SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2015 Assessoria de Informação Epidemiológica e Ambiental LIRAa Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Incluindo levantamento sobre o Aedes albopictus) \\ RELATÓRIO DE JANEIRO DE 2015 Rio de Janeiro, 23 de Fevereiro de 2015.
O Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), como descrito em seu nome, foi idealizando com vistas ao monitoramento da população (e dispersão) do vetor da Dengue. Contudo, com a introdução da Febre de Chikungunya em nosso país, a metodologia passou a ser adotada também para o monitoramento do Aedes albopictus, que também é capaz de transmitir a doença. A Febre de Chikungunya é uma doença parecida com a Dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae, que tem seu modo de transmissão também pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e, menos comumente, pelo mosquito Aedes albopictus, justificando a importância deste monitoramento, visto que, ambas as espécies têm todas as condições de espalhar esses vírus durante o verão. O LIRAa, realizado periodicamente pelos municípios do Estado do Rio de Janeiro, fornece o Índice de Infestação Predial (IIP) e o Índice de Infestação em Depósitos (Índice de Breteau IB) do Aedes aegypti e do Aedes albopictus, isso o torna um importante instrumento de orientação, pois identifica as áreas prioritárias para medidas e ações estratégicas de controle e combate ao mosquito, visando à redução dos índices de infestação municipais e, consequentemente, o controle da Dengue e da Febre de Chikungunya. Em cada município, agentes de saúde visitam residências e outros tipos de imóveis, para inspecionar e identificar os criadouros, e ao encontrar, coletar as larvas ou pupas para análise em laboratório. De acordo com as Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue (2009), os parâmetros para classificação dos estratos e dos municípios, quanto à infestação pelo Aedes aegypti (e também adotados para o Aedes albopictus), são: Menor que 1%: SATISFATÓRIO De 1% e 3,99%: ALERTA Acima de 3,99%: RISCO. Levantamento do Aedes Aegypti Em 2015, o primeiro levantamento foi realizado no inicio da 1ª semana epidemiológica, compreendida entre os dias 04 a 10 de janeiro de 2015. Com base nas informações recebidas dos municípios, configurou-se o seguinte cenário para o Estado: Dos 92 municípios, 76 (82,61%) informaram a realização do levantamento. Destes, 32 (42,11%) classificados como satisfatórios e 44 (57,89%) em alerta e 0 (0,00%) em risco. Neste ciclo, 16 municípios não informaram (17,39%). Foram pesquisados 843 estratos amostrais. Destes, 439 (52,00%) classificados como satisfatório, 369 (43,8%) em alerta e 35 (4,2%) em risco, este último, distribuído em 16 municípios. Municípios que apresentaram estratos classificados com Risco, por região (16): Metropolitana I (04): Rio de Janeiro (251 estratos: 133 satisfatórios, 115 em alerta e 03 em Risco); Nova Iguaçu (43 estratos: 12 satisfatórios, 29 em alerta e 02 em Risco); Itaguaí (08 estratos: 04 satisfatórios, 03 em alerta e 01 em Risco) e; Duque de Caxias (54 estratos: 17 satisfatórios, 34 em alerta e 03 em Risco); Metropolitana II (05): São Gonçalo, (52 estratos: 28 satisfatórios, 20 em alerta e 04 em risco); Niterói, (19 estratos: 09 satisfatórios, 08 em alerta e 02 em risco); Itaboraí, (18 estratos: 02 satisfatórios, 11 em alerta e 05 em risco); Rio Bonito, (05 estratos: 02 satisfatórios, 02 em alerta e 01 em risco) e; Tanguá, (03 estratos: 02 satisfatórios, 0 em alerta e 01 em risco); Médio Paraíba (04): Barra do Pirai (04 estratos: 0 satisfatório, 03 em alerta e 01 em Risco); Resende (09 estratos: 0 satisfatório, 08 em alerta e 01 em Risco); Valença (10 estratos: 02 satisfatórios, 07 em alerta e 01 em Risco) e; Página 2 de 6
Volta Redonda (12 estratos: 04 satisfatórios, 05 em alerta e 03 em Risco); Baixada Litorânea (01): Rio das Ostras (08 estratos: 01 satisfatório, 06 em alerta e 01 em risco); Norte Fluminense (01): Campo dos Goytacazes (17 estratos: 01 satisfatório, 11 em alerta e 05 em risco); Noroeste Fluminense (01): Santo Antônio de Pádua (02 estratos: 0 satisfatório, 01 em alerta e 01 em risco). Mapa LIRAa: Janeiro de 2015 Página 3 de 6
Distribuição de estratos do LIRAa por classificação e por região: Janeiro de 2015 INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2015 100% 90% 80% 70% 60% 1,4% 34,3% 10,7% 55,6% 10,0% 55,0% 2,1% 47,6% 11,4% 36,8% 3,7% 33,3% 8,9% 48,2% 31,8% 50% 40% 30% 20% 64,3% 89,3% 44,4% 35,0% 50,3% 51,8% 63,0% 42,9% 68,2% 10% 0% Satisfatório Alerta Risco Apesar de não ocorrerem nas regiões Centro-Sul Fluminense, Baía da Ilha Grande e Serrana os estratos em risco foram identificados em municípios fronteiriços de outras regiões, isso pode possibilitar a propagação do vetor nestas regiões. Depósitos predominantes (onde foram encontrados focos do vetor com mais frequência): Depósitos para armazenamento de água ao nível do solo para uso doméstico; Depósitos móveis (pequenos e médios depósitos que armazenam água e não podem ser descartados. Ex.: vasos, frascos, pratos, pingadeiras, bebedouros e etc.). A predominância desses depósitos indica a necessidade de ações locais e articuladas entre as áreas responsáveis pela distribuição de água, controle de vetores, educação em saúde, mobilização social e coleta regular de lixo. Contudo, considerando os dados epidemiológicos, as informações sobre o vírus circulante e os resultados do LIRAa, persiste a necessidade de manter as ações de controle do vetor durante todo o ano. Em comparação ao LIRAa realizado em Janeiro de 2014, houve uma aumento no número de municípios que realizaram o levantamento (de 65 para 76) e também no número de estratos (de 807 em 2014 para 843 em 2015). Quanto à classificação, os satisfatórios aumentaram de 390 para 439 em 2015, em alerta diminuíram de 384 para 369 em 2015 e os em risco apresentaram um leve aumento de 33 para 36 estratos. Os 03 municípios que apresentaram os maiores Índices de Infestação Predial foram: Santo Antônio de Pádua (3,8%), Barra do Pirai (3,3%) e Itaboraí (3,0%). Obs.: É importante registrar o período de estiagem que perdura desde julho de 2014, fato que deve ser considerado na observação dos índices abaixo da média, se comparados aos levantamentos realizados em anos anteriores. A sazonalidade tem grande impacto no LIRAa, isto porque o clima interfere diretamente no comportamento e na reprodução do vetor, logo, não se deve comparar os IIP de períodos distintos. No entanto, é possível utilizar alguns resultados do levantamento imediatamente anterior como parâmetro. Neste caso, comparado ao realizado em Outubro de 2014, observa-se uma Página 4 de 6
diminuição de municípios classificados como satisfatório e um aumento nos que se encontrava em alerta e também em alto risco. Contudo, o Estado do Rio de Janeiro se encontra na categoria de ALERTA. Levantamento de Janeiro de 2015: Aedes albopictus O presente levantamento tem como objetivos, descrever e analisar a evolução da infestação pelo Aedes albopictus nas regiões urbanas dos municípios e discutir seu possível papel de elo entre as formas silvestre e urbana da transmissão do vírus. O vetor consegue se dispersar muito bem entre a mata e a cidade. Como existem vários vírus circulando em ambiente silvestre, o A. albopictus, por sua característica exofílica, se torna um vetor com potencial para se infectar com um vírus silvestre e levar este vírus para o ambiente urbano. Esse mosquito tem demonstrado elevada capacidade para utilizar uma ampla variedade de criadouros artificiais no território urbano, sem abandonar ecótopos naturais. As formas imaturas desse mosquito nas áreas urbanas se mantêm, principalmente, em pneus, caixa d água, vasos de plantas, latas, garrafas, bebedouros de animais e/ou ainda outros objetos que retenham água (Ministério da Saúde, 1998). Dos 76 municípios que informaram o LIRAa, em 52 foi encontrado o vetor, evidenciando sua presença em todas as regiões do Estado, como mostra o mapa a seguir. Foi identificado aumento em relação a Outubro de 2014. Mapa do LIRAa: Índice de Infestação Predial para Aedes albopictus, Janeiro de 2015 Página 5 de 6
Os 05 municípios que apresentaram os maiores Índices de Infestação Predial para Aedes albopictus foram: Rio Claro (17,20%), Campos dos Goytacazes (3,20%), Itaocara (2,90%), Itatiaia (2,50%), Parati (2,20%). Mapa do LIRAa: Presença dos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus em áreas urbanas, simultaneamente, Janeiro de 2015 No mapa acima estão evidentes os municípios onde há a presença simultânea dos vetores em áreas urbanas, fato que acentua o grau de risco de transmissão, principalmente, da Febre de Chikungunya. Considerando que o Aedes albopictus transita entre as áreas urbana e rural, é importante que estes municípios estendam sua área de cobertura para além dos limites das áreas urbanas, enquanto houver residências e a presença do vetor. Suporte Técnico Estadual do LIRAa: Rua México, 128 Sala 418 Castelo Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 2332.2352 / 2332.2426 E-mail: suporte.liraa@saude.rj.gov.br / liraa.ses@gmail.com Contatos: Jorge Freitas / Luiz Eduardo / Marcello Bahouth Assessoria de Informação Epidemiológica e Ambiental: Rua México, 128 Sala 402/A Castelo Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 2333.3914 / 2332.9308 E-mail: asinfo@saude.rj.gov.br Assessor: Milton Carlos da Silva Araujo Página 6 de 6