Análise Técnico-econômica

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Transcrição:

Análise Técnico-econômica Plano Safra 2017-2020 Gilson Martins 1 ; Maiko Zanella 2 ; Flavio Enir Turra 3 ; Medidas anunciadas para o Plano Safra 2017/2020 Agricultura Familiar 1. Resumo Curitiba, 31 de maio de 2017 No dia 31 de maio de 2017 foram anunciadas as medidas para suporte à agricultura familiar no Brasil, que passam a valer a partir da data de 1º de julho. O governo prevê a aplicação de um montante de recursos de R$ 30 bilhões para a safra 2017/2018, mesmo do ciclo produtivo anterior. Também foram mantidas as taxas de juros entre 2,5%a.a. e 5,5%a.a.. Uma das novidades é o início das atividades da Anater, agência nacional de assistência técnica e extensão rural. Este artigo retrata as medidas anunciadas e faz uma análise da resolução nº 4.575, publicada no dia 31 de maio de 2017 que contempla as principais medidas do plano safra da agricultura familiar. 2. Medidas Anunciadas 2.1 Taxa de Juros As taxas de juros anunciadas variam de 2,5% a 5,5% ao ano, as mesmas do plano da safra anterior. As taxas mais baixas, de 2,5% a.a. serão destinadas para: Cultivo dos produtos que compõem a cesta básica, como arroz, feijão, mandioca, leite, alho, tomate, cebola, banana, açaí, laranja, olerícolas, entre outras; 1 Analista Técnico e Econômico da GETEC/Ocepar, gilson.martins@sistemaocepar.coop.br 2 Analista Técnico e Econômico da GETEC/Ocepar, maiko.zanella@sistemaocepar.coop.br 3 Gerente Técnico e Econômico da GETEC/Ocepar, flavio.turra@sistemaocepar.coop.br 1

Sistemas de produção de base agroecológica e orgânica; Investimentos em produção de energia renovável, irrigação, armazenagem e práticas sustentáveis de manejo do solo e da água. 2.2 Limites para cooperativas A partir de 1º de julho de 2017, passam a valer os limites de 40 mil por cooperado e até 40 milhões por cooperativas para o programa Pronaf Cotas-Partes, conforme a resolução nº 4.575, de 31/5/2017 do Banco Central (anexo). O crédito poderá ser concedido em uma ou mais operações, desde que o somatório dos valores contratadas pelo mesmo mutuário não ultrapasse os limites. No plano safra 2016/17, os limites eram de 20 mil reais por beneficiário e até 20 milhões de reais por cooperativa e o mutuário poderia somente obter um segundo crédito após a liquidação do primeiro. 2.3. Seguro da Agricultura Familiar (SEAF) O seguro agrícola prevê a garantia de renda de até 80% da receita bruta esperada da lavoura. A cobertura será de até 40 mil reais para lavouras permanentes e olerícolas, e de 22 mil reais para as demais culturas. De acordo com a divulgação do MDA, a ideia atingir um montante segurado de R$ 10 bilhões. 2.4. Regulamentação da Lei da Agricultura Familiar (11.326/2006) Através de Decreto, o Governo irá definir o público beneficiário da política nacional da agricultura familiar e empreendimentos familiares rurais. Uma das medidas, será a instituição do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar, para identificação e controle dos agricultores às políticas públicas. 2

2.5. Agroecologia e Agricultura Orgânica Foi lançado o portal de Agroecologia do governo Federal, com informações a respeito de cultivos orgânicos no Brasil. O objetivo é o de divulgar a agenda nacional do Plano de Agroecologia e Produção orgânica. O cultivo agroecológico será beneficiado através de chamadas públicas para o acesso à Assistência Extensão Rural. Os agricultores organizados em cooperativas receberão apoio para participação em eventos nacionais e internacionais. 2.6. Comercialização O Plano vai destinar R$ 4,5 bilhões de reais para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e compras públicas. O programa também contará com monitoramento em tempo real das demandas públicas do PNAE e mercados institucionais. 2.7. Assistência Técnica A ANATER (Agência Nacional de Assistência Extensão Rural) deverá dar início as suas atividades para fornecer assistência técnica ao produtor rural em todas as etapas da produção e atuar de forma integrada com a Embrapa na difusão de tecnologias. O conselho de administração é composto por cinco representantes do Governo Federal e mais quatro entidades de produtores rurais (OCB, CONTAG, CNA e FENTRAF). 3

3. Análise das Mudanças ocorridas no MCR (Resolução 4575/2017) 3.1 Financiamento de máquinas e equipamentos e implementos (MCR:10.1) Aumento do limite de crédito de R$ 5.000 para R$ 10.000 para itens que não constem na relação SAF/MDA ou CFI do BNDES. Para os itens constantes nessas relações continua valendo os limites indicado pelo MDA e BNDES MCR:10.1.38-a-I. Uma novidade no MCR 10.1.38 é a adição do item c, no inciso II, para permitir a aquisição de itens novos importados: desde que não haja fabricação no Brasil de itens com a mesma função atestada no plano, projeto ou orçamento. 3.2 Beneficiários do Pronaf (MCR:10.2) Uma pequena inversão na redação do MCR:10.2.2-II melhorou o entendimento para enquadramento no Pronaf. A redação antiga gerava a interpretação de que o beneficiário era somente aquele aquicultor que fazia a exploração em tanque-rede. Ou seja, a restrição quando a exploração se efetivar em tanque-rede valia para o aquicultor com até 2 hectares e para a área de 500 m 3. A nova redação deixou mais claro que a restrição de 500 m 3 vale somente para os piscicultores que produzem exploração de tanque rede (ex. rios correntes) enquanto que aqueles que produzem em outros sistemas produtivos (tanques artificiais, por exemplo) a restrição que vale é de 2 hectares. Novo:...2 (dois) hectares de lâmina d'água ou, quando a exploração se efetivar em tanque-rede, ocupem até 500m³ (quinhentos metros cúbicos) de água. Antigo:...2 (dois) hectares de lâmina d'água ou ocupem até 500 m³ (quinhentos metros cúbicos) de água, quando a exploração se efetivar em tanque-rede; 4

3.3 Finalidades dos Créditos (MCR 10.3 A nova redação adicionou o termo industrialização na finalidade dos créditos do Pronaf. Dessa forma, a lei reforçou o entendimento de que os créditos Pronaf são destinados também à industrialização, como já previsto no MCR 10.3.1. Novo: Os créditos podem ser destinados para custeio, investimento, industrialização ou integralização de cotas-partes pelos beneficiários nas cooperativas de produção agropecuária Antigo: Os créditos podem ser destinados para custeio, investimento ou integralização de cotas-partes pelos beneficiários nas cooperativas de produção agropecuária. A redação do item 2 do MCR 10.3.2 foi simplificada tirando-se o termo de beneficiamento ou de industrialização da produção própria ou de terceiros enquadrados no Pronaf. Novo: 2 - Os créditos de custeio se destinam a financiar atividades agropecuárias e não agropecuárias de acordo com projetos específicos ou propostas de financiamento. Antigo: 2 - Os créditos de custeio se destinam a financiar atividades agropecuárias e não agropecuárias, de beneficiamento ou de industrialização da produção própria ou de terceiros enquadrados no Pronaf, de acordo com projetos específicos ou propostas de financiamento. Essa mudança vai tornar mais amplo o entendimento sobre a do crédito de custeio. A retirada desse termo foi também compensada com a inclusão do termo industrialização acima, no MCR 10.3.1 e com a inclusão do item 6, que cria especificamente o crédito de industrialização como uma nova categoria dentro das finalidades do crédito do Pronaf: 5

Novo: 6 - Os créditos de industrialização se destinam a financiar atividades agropecuárias, da produção própria ou de terceiros enquadrados no Pronaf, de acordo com projetos específicos ou propostas de financiamento. (NR) 3.4 Crédito de Custeio (MCR 10.4) A nova redação excluiu a restrição de R$ 20 mil para o limite de crédito por beneficiário na compra de animais destinados à recria e engorda, ou seja, para esse item de aquisição passa a valer o limite geral do MCR 10.4.2, de R$ R$ 250 mil. Esse item foi substituído por outro que cria novas exigências para a garantir que as condições de manejo no projeto pecuário. Novo: f) o projeto ou proposta de financiamento para aquisição de animais deve comprovar que os demais fatores necessários ao bom desempenho da exploração são suficientes, especialmente, alimentação e fornecimento de água, instalações, mão de obra e equipamentos. Antigo: f) o financiamento para aquisição de animais destinados a recria e engorda deve observar o limite de crédito por beneficiário a cada ano agrícola, em todo SNCR, de até R$20.000,00 (vinte mil reais). (Res 4.513 art 2º) Ainda, no crédito de custeio foi alterado o item 9 do MCR 10.4. As resoluções anteriores estabeleciam condições específicas para a contratação com previsão de renovação simplificada. A nova redação dada pela resolução 4.575/2017 simplificou a redação, de modo que passam a valer as condições gerais estabelecidas na seção 4 do MCR 10 (Crédito de Custeio do Pronaf): Novo: 9 - Admite-se a contratação de financiamento de custeio com previsão de renovação simplificada, observado o disposto nesta Seção. 6

Antigo: 9 - Admite-se a contratação de financiamento de custeio com previsão de renovação simplificada, observado o disposto nesta Seção e as seguintes condições específicas: (Res 4.107; Res 4.159 art 2º; Circ 3.620) a) prazo: até 12 (doze) meses, conforme o ciclo do empreendimento, com renovação automática a partir do dia seguinte ao do pagamento do crédito referente à safra anterior; (Res 4.159 art 2º) b) desembolso: de acordo com o ciclo produtivo da atividade; (Res 4.107) c) a partir de 2/1/2013, a cada renovação, a instituição financeira fica obrigada a exigir do mutuário, no mínimo, orçamento simplificado contendo a atividade para o novo ciclo, o valor financiado e o cronograma de desembolso, ou a concordância da manutenção da atividade e do orçamento original, efetuando em ambos os casos o devido registro no Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor); (Res 4.107; Circ 3.620) d) as operações efetuadas em safras anteriores com previsão de renovação automática podem ser mantidas nas condições originais até final do contrato, ou três safras contadas a partir da safra 2012/2013, o que for menor; (Res 4.107) e) a renovação, com liberação exclusivamente da parcela de insumos prevista no orçamento para a safra subsequente, pode ocorrer até 180 (cento e oitenta) dias antes da liquidação da operação anterior. (Res 4.107) 3.5 Créditos de investimento Mudança ocorrida na alínea c do MCR 10.5.5 excluiu as referências aos incisos I e II da alínea c, que remetem aos seguintes adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais, incluindo a correção da acidez e da fertilidade do solo e a aquisição, transporte e aplicação dos insumos para essas finalidades e à formação e recuperação de pastagens, capineiras e demais espécies forrageiras, produção e conservação de forragem, silagem e feno destinados à alimentação animal; Com essa exclusão passa a valer o prazo de 10 anos, conforme estabelece o MCR 10.5.5-e- III. Pode-se interpretar essas alterações como uma medida para prestigiar mais as boas práticas de manejo na agricultura familiar, conforme anúncio do plano safra. Dessa forma, a restrição de 5 anos de prazo passa a valer somente para a aquisição de caminhonetes de carga. Novo: II - até 5 (cinco) anos para a aquisição de caminhonetes de carga Antigo: II - até 5 (cinco) anos, com até 1 (um) ano de carência, para os itens I e II, da alínea c e para a aquisição de caminhonetes de carga; 7

3.6 Crédito de Industrialização Passa a valer a denominação Crédito de industrialização para Agroindústria Familiar (Pronaf Industrialização de Agroindústria Familiar), e não mais Crédito de Custeio para Agroindústria Familiar (Pronaf Custeio de Agroindústria Familiar) na seção 11 do MCR. Da mesma forma, o termo custeio foi excluído nas finalidades previstas para o crédito de industrialização. Essa alteração parece tratar de uma simplificação, já que o beneficiamento, por exemplo, já se trataria de um custeio, e não deve alterar as finalidades efetivas do programa. Novo: b) finalidades: beneficiamento e industrialização da produção... Antigo: b) finalidades: custeio do beneficiamento e industrialização da produção... 3.7 Pronaf Cotas-Partes As alterações do MCR 10.12.1 vão permitir um crédito maior por mutuário e por cooperativa, que passam respectivamente de R$ 20.000 para R$ 40.000 e de R$ 20 milhões para R$ 40 milhões (MCR 10.12.1-c): Novo:...I - individual: até R$40.000,00 (quarenta mil reais) por beneficiário; / II - por cooperativa: até R$40.000.000,00 (quarenta milhões de reais), respeitado o limite individual por associado participante do projeto financiado, de que trata o inciso I desta alínea; Outra medida importante adotada foi a desobrigação de quitação de créditos anteriores para a aquisição de um novo crédito, desde que os limites estabelecidos no MCR 10.12.1 não sejam excedidos. 8

Novo: d) o crédito pode ser concedido em uma ou mais operações, observado que o somatório dos valores das operações de crédito contratadas pelo mesmo mutuário não pode ultrapassar os limites de que trata a alínea "c"; (NR) Antigo: d) o mutuário poderá obter o segundo crédito desde que o primeiro já tenha sido liquidado; 3.8 Microcrédito produtivo rural (MCR 10.13) Os limites do microcrédito produtivo rural foram alterados foram alterados de R$ 4.000 para R$ 5.000 por beneficiário e de R$ 12.000 para R$15.000 por família de agricultores, quando utilizada a metodologia do PNMPO. Novo: c) limite por beneficiário: R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), independente do número de operações, podendo esse limite ser elevado para até R$5.000,00 (cinco mil reais) quando se aplicar a metodologia do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), observado que: I - o somatório dos financiamentos concedidos a famílias de agricultores desse grupo, com direito a bônus de adimplência, não excederá R$7.500,00 (sete mil e quinhentos reais) ou R$15.000,00 (quinze mil reais) quando aplicada a metodologia do PNMPO; 3.9 Crédito para Investimento em Energia Renovável e Sustentabilidade Ambiental A nova resolução estabeleceu o prazo de reembolso 12 anos, com 8 anos de carência para o financiamento da silvicultura. Caso necessário e comprovado por projeto técnico, o prazo poderá se estender para até 16 anos. Para todas as outras atividades enquadráveis no programa passa a valer o prazo de 10 anos, com até 5 anos de carência Novo: e) prazo de reembolso: I - para a finalidade prevista no inciso VII da alínea b": até 12 (doze) anos, incluídos até 8 (oito) anos de carência, podendo o prazo da operação ser elevado, no caso de financiamentos com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO), para até 16 9

(dezesseis) anos, quando a atividade assistida requerer e o projeto técnico ou a proposta comprovar a sua necessidade, de acordo com o retorno financeiro da atividade assistida; / II - para as demais finalidades: até 10 (dez) anos, incluídos até 5 (cinco) anos de carência; 9. Referências BRASIL. Resolução Nº 4.575, de 31 de maio de 2017. Ajusta normas a serem aplicadas às operações contratadas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) de que trata o Capítulo 10 do Manual de Crédito Rural (MCR), a partir de 1º de julho de 2017. Brasilia, 2017. 10