Rompimento de Barragens No século XX foram registrados cerca de 200 acidentes graves com barragens no mundo, que causaram a morte de mais de 8.000 pessoas e deixaram outras milhares desabrigadas. 1
Incidentes e rupturas de consequências trágicas, ocorridos nos Estados Unidos (Saint Francis e Teton), Malpasset, França (1959); e no Brasil: Orós (1960), Cataguazes (2003) e Samarco Fundão (2015) tiveram grande importância para o desenvolvimento das políticas de segurança de barragens 2
No dia 12 de março de 1928, a barragem de Saint Francis, a 60 quilômetros de Los Angeles, não aguentou a pressão do lago artificial e rompeu-se. Cerca de 450 pessoas morreram por causa da enxurrada que varreu tudo rio abaixo. Imagens da barragem de St. Francis antes e depois do acidente 3
A barragem Teton Terminada em 1975, seu enchimento continuou até o ano seguinte, quando se deu a ruptura. Era uma estrutura de terra com 93 metros de altura que se rompeu devido à erosão interna provocada pela percolação de água através do maciço. Não demorou mais de duas horas entre a detecção do problema e o rompimento, que causou uma cheia em que 11 pessoas morreram. 4
Foto da ruptura de Teton O local após o desastre 5
Barragem de Malpasset França - 1959 Malpasset era uma barragem em arco de 61 metros de altura localizada na Riviera, sudeste da França, que rompeu no dia 2 de dezembro de 1959. A onda de cheia percorreu 11 quilômetros até o Mediterrâneo, causando 421 mortes. O rompimento foi causado principalmente pela elevação da pressão da água na rocha da fundação e consequentemente separação da barragem de sua fundação. 6
No Brasil, a barragem de Orós no Ceará, rompeu enquanto estava sendo construída de terra, em formato semicircular, com 54 metros de altura e 620 metros de comprimento. Em 25 de março de 1960, uma onda de cheia galgou a estrutura, inicialmente com uma lâmina de 30 centímetros acima da crista. Para tentar evitar a ruptura, um canal foi escavado à direita do maciço, mas ele rompeu no dia seguinte formando uma brecha de 200 metros de comprimento por 35 metros de altura. 7
Forças do Exército tentaram evacuar as pessoas do Vale do Jaguaribe, localizado 75 quilômetros a jusante do barramento e que a enchente atingiu em 12 horas. As estimativas indicam até 1.000 mortos. http://coisadecearense.com.br/o-inverno-de-1960-e-o-rompimento-da-barragem-do-acude-oros/ 8
Em março de 2003, ocorreu um acidente ambiental no município de Cataguazes, Minas Gerais, ocasionado pelo rompimento de uma barragem contendo resíduos de substâncias químicas, que atingiram os rios Pomba e Paraíba do Sul, acarretando grandes impactos na qualidade da água potável das cidades ribeirinhas e um desastre ecológico com impactos na flora e fauna aquáticas. Fenóis Soda cáustica Chumbo Enxofre Sulfeto de sódio 9
Vazamento de 1,2 bilhões de litros de substancias químicas tóxicas provocando, mortandade de peixes, desabastecimento de água em 6 cidades fluminenses, poluição de propriedades rurais. 10
O rompimento da barragem da mineradora Samarco Fundão, no subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana (a 115 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais), provocou a morte de dezenove pessoas deixando mais de 700 desabrigadas. O acidente aconteceu entre 15h30 e 16h do dia 5/11/2015. 11
Os 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos despejados pelo rompimento da barragem do Fundão equivalem a dez lagoas Rodrigo de Freitas. Com isso, o tsunami de lama, assim que chegou ao distrito de Bento Rodrigues - área mais atingida, vizinha à barragem - levou somente 12 segundos para devastar o local, que teve cerca de 80% de suas 257 construções destruídas. 12
As investigações da Polícia Federal sobre o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, são similares aos que foram feitos em 2003 na cidade mineira de Cataguases, onde, em 29 de março daquele ano, rompeu-se uma barragem com resíduos industriais sob responsabilidade da Indústria Cataguases de Papel. Na época, o Laudo 1.362/2003, do Instituto Nacional de Criminalística (INC), identificou como causas do acidente problemas como a falta de manutenção e de fiscalização e o indevido prolongamento da vida útil da barragem, o que resultou em um processo erosivo da obra. Segundo o laudo, a barragem tinha sido edificada em 1990 com uma estrutura provisória, que deveria durar apenas dois anos. 13
No caso da Samarco, os problemas começaram no sistema de drenagem da barragem, com entrada de lama em áreas não previstas. O projeto original era depositar areia atrás do dique de partida e depois realizar o alteamento pelo método à montante para aumentar, de forma progressiva, a capacidade de armazenamento da barragem. A areia deveria conter a lama depositada de forma que os dois materiais não se misturassem e, para isso, uma praia de areia, de 200 metros de extensão, foi criada. Essa era a largura necessária para evitar que a lama chegasse próximo à crista da barragem, onde impediria a drenagem. 14
De acordo com a Política Nacional de Segurança de Barragens, a responsabilidade pela fiscalização dos barragens de rejeitos de mineração é do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). De acordo com a lei, a responsabilidade de fiscalizar se divide entre quatro grupos, de acordo com a finalidade da barragem: i) barragens para geração de energia, fiscalizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); ii) para contenção de rejeitos minerais, fiscalizadas pelo DNPM; 15
iii) barragens para contenção de rejeitos industriais, sob responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e órgãos ambientais estaduais; iv) as de usos múltiplos, sob fiscalização da Agência Nacional de Águas (ANA) ou de órgãos gestores estaduais de recursos hídricos. 16
LEI Nº 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12334.htm De acordo com a Lei 12.334/2010, todas as barragens que possuem um dano potencial alto associado à situação emergencial deverão fazer um PAE (Plano de Ação de Emergência), e que cada órgão fiscalizador deverá determinar o que ele considera um dano potencial alto. 17
Na maioria dos países europeus, os requisitos para os PAE estão bem estabelecidos. Na Suíça por exemplo, as informações de inundações que poderiam ser induzidas por barragens estão disponíveis, incluindo profundidades de cheias potenciais em prédios públicos, restaurantes etc, e sua população está totalmente envolvida com os PAEs para barragens. Sob responsabilidade do operador e do proprietário estão: a Detecção; a Tomada de Decisão; e a Notificação. Sob responsabilidade das autoridades de proteção da população estão os processos de: Alerta e Alarme; e Evacuação. 18
FAZER SEGURANÇA TREINAMENTOS Risco não é rabisco: Rompimento de Barragens A Fazer Segurança é uma empresa dedicada a realização de treinamentos técnicos e prestação de consultoria nas áreas de saúde e segurança do trabalho e de energia elétrica em alta e baixa tensão. Nossos cursos são realizados in-company na forma presencial, ou totalmente à distância, ou ainda de forma parcialmente presencial com complementação da carga horária e conteúdo através do treinamento à distância. Para ter acesso a maiores informações quanto ao programa de treinamentos e serviços oferecido, contate-nos pelo e-mail: contato@fazerseguranca.com ou através do telefone (11) 992.730.888 19