Espécies vegetais com potencial antimicrobiano em área de cerrado em Prudente de Morais (MG)

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Transcrição:

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 10., 2013. Belo Horizonte Espécies vegetais com potencial antimicrobiano em área de cerrado em Prudente de Morais (MG) Mayara Magalhães Enoque (1), Andréia Fonseca Silva (2), Morgana Flávia Rodrigues Rabelo (3), Daniela Esteves Ferreira dos Reis Costa (4), José Francisco Rabelo Lara (5) (1) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, mayaramagalhaes@gmail.com; (2) Pesquisadora/Bolsista BIP FAPEMIG/EPAMIG, andreiasilva@epamig.br; (3) Bolsista BGCT III FAPEMIG, morganafbio@gmail.com; (4) Estagiária EPAMIG - Belo Horizonte, dnlareis@gmail.com; (5) Pesquisador EPAMIG - Prudente de Morais INTRODUÇÃO O Cerrado cobre 21% do território nacional e é uma das regiões de maior biodiversidade do planeta. É o segundo hotspot brasileiro em virtude de sua riqueza florística e elevado grau de endemismo (KLINK; MACHADO, 2005). A Fazenda Experimental Santa Rita (FESR) da EPAMIG Centro-Oeste inclui vegetação caracterizada como Cerrado e encontra-se próxima a uma área indicada como prioritária para conservação da flora de Minas Gerais, denominada Região Cárstica de Lagoa Santa/Sete Lagoas, com importância biológica considerada muito alta (DRUMMOND et al., 2005). Deve-se, portanto, considerar a necessidade de conhecer a flora da reserva da FESR, a fim de desenvolver um plano de manejo sustentável de espécies utilizadas pelo homem. O conhecimento obtido poderá contribuir com a preservação de espécies que vêm sendo alvo de biopirataria ou que se encontram ameaçadas de extinção, quer seja por destruição dos seus ecossistemas, quer seja pela exploração predatória. O objetivo com este estudo foi ampliar o conhecimento sobre a diversidade florística do Cerrado de Minas Gerais, visando às espécies de plantas que são utilizadas como medicamento na área de Cerrado da FESR, em Prudente de Morais, MG. MATERIAL E MÉTODO A área desse estudo pertence à Fazenda Experimental Santa Rita (FESR) da EPAMIG Centro-Oeste. Está localizada no município de Prudente de Morais, MG, entre as coordenadas geográficas definidas por 19 26 20 S,

EPAMIG. Resumos expandidos 2 44 09 15 W e altitude média de 699 m. A FESR conta com uma área de 604 ha, dos quais, 120 ha compõem sua reserva biológica. Foram realizadas oito excursões à área de estudo, quando foram percorridas trilhas aleatórias preexistentes para coleta de material botânico. O material coletado foi levado ao Herbário PAMG/EPAMIG onde foi herborizado, identificado, registrado e incorporado ao acervo. O sistema de classificação utilizado foi o Angiosperm Philogeny group III (APG III) (SOUZA; LORENZI, 2012). Plantas de difícil determinação foram enviadas para os taxonomistas. Das plantas coletadas e determinadas, realizou-se um levantamento etnobotânico das espécies utilizadas na medicina tradicional, pois estas podem ser potenciais fontes de substâncias antimicrobianas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram coletadas 95 espécies pertencentes a 70 gêneros e 42 famílias. As famílias mais representativas foram: Fabaceae, com 17 espécies, Asteraceae, com 8 espécies, Myrtaceae e Rubiaceae, com 7 espécies cada, Erytroxylaceae e Vochysiaceae com 4 espécies cada, Bignoniaceae, Euphorbiaceae e Malpighiaceae com 3 espécies cada. Quatro famílias apresentaram duas espécies e 27 famílias são monoespecíficas (Tabela 1). A grande diversidade da família Fabaceae (17 spp.) já era esperada, uma vez que é a mais diversa do Brasil (GIULIETTI et al., 2005). Dentre as espécies encontradas, 48 são árvores, 28 arbustos, 11 trepadeiras e 8 ervas. Segundo Castro et al. (1999), a maioria das plantas de Cerrado é herbácea e/ou subarbustiva. As coletas foram realizadas em épocas secas, quando as herbáceas não estão em floração, uma vez que apenas plantas que se apresentavam em estádio reprodutivo foram coletadas, provavelmente, por isso a maioria é arbustiva e/ou arbórea. Quanto ao estado de conservação, a espécie, Chresta sphaerocephala (Asteraceae) coletada na área, encontra-se na lista das espécies da flora ameaçadas de extinção, em Minas Gerais, incluída na categoria vulnerável. Dentre as espécies coletadas, 33 (34,7%) são utilizadas popularmente, para o tratamento de alguma doença (Tabela 2). Segundo Matteucci et al. (1995), o Cerrado possui muitas espécies úteis para o homem que ainda, não

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 10., 2013. Belo Horizonte 3 foram estudadas sob nenhum aspecto, portanto, devem ser protegidas e, assim, valorizadas. AGRADECIMENTO À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo financiamento das pesquisas e pelas bolsas concedidas. REFERÊNCIAS ALMEIDA, S.P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: Embrapa Cerrados, 1998. 464p. CASTRO, A.A.J.F. et al. How rich is the flora of Brasilian Cerrados? Annals of the Missouri Botanical Garden, Saint Louis, v.86, n.1, p.192-224, 1999. PIO CORRÊA, M.P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: IBDF 6v. 1984. DRUMMOND, G.M. et al. (Org.). Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. 2.ed. Belo Horizonte: Biodiversitas, 2005. 222p. FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Lista vermelha das espécies da fauna e da flora ameaçada de extinção em Minas Gerais. Belo Horizonte 2008. 1 CD- ROM GIULIETTI, A. M. et al. Biodiversidade e conservação das plantas no Brasil. Megadiversidade, Belo Horizonte, v.1, n.1, p.52-61, jul. 2005. KLINK, C. A.; MACHADO, R. B. A conservação do cerrado brasileiro. Megadiversidade, Belo Horizonte, v.1, n.1, p.147-155, jul. 2005. MATTEUCCI, M. B. A. et al. A flora do cerrado e suas formas de aproveitamento. Anais da Escola de Agronomia e Veterinária, v.25, n.1, p.13-30, 1995.

EPAMIG. Resumos expandidos 4 SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. 3.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2012. 768 p. RODRIGUES, V.E.G.; CARVALHO, D.A. Plantas medicinais no domínio dos cerrados. Lavras: UFLA, 2001. 180 p. SILVA JÚNIOR, M.C. da. 100 Árvores do cerrado: sentido restrito. Brasília: Redes de Semente do Cerrado, 2005. 278 p. Tabela 1 - Distribuição das espécies coletadas por família, na área de Cerrado da Fazenda Experimental Santa Rita (FESR), Prudente de Morais, MG Famílias N Famílias N Amaranthaceae 1 Lythraceae 1 Anacardiaceae 1 Malpighiaceae 3 Anonnaceae 1 Malvaceae 1 Apocynaceae 2 Meliaceae 1 Araliaceae 1 Moraceae 1 Arecaceae 1 Myrtaceae 7 Asteraceae 8 Nyctaginaceae 1 Bignoniaceae 3 Orchidaceae 1 Canabaceae 1 Poaceae 1 Capparaceae 1 Primulaceae 1 Celastraceae 1 Proteaceae 1 Clusiaceae 2 Rubiaceae 7 Combretaceae 1 Santalaceae 1 Conaraceae 1 Sapindaceae 1 Cyperaceae 1 Sapotaceae 1 Dillemiaceae 1 Smylacaceae 2 Erythroxylaceae 4 Solanaceae 2 Euphorbiaceae 3 Styracaceae 2 Fabaceae 17 Verbenaceae 1 Haloragaceae 1 Vitaceae 1 Lamiaceae 2 Vochysiaceae 4 NOTA: N - Número de espécies por família

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 10., 2013. Belo Horizonte 5 Tabela 2 - Espécies com utilização medicinal coletadas na área de Cerrado da Fazenda Experimental Santa Rita (FESR), Prudente de Morais, MG (continua) Espécie: Família Indicação Brosimum gaudichaudii Trécul.: Moraceae Byrsonima verbascifolia (L.) DC.: Malpighiaceae Campomanesia adamantium (Cambess.) O.Berg: Myrtaceae Casearia decandra Jacq.: Salicaceae Celtis pubescens (Kunth) Spreng.: Cannabaceae Cochlospermum regium (Mart. ex Schrank) Pilg.: Bixaceae Connarus suberosus Planch.: Connaraceae Cyperus giganteus Vahl.: Cyperaceae Davilla rugosa Poir.: Dilleniaceae Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr.: Fabaceae Eugenia dysenterica DC.: Myrtaceae Erythroxylum campestre A.St.-Hil.: Erythroxylaceae Erythroxylum suberosum A.St.-Hil.: Erythroxylaceae Erythroxylum tortuosum Mart.: Erythroxylaceae Gomphrena officinalis Mart.: Amaranthaceae Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc.: Clusiaceae Kielmeyera variabilis Mart. & Zucc.: Clusiaceae Machaerium acutifolium Vogel: Fabaceae Maprounea brasiliensis A.St.-Hil.: Euphorbiaceae Vitiligo, diurético e no tratamento de hepatite Febrífuga, adstringente, laxante, tosse e bronquite Depurativa, antidiarreica, purificadora, antirreumática e para diminuir o colesterol do sangue Úlceras, febres, antidiarreica, antirreumática, depurativo, tratamento de herpes, picadas de cobra e sífilis. Febrífugo e oftalmia Inflamações intestinais, dores por choque mecânicos e maturativas Tratamento de cardiopatias e problemas intestinais Bronquite e gripe Linfatismo, inchaço, orquites, diuréticos, adstringente, tônica, laxativa e sedativo Tratar pulmões, dermatites e vermífugo Laxante Laxante Fortificante Anti-hemorrágicos e laxante Tônica, febrífuga, irregularidades menstruais e enterites Emoliente Tratamento da esquistossomose Diuréticos e sudoríferos Cicatrizante

EPAMIG. Resumos expandidos 6 Espécie: Família Indicação (conclusão) Mimosa pigra L.: Fabaceae Myriophyllum aquaticum (Vell.) Verdc.: Haloragaceae Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze: Primulaceae Myrsine umbellata Mart: Primulaceae Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker: Asteraceae Plenckia populnea Reissek: Celastraceae Randia armata (Sw.) DC.: Rubiaceae Rudgea viburnoides (Cham.) Benth.: Rubiaceae Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin: Araliaceae Smilax brasiliensis Spreng.: Smilacaceae Smilax campestris Griseb.: Smilacaceae Solanum aculeatissimum Jacq.: Solanaceae Tapirira guianensis Aubl.: Anacardiaceae Tarenaya spinosa (Jacq.) Raf.Capparaceae Vernonanthura phosphorica (Vell.) H.Rob. Asteraceae Vermífuga Adstringente Picadas de cobra, tumores e feridas Picadas de cobra, tumores e feridas Fortificante e sífilis Antidisentérico Tônica e febrífuga Antirreumático, gota, má circulação do sangue cardiotônico, diurética, doenças renais e úlceras Analgésico Antissifilítica, antirreumática, depurativa, contra gota, diurética e sudorífica Antirreumática e depurativa Infecções cutâneas, edemas, tuberculose e furúnculos Tratamento de dermatoses, antissifilítica e depurativa Tônica e digestiva Tratamento de febres, bronquites, pneumonias, gripes e tosses FONTE: Pio Corrêa (1984), Matteucci et al. (1995), Almeida et al. (1998), Rodrigues e Carvalho (2001) e Silva Júnior (2005).