NÚMERO DE CRIANÇAS DIMINUI EM PORTUGAL

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Transcrição:

PROJECÇÕES DE POPULAÇÃO RESIDENTE EM PORTUGAL - (29 de Maio de 2003) NÚMERO DE CRIANÇAS DIMINUI EM PORTUGAL Os resultados das projecções de população residente apontam para o decréscimo da população jovem entre e, consequência sobretudo da recuperação dos níveis de fecundidade esperados, mas que não são suficientes para assegurar a substituição de gerações. A humanidade deve à criança o melhor que tiver para dar (Declaração dos Direitos da Criança, 1924) O Dia da Criança celebrou-se, pela primeira vez, em Outubro de 1953, passando a ser comemorado a 1 de Junho de cada ano, a partir de 1978. No contexto dos direitos da criança, o primeiro passo legal iniciou-se em 1924, quando a Liga das Nações elaborou a 1ª Declaração dos Direitos da Criança. Posteriormente, a Carta das Nações Unidas, em 1945, preparou a Convenção, incentivando as nações a promover e encorajar o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais Para Todos. Esta iniciativa acaba por ser reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948. A 20 de Novembro de 1989, a resolução 44/25 da Assembleia Geral das Nações Unidas adopta a Convenção sobre os Direitos da Criança, onde começa por definir o conceito de criança como todo o ser humano com idade inferior a dezoito anos, excepto nos casos em que a lei que lhe for aplicável, atingir a maioridade mais cedo (artº 1º). A Sessão Especial sobre as Crianças, organizada em 2002 pelas Nações Unidas, adoptou recomendações expressas no Plano de Acção Um Mundo Digno para as Crianças, destacando-se como principais objectivos, a promoção de uma vida saudável, de educação com qualidade, protecção contra todas as formas de abuso, exploração e violência e o combate à SIDA. O relatório de avaliação daquela Sessão Especial, divulgado no corrente ano, apresenta uma síntese sobre as acções desenvolvidas e reforça a importância dos esforços para serem alcançados os objectivos subjacentes à construção do Mundo Digno para as Crianças. O Instituto Nacional de Estatística, atento à importância deste grupo populacional como factor de desenvolvimento e determinante em termos futuros, não quis deixar de se associar a esta comemoração, apresentando um conjunto de indicadores e tendências de evolução ventilados para a população em idade jovem, com base no estudo Projecções de população residente em Portugal, -, em fase de edição. Projecções de População Residente em Portugal - 1/6

Neste trabalho adoptou-se como limiar os 15 anos de idade, critério que se prende com a idade em vigor para entrada no mercado de trabalho em Portugal. Nível de fecundidade inferior ao necessário para substituição das gerações Portugal é actualmente um país de baixa fecundidade, registando valores do Índice Sintético de Fecundidade 1 (ISF) inferiores ao nível necessário para assegurar a substituição das gerações (2,1 crianças por mulher), tendo decrescido de 3,2 em 1960 para 1,4 crianças por mulher em 1995, ano a partir do qual se registou um ligeiro acréscimo, para cerca de 1,5 crianças por mulher em e 2001. A situação descrita é semelhante à maioria dos países da Europa que, de um modo geral, registam níveis de fecundidade bastante reduzidos, sendo o declínio mais ou menos generalizado e contínuo desde o início da década de 60. A baixa de fecundidade foi acompanhada por uma mudança de comportamento face ao calendário da fecundidade, reflectida no aumento da idade média das mulheres ao nascimento do primeiro filho de 23,6 anos de idade em 1975 para 26,8 anos de idade em 2001. Idêntico adiamento ocorreu na idade média ao nascimento de um filho que subiu de 26,6 anos de idade para 28,8 anos de idade, no mesmo período de tempo. A este adiamento não são certamente alheias as mudanças no ciclo de vida dos indivíduos, como sejam a saída de casa dos pais, a entrada na conjugalidade, a formação da sua própria família e, consequentemente, a entrada na parentalidade. A ocorrência destes fenómenos mais tardiamente está, por sua vez, associada a factores de natureza diversa de que se destacam o alargamento da escolaridade obrigatória, a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho ou o ingresso em carreiras profissionais mais exigentes, ou ainda o acesso a habitação própria. A influência destes factores numa conjuntura diferente da actual poderá também explicar o facto de, no período compreendido entre 1960 a 1975 (grosso modo o período que antecede a revolução de 1974), em Portugal, as idades médias ao casamento e ao nascimento de um filho apresentarem uma tendência de diminuição, contrariamente ao que verifica no período mais recente. As alterações do calendário da fecundidade, em associação com o aumento do ISF nos últimos anos, apontam para um retardamento mas não para a sua diminuição, sendo possível esperar no futuro alguma recuperação dos níveis da fecundidade. A evolução prevista em cada um dos cenários da fecundidade tem diferentes e múltiplos efeitos a longo prazo no crescimento e estrutura das populações. Para além do impacto directo no número de crianças nascidas em cada ano terá ainda influência no número de filhos que estas venham a ter no futuro. 1 Número médio de crianças vivas nascidas por mulher em idade fértil (dos 15 aos 49 anos de idade), admitindo que as mulheres estariam submetidas às taxas de fecundidade observadas no momento. Valor resultante da soma das taxas de fecundidade por idades, ano a ano ou grupos quinquenais, entre os 15 e os 49 anos, observadas em determinado período (habitualmente um ano civil). Projecções de População Residente em Portugal - 2/6

Evolução do Índice Sintético de Fecundidade (observado e projectado) 1960-, Portugal 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 Nível de substituição das gerações 1,99 1,71 1,26 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 ISF (valores observados) ISF (cenário central) ISF (cenário inferior) ISF (cenário superior) As consequências das alterações da fecundidade reflectem-se nas taxas de natalidade 2. Desde 1960 estas têm registado um contínuo decréscimo, de 24,1 (crianças por mil habitantes) em 1960 para 11,7 em. Evolução da taxa de natalidade (observada e projectada) 1960-, Portugal 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 10,14 8,34 5,36 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 observada cenário rejuvenescimento cenário base cenário envelhecimento Em termos de futuro, mesmo nos cenários das projecções que contemplam um acréscimo da fecundidade, como seja o cenário de rejuvenescimento, verifica-se que as taxas de natalidade apresentam, numa primeira fase, uma descida de valores como resultado da diminuição de efectivos populacionais femininos em idade fecunda, só recuperando, nos cenários mais favoráveis, a partir do meio do período projectado (oscilando entre os 10,1 no cenário de rejuvenescimento e os 5,4 no cenário de envelhecimento, em ). 2 Número de nados vivos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período, expressa em número de nados vivos por 1000 habitantes. Projecções de População Residente em Portugal - 3/6

Menos jovens no futuro Partindo de um total de 1 641 milhares de jovens com menos de 15 anos de idade (repartidos por 839 rapazes e 801 raparigas) no final do ano, e, de acordo com os resultados das Projecções de População Residente em Portugal - no cenário base (que conjuga um aumento da esperança de vida 3, com fluxos migratórios positivos durante todo o período e com o Índice Sintético de Fecundidade a subir até 1,7 crianças por mulher), poderá esperar-se ainda um aumento deste valor até aos 1 655 milhares em 2004, ano a partir do qual os resultados apontam para uma descida contínua até ao final do período projectado (1 219 milhares em, dos quais 625 rapazes e 593 raparigas). O decréscimo da população jovem 4 entre e é previsível em qualquer dos cenários em análise, sendo particularmente acentuado no cenário de envelhecimento. Contudo, existe a possibilidade de ligeira recuperação, no longo prazo, no cenário de rejuvenescimento. O número de jovens em rondaria os 688 milhares no cenário de envelhecimento, os 1 219 milhares no cenário base e os 1 559 no de rejuvenescimento, valores sempre inferiores aos do Censo 2001 (cerca de 1 657 milhares). Evolução dos efectivos populacionais de jovens com menos de 15 anos de idade - (em milhares), Portugal 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 1641 1559 1219 688 Cenário base Cenário de rejuvenescimento Cenário de envelhecimento A diminuição dos efectivos populacionais jovens verifica-se quer em valores absolutos quer nas percentagens relativas ao total da população para cada ano. No cenário base, a proporção de jovens no total da população apresenta uma primeira tendência de decréscimo, ainda que ligeira, passando de 16,0% em para valores na ordem dos 12,7% em, mantendo uma certa estabilização durante um curto período de tempo para depois apresentar uma tendência de aumento, alcançando os 13,1% no final do período. Esta evolução é consequência do facto da recuperação dos níveis do ISF só se revelar no médio e longo prazo. No cenário de rejuvenescimento 3 Número médio de anos que uma pessoa que atinja a idade exacta x pode esperar ainda viver, mantendo-se as taxas de mortalidade por idades observadas no momento. No caso da esperança de vida à nascença (e 0 ), será o número médio de anos que uma pessoa à nascença pode esperar viver, mantendo-se as taxas de mortalidade por idades observadas no momento. 4 População definida habitualmente em demografia como o número de pessoas com menos de 15 anos de idade. Projecções de População Residente em Portugal - 4/6

(assente num aumento mais acentuado do ISF) a proporção de jovens revela uma recuperação mais significativa, atingindo os 15,5% em. Reduz-se o número de crianças em idade pré-escolar Relativamente ao número de crianças em idade pré-escolar, dos 0 aos 5 anos de idade, que em rondava os 639 milhares (distribuídos por 327 rapazes e 312 raparigas), considerando os resultados do cenário base, poderá ainda esperar-se um aumento até 2004, consequência de um acréscimo de fecundidade observado entre 1995 e, alcançando os 672 milhares, após o que inicia um período de queda dos valores, prevendo-se que possa descer abaixo dos 500 milhares por volta de, atingindo 473 milhares em (dos quais 243 rapazes e 230 raparigas). Entre e, prevê-se uma taxa de variação negativa na ordem dos 26%. No cenário de envelhecimento a redução é ainda mais acentuada, resultado de níveis de fecundidade inferiores e de saldos migratórios nulos. Em oposição, no cenário de rejuvenescimento, apesar de se registar uma descida entre e, esta não é tão acentuada e assiste-se mesmo a uma recuperação a partir de. Evolução dos efectivos populacionais de crianças com menos de 6 anos de idade - (em milhares), Portugal 800 700 600 500 400 300 200 100 0 639 618 473 251 cenário base cenário envelhecimento cenário rejuvenescimento Previsível descida da taxa de mortalidade infantil Um dos factores associados ao aumento da esperança de vida é o declínio das taxas de mortalidade infantil 5, fenómeno que se tem observado também de forma generalizada na Europa. Portugal tem verificado o decréscimo da taxa de mortalidade infantil, diminuindo de 21,8 em 1981 para cerca de metade em 1991 (10,8 ) e para 5,4 em (5,0 em 2001). Nas actuais projecções considerou-se como hipótese provável de evolução deste indicador a sua redução para valores próximos de 2,5 até. Menor número de crianças e maior envelhecimento da população 5 Número de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período, expressa em número de óbitos de crianças com menos de 1 ano por 1000 nados vivos. Projecções de População Residente em Portugal - 5/6

A diminuição de efectivos populacionais jovens tem como consequência um agravamento do envelhecimento da população. Apesar de todos os cenários apresentarem um aumento do Índice de Envelhecimento 6, passando de 102 idosos por cada 100 jovens em para 243 em no cenário base, este é particularmente acentuado no cenário de envelhecimento (resultado da associação de baixos níveis de fecundidade e de saldos migratórios nulos, com uma esperança de vida a aumentar até ), atingindo os 395 idosos por cada 100 jovens em. Esta tendência só se conseguirá atenuar conjugando valores da fecundidade mais elevados com saldos migratórios positivos, como acontece no cenário de rejuvenescimento, onde atinge os 190 idosos por cada 100 jovens em, valor bastante mais reduzido do que o verificado no cenário anterior. No entanto, o aumento continuado da fecundidade até níveis próximos de 2 crianças por mulher, conjugado com o aumento da longevidade e a manutenção de saldos migratórios positivos não será suficiente para reforçar a posição relativa dos jovens na população total, nem evitará a diminuição da população no horizonte de 50 anos. Pirâmides etárias, Portugal, 100 + 95 HOMENS MULHERES 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 cenário base cenário de envelhecimento cenário de rejuvenescimento (em percentagem do total da população) 6 Relação entre a população idosa e a população jovem, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos, expressa por 100 pessoas dos 0 aos 14 anos. Nota: Por questão de arredondamentos a soma das parcelas pode não corresponder ao total. Projecções de População Residente em Portugal - 6/6