Advogado. a voz do. Categoria ganha profissionais, que visam à defesa da sociedade. www.oabam.org.br. Informativo da OAB/AM



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Transcrição:

www.oabam.org.br Informativo da OAB/AM Ano V Número 84 / Manaus, Fevereiro de 2012 Categoria ganha profissionais, que visam à defesa da sociedade A OAB/AM promoveu, em sua sede, no dia 8 de fevereiro, a cerimônia de entrega de 125 carteiras a profissionais da Advocacia, entre estagiários e novos advogados aprovados no 5º Exame de Ordem e em testes anteriores. A meta anunciada pelos novos membros da categoria é de defender os interesses da sociedade, com base nos princípios do Estado Democrático de Direito. Páginas 3 ELEIÇÕES 2012 A Seccional irá instituir a Comissão Eleitoral Temporária, que irá supervisionar as eleições da entidade, em nível regional. A medida atende à orientação do Conselho Federal. Página 5 ENTREVISTA O presidente da Comissão de Exame de Ordem da Seccional Amazonas, Caupolican Padilha Júnior, fala sobre as ações da OAB, voltadas para o aperfeiçoamento do Exame de Ordem. Páginas 6 e 7 CAPACITAÇÃO Estão abertas as inscrições para o MBA em Direito Imobiliário da ESA/AM. O curso, coordenado pelo advogado Sylvio Capanema, será um dos destaques da programação de 2012. Página 9

Editorial DIRETORIA TRIÊNIO 2010/2012 Presidente: Antonio Fabio Barros de Mendonça Vice-Presidente: Alberto Simonetti Cabral Neto Secretária-Geral: Ida Márcia Benayon De Carvalho Secretário-Geral Adjunto: Raimundo de Amorim Francisco Soares Tesoureiro: José Carlos Valim CONSELHEIROS SECCIONAIS EFETIVOS Aberones Gomes de Araujo Abrahim Jezini Adriana Lo Presti Mendonça Cohen Alfredo José Borges Guerra Antonilzo Barbosa de Souza Antonio Sampaio Nunes Danilo de Aguiar Correa Epitácio da Silva Almeida Eulides Costa da Silva Ezelaide Viegas da Costa Almeida Fabio Gouvêa de Sá Jose Augusto Celestino de Oliveira Gomes Jose da Rocha Freire José Eldair de Souza Martins Julio Cesar de Almeida Karina Lima Moreno Luiz Domingos Zahluth Lins Luiz Serudo Martins Neto Manoel Romão da Silva Maria José de Oliveira Ramos Mario Jorge Souza da Silva Paulo Cezar Santos Paulo Dias Gomes Rubem Fonseca Flexa Waldir Lincoln Pereira Tavares Washington Cesar Rocha Magalhães CONSELHEIROS SECCIONAIS SUPLENTES Alyssonn Antonio Karrer de Melo Monteiro Daniella Karina Kandra Fábio Moraes Castello Branco Francisco Moacir Maia Filho Giscarde O. Karrer M. Monteiro Heraldo Mousinho Barreto Jano de Souza Mello José Amarilis Castello Branco Leonidas de Abreu Maria do Perpetuo S. L. Colares Paulo Roberto Gouveia Plínio Morely de Sá Nogueira Rodrigo Silva Ribeiro CONSELHEIROS FEDERAIS EFETIVOS Jean Cleuter Simões Mendonça Jose Alberto Ribeiro Simonetti Cabral Miquéias Matias Fernandes CONSELHEIROS FEDERAIS SUPLENTES João Bosco A. Toledano Vasco Pereira do Amaral CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS DO AMAZONAS Rua Tapajós, 148 Centro 69025-140 3633-5018 / 3234-1845 Presidente: Jairo Bezerra Lima Vice-Presidente: Hileano Pereira Praia Secretária-Geral: Maria Tereza Câmara Fernandes Secretária-Geral Adjunta: Mirtes Rufino Alves da Silva Tesoureiro: Mario Baima de Almeida CONSELHO FISCAL EFETIVO DA CAA-AM Ademario do Rosário Azevedo Carlos Varanda Felismino Francisco Soares Filho CONSELHO FISCAL SUPLENTES DA CAA-AM Abel Soares de Souza Marcelo Augusto do Amaral Sêmen Sandra Maria Fontes Salgado ESCOLA SUPERIOR DE Advocacia DO AMAZO- NAS ESA-OAB/AM Rua São Benedito, 99 Adrianópolis 69057-470 3236-5805 / 3642-0142 Presidente: Antonio Fabio Barros de Mendonça Diretor-Geral: Grace Anny Fonseca Benayon Zamperlini Vice-Diretor Geral: Rafael Cândido da Silva Secretária-Geral: Ezelaide Viegas Costa Almeida MEMBROS CONSULTIVOS Felismino Francisco Soares Filho Maria Suely Cruz Almeida Maria Nazaré Vasques Mota Fábio de Mendonça Presidente da OAB/AM Neste mês de fevereiro, voltamos a registrar relatos bastante graves de advogados que se sentiram ofendidos durante suas atividades profissionais, em situações em que devem ser respeitadas as prerrogativas do advogado. Trata-se de posturas abusivas e ilegais adotadas por determinados agentes públicos, que, na maioria das vezes, deixam de atuar em consonância com as políticas e normas preconizadas pelas instituições às quais pertencem. A OAB/AM reafirma o compromisso em envidar esforços para defender o legítimo exercício da Advocacia, na mesma medida em que adverte e pune os maus advogados, em situações de comprovadas irregularidades. Neste propósito, a OAB se mantém firme na tarefa de coibir ilegalidades em todas as esferas de poder, adotando as medidas necessárias para sanar abusos. Importante destacar que a Seccional continua orientando os profissionais da categoria sobre seus direitos e prerrogativas, bem como deveres e limites legais de sua atuação profissional. Uma das iniciativas da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB/AM, neste sentido, foi o lançamento da Cartilha de Direitos e Prerrogativas do, no ano passado, e que vem sendo distribuída a novos advogados. A publicação está disponível, também, na sede da 2 Direitos e Prerrogativas do advogado Coordenação editorial Três Comunicação e Marketing Fotos Sérgio Fonseca e Arquivo OAB/AM OAB/AM para os profissionais e, ainda neste semestre, chegará às salas da OAB localizadas em fóruns de Justiça. A Comissão também tem promovido encontros e reuniões com representantes de órgãos de Segurança Pública com o objetivo de apurar denúncias de condutas irregulares, por parte de servidores junto a advogados. Outras reuniões desta natureza devem acontecer nas próximas semanas. Já na Cartilha de Direitos e Prerrogativas, o advogado encontra orientações em formato de verbetes de fácil acesso, para que sempre os tenha em mãos quando precisar fazer uma consulta de urgência. Cada verbete vem acompanhado da respectiva base legal, por meio das notas de rodapé. Veja, abaixo, alguns tópicos. Abuso de autoridade: é qualquer atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício da profissão. Cabe representação da autoridade ao superior hierárquico, além de responsabilização civil e criminal. A sanção penal pode consistir em multa, detenção de 10 dias a 6 meses, ou perda de cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer função pública, podendo ser aplicadas as penas autônoma ou cumulativamente. Desacato: a inviolabilidade do advogado em suas manifestações é reconhecida nos limites da lei, desde que no exercício de sua profissão e em proveito da causa, mas não mais abrange o desacato, segundo interpretação do Supremo Tribunal Federal, sob o fundamento de que o advogado não pode ficar sujeito apenas à punição disciplinar pelo seu órgão de classe, sob pena de contrariar o monopólio de jurisdição do Estado e o acesso à justiça dos ofendidos em sua honra. Não configura desacato a justa repulsa, ou a retorsão imediata a ofensa a que deu causa a própria autoridade, desde que não desprestigie sua função pública. O tratamento diferenciado dado pelo STF ao desacato, em relação à imunidade garantida ao advogado nos casos de injúria e difamação, justifica- -se pelo fato de que estas últimas ofendem a pessoa e aquela, a função pública. Não fosse isso, há disposição expressa de lei excluindo a ilicitude da ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa. Se a autoridade mandar prender o advogado no exercício da profissão, sem fundamento para tanto, este pode também dar-lhe voz de prisão por abuso de autoridade. E se o policial que cumprir a prisão em flagrante do advogado se furtar de cumprir também a voz de prisão dada à autoridade, responderá por crime de prevaricação. O crime de desacato é passível de fiança, que pode ser até dispensável. O juiz do trabalho não tem competência penal, portanto, não pode ordenar prisão valendo-se da função. Editoração eletrônica Concept Brands Impressão Graftech Tiragem 7.000 exemplares

Amazonas tem novos advogados Cumprir a função social da Advocacia é uma das metas anunciadas por profissionais que receberam carteiras No dia 8 de fevereiro, a OAB/ AM realizou, em sua sede, a cerimônia de entrega de 125 carteiras a profissionais da Advocacia, entre estagiários e novos advogados aprovados no 5º Exame de Ordem e em testes anteriores. A solenidade contou com a presença de profissionais e familiares. Além de fazer o juramento da Advocacia, os presentes assistiram a um vídeo sobre ética na profissão, que, conforme ressaltou o presidente da OAB/AM, Fábio de Mendonça, na ocasião, deve ser a bandeira do advogado. Os depoimentos de novos advogados deixaram evidente o compromisso de defender os interesses da sociedade. Para a nova advogada Arthemis Costa de Oliveira, juramentista da cerimônia, foi uma emoção receber a carteira da OAB/AM. É muito gratificante assumir uma posição em que podemos ajudar as pessoas. A função social da Advocacia é uma grande motivação para a escolha da profissão, disse. Além de uma função social, a Advocacia representa uma herança que passa de pais para filhos, para muitas famílias presentes na cerimônia. É o caso da advogada Christina Meirelles, de 23 anos. Recém-graduada em Direito, ela conta que se empenhou nos estudos para ser aprovada no Exame de Ordem, a fim de dar continuidade à tradição que teve início com o trabalho do pai, o advogado Serafim Meirelles Neto. Quero seguir com essa missão de fazer Justiça e auxiliar quem precisa da Justiça, afirmou. Exame de Ordem Outros bachareis de Direito poderão exercer a Advocacia, após aprovação no 6º Exame de Ordem Unificado, que está em andamento. No dia 6 de março, o Conselho Federal da OAB divulgou o resultado final dos aprovados na primeira fase do Exame, nos sites http://oab.fgv.br e www. oab.org.br. Já no dia 19, serão divulgados os locais onde serão realizadas as provas da segunda fase em Manaus e nas demais capitais do Brasil. O teste será aplicado, simultaneamente em todo o país, no dia 25 de março. O Exame de Ordem é composto por duas etapas prova objetiva e o teste prático-profissional. A aprovação nas duas fases é obrigatória para que o bacharel de Direito possa se inscrever nos quadros da OAB/AM e exercer a Advocacia. Para auxiliar os bacharéis nos procedimentos referentes ao teste, a Coordenadoria Nacional do Exame de Ordem anunciou a criação da Ouvidoria do Exame de Ordem, com acesso a partir do site da OAB Nacional. De acordo com o coordenador nacional, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, o objetivo da iniciativa é direcionar os questionamentos feitos por candidatos, advogados e pela sociedade a um canal específico, a fim de aperfeiçoar o tempo de resposta às consultas. A data do lançamento do canal ainda será divulgada pelo Conselho. OAB contesta lei que penaliza advogado Em sessão plenária, o Conselho Federal da Ordem dos s do Brasil aprovou, no dia 13 de fevereiro, o ajuizamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o artigo 18-C da Lei Estadual nº 7.098, de Mato Grosso. O dispositivo responsabiliza o advogado, ao estabelecer que o profissional responde solidariamente, por ações ou omissões de seus clientes em relação às suas obrigações perante o fisco. Tal dispositivo é inconstitucional, pois ofende flagrantemente o artigo 133 da Constituição Federal, que estabelece que os advogados são invioláveis por seus atos e manifestações no exercício da profissão, conforme sustentou, em seu voto, o conselheiro federal Jean Simões Mendonça (Amazonas) relator do processo de pedido da Adin, apresentado pela Seccional da OAB-MT. Durante a votação da Adin pelo Pleno comandado pelo presidente da OAB, Ophir Cavalcante, foi aprovada, também, autorização para que a Diretoria da entidade ingresse com ações semelhantes, no caso de outros Estados que tenham adotado esse tipo de legislação responsabilizando o advogado por omissões ou falhas de seus clientes com o fisco. O Conselho Federal decidiu oficiar a todas as Seccionais da OAB, indagando da possível existência de leis assemelhadas em seu respectivos Estados para questioná-las perante o Supremo. (Site do Conselho Federal) Jean Simões fundamenta decisão 3

Ordem dos s do Brasil Seção do Amazonas NOTA DE DESAGRAVO PÚBLICO Ordem dos s do Brasil Seção do Amazonas NOTA DE DESAGRAVO PÚBLICO A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO AMAZONAS, em sessão ordinária do dia 26.10.2011, presidida por Antonio Fábio Barros de Mendonça, Presidente do Conselho Seccional, com fundamento art. 7º, 5º da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB) e do art. 18 do Regulamento Geral, vem DESAGRAVAR PUBLICAMENTE os advogados ANA ESMELINDA MENEZES DE MELO OAB/AM NºA-356, ALOYSIO PEIXOTO DE BRITO OAB/AM Nº E - 1.739, ANDRE LUIZ DUARTE DA CRUZ OAB/AM N. 7.694, ANTONIO GONÇALVES DA COSTA OAB/ AM Nº 1.240, ANTONIO JOSE BARBOSA VIANA OAB/AM Nº 5.750, ARY SER- GIO DA MOTTA OAB/AM Nº A-082, ATILA DE MEDEIROS AFONSO OAB/AM Nº 1.819, CALINA MAFRA HAGGE OAB/AM Nº 5.209, CÂNDIDO HONÓRIO SO- ARES FERREIRA NETO OAB/AM Nº 5.199, CHRISTIAN NARANJO DE OLIVEI- RA OAB/AM Nº 4.188, CLOVES QUEIROZ DE MEDEIROS OAB/AM Nº A-525, CRISTIANE GAMA GUIMARÃES OAB/AM Nº 4.507, DANILO DE AGUIAR COR- REA OAB/AM Nº 3.168, EDSON DE MOURA PINTO FILHO OAB/AM Nº 5.609, EDUARDO AURÉLIO DE VASCONCELOS OAB/AM Nº 1.536, ELIAS BRASIL BEN- JO OAB/AM Nº 1.067, ERIVELTON FERREIRA BARRETO OAB/AM Nº 5.568, FABIANE RODRIGUES DE CASTRO OAB/AM Nº 3.031, HELIANDRO BRANDÃO DE LIMA OAB/AM Nº 4.894, JOSEANI CATUNDA PRUDENTE OAB/AM Nº 3.504, KLINGER DA SILVA OLIVEIRA OAB/AM Nº 2.000, LEONIDAS DE ABREU OAB/AM Nº 2.635, LUCIANA DA SILVA TERÇAS OAB/AM Nº 4.121, MARIA DA CONCEIÇÃO PINHEIRO MONTEIRO ENGEL OAB/AM Nº 4.700, MARIA GORE- TH TERÇAS DE OLIVEIRA OAB/AM Nº 3.735, MARY FRANÇOISE DAS NEVES NASCIMENTO SOUSA OAB/AM Nº 5.142, NELSO JOSE OLIVEIRA DA SILVA OAB/AM Nº 2106, PAULO DIAS GOMES OAB/AM Nº 2.337, RODRIGO SILVA RIBEIRO OAB/AM Nº 5.204, ROMULO ALMEIDA DO NASCIMENTO OAB/AM Nº 2.150, SIDNEY JOSÉ DE SOUZA OAB/AM Nº 5798, TUDE MOUTINHO DA COSTA OAB/AM Nº 564, WASHINGTON LUIZ COSTA DE JESUS OAB/AM Nº 3172 e WERNER AUGUST KARLS PRAETORIUS OAB/AM Nº 1.357, CONSTAN- TES DO ABAIXO-ASSINADO, ofendidos no exercício de suas atividades profissionais por atitude desrespeitosa, ilegal, abusiva e repudiável da Servidora Pública LÚCIA DE FÁTIMA SOUSA DO NASCIMENTO, do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, lotada na 2ª Vara Especializada em Crime de Uso e Tráfico de Entorpecentes VE- CUTE, por pronunciamento de termos vulgares e baixos, injuriando os advogados no exercício de sua profissão. A OAB reafirma seu compromisso com a Advocacia e repudia posturas que atentem contra o livre exercício da profissão, mantendo-se firme no sentido de coibi-las e adotar todas as medidas que estiverem ao seu alcance para sanar esses abusos, reafirmando os princípios do Estado Democrático de Direito, no qual o é figura indispensável. A atitude da mencionada servidora, ao passo que atenta em desfavor dos lídimos princípios constitucionais, presta, portanto, lamentável e repugnante desserviço ao honroso Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, e, sobretudo, se remete às civilizações de acanhada evolução moral e intelectual. Para tanto, esta nota de desagravo será encaminhada para a Presidência e Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas e publicada no Diário Oficial do Estado. Manaus, 1º de Fevereiro de 2012. ANTONIO FÁBIO BARROS DE MENDONÇA Presidente do Conselho Seccional da OAB/AM A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO AMAZONAS, em sessão ordinária do dia 26.10.2011, presidida por Antonio Fábio Barros de Mendonça, Presidente do Conselho Seccional, com fundamento no art. 7º, Inciso XVII e 5º da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB) e do art. 18, 5º do Regulamento Geral, vem DESAGRAVAR PUBLICAMENTE ao advogado SAUL ROGÉ- RIO RAMOS DE ATHAYDE (OAB-AM 3.264), ofendido no exercício de sua atividade profissional por atitude desrespeitosa, ilegal, abusiva e repudiável dos Investigadores de Policia Civil do Estado do Amazonas MAHA- RA RODRIGUES MONTEIRO e PEDRO LAURO DE MENEZES NETO, por terem humilhado e efetuado a prisão do advogado em pleno exercício de sua atividade profissional. A OAB reafirma seu compromisso com a Advocacia e repudia posturas que atentem contra o livre exercício da profissão, mantendo-se firme no sentido de coibi-las e adotar todas as medidas que estiverem ao seu alcance para sanar esses abusos, reafirmando os princípios do Estado Democrático de Direito, no qual o é figura indispensável. A atitude dos mencionados policiais civis, ao passo que atenta em desfavor dos lídimos princípios constitucionais, presta, portanto, lamentável e repugnante desserviço ao Policia Civil do Estado do Amazonas, e, sobretudo, se remete às civilizações de acanhada evolução moral e intelectual. Para tanto, esta nota de desagravo será encaminhada para o Secretario de Segurança Pública do Estado do Amazonas e Corregedoria da Policia Civil do Estado do Amazonas e publicada no Diário Oficial do Estado. Manaus, 15 de Fevereiro de 2012. ANTONIO FÁBIO BARROS DE MENDONÇA Presidente do Conselho Seccional da OAB/AM 4

Comissão irá supervisionar processo eleitoral da OAB/AM Manaus, Fevereiro de 2012 Presidente da Seccional Amazonas, Fábio de Mendonça, anuncia as primeiras ações da entidade, voltadas para a eleição da nova diretoria, que irá atuar no triênio 2013-2015 O presidente da OAB/AM, Fábio de Mendonça, informou que a Seccional irá instituir a Comissão Eleitoral Temporária, que supervisionará as eleições da entidade, em nível regional, conforme determina o Provimento 146/2011, que trata do sistema eleitoral da entidade e que foi publicado, em dezembro passado, no Diário Oficial da União. O documento dispõe sobre os procedimentos e normas das eleições dos conselheiros e da diretoria do Conselho Federal, dos conselheiros seccionais, das subseções da OAB e da diretoria da Caixa de Assistência dos s. Fábio de Mendonça explica que a Comissão será responsável por administrar o processo eleitoral, inclusive, por receber e validar o registro de inscrições das chapas concorrentes, entre outras funções. As eleições 2012 da OAB, dos conselheiros e da Caixa de Assistência dos s serão realizadas, simultaneamente em todo o País, na segunda quinzena de novembro. A Comissão Eleitoral do Amazonas será composta por cinco advogados, sendo um presidente. Será vetada a participação de membros de qualquer uma das chapas concorrentes, parentes até terceiro grau ou de pessoas que tenham relação profissional com os candidatos como sócios, associados, empregados ou empregadores. Os critérios para instituição da Comissão estão sendo definidos, com base na legislação vigente. De acordo com o Provimento 146/2011, o período eleitoral terá início a partir da publicação do edital das eleições pelo Conselho Federal da OAB na imprensa oficial, o que deve ocorrer até 16 de setembro. No edital, serão anunciadas as normas para composição das chapas, dias e locais de votação, entre outras orientações. O Provimento está disponível para consulta no site http://www. oabam.org.br/. O documento também pode ser consultado na Seção 1 do Diário Oficial da União, de 20 de dezembro de 2011, nas páginas 139 a 141. Em nível nacional, a Comissão Eleitoral Temporária, já instituída pelo Conselho Federal da OAB, também irá supervisionar as eleições 2012 da entidade. Composta por cinco conselheiros federais, a Comissão é presidida por Ulisses Cesar de Sousa (MA) e tem como demais membros os conselheiros Luiz Cláudio Allemand (ES), Francisco Anis Faiad (MT), Orestes Muniz Filho (RO) e Manoel Furtado Correia (TO). Voto obrigatório Todos os advogados, inclusive aqueles com mais de 70 anos, deverão votar nas eleições da entidade. A obrigatoriedade foi tema de debate em sessão plenária do Conselho Federal, conduzida pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante. Os debates se focaram na possibilidade de o parágrafo 1º do artigo 63 da Lei 8906/94 que determina que a eleição é de comparecimento obrigatório para todos os advogados inscritos na OAB ser relativizado pelo artigo 14 da Constituição Federal. Este último dispositivo faculta o voto aos maiores de setenta anos. Após os debates, os conselheiros federais decidiram, à unanimidade, manter a exigência de voto aos advogados com mais de 70 anos. 5

Entrevista Ouvidoria terá subsídios para aperfeiçoamento do Exame de Ordem, diz Caupolican Padilha Caupolican Padilha fala sobre qualidade Em entrevista à Voz do, o presidente da Comissão de Exame de Ordem da Seccional Amazonas, Caupolican Padilha Júnior, fala sobre as iniciativas que refletem a preocupação da OAB quanto à busca pelo aperfeiçoamento do Exame de Ordem, entre elas, a criação da Ouvidoria, anunciada recentemente pela Coordenação Nacional. Em nível local, irão se estreitar as conversas com os coordenadores de Cursos de Direito, conforme ele antecipa. O advogado propõe, também, um esforço conjunto dos envolvidos no processo de ensino- -aprendizagem, nos cursos de Direito do Estado, a fim de repensar a forma de avaliação dos alunos. Confira a seguir. A Voz do (AVA) A Coordenação Nacional anunciou a criação da Ouvidoria do Exame de Ordem, que será o principal canal de comunicação entre a Organização e os candidatos. Quais são as vantagens desta iniciativa? Caupolican Padilha (CP) A principal vantagem é o amadurecimento do Exame. Ouvindo os candidatos, suas percepções quanto à estrutura da prova e sobre a experiência quanto às instalações onde são realizados os testes, será possível coletar dados para que o Exame possa ser melhor pensado, detectando distorções e desconfortos sofridos pelos candidatos, e, com isso, a Coordenação poderá tomar decisões mais seguras. AVA No Amazonas, quais têm sido os principais questionamentos dos candidatos em relação ao Exame? CP A prova em si sempre foi considerada pelos candidatos do Amazonas relativamente difícil, porém pessoalmente atribuo essa percepção de dificuldade não à prova, mas ao preparo acadêmico. Um problema que começamos a ter e que era um questionamento que crescia dentre os candidatos, era o estacionamento no local onde a prova era realizada. Conseguimos resolver Não vejo diferença significativa entre os cursos de Direito da cidade, todos são gerenciados por profissionais respeitados e preocupados com a excelência do curso. esse problema, mudando o local de realização da mesma. Atualmente, a prova é realizada no campus da UNIP, que oferece um excelente parque para estacionar. AVA Atualmente, quais são os canais de comunicação que os candidatos e a sociedade têm à disposição, para falar assuntos referentes ao Exame? CP A Comissão de Exame de Ordem da Seccional é um canal aberto a toda sociedade e aos candidatos. Todas as vezes que a Comissão foi procurada, respondeu às dúvidas indagadas. Apenas é importante ressaltar que, com a unificação nacional do Exame, o centro de poder do Exame de Ordem passou para o Conselho Federal. Portanto, as decisões mais importantes com relação ao Exame se concentram na Coordenação Nacional do mesmo, ligada diretamente à Presidência nacional da OAB, o que limita significativamente o poder das Comissões das Seccionais. AVA Uma das atuais propostas da Comissão de Exame de Ordem da Seccional é acompanhar o processo de ensino nos cursos de Direito no Amazonas. Há uma programação de atividades já agendadas com as coordenações dos cursos? CP Estamos agendando uma reunião, agora em março, com as coordenações dos cursos de Direito de Manaus, para podermos desenvolver, conjuntamente, atividades voltadas diretamente para o Exame. 6

AVA No Amazonas, apenas o curso de Direito da UEA foi considerado satisfatório pela OAB. Além dessa indicação, se o estudante quer prestar vestibular para Direito, quais são os fatores que deve observar na escolha da instituição? CP Essa recomendação foi feita pela OAB nacional, a partir de vários dados objetivos, uma avaliação bem criteriosa. Pessoalmente, não vejo diferença significativa entre os cursos de Direito da cidade, todos são gerenciados por profissionais respeitados e preocupados com a excelência do curso. O que percebo é que nem sempre essa preocupação acadêmica do coordenador encontra respaldo na administração da faculdade e essa falta de sensibilidade da administração geral, às vezes, repercute no curso. Quanto ao candidato à acadêmico de Direito, eu sugeriria que primeiro procurasse conhecer a instituição antes de se decidir por estudar lá. Pessoalmente, não desaconselharia nenhuma faculdade (todas têm seus méritos) e também, honestamente, não consigo visualizar nenhuma que possa dizer que se destaque muito em relação às outras. AVA Na sua avaliação, quais são princípios didáticos e de metodologia de ensino que são indispensáveis para assegurar a qualidade de um curso de Direito? CP Essa pergunta não é fácil de ser respondida, primeiro porque o próprio Direito enquanto conceito atravessa uma crise. A segurança que o Direito, enquanto diálogo adequado e democrático, através do qual as mensagens do poder seriam transmitidas, fenômeno típico das ilusões da modernidade, hoje é posta em dúvida. Entendo que esse espaço é muito curto para falar em princípios didáticos, metodologia de ensino, até em qualidade, de um curso que tem como objeto um substantivo que atravessa muitas dúvidas quanto à sua própria cognição. Mas para não ficar sem resposta, posso dizer o seguinte: atualmente, os cursos de Direito nada mais são do que centros de leitura e de compreensão sintática do texto literal da lei. Se isso é certo ou errado, não sei. É difícil estabelecer um valor ao mesmo tempo em que essa formação aproxima o estudante dos concursos públicos na área do Direito, mais de 90% das questões tem por fundamento exclusivo o texto da lei, distancia ele de uma compreensão da crise epistemológica do Direito e de uma possibilidade de pensar a sociedade através do Direito. O certo é Padilha fala sobre medidas que podem refletir no avanço dos cursos de Direito do Estado que, enquanto fora do curso de Direito muito se fala em interdisciplinaridade ou até em multidisciplinaridade como saída para a crise posta pela compreensão limitada do mundo, fruto do conhecimento acastelado em disciplinas, nos cursos de Direito o que se cultua e se idolatra é a disciplina legal pura, com disciplinas isoladas e impedidas de dialogarem com outros caminhos de compreensão. Volto a dizer, não estou afirmando que isso seja certo ou errado, estou dizendo apenas que é assim que a educação jurídica tem se apresentado. Mudar ou não esse quadro é uma resposta que só poderia ser dada a partir de um debate amplo com a participação de todos os atores envolvidos na relação ensino-aprendizagem, diretores, coordenadores, professores e alunos. Porém, entendo que mesmo nesse quadro seria interessante tentar repensar o sistema de avaliação nas faculdades (as provas). Acredito que seria interessante pensar um processo formativo de avaliação e não somativo, como é atualmente. Acho que contribuiria mais com a preparação do acadêmico para os exames aos quais ele terá que se submeter após o ciclo acadêmico, como provas da magistratura, Ministério Público, Defensoria, Exame de Ordem etc. 7

Supremo mantém poderes do CNJ Durante decisão do Pleno, seis ministros votaram pela cassação da liminar e a favor da manutenção do artigo 12 da Resolução 135 do Conselho Nacional de Justiça No dia 2 de fevereiro, a OAB comemorou a manutenção plena dos poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para processar e punir juízes em casos de desvios ético-disciplinares, conforme previstos na Resolução 135 daquele órgão de controle. O CNJ nasceu de novo, pois o Supremo fez valer a Constituição, afirmou o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante. A competência originária e concorrente do CNJ para exercer essas atribuições, que estava suspensa por liminar concedida em ação movida pela Associação dos Magistrados Brasileiros, foi restabelecida e mantida por seis votos a cinco entre os ministros Supremo Tribunal Federal (STF). O STF mais uma vez zelou pela Constituição da República ao manter a competência plena, ao interpretar a Constituição de forma correta, dentro dos princípios republicanos e democráticos e respeitando a vontade do legislador constituinte derivado, observou o presidente nacional da OAB. Ophir lembrou que, ao aprovar a Emenda Constitucional 45/2004 que criou o CNJ, o Legislativo procurou estabelecer um mecanismo para fiscalizar os atos administrativos, financeiros e disciplinares por parte dos juízes. Por isso digo que, com a decisão do Supremo, que resgatou o CNJ, não houve vencidos nem vencedores; ganhou com isso a sociedade brasileira, que continuará contando com um Judiciário fortalecido. Seis ministros votaram pela cassação da liminar e a favor da manutenção do artigo 12 da Resolução 135 do CNJ, que atribui à Corregedoria Nacional do órgão de controle da Justiça a competência concorrente às Corregedorias estaduais e regionais, para punir infrações disciplinares e administrativas cometidas por magistrados. Foram eles: Gilmar Mendes, Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Rosa Weber. Cinco ministros foram votos contrários: o presidente do STF, Cezar Peluso; Marco Aurélio Mello, relator da ação; Celso de Mello, decano da Corte; Ricardo Lewandowski e Luiz Fux. Portanto, no ponto relativo à competência a questão mais polêmica na ação envolvendo o CNJ venceu a tese pró-competência constitucional do CNJ para processar e punir juízes, sendo revogada a liminar concedida no fim do expediente Judiciário do ano passado pelo ministro Marco Aurélio, ao examinar pedido de cautelar na ação direta de inconstitucionalidade (Adin 4638) da AMB. O ministro considerava que essa competência cabia às Corregedorias locais. O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, foi a principal voz em defesa da manutenção da competência originária e concorrente do CNJ. Ophir afirmou que a manutenção dos poderes do CNJ fará com que a sociedade brasileira continue lutando por uma justiça forte e volte seus faróis para o futuro, no sentido de planejar novas ações que façam com que o Judiciário seja cada vez mais importante e mais democrático entre os brasileiros. Ele observou que a grande credibilidade da Justiça brasileira, destacada em discurso do presidente do STF, Cezar Peluso, durante a abertura do Ano Judiciário nesta quarta-feira, só foi possível atualmente graças aos avanços proporcionados pelo CNJ, avanços esses que precisam se consolidar com o importante trabalho desse órgão de controle do Judiciário. (Site da OAB Nacional). 8

ESA lança MBA em Direito Imobiliário A Escola Superior de Advocacia do Amazonas (ESA/ AM) lançou, neste ano, o MBA em Direito Imobiliário, que deverá ser um dos destaques da programação de cursos de 2012. As inscrições estão abertas e as aulas devem ter início em abril. A diretora da ESA, Grace Benayon, ressalta que o segmento do Direito Imobiliário está ganhando espaço, em razão do aquecimento do mercado de imóveis em Manaus. Nossa proposta com o lançamento da pós-graduação é preparar os profissionais para atender a demanda crescente desta área, afirma. Grace Benayon destaca que o MBA pode ser concluído em 14 meses. O curso é coordenado pelo advogado Sylvio Capanema, co-autor do Projeto de Lei da atual Lei do Inquilinato (nº 8245/91) e sócio honorário da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi). A ESA está com inscrições abertas, também, para os cursos de pós-graduação, com ênfase em Prática Processual e Civil ou Processual do Trabalho; e para o MBA em Advocacia Empresarial. s, funcionários públicos e ex-alunos da ESA podem obter descontos, que variam de 15% a 20% no valor das mensalidades. Confira, a seguir, os detalhes dos cursos que estão com inscrições abertas. CURSOS DA ESA Inscrições abertas Pós-Graduação em prática Processual Civil ou Processual do Trabalho Quorum mínimo: 100 alunos Carga horária: 360 horas Investimento: 18 parcelas de R$ 350,00. Há descontos de 15% para advogados e funcionários públicos, pagando até o dia 10 de cada mês (R$ 297,50). As aulas ocorrerão quinzenalmente, em dias de quinta-feira e sexta-feira, das 18h às 22h e aos sábados de 8h às 16h. Diferencial de Mercado: Multidisciplinar, com a opção de cursar Processo Civil e/ou Trabalho em 14 meses. Prática Forense. Simulações de Audiências. Oficina de Peças Processuais. Oratória. Leitura Dinâmica. Informática. Marketing. Português. TCC (Artigo Científico). Metodologia e Didática. Os melhores professores. Excelentes instalações. Com aulas quinzenais, a pós-graduação tem duração em média de 14 meses. Outro diferencial é o profissional poder obter duas certificações, em um pequeno espaço de tempo. Processo Civil Aplicado Processo de Conhecimento. Recursos. Procedimentos Especiais. Execução. Responsabilidade Civil. Consumidor. Empresarial. Tributário. Família. Sucessão. Ambiental. Propriedade Intelectual. Constitucional. Desportivo. Digital. Processo do Trabalho Aplicado Processo de Conhecimento. Recursos. Procedimentos Especiais. Execução. Direito Constitucional. Direito Individual. Direito Sindical. Direito Previdenciário. Direito Administrativo. Direito Tributário. Responsabilidade Civil/Consumidor. Direito Desportivo. Digital. Coordenação Acadêmica Prof. Luciano Viveiros (UERJ, FGV, FACHA). MBA em Direito Imobiliário Quorum mínimo: 50 alunos Carga horária aproximada: 360 horas Duração: 14 meses Investimento: R$ 650,00. Há desconto de 15%, pagando até o dia 10 de cada mês (R$ 552,50). Para ex-alunos da ESA, o desconto é de 20%, até o dia 10 (R$ 520,00). Início das aulas: Abril/2012 As aulas ocorrerão quinzenalmente, em dias de quinta-feira e sexta-feira, das 18h às 22h e aos sábados de 8h às 16h. A quem se destina Pós-graduação Master Bussiness Administration, que oferece base de estudos para profissionais das áreas do Direito, Administração, Economia, Contabilidade e Corretores de Imóveis. Coordenação Acadêmica Prof. Sylvio Capanema (Sócio do Escritório de Advocacia Sylvio Capanema de Souza s Associados; Sócio Honorário da ABADI Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis; Co-Autor do Projeto de Lei da Atual Lei do Inquilinato (Lei 8245/91). Coordenação Executiva Prof. Luciano Viveiros Prof. Maurício Pizarro (Juiz do Trabalho TJ/RJ, Professor da Universidade Candido Mendes). MBA em Advocacia Empresarial Quorum mínimo: 50 alunos Carga horária aproximada: 360 horas Duração: 14 meses Investimento: R$ 650,00 (Desconto 15% desconto pagando até o dia 10 de cada mês R$ 552,50 / Para ex-alunos da ESA 20% de desconto pagando até o dia 10 de cada mês R$ 520,00). As aulas ocorrerão quinzenalmente, em dias de quinta-feira e sexta-feira, das 18h às 22h e aos sábados de 8h às 16h. Parceria O curso é resultado de uma parceria entre a GMX Brasil e a OAB/ESA-AM em convênio com a Estação Business School, classificada entre as melhores escolas de MBA s do país. A quem se destina Pós-graduação Master Bussiness Administration, que oferece base de estudos para áreas do Direito, Administração de Empresas e outros da profissionais área jurídica. Objetivo Este MBA oferece aos alunos uma visão abrangente do Direito aplicado ao mundo das empresas. Para tanto, há disciplinas ligadas à gestão empresarial, incluindo matemática financeira, contabilidade, finanças, ambiente econômico, dentre outras, bem como módulos específicos de Direito, como aspectos societários, tributários, operações societárias e due dilligence, planejamento tributário, falência e recuperação judicial, contratos, direito do consumidor, dentre outros. É um MBA que capacita os alunos a terem uma visão profunda e geral dos vários aspectos jurídicos aplicados nas empresas. Coordenação Acadêmica Prof. Luciano Viveiros Prof. Maurício Pizarro 9

JURISPRUDÊNCIA Crédito consignado cai no gosto do trabalhador e vira tema de decisões no STJ A tentação está em cada esquina. São inúmeras as ofertas de empréstimo com desconto em folha, e as taxas de juros menores em razão da garantia do pagamento seduzem os trabalhadores. Segundo o Banco Central, o consignado responde por 60,4% do crédito pessoal. Ainda que os órgãos públicos monitorem a margem consignável para evitar o superendividamento dos servidores, é comum as dívidas acabarem comprometendo altas parcelas dos vencimentos. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), decisões sobre o empréstimo consignável formaram jurisprudência que busca proteger os trabalhadores, sem desrespeitar os contratos. Em fevereiro de 2011, a Terceira Turma decidiu que a soma mensal das prestações referentes às consignações facultativas ou voluntárias, como empréstimos e financiamentos, não pode ultrapassar o limite de 30% dos vencimentos do trabalhador. O recurso no STJ era de uma servidora pública gaúcha, contra um banco que aplicava percentual próximo dos 50%. A ação foi movida pela servidora, que pediu a redução do teto do desconto. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) rejeitou a tese, pois entendeu que o desconto era regular e que só deveria haver limitação quando a margem consignável fosse excedida. No STJ, a servidora invocou decisão do TJ de São Paulo, que limita o desconto a 30%. Dignidade da pessoa O relator, ministro Massami Uyeda, levou em consideração a natureza alimentar do salário e o princípio da razoabilidade, para atingir o equilíbrio entre os objetivos do contrato firmado e a dignidade da pessoa. Com isso, impõe-se a preservação de parte suficiente dos vencimentos do trabalhador, capaz de suprir as suas necessidades e de sua família, referentes à alimentação, habitação, vestuário, higiene, transporte etc, completou. A Lei 10.820/03 dispõe sobre a autorização para desconto de prestações em folha de pagamento dos empregados regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e o Decreto 6.386/08 regulamenta o artigo 45 da Lei 8.112/90, que trata da consignação em folha de pagamento dos servidores públicos. De acordo com o ministro, essas legislações determinam que a soma mensal das prestações destinadas a abater os empréstimos realizados não deve ultrapassar 30% dos vencimentos do trabalhador. Fiscalização Quando o desconto é na folha de pagamento do servidor público, a Segunda Turma do STJ entende que é cabível acionar o ente estatal para responder à ação. Foi o que decidiram os ministros no julgamento do recurso de uma pensionista do Exército, que buscava a redução da margem descontada em razão de empréstimo. Para a relatora do recurso, ministra Eliana Calmon, não obstante a concordância do mutuário na celebração do contrato de empréstimo com a instituição financeira, cabe ao órgão responsável pelo pagamento dos proventos dos pensionistas de militares fiscalizar os descontos em folha, como a cobrança de parcela de empréstimo bancário contraído, a fim de que o militar ou o pensionista não venha a receber quantia inferior ao percentual de 30% da remuneração ou proventos. Indenização Quando age com negligência, o ente público fica obrigado a indenizar. Foi o que ocorreu no caso de uma segurada do INSS no Rio Grande do Sul. Ela viu parte de seus rendimentos ser suprimida do contracheque em razão de contrato de empréstimo consignado, mas o documento era falso. A segurada ajuizou ação contra o instituto pelo dano moral. O tribunal de justiça estadual entendeu que eram ilegais os descontos nos proventos de aposentadoria da autora, porque não existia o acordo de empréstimo consignado, e que a autarquia previdenciária agiu com desídia ao averbar contrato falso. No recurso analisado pela Segunda Turma do STJ, os ministros reafirmaram que, caracterizada a responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação concomitante de três elementos dano, negligência administrativa e nexo de causalidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito do poder público, a segurada tem direito à indenização ou reparação civil dos prejuízos suportados. O relator, ministro Herman Benjamin, considerou inviável alterar o valor dos danos morais, fixado em R$ 5 mil, por não serem exorbitantes ou irrisórios. Bloqueio Em outro recurso que chegou ao STJ, a Terceira Turma determinou que o banco se abstivesse de bloquear os valores referentes ao salário e à ajuda de custo de um cliente para cobrir o saldo devedor de sua conta. O relator, ministro Humberto Gomes de Barros, já aposentado, ressaltou que a conduta do banco não se equipararia ao contrato de mútuo com consignação em folha de pagamento, pois, neste último, apenas uma parcela do salário é retida ante a expressa e irrevogável autorização do mutuário. Garantia Em 2005, a Segunda Seção decidiu que é proibido ao cidadão revogar, unilateralmente, cláusula de contrato de empréstimo em consignação. A hipótese é válida indistintamente para cooperativas de crédito e instituições financeiras de todo o Brasil. O entendimento foi o de que as cláusulas contratuais que tratam dos descontos em folha de pagamento não são abusivas, sendo, na verdade, da própria essência do contrato celebrado. O desconto em folha é inerente ao contrato, porque não representa apenas uma mera forma de pagamento, mas a garantia do credor de que haverá o automático adimplemento obrigacional por parte do tomador do mútuo, permitindo a concessão do empréstimo com margem menor de risco, afirmou no julgamento o relator, ministro Aldir Passarinho Junior, já aposentado. O ministro afastou o argumento de que o desconto em folha seria penhora de renda, prática proibida pelo Código de Processo Civil. Segundo ele, esse não é o caso do desconto em folha, sendo distintas as hipóteses. O Código de Defesa do Consumidor está prestes a passar por mudanças. É provável que a comissão criada no Senado para sugerir as alterações inclua o empréstimo consignado no novo texto da lei. (Site do STF) 10

TEXTO JURÍDICO A responsabilidade civil do Estado por omissão no dano ambiental e o princípio da dignidade humana - 2 A necessidade da proteção do meio ambiente mobilizou a população de todo o planeta, fomentando uma aprofundada discussão sobre do tema, motivando inúmeros congressos, simpósios e seminários por todo mundo, que ocasionou uma verdadeira revolução no pensamento humano, envolvendo todos os segmentos da sociedade. O homem passou a entender que ele próprio faz parte integrante deste meio ambiente e, portanto, o preservar deixou de ser só um dever, passando a ser uma questão sine qua non para a própria preservação da espécie humana, cuidar do meio ambiente é cuidar da própria humanidade. Nesse diapasão, diversos países tinham passado a tratar o assunto preservação do médio ambiente como uma questão essencial e obrigatória do Estado, incluindo o tema nos direitos fundamentais insculpidos na protuberância de suas Constituições Federais, como ocorreu no Brasil entre tantos outros países. Notadamente, o princípio da Hileano Praia dignidade humana está, de maneira intrínseca, unido ao Direito, a um meio ambiente sadio e equilibrado, sendo a proteção ao meio ambiente uma maneira da efetivação de ambos, devendo o Estado zelar por tal consecução. Nesse contexto, a ampla maioria da doutrina brasileira, dentre os quais Silvio Rodrigues, Orlando Gomes, Maria Helena Diniz, Silvio de Salvo Venosa, entre outros, firmou entendimento no qual se consagrou a responsabilidade civil objetiva estatal, insculpida no parágrafo 6º do artigo 37 da Constituição Federal de Brasil, com as seguintes posições: Que a obrigação de consertar danos patrimoniais decorre de responsabilidade civil objetiva. Se o Estado, por suas pessoas jurídicas de direito público ou pelas de direito privado prestadoras de serviços públicos, causar danos ou prejuízos aos indivíduos, deve consertar esses danos, indenizando-os, independentemente de ter atuado com dolo ou culpa. Que os requisitos configuradores da responsabilidade civil do Estado são: ocorrência do dano; nexo causal entre o evento danoso e a ação ou omissão do agente público ou do prestador de serviço público; a oficialidade da conduta lesiva; inexistência de causa excludente da responsabilidade civil do Estado. Que a responsabilidade civil do Estado é objetiva, com base no risco administrativo, que, ao invés do risco integral, admite abrandamentos. Assim, a responsabilidade do Estado pode ser afastada no caso de força maior, caso fortuito, ou ainda, se comprovada a culpa exclusiva da vítima. Que tendo culpa exclusiva da vítima ficará excluída a responsabilidade do Estado. No entanto, se a culpa for concorrente, a responsabilidade civil do Estado deverá ser mitigada, se repartindo o quantum da indenização. Que a Constituição Federal prevê ação regressiva do Estado, contra o agente público responsável pela ocorrência do dano, nos casos em que o mesmo atuar com dolo ou culpa. Ressalta-se que, quando se fala em responsabilidade estatal se deve levar em consideração todas as cautelas para que a denominada teoria do risco administrativo não seja interpretada como sinônimo de risco integral. Nesse ponto, destacam- -se as lições de Augusto Vinícius Fonseca e Silva que assim leciona: risco administrativo não é sinônimo de risco integral. A teoria do risco administrativo vincula-se à responsabilidade objetiva do Estado e, para que esta aflore, devem ser demonstrados a conduta estatal (positiva ou negativa), o dano, o nexo causal entre tais elementos e a inexistência de causa excludente desse nexo, isto é, feito da vítima ou de terceiro, caso fortuito ou força maior. Ao invés, a teoria do risco integral não admite que se oponham as excludentes. E fez bem o legislador constituinte brasileiro, se não teria risco de todos os danos sejam atribuídos ao Estado. E tal não pode ser admitido, sob pena do promover a condição do segurador universal. A doutrina majoritária está 11

a caracterizar a responsabilidade civil do Estado como objetiva e concorrente com o terceiro (particular) causador do dano, quando da constatação de omissão estatal na ocorrência de dano ambiental, o que significa dizer, que quando o Estado deveria ter atuado e não o fez, contribuindo de maneira omissiva para a ocorrência do evento danoso ao meio ambiental, como nos casos em que o Estado descuida na exigência dos requisitos legais para concessão de licença de funcionamento de determinada empresa, ou ainda quando descuida na fiscalização periódica destas empresas e as mesmas acabam por ocasionar dano ambiental, sendo comprovada a conduta omissiva do Estado. No entanto, há necessidade de rever os fundamentos de tal posicionamento, pois acreditamos que a responsabilidade civil do Estado em tais casos deve ser direta e exclusiva e não concorrente com o terceiro (particular) causador do dano ambiental. Tal posicionamento já está influenciando juristas vanguardistas de alguns países, como os da Corte Suprema de Justiça da Nação Argentina, que ao apreciar o caso denominado Causa Mendoza, no qual inúmeras empresas ao longo de décadas, contaminaram o Rio Riachuelo, decidiram em linhas gerais, que o responsável por tais danos ambientais é o Estado, que por omissão, permitiu tal contaminação. No caso acima citado, em 8 de julho de 2008, a Corte Suprema de Justiça da Nação Argentina proferiu sentença definitiva em relação à específica pretensão sobre recomposição e prevenção de danos ao ambiente. Trata-se de uma sentença coletiva atípica, de caráter declarativo e de execução, já que contém uma condenação geral, que recaiu sobre a AcuMaR (Autoridade de Bacia Matança Riachuelo presidida pela Secretaria de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), o Estado Nacional, a Província de Buenos Aires e a Cidade Autônoma de Buenos Aires, igualmente responsáveis em modo concorrente, pelo saldo do programa estabelecido na resolução, que deve perseguir três objetivos simultâneos: a melhora da qualidade de vida dos habitantes de bacia; a recomposição do meio ambiente na Bacia em todos seus componentes (água, ar, e solos); e a prevenção de danos com suficiente e razoável grau de predição. Resta, ainda, o pronunciamento do Máximo Tribunal da República ao redor da responsabilidade dos particulares pela contaminação de uma das bacias hídricas mais contaminadas do planeta, mas os juristas argentinos que estão atuando no caso acreditam que será uma decisão que imponha às empresas uma obrigação preservativa para o futuro e não uma imposição de multa reparadora, como a tomada de medidas que tenham como objetivo cessar a contaminação ao médio ambiente. Portanto, deve-se procurar no Direito Civil, Constitucional, Ambiental, Comparado e nos Princípios Fundamentais do Direito, a base para a fundamentação no sentido de imputar a responsabilidade civil do Estado de maneira direta e exclusiva, quando da ocorrência de dano ao meio ambiente em que se constata a conduta omissiva do Estado, como meio de efetivar o princípio da Dignidade humana, afastando a responsabilidade concorrente com o terceiro (particular) causador do dano ambiental, nas hipóteses em que o Estado deveria ter atuado e não o fez ou quando o fez de maneira débil. Hileano Praia é advogado, professor universitário, especialista em direito Civil, Processo Civil, Trabalho e Previdenciário, doutorando em Direito pela Universidade Católica de Santa Fé UCSF Argentina, e vice-presidente da CAA/OAB/AM. 12