar as entradas todas do lado esquerdo e as saídas todas do lado direito. Desta maneira, é perceptível o fluxo dos sinais.