FORMAÇÃO DE EMPRESAS NO RIO GRANDE DO SUL E SEUS REFLEXOS NA MESORREGIÃO SUDESTE RIO-GRANDENSE

Documentos relacionados
Acadêmico de Agronomia e Economia - UFPel, Bolsista IC/CNPq 2 Acadêmico de Agronomia - FAEM/ UFPel, Bolsista PIBIC/CNPq 3

RELAÇÕES DE TROCA ENTRE OS PREÇOS DOS INSUMOS PARA A LAVOURA ARROZEIRA E O PRODUTO ARROZ EM CASCA 1. INTRODUÇÃO

ÍNDICE CFA DE GOVERNANÇA MUNICIPAL (IGM-CFA)

A estrutura empresarial e a taxa de formação de empresas: Análise de sua dinâmica

Acadêmico do Curso de Mestrado em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis da Universidade Federal da Fronteira Sul,

POSSIBILIDADES DA INDÚSTRIA DE MÁQUINAS NO ATENDIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR DO RIO GRANDE DO SUL 1. INTRODUÇÃO

Taxa de formação de empresas e regeneração econômica: O caso do Rio Grande do Sul

O SETOR PRIMÁRIO E AS TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS E REGIONAIS NO ESTADO DE GOIÁS

O IMPACTO DA INDÚSTRIA E DA AGROPECUÁRIA NO CRESCIMENTO DO PIB BRASILEIRO DO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2013

PRESENÇA DE ASSENTAMENTOS RURAIS NA MESORREGIÃO CENTRO-OCIDENTAL DO PARANÁ

PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E DOS SETORES ECONÔMICOS NA COMPOSIÇÃO DO PIB DA MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE CAMPO GRANDE - MS NO PERÍODO DE 2000 A 2010

OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FEVEREIRO DE 2013

Prof. Benedito Silva Neto Disciplina de Extensão Rural Curso de Agronomia Linha de Formação em Agroecologia Universidade Federal da Fronteira Sul

DIFERENTES ESTÁGIOS DA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA. Campus Universitário Caixa Postal 354 CEP

FORMALIZAÇÃO DOS EMPREENDEDORES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ESTUDO DE VARIABILIDADE DAS PRECIPITAÇÕES EM RELAÇÃO COM O EL NIÑO OSCILAÇÃO SUL (ENOS) EM ERECHIM/RS, BRASIL.

Indicadores Econômicos e Fomento à Indústria

EVOLUÇÃO DAS OCUPAÇÕES DE TERRA NO ESTADO DA PARAÍBA: UMA ANÁLISE A PARTIR DO DATALUTA

DETERMINAÇÃO DO ÂNGULO DE REPOUSO DE FERTILIZANTES

CAPITAL SOCIAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA REGIÃO DO BICO DO PAPAGAIO - TO

Identificando transformações estruturais da economia brasileira:

EFEITO DO ÁCIDO ACÉTICO SOBRE A GERMINAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ARROZ 1. INTRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DO EVENTO EL NIÑO OSCILAÇÃO SUL EM DIFERENTES INTENSIDADES NAS PRECIPITAÇÕES MÉDIAS ANUAIS EM MUNÍCIPIOS DO RS 1

O capital humano nos municípios paranaenses: uma análise com regressões quantílicas

ANÁLISE DOS DADOS PLUVIOMÉTRICOS DO ÚLTIMO ANO ASSOCIADOS À SITUAÇÃO ATUAL DOS RESERVATÓRIOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

POSICIONAMENTO DA ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL EM ANOS DE EL NIÑO E LA NIÑA

MODELOS DE ESTIMATIVA DE RENDIMENTO DE SOJA E DE MILHO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RESUMO

A CONCENTRAÇÃO DO PIB MEDIDA PELO ÍNDICE HERFINDAHL- HIRSCHMAN: O CASO DAS MESORREGIÕES GEOGRÁFICAS BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 1985 A 2010

REGRAS ELEITORAIS, COMPETIÇÃO POLÍTICA E POLÍTICA FISCAL: EVIDÊNCIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

PREÇO DA TERRA E O PREÇO DA SOJA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA 1

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO

Climatologia das chuvas no Estado do Rio Grande do Sul

A INFLUÊNCIA DE ALGUMAS VARIÁVEIS ATMOSFÉRICAS A EXTREMOS DE PRODUTIVIDADE DE TRIGO NO RIO GRANDE DO SUL.

ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO

PERSISTÊNCIA DA DIREÇÃO DO VENTO PARA BELÉM DO PARÁ (RESULTADOS PRELIMINARES) RESUMO (TEMA: METEOROLOGIA)

COMPORTAMENTO ESPAÇO-TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE E

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO

Alexandre Rands Barros. Natureza, causas, origens e soluções

MICROEMPREENDEDORES FORMAIS

DISPONIBILIDADE DE RADIAÇÃO SOLAR EM SANTA MARIA, RS 1 AVAILABILITY OF SUNLIGHT IN SANTA MARIA, RS

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS BANCO DE DADOS DO COMÉRCIO E SERVIÇOS DE BENTO GONÇALVES INDICADORES ESTATÍSTICOS

A definição de áreas rurais no Brasil SUBSÍDIOS AO PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL

MATOPIBA: expansão agrícola no cerrado

Innovation factsheet #1 Análise das empresas do setor exportador nas candidaturas aos incentivos fiscais à I&D empresarial

Relação Risco e Retorno Para a Cultura do Alho. Relationship risk and return for the garlic s culture.

PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE CHUVA NA MICRO REGIÃO DE ILHÉUS- ITABUNA, BAHIA. Hermes Alves de Almeida

ESTUDO DAS POTENCIALIDADES ECONÔMICAS DO MUNICÍPIO DE OIAPOQUE- AP CONSIDERANDO A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS AVANÇADO DO IFAP

Criação de banco de dados estatístico espacial em nível municipal para o estado de Goiás

EVOLUÇÃO DO CUSTO DA CESTA BÁSICA NO MUNICÍPIO DE PANAMBI: UMA ANÁLISE COMPARATIVA. 1

Preços e comercialização de milho-verde na Ceasa Minas

INDICADORES DE SAÚDE AMBIENTAL: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO PARA AS MICRORREGIÕES DO RIO GRANDE DO SUL 1

Taxa de formação de empresas no Rio Grande do Sul: uma análise exploratória de dados espaciais *

Plano de Recuperação Semestral 1º Semestre 2017

DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA RURAL NO BRASIL SEGUNDO O GÊNERO: UMA ABORDAGEM REGIONAL COM OS RESULTADOS DA PNAD 2009

Grupo de Estudo sobre Trabalho, Espaço e Campesinato Departamento de Geociências/UFPB Programa de Pós-graduação em Geografia/UFPB

2º ano do Ensino Médio. Ciências Humanas e suas Tecnologias Geografia

Plano de Recuperação Semestral 1º Semestre 2016

Painel 1: A implantação da nova PNDR: desafios e oportunidades para as políticas públicas de planejamento e desenvolvimento regional

METODOLOGIA PARA DEFINIÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE POLOS DE PRODUÇÃO PARA ATUAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA DA EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA

A Dinâmica Locacional da Mineração no Município de Parauapebas/PA - Brasil

Franciele Francisca Marmentini Rovani 2, Mauro Werlang 3. e Roberto Cassol 4

Prognósticos e recomendações para o período

A PLURIATIVIDADE COMO UM INDICATIVO DA RESILIÊNCIA NA AGRICULTURA FAMILIAR DA REGIÃO OESTE DE SANTA CATARINA

American cities, global networks: mapping the multiple geographies of globalization in the Americas

CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO ORIZÍCOLA NO RIO GRANDE DO SUL E REGIÃO FRONTEIRA OESTE

Total. Analisando os custos para os países até 2030, o estudo foca naqueles passíveis de impactar diretamente o PIB, dentre eles:

ASPECTOS DA IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR NO ESTADO DO AMAPÁ

Educação e Produtividade no Brasil

ANÁLISE DE SÉRIE HISTÓRICA DE VAZÃO. ESTUDO DE CASO: RIO PARNAÍBA

Áreas de Concentração da Produção Nacional de Milho no Brasil

EAD Unijorge POLO BOM JESUS DA LAPA

MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO ASPECTOS METODOLÓGICOS

A Conjuntura do Emprego na Zona Sul

RELATÓRIO TÉCNICO: Abril/2016. Produtividade e Educação PESQUISA DE PRODUTIVIDADE

Indicadores Demográficos. Atividades Integradas III

O PROCESSO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL:

ESTRUTURAÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA DA TERRA NO MUNICÍPIO DE DOIS VIZINHOS PR NAS DÉCADAS DE 1960 E 1970

RAUL DA MOTA SILVEIRA NETO* PRISCILA MICHELLE RODRIGUES FREITAS**

Exposição à competição informal e esforço de inovação das empresas industriais brasileiras

ESTUDO DE CENÁRIOS ECONÔMICOS PARA PRODUÇÃO DE FLORES ESTUDO DE CENÁRIOS ECONÔMICOS PARA PRODUÇÃO DE FLORES DE CORTE EM AMBIENTE PROTEGIDO

Produtividade total dos fatores para a agroindústria no estado do Paraná

REGIÃO DE PELOTAS-RS 1. INTRODUÇÃO

ESGOTAMENTO SANITÁRIO AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE ARROIO GRANDE/RS

Análise da dinâmica espacial da área de soja em municípios do Mato Grosso por meio de imagens do sensor MODIS 1. INTRODUÇÃO

GEOGRAFIA MÓDULO 11. As Questões Regionais. As divisões regionais, região e políticas públicas, os desequilíbrios regionais. Professor Vinícius Moraes

PRODUTO INTERNO BRUTO PIB PLANALTO DE ARAXÁ E MUNICÍPIOS

MOVIMENTOS SOCIOTERRITORIAIS E ESPACIALIZAÇÃO DA LUTA PELA TERRA EM PERNAMBUCO NO PERÍODO DE

INFLUÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA MANDIOCA EM VITÓRIA DA CONQUISTA: APORTES PARA O PLANEJAMENTO EM SISTEMAS DE SEQUEIRO

A agropecuária na economia gaúcha

Consumo das Famílias e Investimento

1.1 O cenário. Acesso em: 20 nov Site IBGE: <

Resíduos, água e as suas interações com diferentes estilos de vida

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE UM AVIÁRIO PARA CRIAÇÃO DE AVES DE CORTE 1. INTRODUÇÃO

Exercícios Movimentos Populacionais

Prof. Benedito Silva Neto Disciplina de Extensão Rural Curso de Agronomia Linha de Formação em Agroecologia Universidade Federal da Fronteira Sul

IV Seminário de Iniciação Científica

PERCEPÇÃO DOS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

POBREZA: DA INSUFICIÊNCIA DE RENDA À PRIVAÇÃO

Taxa de desemprego aumenta pelo quarto mês consecutivo

- ESTUDO DE PRODUÇÃO E DEMANDA DE FEIJÃO EM ALAGOAS NO PERÍODO DE 2003 A 2010 COMO FERRAMENTA PARA ESTABELECIMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Transcrição:

FORMAÇÃO DE EMPRESAS NO RIO GRANDE DO SUL E SEUS REFLEXOS NA MESORREGIÃO SUDESTE RIO-GRANDENSE TATTO, Francis Radael 1 ; LAGEMANN, Marcelo 2 ; CANEVER, Mário Duarte 3 1 Acadêmico de Agronomia FAEM/ UFPel, Bolsista PIBIC/CNPq 2 Acadêmico de Agronomia e Economia UFPel, Bolsista IC/CNPq 3 Prof. PhD. Deptº de Ciências Sociais Agrárias FAEM/UFPel Campus Universitário Caixa Postal 354 CEP 96010-900. francisradael@gmail.com 1. INTRODUÇÃO Em face da necessidade de identificar as causas do crescimento econômico das nações, o empreendedorismo tem sido um tema em evidência, tanto entre os acadêmicos, quanto entre os delineadores das políticas econômicas. Dentre os vários autores que estudaram o empreendedorismo, merece destaque o Austríaco Josef Shumpeter, tanto por ser um dos primeiros a tratar do tema, quanto pela relevância de suas teorias. Para ele, o empreendedor é o fomentador da vida econômica, o que inova e dinamiza a economia (Shumpeter, 1982). Outros autores como Henderson (2002) considera que o valor do empreendedor é evidente tanto no nível nacional como no nível regional ou local, afirmando ainda que os empreendedores locais reinvestem localmente mais que as filiais de grandes empresas. No entanto, nem sempre é oferecida uma resposta muito clara sobre a importância do empreendedorismo no desenvolvimento local. Para Reynolds et al (1994), por exemplo, o empreendedorismo movimenta os sistemas locais de produção, gera emprego e multiplicadores para a economia como um todo. Dado a importância atribuída ao fenômeno do empreendedorismo e motivados pela escassez de análises que evidenciam a relação empreendedorismo e desenvolvimento no contexto do Rio Grande do Sul, objetiva-se neste artigo, identificar se regiões sabidamente menos dinâmicas (como a Mesorregião Sudeste Rio- Grandense), apresentam taxas de empreendedorismo nos setores Agropecuários, Industrial e Comercial diferenciadas daquela do resto do Estado. 2. REVISÃO DE LITERATURA

Muitos autores já estudaram sobre o empreendedorismo e desenvolvimento regional, e seus principais fatores e causas. Alguns têm mostrado que o empreendedorismo é um fenômeno complexo que perpassa aspectos puramente culturais e regionais influenciando positivamente os níveis de desenvolvimento. Existe, porém, escassez de estudos que evidenciam empiricamente a esta relação nas diferentes regiões brasileiras (Casarotto e Pires, 2001). Outros estudos evidenciam a associação entre a formação de empresas e a geração de empregos (Hart e Oulton, 2001). Por outro lado, a taxa de formação de empresas não está atrelada somente a estes fatores, mas a uma serie de tendências ou fatores culturais, e até mesmo coloniais que são intrínsecas de cada região (Kemelgor, 2002). 3. METODOLOGIA Embora o empreendedorismo seja muito estudado, não existe consenso sobre como mensurá-lo. O artigo propõe medir o empreendedorismo via a taxa de formação de novas empresas. Existem duas formas de medir a taxa de formação de novas empresas: um método dito ecológico ( Fir) relaciona a formação de novas empresas ao estoque de empresas já existente em uma localidade e; um método alternativo conhecido como taxa de formação relativa à força de trabalho ( Fir*) relaciona a formação de empresas à quantidade de pessoal ocupado nos diversos setores da economia regional. O método ecológico utiliza como denominador o estoque de empresas existentes no ano anterior àquele da taxa estimada e algebricamente é calculado da seguinte forma: Onde: NE = Número de empresas existentes no setor i na região r; t = Ano. O procedimento é particularmente importante para analisar a intensidade de rejuvenescimento empresarial, sendo que a taxa de formação resultante é expressa em relação a 100 empresas já existentes. A taxa de formação relativa à força de trabalho proposta por Amington e Acs (2002) utiliza a população (ou força de trabalho) como denominador. A taxa de formação relativa à força de trabalho examina qual a proporção da população que está engajada na formação de um novo negócio e é expressa da seguinte forma: onde Pr é o número de pessoal ocupado da população ou da força de trabalho na região r. Com base nos 17 subsetores da economia brasileira, os dados obtidos no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE para o período de 1996-2005 foram agrupados em três grandes setores: Agricultura, Indústria, Comercio/Serviços[1]. As taxas de formação de empresas foram estimadas para o Estado do Rio Grande do Sul

como um todo, para a Mesorregião Sudeste Rio-Grandense e suas quatro microrregiões (Jaguarão, Litoral Lagunar, Pelotas e Serras do Sudeste) através do software EXCEL. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O gráfico 1 apresenta a taxa de formação de empresas relativa à força de trabalho em cada uma das microrregiões da mesorregião Sudeste Rio-Grandense, bem como a taxa média setorial e estadual. A mesorregião sudeste tem uma taxa de formação de empresas maior que a estadual no setor de Comércio/Serviços. Isto faz com que a sua taxa média total seja maior que aquela observada para o estado como um todo. Portanto, na média, no Sudeste Rio-Grandense, criam-se mais empresas por 1000 pessoas ocupados nos diversos setores do que no estado. As microrregiões que se destacam são Pelotas e Litoral Lagunar (onde estão loc alizadas as cidades de Pelotas e de Rio Grande, respectivamente). Como nestas cidades existem poucas opções no mercado de trabalho e dado o relativo baixo custo para iniciar um novo negócio no setor de comércio/serviços as duas microrregiões acabam por inflacionar os índices de formação de empresas da mesorregião sudeste. Gráfico 1 - Taxas de Formação de Empresas (Fir*) no período de 1997-2005 na mesorregião Sudeste Rio Grandense e a média do estado do Rio Grande do Sul. Fonte: Organizado pelos autores. Em relação ao setor agrícola na Mesorregião Sudeste Rio-Grandense há baixa taxa de formação de empresas por 1000 trabalhadores ocupados no setor. Isto se deve ao fato da microrregião Pelotas apresentar uma agricultura de grande porte (intensiva em capital e trabalho), o que não favorece o surgimento de empreendedores para formalizar novos negócios. De outro lado, na microrregião Serras do Sudeste, a agricultura é tipicamente familiar, o que também não favorece o surgimento de novas empresas formais, pois inexistem empresas maiores na região para multiplicar seus efeitos em negócios complementares. Em relação ao setor industrial, a mesorregião Sudeste

acompanha a média de formação de novas empresas do Estado como um todo, principalmente devido ao grande desempenho da microrregião Jaguarão. Gráfico 2 - Taxas de Formação de Empresas (Fir) no período de 1997-2005 na mesorregião Sudeste Rio Grandense e a média do estado do Rio Grande do Sul. Fonte: elaborado pelos autores. Analisando a taxa de formação de empresas pelo método ecológico nas mesmas unidades geográficas, observa-se que no setor agrícola a microrregião Jaguarão, é a que apresenta maior rejuvenescimento, ao passo que a microrregião Litoral Lagunar, é a de menor taxa. Para o setor Comercial, a microrregião Serras do Sudeste apresentou a maior taxa e Jaguarão a menor. Para o setor Industrial, a microrregião Litoral Lagunar, foi a única que apresentou taxa ecológica de formação de empresas superior aquela do Estado. Se analisarmos as duas formas de medir as taxas de formação, vemos que no setor Agrícola, a microrregião Jaguarão é a que apresenta maior índice de rejuvenescimento, mas com baixo índice relativo à força de trabalho. Já para a microrregião Pelotas, as taxas de formação ( Fir) e ( Fir*) apresentam comportamento contrário, enquanto que para a microrregião Serras do Sudeste, no setor Agrícola as taxas apresentam-se semelhantes àquelas observadas em Jaguarão. 5. CONCLUSÕES Neste artigo verificamos as taxas de formação de empresas para os três principais setores econômicos, através do método que relaciona a formação de empresas ao estoque de empresas e ao numero de empregados no setor e na região. Em geral as taxas foram assimétricas, pois altas taxas de formação Fir em um determinado setor, correspondem a baixas taxas Fir* neste mesmo setor. Ou seja, as referidas taxas de formação de empresas medem diferentes dimensões do empreendedorismo

O sudeste Rio Grandense, rejuvenesce a sua base empresarial a um menor nível do que o estado como um todo, devido ao alto estoque de empresas principalmente no setor comercial. Contudo, há um movimento de convergência face às pessoas ocupadas no sudeste Rio Grandense empreenderem mais do que seus similares no estado gaucho como um todo. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARMINGTON, C; ACS Z. J. The Determinants of Regional Variation in New Firm Formation, Regional Studies 36, 33 45, 2002. CASAROTTO FILHO, N., PIRES, L. H. Redes de pequenas e médias empresas e desenvolvimento local. São Paulo: Atlas, 2001. HART, P. E.; OULTON, N. Galtonian Regression, Company Age and Job Generation, Scottish Journal of Political Economy 48, 82 98, 2001. HENDERSON, Jason, Building the Rural Economy With High-Growth Entrepreneurs, Economic Review - Federal Reserve Bank of Kansas City, Vol.87, Nº 3, Kansas City, Third Quarter, 45-70, 2002. Dados Estatísticos do IBGE.Disponível em:<http://www.ibge.com.br>acesso:20 fevereiro de 2009. de KEMELGOR, B.H. A comparative analysis of corporate entrepreneurial orientation between selected firms in the Netherlands and the USA, Entrepreneurship & Regional Development. v. 14, p.67-87, 2002. REYNOLDS, P. e D.J. STOREY, Cross-national comparisons of the variation in new firm formation rates, Regional Studies, Vol.28, 443-456, 1994. SHUMPETER, J. A. Teoria del desenvolvimiento económico:una investigación sobre ganacias,capital, crédito,inter s e ciclo económico. México: Fundo de Cultura Econômica, 1982. [1]O agrupamento foi necessário devido a alguns dos 17 setores não apresentarem dados para o período estudado e também para facilitar a análise.