JUSTIFICAÇÃO DESTES SLIDES Estes slides foram utilizados na intervenção que fiz no debate organizado pela União dos Sindicatos do Algarve em 6.7.2017, em Faro, destinado não só a reformados e aposentados, mas também aos trabalhadores do ativo quer do setor privado quer da Função Pública E divulgo estes slides porque penso que eles contêm informação útil a todos os que se interessam pelas matérias da reforma e da aposentação e pelo reforço da sustentabilidade da Segurança Social. Neste slides analiso o novo regime de reforma antecipada que o atual governo pretende aprovar, e mostro que se a ultima proposta de Vieira da Silva for aprovada apenas um número reduzido de trabalhadores terão acesso à reforma antecipada, transformando o novo regime de reforma antecipada num grande logro que causará a insatisfação de milhares de trabalhadores sendo, por isso, necessário alterar antes da sua publicação Também informo os trabalhadores da Função Pública que foi acordado entre os sindicatos da Frente Comum e o governo o inicio de negociações sobre a aposentação antecipada e outras matéria durante Julho/2017. Com base na Lei 53-B/2016, apresento uma previsão do aumento das pensões em 2018. Finalmente apresento 4 medidas para reforçar a sustentabilidade da Segurança Social que é um contributo para o debate sobre esta matéria
AS PENSÕES TIRARAM DA POBREZA EXTREMA 2.184.872 PORTUGUESES EM 2015 SEGUNDO O INE. No entanto, o limiar da pobreza era, em 2015, apenas 376 /mês (14 meses), portanto um valor muito baixo, por isso muitos portugueses com um rendimento pouco superior a este continuam na pobreza
PENSÕES MÍNIMAS ABAIXO DO LIMIAR DA POBREZA, E ALGUMAS PENSÕES MEDIAS POUCO ACIMA DO LIMIAR DA POBREZA:em 2015, o limiar da pobreza era 376 /mês, portanto superior às pensões mínimas e às pensões médias de invalidez e sobrevivência e pouco abaixo da pensão média de velhice
AS PENSÕES PAGAS PELA SEGURANÇA SOCIAL CONTINUAM A SER MUITO BAIXAS: no fim de 2015, 58% dos pensionistas da Segurança Social recebiam pensões inferiores ao limiar da pobreza. E a situação atual pouco se alterou
NA CGA, EM 2015 A PENSÃO MÉDIA ERA DE 1.281, E 35,9% DOS APOSENTADOS RECEBIAM PENSÕES INFERIORES A 750. ENTRE 2013 E 2015, A PENSÃO MEDIA ATRIBUÍDA EM CADA ANO DESCEU DE 1.301 PARA 1.112 (- 14,5%) DEVIDO ÁS ALTERAÇÕES NA FORMULA DE CÁLCULO DA PENSÃO
OS AUMENTOS DAS PENSÕES EM 2017: aumento de miséria de 0,5% em Janeiro e aumento extraordinário em Agosto/20017 imposto ao governo pelos partidos de esquerda 1-AUMENTOS EM JANEIRO-2017 (inicialmente os que o governo de Costa apenas queria fazer) Aumento de 0,5% nas pensões da Segurança Social e da CGA até 842,64 As pensões da Segurança Social e da CGA superiores a 842,64 continuam congeladas já desde 2010 2-AUMENTO EXTRAORDINÁRIO EM AGOSTOS DE 2017 APENAS PARA OS REFORMADOS E APOSENTADOS COM PENSÕES ATÉ 631,98 Aumento de 6, deduzido do aumento de janeiro nas pensões dos pensionistas que tiveram aumentos de miséria durante a troika e o governo PSD/CDS (pensões até 275 ) As restantes pensões até 631,98 aumento de 10 deduzido aumento de Janeiro de 2017.
O AUMENTO DAS PENSÕES EM 2018 (Previsão) DE ACORDO COM A LEI 53-B/2006. Tendo como base as previsões do governo de crescimento do PIB e da Inflação, o aumento será de 1,35% para as pensões mais elevadas, e 2,1% para as pensões mais baixas
O REGIME ATUAL DE REFORMA ANTECIPADA NA SEGURANÇA SOCIAL - A tripla penalização existente: no caso de reforma antecipada o trabalhador sofre 3 cortes na sua pensão resultante: (1) Do Fator de sustentabilidade; (2) Do aumento continuo da idade da acesso à reforma (em média um mês por ano); (3) Corte de 0,5% por cada mês que falte para os 66 anos e 3 meses em 2017
O NOVO REGIME DE REFORMA ANTECIPADA DA SEGURANÇA SOCIAL QUE DEVERÁ A ENTRAR EM VIGOR EM OUT.2017 DE UMA FORMA FASEADA : é eliminado o corte resultante da aplicação do fator de sustentabilidade e o cálculo da penalização por ter idade a menos é calculada com base na seguinte tabela
A REDUÇÃO DOS CORTES NAS REFORMAS ANTECIPADAS RESULTANTE DO NOVO REGIME DE REFORMA ANTECIPADA nnn
O GOVERNO PRETENDE IMPOR UM REGIME MAIS RESTRITIVO QUE O ATUAL DE ACESSO À REFORMA ANTECIPADA, TRANSFORMANDO O NOVO REGIME NUM LOGRO: a proposta de Vieira da Silva, se for aprovada, apenas um número reduzido de trabalhadores terá acesso à reforma antecipada 1-ATUALMENTE (artº 4º do Decreto-Lei 8/2015), um trabalhador pode pedir a REFORMA ANTECIPADA se tiver IDADE IGUAL OU SUPERIOR A 60 ANOS E 40 OU MAIS ANOS DE DESCONTOS PARA A SEGURANÇA SOCIAL. Isto significa que o trabalhador se ao 60 anos tiver menos de 40 anos de descontos, ele pode pedir a reforma antecipada quando tiver 40 de descontos mesmo que tenha mais de 60 anos de idade. O mesmo em relação aos que tenham 40 anos de descontos e, nessa data, tenham menos de 60 anos de idade. Estes trabalhadores quando atingirem os 60 anos de idade podem pedir a reforma antecipada porque já têm mais de 40 anos de descontos. 2-O atual governo quer permitir o acesso à reforma antecipada apenas a um número muito reduzido de trabalhadores. Segundo a proposta apresentada por Vieira da Silva, a reforma antecipada só será possível se o trabalhador tiver 40 ANOS DE CARREIRA CONTRIBUTIVA AOS 60 ANOS DE IDADE. Se o trabalhador no dia em que fez 60 anos de idade não tiver 40 anos de carreira contributiva nunca mais poderá pedir a reforma antecipada. É PROFUNDAMENTE INJUSTO. É necessário que os sindicatos tomem uma posição dura contra esta norma absurda e a denunciem.
O ATUAL REGIME DE REFORMA ANTECIPADA APÓS DESEMPREGO DE LONGA DURAÇÃO QUE O GOVERNO NÃO QUER ALTERAR: o governo pretende continuar a aplicar o Fator de sustentabilidade aos desempregados de longa duração que peçam a reforma antecipada ATUALMENTE, SEGUNDO ARTº 57º E 58º DO DECRETO-LEI 220/2006 APÓS DESEMPREGO DE LONGA DURAÇÃO ( e para ser considerado tem de receber pelo menos durante 1 ano subsidio de desemprego) O DESEMPREGADO PODE PEDIR A REFORMA ANTECIPADA NAS SEGUINTES CONDIÇÕES (mas sofre o corte da pensão devido à aplicação do fator de sustentabilidade, e o governo quer manter): A data de acesso à pensão de velhice é antecipada para os 62 anos desde que o desempregado à data do despedimento tenha pelo menos 57 anos idade e 15 anos de descontos para a Segurança Social (aos 62 anos pode pedir a reforma) A data de acesso à reforma é antecipada para os 57 anos se o trabalhador à data do desemprego tenha idade igual ou superior a 52 anos e pelo menos 22 anos de descontos para a Segurança Social Nestes 2 casos, o desempregado que peça a reforma antecipada está sujeito a uma dupla penalização: (1) Um corte de 0,5% por cada mês que falte para os 62 anos; (2) Outro corte devido à aplicação do fator de sustentabilidade. BONIFICAÇÃO: os 62 anos são reduzidos um ano por cada 3 anos de contribuições que excedam os 32 anos de descontos que o trabalhador tiver no dia que fez 57 anos de idade (e só nesse dia), ESTAS PENALIZAÇÕES SÃO PARA TODA A VIDA ATÉ À MORTE. Só a 3ª penalização se o despedimento for por mutuo acordo (3% /ano em falta até 66A3M) desaparece aos 66 anos e 3 meses em 2017
O REGIME DE APOSENTAÇÃO ANTECIPADA DA FUNÇÃO PÚBLICA VAI SER NEGOCIADO COM O GOVERNO DURANTE JUHLO/2017 O ATUAL REGIME DE APOSENTAÇÃO É MAIS PENALIZADOR DO QUE ATUAL REGIME DE REFORMA ANTECIPADA: Os trabalhadores da Função Pública podem-se aposentar antecipadamente desde que tenham 55 anos de idade e 30 anos de contribuições para a CGA Mas não têm direito a qualquer bonificação mesmo com carreiras longas, portanto diferentemente do que sucede na Segurança Social que por cada ano a mais de descontos para além dos 40 anos deduz 4 meses na idade de acesso à reforma; Sofrem um corte na pensão de 0,5% por cada mês que falte para ter 66 anos e 3 meses em 2017 Para além disso só se podem aposentar antecipadamente enquanto estiverem no ativo, pois se saírem da Função Pública só podem se aposentar na idade normal de acesso à aposentação (66ª e 3M). NOTA IMPORTANTE; Ficou acordado entre o ministro do Trabalho Solidariedade e da Segurança Social e os sindicatos da Frente Comum iniciar negociações no mês de Julho/2017 para alterar o regime da aposentação antecipada e outros pontos propostos pelos Sindicatos.
A SEGURANÇA SOCIAL NÃO É APENAS PENSÕES: a dimensão da destruição da Segurança Social pela troika e pelo governo PSD/CDS (484.050 portugueses perderam as prestações sociais que recebiam)
AS POUPANÇAS OBTIDAS PELO GOVERNO DO PSD/CDS Á CUSTA DO AUMENTO DA MISERIA DOS MAIS POBRES (1.034,5 milhões em 2015)
O COMBATE À POBREZA PELO ATUAL GOVERNO TEM SIDO MANIFESTAMENTE INSUFICIENTE: o numero de beneficiários de prestações sociais continuou a diminuir entre Dez.2015 e Maio.2017, e isto para não falar dos reformados com pensões de miséria e dos desempregados cuja taxa de cobertura é apenas 29% como mostra o quadro
COMO REFORÇAR A SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DA SEGURANÇA SOCIAL 1- O QUE PRETENDE O CAPITAL FINANCEIRO (transformar a Segurança Social num grande negócio) 2- O QUE DEFENDEMOS : 4 medidas para reforçar a sustentabilidade da segurança social
O QUE O CAPITAL FINANCEIRO PRETENDE: Transformar a Segurança Social num grande negócio através de Fundos de Pensões em que a pensão para o trabalhadores seria incerta pois dependente ou do governo ou da bolsa, mas os descontos dos trabalhadores seriam certos PILAR 3 : Regime complementar, voluntário, de contribuição definida e capitalização real (bolsa), com contas individuais, geridas por seguradoras ou sociedades de fundos de pensões, portanto o valor obter pelo trabalhador dependia da bolsa, A PROPOSTA DE JORGE BRAVO E DA ASSOCIAÇÃO PATRONAL, a Associação das sociedades de Fundos de Pensões (As propostas de Margarida Aguiar, de Ribeiro Mendes e Pereira da Siva são semelhantes) COMPÕE-SE DE TRÊS PILARES: PILAR 1: Participação obrigatória para todos os trabalhadores, descontos sobre salários plafonados (portanto, o desconto dó seria feito sobre uma parte do salário), contas individuais virtuais, cuja rentabilidade seria virtual fixada pelo Estado, e no fim da vida ativa a pensão seria calculada com base no capital virtual, já que os descontos seriam utilizados para pagar pensões aos reformados, o que daria uma pensão muito baixa, igual ou inferior ao salário mínimo nacional; PILAR 2: Participação obrigatória para todos os trabalhadores, financiado com descontos sobre a outra parte dos salários, seria um fundo de contribuições definidas e de capitalização real (os resultantes dependiam da bolsa) gerido por seguradoras ou sociedades de fundos de pensões, portanto a pensão dependia dos resultados obtidos na bolsa
1- OS ELEVADOS SALDOS POSITIVOS DA SEGURANÇA SOCIAL TÊM CONTRIBUINDO PARA A REDUÇÃO DO DÉFICE ORÇAMENTAL 2- AS 4 MEDIDAS PARA REFORÇAR A SUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL QUE APRESENTAMOS COMO CONTRIBUTO PARA O DEBATE
A SEGURANÇA SOCIAL TEM CONTRIBUÍDO PARA REDUZIR O DÉFICE ORÇAMENTAL: são os elevados saldos positivos obtidos pela Segurança Social (1.559 milhões em 2016) que têm permitido a redução do défice orçamental (o saldo global das Administrações Públicas)
NO PERÍODO JAN-MAIO 2017 A SEGURANÇA SOCIAL CONTRIBUIU COM UM SALDO POSITIVO DE 1.286 MILHÕES PARA REDUZIR O DÉFICE ORÇAMENTAL (o Saldo negativo das Administrações Públicas que foi de -339 milhões em 2016 e de -698 milhões em 2017, seria muito maior se não fosse a Segurança Social)
MEDIDA 1: COBRAR A DIVIDA DECLARADA À SEGURANÇA SOCIAL QUE TEM CRESCIDO A UM RITMO DE 932 Milhões /ANO E NADA FOI FEITO DE EFICAZ PARA MUDAR A SITUAÇÃO: não é com apenas com 140 trabalhadores para 2,2 milhões de processos de divida que se recupera como o atual governo pensa nnn
MEDIDA 2 : CRIAR EMPREGO - A SUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL E DO PRÓPRIO ESTADO ESTÁ DEPENDENTE DE UMA POLITICA ECONÓMICA CRIADORA E NÃO DESTRUIDORA DE EMPREGO: a perda de receita pela Segurança Social tem variado 2.800M - 4.200M por ano devido ao desemprego nnn
MEDIDA 3: COMBATE EFICAZ À EVASÃO E FRAUDE CONTRIBUTIVA E REDUZIR AS ISENÇÕES : o Ministério do Trabalho, da Segurança Social e da Solidariedade continua a nada fazer de eficaz para por cobro a este escândalo
MEDIDA 4 TAXAR TAMBÉM A PARCELA DA RIQUEZA LIQUIDA DAS EMPRESAS QUE NÃO ESTÁ SUJEITA A CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURANÇA SOCIAL E QUE ESTÁ A CRESCER MAIS RAPIDAMENTE DO QUE OS SALÁRIOS. Para por em prática isso, as contribuições das empresas para Segurança Social teriam de ser calculadas com base numa taxa sobre o seu VAL, já que o Produto Interno Liquido é o somatório dos Valores Acrescentados Líquidos (VAL)