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Transcrição:

SEMINÁRIO TEMÁTICO VI: GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE AULA 06: PRODUÇÃO MAIS LIMPA E ECODESIGN TÓPICO 03: IMPLEMENTAÇÃO, ETAPAS E BENEFÍCIOS DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA IMPLEMENTAÇÃO DA P+L A implementação da estratégia da produção mais limpa exige que todo o processo produtivo seja avaliado, verificando sua real eficiência quanto ao emprego de recursos e energia. Essa avaliação está baseada na realização de um balanço de massa e energia e na identificação das medidas para produção mais limpa mais apropriadas para serem aplicadas (MADRUGA, 2000). As oportunidades para a redução do desperdício e prevenção da poluição podem ser identificadas em várias etapas do processo (HUNT, 1993 apud MADRUGA, 2000): ETAPAS DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA ETAPA 01 ETAPA 02 ETAPA 03 ETAPA 04 ETAPA 05 ETAPA 06 ETAPA 07 ETAPA 08 ETAPA 09 ETAPA 10 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS O desperdício de materiais, em muitos casos, ocorre porque estão com prazos de validade vencidos, contaminados, mal conservados ou são simplesmente desnecessários. Além dos custos de disposição desses materiais, existem os custos pela perda de matérias-primas não utilizadas. GESTÃO DE ESTOQUES Os métodos para controle de estoques e a adoção de procedimentos para a implementação de técnicas para entregas just in time, de acordo com a demanda da linha de produção, podem reduzir o desperdício significativamente. MANUTENÇÃO OU HOUSEKEEPING A inspeção e a reparação de válvulas, fechaduras, torneiras, canos e equipamentos em geral previnem muitos prejuízos. Estes procedimentos podem, por exemplo, reduzir a má utilização de água e vapor. SEPARAÇÃO DO RESÍDUO TÓXICO DO NÃO-TÓXICO Alguns materiais, quando mantidos separados durante o processo, podem ser reutilizados ou reciclados, por exemplo, a água utilizada no processo, a água de refrigeração e os resíduos químicos. MUDANÇA PARA MATERIAIS MENOS TÓXICOS

A utilização de materiais menos tóxicos evita os custos dos investimentos em medidas e equipamentos que são exigidos para atender à legislação ambiental e de segurança e saúde no trabalho. MODERNIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS A substituição de equipamentos e a implementação de sistemas de circuito fechado podem maximizar a utilização dos insumos. RECICLAGEM INTERNA Os resíduos podem ser reutilizados como insumo dentro de um mesmo processo. RECICLAGEM EXTERNA Em alguns casos, os resíduos podem ser transferidos para uma outra empresa e servir como insumo no seu processo produtivo. MODIFICAÇÃO DO PROCESSO A geração de resíduos pode ser atacada na fonte através de técnicas que incluem a melhoria no processo e nos procedimentos de manutenção, de substituição das matérias-primas ou adoção de uma nova tecnologia. MODIFICAÇÃO DO PRODUTO Alguns produtos podem ser substituídos por um similar que não exige a utilização de matérias-primas ou processos de produção tóxicos. OBSERVAÇÃO A aplicação da metodologia da produção mais limpa, representada na Figura 2, resultará na geração de menor impacto ambiental e maior rentabilidade para a empresa. Figura 2 - Fluxograma para o Estabelecimento de Prioridades na Identificação de Oportunidades de PML num Processo Produtivo CNTL, 1999 (apud MADRUGA, 2000, p. 24).

Conforme o fluxograma da P+L, busca-se prioritariamente a prevenção por meio da redução de resíduos, efluentes e emissões na fonte (nível 1). Aqueles resíduos que não podem ser evitados podem ser reintegrados ao processo de produção (nível 2). Na impossibilidade de reutilização dos resíduos, medidas para a reciclagem externa devem ser adotadas (nível 3). BENEFÍCIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA P+L A P+L gera melhorias financeiras em função do aumento da eficiência e da produtividade; redução dos custos para tratamento e disposição de resíduos, redução nos custos de matéria-prima, energia e água e redução dos riscos de responsabilidade, tornando as empresas mais competitivas. Para o meio-ambiente, reduz a poluição da água, ar e solo e os riscos do nãoatendimento à legislação ambiental. Para a sociedade, obtém ganhos corporativos e de imagem pela demonstração da responsabilidade social ambiental, pela redução dos riscos à saúde e segurança (MAIA; WILK, 2004). Conforme o SENAI (2009), as organizações de diferentes setores que adotaram a P+L apontaram os principais benefícios desta forma de produção como: Ações voltadas ao desenvolvimento sustentável, Aumento da produtividade e rentabilidade do negócio, Contribuição para o desenvolvimento sustentável, Expansão no mercado dos produtos da empresa, Melhoria da imagem corporativa da empresa junto à comunidade, Melhoria da produtividade, Melhoria da qualidade do produto, Melhoria do processo, Melhoria do relacionamento com a comunidade e com os órgãos públicos, Melhoria na qualidade de vida e segurança dos funcionários, Melhorias contínuas nos processos produtivos, Motivação dos funcionários à participação no aporte de ideias, Otimização do uso dos recursos naturais, Redução da geração de resíduos, Efluentes e emissões e de gastos com seu tratamento e destinação final, Redução de custos e desperdícios, Redução de resíduos na fonte, Redução de riscos ao meio ambiente e às pessoas,

Redução dos riscos de acidentes ambientais e ocupacionais, Redução no uso de substâncias tóxicas e Retorno do capital investido nas melhorias em curtos períodos OBSERVAÇÃO Na medida em que uma organização adota técnicas de P+L que lhe permitam economia em custos, estará adquirindo vantagens. Se essas técnicas forem derivadas de processos e habilidade internamente desenvolvidos estará desenvolvendo também recursos e competências distintas em relação aos seus concorrentes. Por sua vez, em relação às abordagens emergentes e de planejamento, a produção mais limpa e a gestão ambiental de uma forma ampla requerem ambas. As habilidades em planejamento de longo prazo são necessárias nas fases preliminares de desenvolvimento de produtos e processos; a adaptação estratégica por vez, molda a forma de resposta às contingências de mercado (MAIA; WILK, 2004). CASOS DE APLICAÇÃO DE P+L Após a exposição dos aspectos mais teóricos acerca da P+L, serão apresentados a seguir alguns casos de organizações que utilizam esta metodologia. Assim, será possível identificar se a adoção da P+L traz resultados concretos. Tais exemplos são apresentados por Sperandio e Donaire (2005), na tentativa de demonstrar os aspectos positivos da P+L: CARAÍBA METAIS Caraíba Metais (Empresa metalúrgica de cobre) Um dos resíduos sólidos do processo metalúrgico da empresa, chamado de escória, deixou de ser custo e virou receita para a organização. Estudos científicos desenvolvidos por profissionais da própria companhia indicaram ser possível reaproveitar o resíduo como insumo por outras indústrias. Em 2004, o volume de venda do novo produto alcançou 130 mil toneladas. Existe uma previsão para a comercialização de 200 mil toneladas deste material para o ano de 2005. Um outro grupo de profissionais está tentando identificar uma tecnologia capaz de retirar metais da lama de gesso dos aterros industriais para transformá-los em matéria-prima para a indústria da construção civil. O projeto Recupera, em desenvolvimento na empresa, pretende igualar o custo de processamento com o custo do produto. ALCAN Alcan (Empresa de produção de alumínio e embalagens) Nesta empresa ocorreu a implantação do co-processamento do alucoque para sua utilização na indústria de cerâmica vermelha e cimento.também conhecido como SPL, o alucoque é um resíduo proveniente do revestimento do forno de produção do alumínio primário. Ao longo dos últimos 20 anos, a Alcan gerou 60 mil toneladas desse

resíduo e, graças a este novo processo já conseguiu zerar o estoque do passivo ambiental, segundo o gerente industrial, Danilo Taranto. Diferente do que ocorreu com a escória da Caraíba Metais, a Alcan não conseguiu gerar receita direta com a comercialização do alucoque. Pelo contrário, a empresa ainda paga para a indústria ceramista e de cimento consumirem o produto. Em função dessa realidade, a empresa já investiu até o momento cerca de R$ 12 milhões ao longo desse período. Ainda assim, a empresa tem motivos de sobra para comemorar, pois conforme informações do gerente industrial: "Na América do Norte, a Alcan precisa pagar US$ 200 por tonelada de processamento desse resíduo. Aqui, o custo é de US$ 50 por tonelada. E as vantagens ambientais são ainda maiores, pois a indústria que usa alucoque como combustível reduz em 50% o consumo de lenha, em 40% o consumo de água e em 10% o uso de energia elétrica. BRASKEM Braskem (Empresa petroquímica) Desde 2002, a empresa já conseguiu reduzir o consumo de água em 8%, gerou 30% a menos de efluentes líquidos e reduziu em 40% a geração de resíduos sólidos, líquidos e pastosos. Os investimentos na área de meio ambiente, saúde e segurança somaram R$ 89 milhões neste período. Novos aportes de recursos já estão confirmados e alcançarão um volume de R$ 21 milhões para subsidiar o programa Ecobraskem, que prevê economia da ordem de R$ 50 milhões até 2008. A meta é reduzir o consumo de água em 15%, otimizar o consumo de energia em 6% e reduzir a geração de efluentes em 26%. "A Braskem foi a primeira empresa industrial do País a assinar a declaração da ONU (Organização das Nações Unidas) para a produção mais limpa, tornando público o seu compromisso de produzir melhor com menos impacto ambiental", comenta Jorge Soto, gerente corporativo de saúde, segurança e meio ambiente. PERFLEX Perflex (Empresa de materiais sanitários) Com pequenas variações, a fábrica de metais sanitários segue os procedimentos defendidos por estudiosos da chamada produção ambientalmente sustentável e ganha dinheiro com isso. Segundo Monteiro, apenas com a reutilização da água se conseguiu uma economia mensal da ordem de R$ 3,5 mil, suficiente, por exemplo, para cobrir os custos com o descarte de resíduos. Ele explica que isso foi possível graças à instalação de uma tubulação auxiliar que remete a água tratada para ser reutilizada em tarefas onde não se exige pureza total na qualidade da água. FÓRUM 4 PRODUÇÃO MAIS LIMPA E ECODESIGN Diante dos conceitos e idéias apresentadas, identifique se a empresa em que você trabalha adota (formalmente ou informalmente) algumas das ações relacionadas à prática da Produção mais Limpa ou do Ecodesign. Relate sua experiência no fórum, relatando se a organização adota ou não essas metodologias. Em caso afirmativo, descreva, por exemplo, as ações

desempenhadas, de quem partiu a ideia da adoção das mesmas etc. Caso contrário, tente apontar quais seriam as possíveis mudanças no processo que poderiam trazer os benefícios proporcionados pela P+L e o Ecodesign. Caso você não trabalhe, tente buscar um exemplo de alguma empresa próxima a você e aponte possíveis características das práticas de P+L e/ou Ecodesign, ou, se preferir, relate o caso de alguma empresa que cause algum tipo de poluição que poderia aplicar os princípios da P+L e/ou do Ecodesign para reduzir seu impacto negativo sobre o ambiente. REFERÊNCIAS LEMOS, Angela Denise da Cunha. A PRODUÇÃO MAIS LIMPA COMO GERADORA DE INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE: o caso da fazenda Cerro do Tigre. 1998. 181 f. Dissertação (Mestrado em Administração). Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 1998. MAIA, Tatiana; WILK, Eduardo de Oliveira. Produção Mais Limpa e Vantagem Competitiva: Estudo de Caso em Uma Empresa do Setor Plástico do Rio Grande do Sul. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPAD, 28, 2004, Curitiba. ANAIS... Curitiba: ANPAD, 2004. MADRUGA, Kátia Cilene Rodrigues. PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA: um estudo de fornecedores no estado do Rio. 2000. 114 f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2000. MELLO, Maria Celina Abreu; NASCIMENTO, Luiz Felipe. Produção mais limpa: um impulso para a inovação e a obtenção de vantagens competitivas. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 22, 2002, Curitiba. ANAIS... Curitiba, 2002. SENAI. CENTRO SENAI DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA. Disponível em: Link [1]. Acesso em: 01 fev. 2009. SPERANDIO, Sergio Antonio; DONAIRE, Denis. 2005. Produção Limpa: da concepção à realidade. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 12, 2005, Bauru. ANAIS... Bauru: UNESP, 2005. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.sp.senai.br/cpc/?inc=vernov&id=238 Responsável: Prof. Augusto Cezar de Aquino Cabral Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual