LÍNGUA PORTUGUESA Professora Rosane Reis MÓDULO 15 Palavras QUE e SE
AS PALAVRAS QUE E SE É acentuado e substituível por alguma coisa, qualquer coisa etc.; vem precedido de artigo ou numeral. Este professor tem um quê de filósofo. Sublinhei três quês na frase. Ele tem um quê de elegância.
É facilmente substituível por o qual e variações; refere-se a um termo antecedente e encabeça uma oração subordinada adjetiva. Os jogadores que (= os quais) foram convocados já se apresentaram ao técnico. Pedro comprou o (aquilo) que (= o qual) quis no shopping. Esse é o caminho por que (pelo qual) passamos. Visitei a cidade em que (=na qual) nasceste.
Ocorre nas perguntas diretas ou indiretas; pode ser substituído por qual, que coisa etc. De que você precisa? Quero saber que dia você nasceu.
Aparece nas perguntas diretas ou indiretas, ou nas exclamações, referindo-se a um substantivo. A que dias você se refere? (= quais dias) Que livro você leu nessas férias? (=qual livro) Que idéia maluca!
Aparece em frases exclamativas, determinando um substantivo. Que brilho vejo em seu olhar! (= quanto) Que beleza! (=quanta)
Modifica o adjetivo ou o próprio advérbio. Que maravilhoso é ouvir a orquestra sinfônica tocar! (=muito, quão) Que longe vocês moram! (= tão, muito). Que belo dia para um piquenique!
Substituível por de; normalmente aparece nas locuções verbais com o verbo ter. Temos que estudar muito para os exames. (= Temos de) Primeiro que (=de) tudo direi o problema.
É acentuada e exprime espanto. Quê! Vocês ainda acreditam nesses planos econômicos do Governo?
Desempenha papel de conectivo coordenativo ou subordinativo: Coordenativa explicativa: Estuda, que terás êxito nos exames. Coordenativa aditiva: Marina dança que dança. (=e) Coordenativa adversativa: Acuse-os, que não a mim! (=mas) Coordenativa alternativa: Que ele venha, que não venha, partiremos hoje. Subordinativa temporal: Agora que íamos sair, chove. (=quando)
Subordinativa final: Ela fez um sinal que ficássemos calados. (=para que) Subordinativa consecutiva: É tão delicada que a todos encanta. / Tamanha era certeza, que apostou tudo. Subordinativa concessiva: Longe que fosse a casa dela, iria até lá. (=embora) Subordinativa comparativa: Sou mais alto que meu irmão. Subordinativa integrante: Só lhes peço que sejam mais atenciosos. (A segunda oração, que é substantiva, pode ser substituída pelo demonstrativo isso.) Subordinativa causal: Irei à praia mais tarde que parou de chover. (=porque)
Pode ser retirada sem qualquer prejuízo; aparece, também, na locução expletiva é que. Que que vocês desejam? Quase que caio. Nunca que eu diria isso! É nas coisas simples que podemos encontrar a paz. convite. Os homens é que estão destruindo o planeta. Ele é que é um gênio. Naturalmente que aceitei o convite.
ESTUDO DA PALAVRA SE É facilmente substituível por a si mesmo; indica que a ação parte do sujeito e retorna a ele próprio. A bela menina olha-se demoradamente no espelho. A criança se machucou.
Depende da transitividade do verbo da oração. 1. Sujeito de infinitivo: com verbo sensitivo ou causativo. Maria deixou-se ficar à janela por algum tempo. Em sonho, ela viu-se entrar no paraíso. 2. Objeto direto e objeto indireto: complemento de verbo transitivo direto, transitivo indireto ou transitivo direto e indireto: O menino cortou-se (OD). Ela se (OI= a si) dá muito valor. Mauro sempre se (OI=a si) pergunta isso.
Modalidade do pronome reflexivo, é substituível por um ao outro ou uns aos outros. Nestes casos, o sujeito é sempre plural. Os amigos se cumprimentaram. Os convidados se abraçaram.
Subordinativa integrante: Não sei se todos estão preparados. (A segunda oração pode ser substituída pelo demonstrativo isso e funciona sempre como SUBORDINADA SUBSTANTIVA.) Subordinativa condicional: Se ficares famoso, perderás tua liberdade. Passarás, se estudares. (= caso)
Sempre acompanha verbo de lligação, transitivo indireto ou intransitivo, que fica sempre na terceira pessoa do singular. É-se feliz em paz com Deus. Assistiu-se aos espetáculos. Aqui se vive muito bem.
A oração de voz passiva sintética pode ser transformada na correspondente passiva analítica. Nestes casos, o verbo é sempre transitivo direto e concorda em número com o sujeito. Viu-se o cometa. (= O cometa foi visto.) Constataram-se as ocorrências. (= As ocorrências foram constatadas.) Devem-se refazer as contas. (= As contas devem ser refeitas.)
Pronome, sem qualquer função sintática, vem junto de verbos pronominais (aqueles que se empregam sempre ou eventualmente com o pronome: abster-se, apaixonar-se, arrepender-se, indignar-se, queixar-se, regozijar-se, suicidar-se, queixar-se, suicidar-se, zangar-se etc.). Absteve-se de fazer qualquer declaração. Indignou-se com os maledicentes. Suicidou-se em plena madrugada. Queixou-se de dor.
Pronome enfático, que não exerce qualquer função sintática e se junta a verbos intransitivos (ir-se, partir-se, morrer-se etc.). A amiga partiu-se chorando. Ela se foi há pouco. Passaram-se anos e ele não veio.