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Administração Regional de Saúde do Norte, IP Departamento de Saúde Pública PLANO DE CONTINGÊNCIA REGIONAL ONDAS DE CALOR NORTE RELATÓRIO FINAL 2008

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AGRADECIMENTOS Agradece-se a todos os interveniente que deram o seu contributo para o presente relatório, nomeadamente aos Adjuntos da Delegada Regional, bem como aos Grupos de Trabalho Distritais GTD que, conjuntamente com os serviços de saúde regionais e locais, colaboraram activamente na implementação do Plano de Contingência Regional PCR para Ondas de Calor.

ÍNDICE pág. 1. INTRODUÇÃO 1 2. GRUPOS DE TRABALHO 2 3. SISTEMA DE PREVISÃO E ALERTA 4 3.1 PLANO DE MONITORIZAÇÃO DIÁRIO DOS ALERTAS 4 3.2 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE ALERTA EMITIDOS DURANTE O PERÍODO DE VIGÊNCIA DO PCR 5 4. INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO DOS ALERTAS DIÁRIOS 7 5. MONITORIZAÇÃO DO PLANO DE CONTINGÊNCIA REGIONAL 9 5.1 PLANOS DE CONTINGÊNCIA CONCELHIOS DA REGIÃO NORTE PCC 9 5.1.1 PLANOS DE CONTINGÊNCIA CONCELHIOS DO DISTRITO DE BRAGA 9 5.1.2 PLANOS DE CONTINGÊNCIA CONCELHIOS DO DISTRITO DE BRAGANÇA 10 5.1.3 PLANOS DE CONTINGÊNCIA CONCELHIOS DO DISTRITO DO PORTO 11 5.1.4 PLANOS DE CONTINGÊNCIA CONCELHIOS DO DISTRITO DE VIANA DO CASTELO 11 5.1.5 PLANOS DE CONTINGÊNCIA CONCELHIOS DO DISTRITO DE VILA REAL 12 5.2 TAXAS DE EXECUÇÃO DOS PLANOS DE CONTINGÊNCIA NA REGIÃO NORTE 13 6. MONITORIZAÇÃO DA PROCURA DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA 15 6.1 MATERIAL E MÉTODOS 15 6.2 RESULTADOS 15 7. MONITORIZAÇÃO DAS OCORRÊNCIAS DE CASOS RELACIONADOS COM O CALOR 20 8. MEDIDAS DE IMPLEMENTAÇÃO REGIONAL DO PLANO DE CONTINGÊNCIA DAS ONDAS 21 DE CALOR 8.1 - INVESTIGAÇÃO 21 8.1.1 AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS CONFORTO TÉRMICO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE 21 PÚBLICOS 8.1.2 AVALIAÇÃO DO RISCO DA PRESENÇA DE LEGIONELLA EM SISTEMAS DE 21 CLIMATIZAÇÃO DE UNIDADES HOSPITALARES 8.2 FORMAÇÃO DOS GRUPOS DE TRABALHO DISTRITAIS 21 8.2.1 VERIFICAÇÃO DOS PARÂMETROS AMBIENTAIS DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES 21 EXISTENTES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE PÚBLICOS 8.2.2 MANUSEAMENTO DO EQUIPAMENTO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL 22 8.3 ACTIVIDADES REALIZADAS 22 8.3.1- IDENTIFICAÇÃO DO TIPO CLIMATIZAÇÃO DOS HOSPITAIS DA REGIÃO NORTE 22 8.3.2- FORMAÇÃO DOS GRUPOS DE TRABALHO DISTRITAIS 22 8.3.3- ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE PORTO 23 8.3.4- ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE VIANA DO CASTELO 24 8.3.5- ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE VILA REAL 24 8.3.6- ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE BRAGANÇA 25 8.3.7- ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE BRAGA 25 9. DIFICULDADES/SUGESTÕES 26 10. CONCLUSÕES 27 11. RECOMENDAÇÕES 29 ANEXOS 30 ARS NORTE Departamento de Saúde Pública iv

ABREVIATURAS ADRS Adjunto do Delegado Regional de Saúde ANPC Autoridade Nacional de Protecção Civil ARS-NORTE Administração Regional de Saúde do Norte CS Centro de Saúde DGS Direcção Geral de Saúde DSC Delegado de Saúde Concelhio DSP Departamento Saúde Pública EMA s Estações Meteorológicas Automáticas GCR Grupo Coordenador Regional GTC Grupo de Trabalho Concelhio GTR Grupo de Trabalho Regional GOS Grupo Operacional de Saúde IM Instituto de Meteorologia INEM Instituto Nacional de Emprego INSA/ONSA Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge / Observatório Nacional de Saúde MRAD Mapa Regional de Alerta Diário MTSS Ministério do Trabalho e da Segurança Social NET Nível Efectivo de Temperatura OC Onda de Calor PCC Plano de Contingência Concelhio PCOC Plano de Contingência para Ondas de Calor PCR Plano de Contingência Regional PEC Plano Específico de Contingência para Ondas de Calor PMDA Plano de Monitorização Diário de Alerta PM10 Partículas Móveis em Suspensão com Diâmetro Superior a 10 µm SAP Serviço de Atendimento Permanente SINUS Sistema de Informação Nacional SONHO Sistema Integrado de Informação Hospitalar SU Serviços de Urgência US Unidade de Saúde ARS NORTE Departamento de Saúde Pública v

RESUMO No presente ano, a implementação e execução do Plano de Contingência Regional PCR, ficou atribuída às Administrações Regionais de Saúde, neste caso da ARS Norte, tendo sido considerado o ano de 2007 como a referência relativamente ao levantamento da situação existente, bem como as dificuldades verificadas e sentidas na região Norte na implementação do referido plano. Em termos organizacionais, continuaram os Grupos de Trabalho Distritais criados em 2007, com funções de apoio na implementação do PCR para cada um dos 5 distritos da região Norte. Durante o período de vigência do PCR (15 Maio 30 de Setembro), foi desenvolvido o programa de monitorização diário sobre a responsabilidade do Grupo de Trabalho Regional que envolveu várias tarefas. Durante o período de vigência, apenas foi decretado 1 nível de alerta amarelo com a duração de 2 dias para o distrito de Bragança e 1 nível de alerta amarelo de 3 dias de duração para o distrito de Braga. A comunicação dos níveis de alerta diários foi executada atendendo aos fluxogramas de informação apresentados no PCR. Durante o período de vigilância foram reportados dois casos associados ao calor. Relativamente à execução dos Planos de Contingência Concelhios, verificou-se um aumento na taxa de execução dos mesmos (87%) Verificou-se não existir relação entre a temperatura máxima e a procura diária dos serviços de urgência, a nível hospitalar e também nos centros de saúde. Verificou-se uma fraca associação entre a variação no número de atendimentos nos Serviços de Atendimento Permanente e Serviços de Urgência e a emissão dos alertas amarelos.

1. INTRODUÇÃO O presente relatório tem como objectivo avaliar a implementação do Plano de Contingência para Ondas de Calor (PCOC) em 2008, no que se refere à coordenação e organização dos serviços de saúde, definição dos níveis de alerta, medidas tomadas, procura dos serviços de saúde e ocorrências associadas com o calor. Em 2008 e de acordo com o Plano de Contingência para as Ondas de Calor PCOC 2008 divulgado pelo Ministério da Saúde Direcção Geral da Saúde, procedeu-se a nível regional à actualização do Plano de Contingência Regional (PCR) com o objectivo de orientar os serviços de saúde públicos da região Norte, relativamente às medias a implementar face à probabilidade da existência de ondas de calor e a minimização dos efeitos negativos do calor extremo sobre a saúde da população, sobretudo dos grupos vulneráveis. A divulgação de informação sobre os níveis de alerta diários e as recomendações à população para minimização dos efeitos do calor na saúde foram a principal prioridade do Grupo de Trabalho Regional (GTR). Esta tarefa, só foi possível recorrendo à indispensável colaboração das Autoridades de Saúde, nos diferentes níveis de intervenção, como colaboradores indispensáveis na execução deste programa. A comunicação dos alertas diários entre as diferentes entidades tanto internas como externas que possuem responsabilidades nesta matéria, foi implementada de acordo com o definido no PCR atendendo ao fluxograma de informação definido. Assim, procedeu-se a uma estreita articulação tanto com as entidades de saúde, como com outras entidades externas nomeadamente, com Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, Cruz Vermelha Portuguesa, etc. A comunicação entre os grupos de trabalho e as entidades colaboradoras foi possível através do recurso à Internet e envio de mensagens escritas (SMS), quando necessário. Através do microsite dos Delegados Regionais de Saúde disponível no site da DGS, foi disponibilizada diversa informação destinada à população em geral. Através das Autoridades de Saúde dos 5 distritos da região Norte, foram distribuídos folhetos e cartazes com as recomendações da DGS. O presente relatório, pretende avaliar a situação actual de referência atendendo às dificuldades e lacunas que poderão ainda existir relativamente à implementação e operacionalização dos Planos de Contingência para as Ondas de Calor. 1

2. GRUPOS DE TRABALHO Em 2008 procedeu-se à actualização do Plano de Contingência Regional (PCR) de acordo com as orientações divulgadas pela Direcção Geral da Saúde para as Ondas de Calor. A semelhança do ano anterior o Grupo Coordenador Regional (GCR) foi constituído pelo Presidente da Administração Regional de Saúde do Norte e pela Delegada Regional de Saúde do Norte, com funções de coordenação, supervisionamento e avaliação do PCR 2008 durante o seu período de vigência. Durante o passado período de vigilância mantiveram-se, com as mesmas funções, os grupos de trabalho constituídos no ano anterior (Figura 1): 1. Regional 1 Grupo de Trabalho Regional (GTR); 2. Distrital 5 Grupos de Trabalho Distrital (GTD): Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real; 3. Concelhio Grupos de Trabalho Concelhio (GTC). FIGURA 1 RELAÇÃO DOS GRUPOS DE TRABALHO PARA AS ONDAS DE CALOR A NÍVEL REGIONAL Para uma informação mais pormenorizada remetemos para o relatório final enviado no ano anterior. 2

Entidades com responsabilidades na execução de Planos de Contingência para as Ondas de Calor na Região Norte: 1. DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE Plano de Contingência para as Ondas de Calor PCOC 2. ARS-NORTE Plano de Contingência Regional para as Ondas de Calor PCR 3. AUTORIDADES CONCELHIAS DE SAÚDE Plano de Contingência Concelhios para as Ondas de Calor PCC 4. HOSPITAIS Planos Específicos de Contingência para as Ondas de Calor PEC 5. CENTROS DE SAÚDE Planos Específicos de Contingência para as Ondas de Calor PEC 3

3. SISTEMA DE PREVISÃO E ALERTA 3.1 PLANO DE MONITORIZAÇÃO DIÁRIO DOS ALERTAS O plano de monitorização diário dos alertas contemplou a execução de várias tarefas que foram executadas pelo GTR durante o período de vigência. TAREFA 1 Recolha e registo horário dos dados do Instituto de Meteorologia relativamente aos parâmetros nas 20 Estações Meteorológicas Automáticas (EMA s) localizadas nas regiões descritas na tabela 1: Parâmetros Recolhidos Temperatura; Humidade relativa; Velocidade do vento; REGISTOS HORÁRIOS (11 16H) DOS PARÂMETROS 20 EMA S TABELA 1 RELAÇÃO DO NÚMERO DE EMA`S EXISTENTES POR REGIÃO TAREFA 2 Confirmação dos dados do Formulário disponibilizado diariamente pela Direcção- Geral da Saúde: PÁGINA WEB: www.dgs.pt Verificação das Temperaturas Máximas N-1 N-2 N-3 + N +1 3 Dias consecutivos (observados) 2 dias (previstos) TAREFA 3 Consulta do Boletim ONSA: Consulta do Índice de Ícaro previsto para: Região Litoral Norte Região Interior Norte TODA A POPULAÇÃO + POPULAÇÃO 75+ 4

TAREFA 4 Consulta dos índices Ultra-violeta e Índice de Risco de Incêndio previstos diariamente no IM; TAREFA 5 Consulta dos níveis previstos para a região Norte do índice de qualidade do ar do Instituto do Ambiente para os poluentes Ozono e PM 10 ; TAREFA 6 Verificação e Definição dos Níveis de Alerta; Os critérios de verificação e definição dos níveis de alerta e Pré-Alerta foram apresentados no PCR 2008. PCR 3.2 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE ALERTA EMITIDOS DURANTE O PERÍODO DE VIGÊNCIA DO BRAGA NÍVEIS DE ALERTA Durante o período de vigência do Plano de Contingência Regional para as Ondas de Calor 2008, foram registados no distrito de Braga os seguintes níveis de alerta e pré-alerta: NÍVEIS DE ALERTA 131 Níveis de Alertas verdes 3 Níveis de Alertas amarelos 0 Níveis de Alertas vermelhos NÍVEIS DE PRÉ-ALETA 0 BRAGANÇA NÍVEIS DE ALERTA Durante o período de vigência do Plano de Contingência Regional para as Ondas de Calor 2008, foram registados no distrito de Bragança os seguintes níveis de alerta e pré-alerta: NÍVEIS DE ALERTA 132 Níveis de Alertas Verdes 2 Níveis de Alertas amarelos 0 Níveis de alertas vermelhos NÍVEIS DE PRÉ-ALERTA 0 5

PORTO NÍVEIS DE ALERTA Durante o período de vigência do Plano de Contingência Regional para as Ondas de Calor 2008, foram registados no distrito de Braga os seguintes níveis de alerta e pré-alerta: NÍVEIS DE ALERTA 134 Níveis de Alertas Verdes O Níveis de Alertas amarelos 0 Níveis de alertas vermelhos NÍVEIS DE PRÉ-ALERTA 0 VIANA DO CASTELO NÍVEIS DE ALERTA Durante o período de vigência do Plano de Contingência Regional para as Ondas de Calor 2008, foram registados no distrito de Braga os seguintes níveis de alerta e pré-alerta: NÍVEIS DE ALERTA 134 Níveis de Alertas Verdes 0 Níveis de Alertas amarelos 0 Níveis de alertas vermelhos NÍVEIS DE PRÉ-ALERTA 0 VILA REAL NÍVEIS DE ALERTA Durante o período de vigência do Plano de Contingência Regional para as Ondas de Calor 2008, foram registados no distrito de Braga os seguintes níveis de alerta e pré-alerta: NÍVEIS DE ALERTA 134 Níveis de Alertas Verdes 0 Níveis de Alertas amarelos 0 Níveis de alertas vermelhos NÍVEIS DE PRÉ-ALERTA 0 Os níveis de alerta definidos para os distritos da região Norte foram comunicados à DGS. 6

4. INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO DOS ALERTAS DIÁRIOS A comunicação diária dos alertas durante a semana às diferentes entidades intervenientes, bem como os alertas previstos para a fim de semana, foram realizados atendendo ao fluxograma de informação apresentado no PCR 2008. FIGURA 2 FLUXOGRAMA DE INFORMAÇÃO REALIZADO DURANTE A SEMANA 7

FIGURA 3 FLUXOGRAMA DE INFORMAÇÃO REALIZADO DURANTE OS FINS-DE-SEMANA E FERIADOS 8

5. MONITORIZAÇÃO DO PLANO DE CONTINGÊNCIA REGIONAL 5.1 Planos de Contingência Concelhios da região Norte PCC 5.1.1 Planos de Contingência Concelhios do Distrito de Braga Elaboração dos PCC Dos 14 concelhos que fazem parte do distrito de Braga 13 (93%) elaboraram os PCC. Um não elaborou PCC, e um outro não respondeu mas tinha elaborado o PCC em 2007. Identificação dos Grupos Vulneráveis Doce PCC (92%) identificaram e quantificaram os grupos etários vulneráveis das crianças e dos idosos inscritos no Centro de Saúde; 10 (77%) identificaram e quantificaram os doentes crónicos, e 7 (54%) identificaram as pessoas dependentes. Identificação dos Abrigos Estes 12 PCC (92%) identificaram e caracterizaram os abrigos definidos a nível concelhio. Identificação e caracterização dos estabelecimentos de apoio social Os 12 PCC (92%) identificaram e caracterizaram estabelecimentos de apoio social, públicos e privados do Concelho. Actividades de divulgação de informação a população A totalidade dos PCC realizou actividades de divulgação através de cartazes e folhetos distribuídos os utentes nos Centros de Saúde, infantários e lares. Utilizaram também a rádio local em 5 concelhos e em 4 os jornais. Num concelho deram formação a cuidadores e profissionais de saúde e a idosos; em 2 foi utilizada a internet. Outras actividades Num concelho realizaram Vigilância da Qualidade da Água em abrigos; Num concelho fizeram levantamento das condições climáticas nas Unidades de Saúde; 9

Num concelho realizaram Vigilância da qualidade da água dos fontanários e da rede pública. Neste distrito foi realizado um estudo dos comportamentos adoptados pelos utentes do Centro de Saúde de Famalicão (Sede-Delães) durante o Alerta Amarelo dos dias 17,18, e 19 de Julho. Foi entrevistada uma amostra de utentes de uma Unidade de Saúde e foram inquirindos sobre os hábitos adoptados e os meios de obtenção de informações sobre ondas de calor e respectivos alertas. 5.1.2. Planos de Contingência Concelhios do Distrito de Bragança Elaboração dos PCC No distrito de Bragança os 12 concelhos (100%) elaboraram os PCC. Identificação dos Grupos Vulneráveis Dos 12 PCC, 10 identificaram e quantificaram os grupos etários vulneráveis das crianças e dos idosos inscritos no Centro de Saúde e dois concelhos conseguiram identificar também os não inscritos no Centro de Saúde. Identificação dos Abrigos A totalidade dos concelhos (100%) identificaram e caracterizaram os abrigos seleccionados, todos, excepto um, identificaram a lotação desses abrigos. Identificação e caracterização dos estabelecimentos de apoio social Os 12 concelhos (100%) identificaram e caracterizaram os estabelecimentos de apoio social públicos e privados, só um não identificou as amas. Actividades de divulgação do Plano de Contingência 2008 A totalidade dos concelhos realizou actividades de divulgação principalmente através de folhetos distribuídos no Centro de Saúde, em estabelecimentos com grupos de risco e a doentes acamados e através de cartazes, distribuídos no centro de Saúde e em estabelecimentos com grupos vulneráveis. Foi dada formação em lares, centros de dia e infantários. O 50% dos concelhos recorreu também a rádio para divulgação da informação. 10

5.1.3. Planos de Contingência Concelhios do Distrito de Porto Elaboração dos PCC Dos 18 Concelhos que fazem parte do Distrito do Porto, apenas 10 (55%) elaboraram o respectivo PCC. É de referir que desses 10 apenas 5 enviaram informação relativa a identificação dos grupos vulneráveis inscritos e não inscritos no Centro de Saúde, identificação e caracterização dos estabelecimentos de apoio social e actividades de divulgação (realizada principalmente através de folhetos e cartazes). Outras actividades Reunião com os DSC do Distrito de Porto onde foi solicitada a identificação de locais de abrigo com referência à localização e outras características. Para esta actividade foi criada uma grelha a fim de ser preenchida e enviada ao ADRS. Foi ainda solicitado que em cada concelho fosse criado uma base de dados para registo de todos os idosos dependentes e isolados. Até a data não temos informação da sua realização. 5.1.4. Planos de Contingência Concelhios do Distrito de Viana do Castelo Elaboração dos PCC No distrito de Viana do Castelo os 10 Concelhos existentes (100%) elaboraram os PCC. Identificação dos Grupos Vulneráveis Todos os Concelhos identificaram e quantificaram os grupos etários vulneráveis das crianças e dos idosos inscritos no Centro de Saúde. É de referir que num Concelho foram também identificados os idosos não inscritos no Centro de Saúde. Identificação dos Abrigos A totalidade dos concelhos (100%) identificaram e caracterizaram os abrigos seleccionados, todos, excepto dois, descrevem a lotação desses abrigo. 11

Identificação e caracterização dos estabelecimentos de apoio social Excepto um, todos os Concelho identificaram e caracterizaram os estabelecimentos e apoio social públicos e privados com a lotação de cada um deles. Actividades de divulgação de informação a população Excepto um, todos os Concelhos realizaram actividades de divulgação principalmente através de folhetos e cartazes distribuídos no Centro de Saúde, estabelecimentos com grupos de risco e outros estabelecimentos públicos e privados; foram realizadas formações em lares, centros de dia e infantários. Foram divulgadas através da rádio, jornal e Internet. Outras actividades: Um concelho refere ter realizado visitas a todas as instituições de apoio a crianças e idosos 5.1.5. Planos de Contingência Concelhios do Distrito de Vila Real Elaboração dos PCC No distrito de Vila Real os 14 Concelhos (100%) elaboraram os PCC Dos 14 PCC, 13 (93%) contemplaram as acções desenvolver por nível de alerta e 1 (7%) não respondeu relativamente a existência ou não de acções preconizadas no respectivo PCC para fazer face aos diferentes níveis de alerta. Identificação dos Grupos Vulneráveis Dos 14 concelhos de Vila Real, 2 não identificaram os dois grupos etários vulneráveis. Identificação dos Abrigos Foram identificados 85 abrigos para o distrito, dos quais apenas 56 possuíam climatização e todos instalações sanitárias. Identificação e caracterização dos estabelecimentos de apoio social Foram identificadas as instituições com grupos vulneráveis verificando-se que as instituições de Apoio Domiciliário são as que apresentam maior representatividade. 12

Relativamente à lotação das instituições identificadas no distrito de Vila Real e atendendo aos números identificados com grupos vulneráveis verifica-se que, a lotação das creches excede os indivíduos identificados com idades inferiores ou iguales a 1 ano e que a lotação das instituições de apoio a pessoas com idade superior ou igual a 75 anos é inferior ao número de indivíduos identificados. Foram realizadas visitas às instituições com grupos vulneráveis para verificação das condições existentes no âmbito do PCC, a maioria dessas visitas foram realizadas em creches. Não foi realizada pelo menos uma visita de verificação a todas as instituições. Actividades de divulgação de informação a população Os concelhos do distrito divulgaram a informação sobre as ondas de calor nas visitas efectuadas às instituições com grupos vulneráveis, através dos órgãos de poder local e regional e finalmente através da comunicação social (apenas em dois concelhos). 5.2 Taxa de Execução dos Planos de Contingência na Região Norte Elaboração dos PCC a Nível Regional Relativamente à de execução dos Planos de Contingência Concelhios na região Norte, tabela 2, verificou-se que dos 68 concelhos existentes, 59 (87%) elaboraram o respectivo Plano de Contingência Concelhio. Dos restantes 9 concelhos (13%), ou não contemplaram a execução do respectivo plano (22%) ou não responderam relativamente à sua eventual existência (77%). DISTRITOS CONCELHOS NO DISTRITO CONCELHOS COM PCC TAXA EXECUÇÃO PLANOS BRAGA 14 13 93 BRAGANÇA 12 12 100 PORTO 18 10 55 VIANA DO CASTELO 10 10 100 VILA REAL 14 14 100 TOTAL 68 59 87 TABELA 2 Execução Planos Concelhios 13

Elaboração dos PEC Durante o passado período de vigilância não foi solicitada informação relativa a execução dos PEC dos Hospitais e dos Centros de Saúde. Dos hospitais localizados na região Norte, apenas o Hospital de São Marcos de Braga comunicou para este Serviço a activação do Plano Específico de Contingência durante o período de vigilância de 2008. 14

6. MONITORIZAÇÃO DA PROCURA DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA 6.1. MATERIAL E MÉTODOS Utilizaram-se os dados diários da procura dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos Centros de Saúde (CS) e dos Serviços de Urgência (SU) dos Hospitais por distrito, disponibilizados no sítio da Direcção Geral de Saúde (DGS). Os dados utilizados referem-se aos registos diários da temperatura máxima (TEMP) disponibilizados no site do Instituto de Meteorologia no período em estudo para o distrito do Porto. Calculou-se a taxa de incidência média diária de ocorrências registadas nos SU e nos SAP por distrito. No cálculo das taxas, os dados demográficos utilizados foram as estimativas da população residente em 31 de Dezembro de 2007, disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estatística, por distrito e por grupo etário. Testou-se a associação entre a temperatura máxima e a procura dos serviços de urgência dos Hospitais, no distrito do Porto. Para tal, recorreu-se à análise do Coeficiente de Pearson ou do Coeficiente de Spearman conforme a normalidade ou não (respectivamente) da distribuição de cada uma das variáveis em estudo. Utilizou-se a medida de associação não simétrica eta para estudar a associação entre o número de atendimentos e os alertas emitidos. Em todos os casos assumiu-se α = 0,05 como valor crítico de significância dos resultados dos testes de hipóteses. No tratamento e análise dos dados utilizaram-se os programas informáticos SPSS16 Microsoft Excel2003. e 6.2. RESULTADOS O número global de atendimentos nos Serviços de Urgência (SU) dos Hospitais e nos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos Centros de Saúde nos cinco distritos da região Norte foi 1009849 no período de 15 de Maio a 30 de Setembro de 2008. O quadro 3 mostra a distribuição do número total de atendimentos nos SU e nos SAP por grupo etário na região Norte. A proporção de atendimentos nos idosos foi de 20 % nos SAP e 25 % nos SU. QUADRO 3 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO TOTAL DE ATENDIMENTOS NOS SU E NOS SAP POR GRUPO ETÁRIO NA REGIÃO NORTE DE Número total de atendimentos PORTUGAL. Total 65 e mais anos n n % SAP 523199 106435 20,34 SU 486650 123569 25,39 SAP e SU 1009849 230004 22,78 15

A Figura 4 mostra a evolução do número de atendimentos diários nos SU e nos SAP da região Norte no período em estudo, as duas séries temporais apresentam um comportamento semelhante ao longo do período. FIGURA 4 EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ATENDIMENTOS DIÁRIOS NOS SU E NOS SAP DA REGIÃO NORTE. Os gráficos seguintes mostram a taxa de incidência média diária de atendimentos, para todos os grupos e para o grupo etário de 65 anos e mais anos, nos Serviços de Urgência (SU) dos Hospitais e nos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos Centros de Saúde nos cinco distritos da região Norte. A taxa de incidência média observada na região Norte foi superior nos SAP, sendo de 114,3 atendimentos por 100 mil pessoas-dia, e, nos SU de 106,3 atendimentos por 100 mil pessoas-dia. Nos SAP, a taxa de incidência média de atendimentos diários variou entre 71,0 (Porto) e 268,6 (Bragança) atendimentos por 100 mil pessoas-dia. Enquanto que a taxa de incidência média de atendimentos diários nos SU variou entre 67,3 (Braga) e 126,1 (Porto) atendimentos por 100 mil pessoas-dia. GRÁFICO 5. DISTRIBUIÇÃO DA TAXA DE INCIDÊNCIA MÉDIA DIÁRIA DE OCORRÊNCIAS AOS SU E SAP (100000 PESSOAS - DIA), POR DISTRITO NA REGIÃO NORTE DE 15-05-2008 A 30-09-2008. No grupo etários dos idosos, a taxa de incidência média observada na região Norte foi inferior nos SAP, sendo de 153,4 atendimentos por 100 mil pessoas-dia, e, nos SU de 178,1 atendimentos por 100 mil pessoas-dia. Nos SAP, a taxa de incidência média de atendimentos 16

diários variou entre 71,4 (Porto) e 359,5 (Bragança) atendimentos por 100 mil pessoas-dia. Enquanto que a taxa de incidência média de atendimentos diários nos SU variou entre 127,7 (Braga) e 235,5 (Vila Real) atendimentos por 100 mil pessoas-dia. GRÁFICO 6. DISTRIBUIÇÃO DA TAXA DE INCIDÊNCIA MÉDIA DIÁRIA DE OCORRÊNCIAS AOS SU E SAP (100000 PESSOAS - DIA), POR DISTRITO NA REGIÃO NORTE DE 15-05-2008 A 30-09-2008 Para todos os grupos etários e para o grupo etário dos 65 anos e mais anos, os distritos de Bragança, Viana do Castelo e Vila Real apresentaram as taxas de incidência mais altas na procura dos serviços de saúde, sendo as mais elevadas nos SAP. No distrito do Porto, observou-se o contrário, ou seja, uma procura mais elevada dos SU em relação aos SAP. Relação entre o número de atendimentos nos SU e nos SAP e a temperatura máxima no distrito do Porto A figura 7 mostra a evolução da temperatura máxima de 15-05-2008 a 30-09-2008 no distrito do Porto. No período de monitorização a temperatura máxima registada variou entre 15,6 ºC (dia 24/05/2008 e dia 26-05-2008) e 31,7 ºC (15-07-2008). FIGURA 7 EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA MÁXIMA NO DISTRITO DO PORTO DE 15-05-2005 A 30-09-2008. 17

Os gráficos seguintes mostram os gráficos de dispersão e os respectivos coeficientes de correlação entre a temperatura e a procura dos SU e SAP para todos os grupos etários e para o grupo etário de 65 e mais anos, no distrito do Porto. Não existe correlação linear entre a procura diária dos serviços de saúde e a temperatura máxima diária. FIGURA8 GRÁFICOS DE DISPERSÃO E COEFICIENTES DE CORRELAÇÃO ENTRE A TEMPERATURA E A PROCURA DOS SU E SAP PARA TODOS OS GRUPOS ETÁRIOS E PARA O GRUPO ETÁRIO DE 65 E MAIS ANOS. Relação entre a número de atendimentos nos SU e nos SAP e os alertas emitidos nos distritos de Braga e de Bragança No período de monitorização os alertas emitidos nos distritos do Porto, de Viana do Castelo e de Vila Real, foram sempre Verde. No distrito de Braga os alertas emitidos foram Verde, com excepção dos dias 17-07-2008, 18-07-2008 e 19-07-2008, em que o alerta emitido foi a Amarelo. Em Bragança, os alertas foram Verde com a excepção dos dias 21-07-2008 e 22-07-2008, em que o alerta emitido foi Amarelo. As figuras 9 e 10, mostram a evolução do número de atendimentos, nos SAP e nos SU, e os dias onde houve alteração dos alertas nos distritos de Braga e Bragança, respectivamente. 18

1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 15-05-08 22-05-08 29-05-08 05-06-08 12-06-08 19-06-08 26-06-08 03-07-08 10-07-08 17-07-08 24-07-08 31-07-08 07-08-08 14-08-08 21-08-08 28-08-08 04-09-08 11-09-08 18-09-08 25-09-08 SAP SU FIGURA 9 EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ATENDIMENTOS DIÁRIOS NOS SU E NOS SAP NO DISTRITO DE BRAGA E DIAS DE ALERTA AMARELO. 700 600 500 400 300 200 100 0 15-05-08 22-05-08 29-05-08 05-06-08 12-06-08 19-06-08 26-06-08 03-07-08 10-07-08 17-07-08 24-07-08 31-07-08 07-08-08 14-08-08 21-08-08 28-08-08 04-09-08 11-09-08 18-09-08 25-09-08 SAP SU FIGURA 10 EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ATENDIMENTOS DIÁRIOS NOS SU E NOS SAP NO DISTRITO DE BRAGA NÇA E DIAS DE ALERTA AMARELO. Em Braga, menos de 1% da variação no número de atendimentos nos SAP e nos SU se deve à mudança de alerta (Quadro 4). Em Bragança esta variação foi de 3%, o que denota que nestes dois distritos a associação entre ambas é muito fraca. QUADRO 4 MEDIDA DE ASSOCIAÇÃO ETA E ETA² ENTRE O NÚMERO DE ATENDIOMENTOS E OS ALERTAS EMITIDOS NOS DISTRITOS DE BRAGA E BRAGANÇA. Braga Eta Eta² SAP vs Alerta 0,035 0,001225 SU vs Alerta 0,057 0,003249 Bragança SAP vs Alerta 0,176 0,030976 SU vs Alerta 0,175 0,030625 19

7. MONITORIZAÇÃO DAS OCORRÊNCIAS DE CASOS RELACIONADOS COM O CALOR Dos 68 concelhos da Região Norte apenas os concelhos dos distritos que tiveram alerta amarela comunicaram a ocorrência de casos. Só foram comunicados dois casos na Região Norte com sintomas devidos ao calor os quais foram atendidos na Consulta Aberta do Concelho de Vila Flor (Bragança). 20

8. MEDIDAS DE IMPLEMENTAÇÃO REGIONAL DO PLANO DE CONTINGÊNCIA DAS ONDAS DE CALOR As medidas apresentadas foram aprovadas através do protocolo celebrado entre a Direcção- Geral da Saúde e a Administração Regional de Saúde do Norte. PÚBLICOS 8.1 INVESTIGAÇÃO 8.1.1 AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS TÉRMICOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE A presente medida visa verificar e assegurar a adequada climatização dos serviços de saúde públicos de modo a garantir que exista: Maior conforto térmico, assegurando a adequada renovação do ar interior; Diminuição do risco de agravamento do estado de saúde dos grupos de risco. 8.1.2 AVALIAÇÃO DO RISCO DA PRESENÇA DE LEGIONELLA EM SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO DE UNIDADES HOSPITALARES Segundo as medidas específicas de actuação dos Planos de Contingência Regionais, está preconizada a vigilância da Legionella spp na água dos equipamentos de climatização, nomeadamente nos abrigos e nos serviços prestadores de cuidados de saúde. Assim, a presente medida visa: Monitorizar estabelecimentos hospitalares que possuam sistemas de climatização considerados de risco com vista a diminuição do risco de ocorrência de surtos de Legionelose afectos a este tipo de estabelecimentos; 8.2 FORMAÇÃO DOS GRUPOS DE TRABALHO DISTRITAIS 8.2.1 VERIFICAÇÃO DOS PARÂMETROS AMBIENTAIS DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES TÉRMICAS EXISTENTES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE PÚBLICOS As acções de formação preconizadas no âmbito da verificação dos parâmetros ambientais das condições térmicas visam assegurar os objectivos preconizados no ponto 7.1.1 nomeadamente através da: Descrição do Sistema AVAC; Registos de Manutenção; Inventário de Queixas; Identificação de Áreas Problemáticas; Inventário dos componentes do sistema AVAC que necessitam de reparação; Inventário e localização das fontes poluentes; 21

Avaliação dos parâmetros térmicos: - Temperatura do Ar; - Humidade Relativa; - Dióxido de carbono (CO2) Parâmetro indicativo da adequada renovação do ar. 8.2.2 MANUSEAMENTO DO EQUIPAMENTO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL As acções de formação realizadas no âmbito da verificação do risco da presença de Legionella spp e visam assegurar o cumprimento os objectivos preconizados no ponto 7.1.2 nomeadamente através da; Identificação dos estabelecimentos hospitalares que possuam sistemas de climatização do tipo: 1. Torres de refrigeração; 2. Condensadores evaporativos. Verificação das condições de manutenção e controlo da Legionella spp, alojadas em torres de refrigeração e condensadores evaporativos; Avaliação laboratorial da presença de Legionella spp no sistema de climatização, através do Laboratório de Saúde Pública de Viana do Castelo. 8.3. ACTIVIDADES REALIZADAS Relativamente as medidas anteriormente descritas foram realizadas as seguintes actividades: 8.3.1. IDENTIFICAÇÃO DO TIPO CLIMATIZAÇÃO DOS HOSPITALARES DA REGIÃO NORTE A través da ARS Norte I.P foi solicitada, a todos os Hospitais da região, informação sobre os sistemas de climatização existentes, nomeadamente sobre a existência de: 1. Torres de refrigeração; 2. Condensadores evaporativos. Foi elaborada e distribuída aos grupos de trabalho distritais informação sobre os Hospitais com potencial risco de Legionella spp (Anexo I) e o nº de análises previstos. Foram considerados Hospitais de Risco para a Legionella spp aqueles hospitais que possuem torres de refrigeração e/ou condensadores evaporativos. 8.3.2. FORMAÇÃO DOS GRUPOS DE TRABALHO DISTRITAIS Organizado pelo Departamento de Saúde Pública foi realizada em 19 de Maio e 30 de Julho a formação: Avaliação Conforto Térmico em UPCS/Pesquisa Legionella nas Unidades Hospitalares, com duração de 12 horas. Realizaram a formação 11 Técnicos de Saúde Ambiental/Saúde Pública dos cinco distritos da Região Norte. 22

8.3.3. ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE PORTO: Criação de grelha para recolha de dados (Anexo II), junto das Autoridades Concelhias de Saúde; Frequência de acção de formação avaliação do conforto térmico e avaliação do risco de Legionella spp em unidades hospitalares ; Criação de ficha de campo para caracterização dos sistemas de climatização das unidades hospitalares públicas (Anexo III); Criação de ficha de campo para caracterização do conforto térmico nas unidades hospitalares públicas (Anexo IV); Calendarização das visitas às unidades hospitalares públicas de acordo com a selecção definida a nível regional (reunião/formação 03/06/2008); Visitas previstas às unidades hospitalares: o Hospital São João, E.P.E. o Hospital Geral de Santo António; o Hospital Especializado Maria Pia (não se realizou esta avaliação porque a Administração do Hospital que a unidade iria entrar em obras profundas de remodelação); o Hospital Pedro Hispano; o Hospital de São Gonçalo. Visitas realizadas às unidades hospitalares públicas e descrição das actividades executadas: o Hospital São João, E.P.E. caracterização das torres de refrigeração e/ou condensadores evaporativos; selecção dos locais para avaliação do conforto térmico; avaliação do conforto térmico; elaboração de relatório de avaliação do conforto térmico o Hospital Geral de Santo António caracterização das torres de refrigeração e/ou condensadores evaporativos; o Hospital Pedro Hispano caracterização das torres de refrigeração e/ou condensadores evaporativos; o Hospital de São Gonçalo - não foi realizada a avaliação porque no local informaram da inexistência de torres de refrigeração e/ou condensadores evaporativos; o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho esta unidade foi inserida no programa na sequência de uma reclamação: selecção dos locais para avaliação do conforto térmico; avaliação do conforto térmico; elaboração de relatório de avaliação do conforto térmico 23

A selecção dos locais a avaliar no que diz respeito à Legionella spp teve em linha de conta : O estado de conservação/manutenção das torres de refrigeração; Existência de plano de controlo da água com pesquisas regulares de Legionella spp; Existência de registos do referido controlo/monitorização. Está a ser efectuado o relatório das avaliações preliminares realizadas. 8.3.4. ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE VIANA DO CASTELO: Contacto prévio com a Administração do Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM) Contacto com os serviços de Higiene e Saúde no Trabalho e de Instalações e Equipamentos com o objectivo de recolher informação sobre os sistemas de ventilação/climatização existentes nas instalações Visita prévia às instalações para escolha dos locais a avaliar Avaliação das condições térmicas nos locais seleccionados do Centro Hospitalar do Alto-Minho (CHAM), em Viana do Castelo e em Ponte de Lima. Foram seleccionados os locais de maior afluência de utentes e locais onde permanecem utentes de grupos de risco. Elaboração do relatório 8.3.5. ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE VILA REAL: Reunião com o grupo de trabalho do Distrito de Porto; Visitas às unidades hospitalares para verificação das condições de conforto térmico; Identificação dos locais de maior risco de ocorrência de Stress Térmico em cada unidade hospitalar; Medição dos parâmetros térmicos em cada local de risco identificado; Sistematização dos dados; Interpretação dos resultados obtidos e ponderação dos mesmos face às condições observadas nas unidades hospitalares; Elaboração do relatório de actividades. As avaliações foram realizadas em hospitais que integram o Grupo Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro E.P.E nomeadamente: Chaves, Peso da Régua e Vila Real. Os locais avaliados foram seleccionados tendo em conta os critérios definidos em conjunto com o grupo de trabalho do Distrito do Porto, bem como, as indicações do responsável pelas Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro EPE. Os critérios de inclusão definidos foram: locais sem climatização/ventilação; locais com maior afluência de público; locais que à partida pareçam mais quentes. A análise global dos resultados obtidos indicam que não estão reunidas as condições ambientais para o conforto térmico nos três hospitais: 24

No Hospital de Chaves encontrou-se um desajuste por excesso mais frequente para o parâmetro temperatura associada a valores de concentração de dióxido de carbono susceptíveis de causar queixas nos ocupantes; No Hospital de Vila Real encontrou-se um desajuste por excesso para o parâmetro temperatura associado a valores em % de Humidade Relativa por défice e a valores de concentração de dióxido de carbono susceptíveis de causar queixas nos ocupantes; No Hospital do Peso da Régua associa-se um ar seco a valores de dióxido de carbono susceptíveis de causar queixas nos ocupantes. 8.3.6. ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE BRAGANÇA Foram programadas para o ano 2009 as seguintes actividades: vistoria às unidades de saúde (Unidades Hospitalares e Centros de Saúde do Distrito), proposta de medidas de prevenção e/ou de correcção consoante as situações detectadas. 8.3.7. ACTIVIDADES DO GRUPO DE TRABALHO DO DISTRITO DE BRAGA: Em fase de programação das actividades para 2009. 25

9. DIFICULDADES/SUGESTÕES A escassez de recursos humanos durante o último período de vigilância dificultou a definição dos níveis de pré-alerta. Pelo mesmo motivo não foram criados os Mapas diários das Temperaturas Máximas e Nível Efectivo de Temperatura (NET) da Região Norte. Os dados avaliados no presente relatório, referem-se exclusivamente aos dados que foram enviados a este serviço. A falta de homogeneidade nos dados enviados dificultou a sua quantificação e análise. Relativamente a monitorização e avaliação do PCR: Não é possível a monitorização diária do internamento com informação de casos relacionados com o calor; Não há dados da mortalidade diária pelo que não é possível avaliar os efeitos na mortalidade; Os dados disponíveis a partir da DGS não permitem a monitorização diária da procura dos serviços de urgência dos Hospitais e Centros de Saúde dos grupos vulneráveis. Relativamente à avaliação do conforto térmico nos serviços de saúde e à avaliação do risco da presença de legionella spp em sistemas de climatização de unidades hospitalares foram referidas as seguintes dificuldades: Formação realizada nos meses de Maio e Julho (período de férias) e tempo vs conteúdo desajustados; Na marcação das visitas com os responsáveis das unidades de saúde; No transporte/acesso aos Locais a visitar; Do Material/Equipamento: ausência de material e equipamento básico para desenvolver algumas actividades; Com o Laboratório: a formação dos profissionais do Laboratório de Saúde Pública de Viana do Castelo só em Setembro de 2008; ausência de equipamento e material para a pesquisa de Legionella; dificuldade no agendamento das entregas; Ausência de uniformização de critérios dos diferentes grupos de trabalho distritais; Na recolha de informação nos Locais Avaliados: dificuldade no acesso aos dados. Foram realizadas pelos diferentes grupos de trabalho algumas sugestões para o próximo período de vigilância : Revisão de alguns aspectos da monitorização e avaliação do PCR Agendamento para este ano de reuniões periódicas entre os diferentes grupos com vista à uniformização de procedimentos e técnicas. Realização de uma reunião entre todos os grupos de trabalho; Definição concreta das actividades relacionadas com a pesquisa de Legionella. 26

10. CONCLUSÕES Com a elaboração do presente relatório foi possível retirar algumas conclusões que se consideram importantes, nomeadamente atendendo a 4 aspectos incluídos no relatório: 1. Avaliação dos níveis de alerta definidos; 2. Elaboração dos Planos de Contingência Concelhios; 3. Monitorização da procura de serviços de urgência; 4. Avaliação do Conforto Térmico 1. O presente ano, não se revelou um ano problemático em termos da existência efectiva de Ondas de Calor, apresentando-se um ano moderado relativamente aos parâmetros utilizados nos critérios de avaliação utilizados, tanto no PCOC, como no PCR. Há apenas a registar dois níveis de alerta amarelo nos distritos de Braga e Bragança com uma duração de três e dois dias respectivamente, que foi controlado a nível distrital e do que só foram reportados dois casos com sintomas devidos ao calor os quais foram atendidos na Consulta Aberta de Vila Flor (Bragança). De uma maneira geral, a monitorização diária do nível de risco, a definição e divulgação diária dos níveis de alerta assim como os meios utilizados para a sua divulgação foram considerados adequados, apesar das carências existentes em recursos humanos. Relativamente aos níveis de alerta, durante o último período de vigilância continuou a observar-se uma discordância entre o nível de alerta divulgado pela DGS e o nível de alerta divulgado pelo Instituto de Meteorologia. Esta situação originou muitas dúvidas na população em geral e nas entidades colaboradoras, dificultando assim a implementação dos Planos de Contingência, pois os critérios definidos pelas duas entidades são distintos. De uma maneira geral, a articulação entre as diferentes entidades institucionais e os meios de comunicação e a população funcionou. As principais medidas adoptadas pelos serviços de saúde foram a divulgação de informação à população, aos profissionais de saúde e às entidades, bem como a identificação dos grupos de risco. 2. Este ano, principalmente motivado pela inexistência de temperaturas elevadas, não foi solicitada informação os Centros de Saúde e Hospitais relativa à elaboração dos Planos de Contingência Específicos. Relativamente os Plano de Contingência Concelhios verificou-se um aumento na taxa de elaboração dos mesmos que chegou a ser do 100% em três distritos. 27

3. Da análise estatística dos dados relativos à procura dos serviços de urgência verificou-se não existir correlação entre a temperatura e a procura dos serviços de urgência dos hospitais e centros de saúde. Relativamente à procura dos serviços de urgência, tanto em Hospitais como em Centros de Saúde, verificou-se que não existiram alterações importantes com a emissão dos alertas amarelos. 4. Da análise dos resultados recebidos até a data, verifica-se a existência de unidades de saúde que não reúnem condições ambientais para o conforto térmico. 28

11. RECOMENDAÇÕES A nível concelhio é de todo interesse a articulação entre as Autoridades de Saúde Concelhias e Direcção dos Centros de Saúde para a elaboração e implementação integrada dos PCC e dos PEC; Será desejável a articulação entre as diferentes entidades para a divulgação de informação à população, nomeadamente dos níveis de alerta, de forma a evitar o excesso e a contradição de informação divulgada; Melhorar a monitorização da procura dos serviços de urgência; Deve-se promover a investigação referente aos efeitos das alterações climáticas na saúde das populações, nomeadamente os decorrentes do excesso de calor. 29

ANEXOS 30

ANEXO I

1

ANEXO II

Administração Regional de Saúde do Norte, IP Departamento de Saúde Pública Ministério da Saúde Plano de Contingência Concelhio para as Ondas de Calor - 2008 Grelha de recolha de dados do concelho de 1. Identificação dos grupos vulneráveis. Nº de utentes inscritos nos Centros de Saúde do Concelho População não inscrita nos Centros de Saúde do Concelho Idade 1 ano Idade > 75 anos Idade 1 ano Idade > 75 anos 2. Identificação e caracterização dos abrigos seleccionados no Concelho (a solicitar às entidades competentes). Identificação Endereço/localização Responsável pelo Disponibilidade de Instalações Assegurado Abrigo Lotação Água Potável Sanitárias o transporte Nome Contacto Sim Não Sim Não Sim Não

Administração Regional de Saúde do Norte, IP Departamento de Saúde Pública Ministério da Saúde 3. Identificação e caracterização dos estabelecimentos de apoio social, públicos e privados, do Concelho. (Valências: lares, centros de dia, centro de convívio, serviços de apoio domiciliário, creches, infantários, amas.) Nome Endereço Telefon e / Fax E-mail Responsáv el Lar Centro Dia Centro Convívio Valência/Lotação Existe um espaço climatizado S Apoio Domiciliário Creche Infantário Amas Sim Não

Administração Regional de Saúde do Norte, IP Departamento de Saúde Pública Ministério da Saúde 4. Actividades de divulgação do Plano de Contingência 2008 População Alvo Profissionais de saúde Instituições de apoio social População em geral Empreendimentos turísticos Divulgação* Folhetos Cartazes Circulares Jornal Internet Rádio Formação * Assinalar com um (X) as actividades efectuadas. Responsável pelo preenchimento: Data:

ANEXO III

Ficha de Campo: Caracterização legionella Hospital FICHA DE CAMPO 1. Identificação da unidade hospitalar. Hospital: A preencher pela ASC: Endereço: Identificação: Responsável: Data: / / Telefone.: Fax.: Responsável preenchimento: E-mail: 2. Identificação do (s) sistema (s) de climatização. Torre de refrigeração (TR) Sim Não Condensador evaporativo (CE) Sim Não Marca: Modelo: Marca: Modelo: Fabricante: Ano de fabrico: Fabricante: Ano de fabrico: N.º Série: Ficha técnica Sim Não N.º Série: Ficha técnica Sim Não Frequência (Hz): Potência (Watt): Frequência (Hz): Potência (Watt): 3. Localização 3.1. Localizada distante* de tomadas de ar dos sistemas de ar Sim Não condicionado? 3.2. Localizada distante* de janelas do edifício e/ou de edifícios Sim Não vizinhos? 3.3. Localizada fora de zona de passagem de público? Sim Não 3.4. Localizada em local de difícil acesso ao público? Sim Não 3.5. Localizada contra a direcção dos ventos? Sim Não 3.5.1. Indique a direcção dos ventos: * > 25 metros 4. Design e materiais de construção 4.1. Materiais de revestimento são: 4.1.1. Não porosos? Sim Não 4.1.2. Impermeáveis? Sim Não 4.1.3. Lisos? Sim Não 4.1.4. Resistentes à acção dos biocidas? Sim Não -

4.2. Possui dispositivos anti-aerossóis e/ou deflectores? Sim Não 4.3. A área imediatamente abaixo do equipamento é fechada? Sim Não 4.4. Possui protecção contra a incidência directa da luz solar nas áreas Sim Não húmidas? 4.5. Permite o acesso fácil ao seu interior para limpeza e desinfecção? Sim Não 4.6. O tanque de armazenamento de água tem descarga de fundo? Sim Não 5. Critérios Gerais de operação: 5.1. A rede de circulação de água está associada a sistema de ar Sim condicionado? Não 5.1.1. É submetida a testes hidráulicos? Sim Não 5.2. O sistema de climatização (TR e/ou CE) funciona: Sim Não 5.2.1. Em contínuo? Sim Não 5.2.2. É intermitente? Sim Não 5.2.2.1. Trabalha no mínimo 1 vez por semana? Sim Não 5.2.2.1.1. Procedem a tratamento por choque Sim Não químico da água? 5.2.2.1.2. O tratamento por choque químico Sim Não percorre todo o sistema? 5.2.2.2. Mantêm-se às vezes ou manteve-se parado por Sim Não mais de uma semana ou mês? 5.2.2.2.1. Procedem a tratamento por choque Sim Não químico da água? 5.2.2.2.2. O tratamento por choque químico Sim Não percorre todo o sistema? 5.2.2.2.3. Procedem a tratamento com biocida? Sim Não 6. Distribuição, tratamento e qualidade de água. 6.1. Anexar esquema e/ou fluxograma de distribuição da água ao sistema de TR e CE. 6.2. Água de compensação do sistema é: 6.2.1. Captada em furos, poços ou rios? Sim Não 6.2.1.1. A água captada é sujeita a tratamento na origem? Sim Não 6.2.2. Proveniente do sistema de abastecimento público? Sim Não 6.3. A distribuição de água ao e do sistema apresenta: 6.3.1. Pontos de estagnação? Sim Não 6.3.2. Reservatórios de água (rede predial que abastece o TR e/ou Sim Não CE)? 6.3.2.1. Tempo de armazenamento de água é elevado? Sim Não 6.3.2.2. Procedem à limpeza e desinfecção do Sim Não -

reservatório (ver item 7)? 6.4. Existe programa de tratamento contínuo da água do processo: Sim Não 6.4.1. Com recurso a Biocidas (Prevenção de bactérias e algas)? Sim Não Quais. 6.4.1.1. Possuem certificado de colocação no mercado? (DL n.º 121/02, Artº 27º, 28º 29º). Sim Não 6.4.1.2. È alternado o uso de biocidas oxidantes e não Sim Não oxidantes? 6.4.2. Com recurso a Inibidores de corrosão? Quais. Sim Não 6.4.3. Com recurso a Inibidores de incrustação? Quais. Sim Não 6.4.4. È alternado o uso de biocidas oxidantes e não oxidantes? Sim Não Quais. 6.4.5. Biodispersantes? Quais. Sim Não 6.4.6. A dosagem dos químicos para tratamento faz-se por Sim Não doseamento automático? Quais. 6.4.6.1. Está preconizado procedimento de verificação e Sim Não controlo do doseamento automático? 6.4.6.2. Estão estabelecidos os limites a considerar fora Sim Não das especificações e partir dos quais devem ser implementadas as medidas correctivas? 6.4.7. Possuem fichas de segurança de todos os produtos Sim Não químicos? 6.5. Existe programa de controlo da qualidade de água? Anexar. Sim Não 6.5.1. Diário: Concentração de cloro residual livre? Sim Não Outros? Sim Não Quais? 6.5.2. Mensal: Químicos? Sim Não - Temperatura (termómetro de imersão de leitura Sim Não directa)? - ph (Medidor de ph de leitura directa)? Sim Não - Condutividade (Sonda electroquímica de leitura Sim Não directa)? - Cloretos Sim Não - Dureza Sim Não - Sulfatos Sim Não - Sais de ferro Sim Não Outros? Sim Não Quais? Microbiológicos? Sim Não - Germes a 22º C (ISO 6222)? Sim Não - Germes a 37º C (ISO 6222)? Sim Não Outros? Sim Não -