CORRELAÇÃO ENTRE A FORÇA MUSCULAR E OS TESTES DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS E TIMED UP AND GO EM HIPERTENSOS

Documentos relacionados
COMPORTAMENTO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA EM IDOSAS ATIVAS E SEDENTÁRIAS

FRAQUEZA MUSCULAR RESPIRATÓRIA INTERFERE OU NÃO NA CAPACIDADE FUNCIONAL DE INDIVÍDUOS ADULTOS JOVENS SEDENTÁRIOS

Avaliação da Força Muscular Respiratória em Idosas Saudáveis

EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA DIAFRAGMÁTICA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Revista Brasileira de Fisioterapia ISSN: Associação Brasileira de Pesquisa e Pós- Graduação em Fisioterapia Brasil

A ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE UM PACIENTE COM FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA: ESTUDO DE CASO

Efeito do Treino de Endurance Intervalado na tolerância ao esforço medido pela Prova de Marcha de 6 minutos

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA APÓS UM PROGRAMA DE HIDROTERAPIA EM PACIENTES HIPERTENSAS

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

ANÁLISE DO EQUILÍBRIO POSTURAL EM IDOSOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE CAPACIDADE COGNITIVA

& EFEITOS DE UM TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO SOBRE A CAPACIDADE FUNCIONAL DE UM PACIENTE ASMÁTICO

IMPACTO DO IMC SOBRE O DESEMPENHO MOTOR EM ATIVIDADES COM PREDOMINÂNCIA AERÓBIA DE MULHERES ACIMA DE 40 ANOS

APLICABILIDADE DO TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS NA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO RESPIRATÓRIO: revisão integrativa

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

& RELAÇÃO ENTRE A FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E O TEMPO DE DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 1

EQUAÇÕES DE REFERÊNCIA PARA O TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM ADULTOS JOVENS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

EFEITOS DO ESTIMULO VERBAL NA DISTÂNCIA PERCORRIDA NO TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS EM MAIORES DE 50 ANOS

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

TÍTULO: EFEITOS DE UMA SESSÃO DE ATIVIDADE FÍSICA E CINSEIOTERAPIA PARA PESSOAS COM A DOENÇA DE ALZHEIMER

COMPARAÇÃO DO TC6 EM PORTADORES DE MARCA PASSO CARDÍACO ANTES E APÓS UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS EM DUPLA-TAREFA SOBRE O EQUILÍBRIO E A COGNIÇÃO DE MULHERES IDOSAS

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

VALORES DE REFERÊNCIA PARA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA EM ADULTOS: EQUAÇÕES PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA

EFEITO DE DIFERENTES AMBIENTES DE EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA EM IDOSAS

INFLUÊNCIA DE ATIVIDADE RECREATIVA EM IDOSAS FREQUENTADORAS DE UM GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PONTA GROSSA

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES LOCAIS E SISTÊMICAS EM PACIENTES COM DPOC

Comparação e Avaliação da Concordância entre Pressão Arterial Periférica (Casual e Ambulatorial) em Idosas Fisicamente Ativas

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

II Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UniEVANGÉLICA Anais do IX Seminário de PBIC Volume Anápolis-Go

CORRELAÇÃO ENTRE A FORÇA DA MUSCULATURA RESPIRATÓRIA, O GRAU DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E O DESEMPENHO NO TESTE DE CAMINHADA, DE PORTADORES DE DPOC

Valores de Referência Gerontologia

CORRELAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR PERIFÉRICA COM A FORÇA RESPIRATÓRIA NA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

CAPITULO III METODOLOGIA

INFLUÊNCIA DA CAMINHADA ORIENTADA EM PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS 1

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

PROJETO DE EXTENSÃO DE REABILITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

6º Simposio de Ensino de Graduação

Validação do teste de marcha estacionária de dois minutos para diagnóstico da capacidade funcional em idosos hipertensos

Efeitos da Marcha Nórdica vs Marcha Normal na capacidade funcional do indivíduo com mais de 65 anos

O Impacto de uma pesquisa de hidroginástica na captação de novos clientes Condicionamento cardiorrespiratório

DPOC. Luisa Torres de Camargo. Mário Augusto Paschoal. Faculdade de Fisioterapia, Centro de Ciências da Vida,

REPRODUTIBILIDADE DO TESTE DA CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Associação entre desempenho físico muscular, força muscular respiratória e capacidade funcional de idosas da comunidade

ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA MELHORA DAS CAPACIDADES FUNCIONAIS DE IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA

1. Introdução. Palavras- chave: Fatores de Risco. Função cardiorrespiratória. Reabilitação Cardiovascular.

ISSN Acadêmico de Graduação do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC) MT. 2

Promoção da saúde e prevenção: resultados da investigação. Beatriz Fernandes

Avaliação do grau de dispneia no portador de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica pela Escala de Dispneia - Medical Research Council.

CORRELAÇÃO ENTRE OS COMPONENTES DA FORÇA MUSCULAR E A FUNCIONALIDADE DE IDOSOS TREINADOS

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

Revista Brasileira de Fisioterapia ISSN: Associação Brasileira de Pesquisa e Pós- Graduação em Fisioterapia Brasil

Avaliação do teste de caminhada de seis minutos em uma população de idosos brasileiros

Endereço p/ correspondência: R: Santos Dumont, nº 18/201, Tubarão SC, Cep: , Tel: (48)

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

Avaliação do destreinamento de pacientes com DPOC após dois anos de um programa de reabilitação pulmonar

AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM PARTICIPANTES DO PROJETO UNINASF NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-MG.

ÍNDICE. Resumo Agradecimentos Índice Geral Índice de Tabelas Índice de Anexos CAPÍTULO I 1 1. INTRODUÇÃO 1

RECH, A. 1 ; ANDOLFATO, K. R. 2 RESUMO

TÍTULO: MOBILIDADE FUNCIONAL E VELOCIDADE DE MARCHA EM IDOSOS COM E SEM COMPROMETIMENTO COGNITIVO

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO EFEITO DE APRENDIZAGEM NA MEDIDA DE PRESSÃO INSPIRATÓRIA E EXPIRATÓRIA MÁXIMA EM ADULTOS SAUDÁVEIS

ALTERAÇÕES NA APTIDÃO FÍSICA E NA PRESSÃO ARTERIAL DE IDOSAS SUBMETIDOS A UM TREINAMENTO PERIODIZADO DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS

EFEITOS DO ENVELHECIMENTO SOBRE O EQUILÍBRIO DINÂMICO EM SUJEITOS SAUDÁVEIS

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

Prevalência de Doenças Cardiovasculares e Respiratórias em Idosos da Comunidade

CARACTERIZAÇÃO DA MORBIMORTALIDADE DE IDOSOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

PALAVRAS-CHAVE DPOC. Reabilitação pulmonar. Força muscular respiratória.

FORÇA MUSCULAR E CAPACIDADE FUNCIONAL EM HIPERTENSOS Muscle Strenght And Functional Capacity In Hypertensive Individuals

AVALIAÇÃO DAS DISTÂNCIAS PERCORRIDAS POR IDOSOS NO TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS: REVISÃO DE LITERATURA

Reabilitação pulmonar na DPOC: uma análise crítica

1ª Conferência do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico: um olhar atento à saúde dos portugueses. Estado de Saúde.

AGILIDADE E EQUILIBRIO DINÂMICO EM ADULTOS E IDOSOS

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS FREQUENTADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

INFLUÊNCIA DA FORÇA DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DE IDOSAS HIPERTENSAS

Caracterização da Força Muscular Respiratória e da Capacidade Funcional de Pacientes Internados em uma Enfermaria.

Prof. MSc. Paulo José dos Santos de Morais

TCC em Re-vista ANDRADE, Carolina Cintra de. 15. Palavras-chave: estresse oxidativo; infarto do miocárdio; exercício. PETRI, Maysa Tenório.

PRESSÕES RESPIRATÓRIAS MÁXIMAS: VALORES ENCONTRADOS E PREDITOS EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS

PERFIL DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E FORÇA DE PREENSÃO PALMAR DE SUJEITOS DE UM PROJETO DE EXTENSAO DO MUNICIPIO DE SANTA CRUZ/RN

THAMIRES DE PAULA FELIPE PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES FONOAUDIOLÓGICAS RELACIONADAS À FUNCIONALIDADE E FATORES ASSOCIADOS

PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL)

Discente da Universidade Estadual de Goiás Escola Superior de Educação e Fisioterapia do Estado de Goiás, Goiânia/GO,

ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA DE PORTADORES DE LESÃO MEDULAR DE NÍVEL TORÀCICO EM DIFERENTES POSTURAS.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE IDOSOS EM CAMPINA GRANDE-PB

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO INTERVALADO E CONTÍNUO NA RESPOSTA PRESSÓRICA DE INDIVÍDUOS QUE PRATICAM CORRIDA DE RUA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO HANNAH MIRANDA ARAÚJO CHAGAS

INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO NA FORÇA MUSCULAR DE TRONCO DE MULHERES

ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA ATRAVÉS DO TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS E DO TESTE DE MARCHA ESTACIONÁRIA EM IDOSOS ATIVOS

INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR NO ÍNDICE DE CAPACIDADE FUNCIONAL SUBMÁXIMA E MOBILIDADE FUNCIONAL DE IDOSAS

RESUMO SEPSE PARA SOCESP INTRODUÇÃO

TÍTULO: NÍVEIS DE APTIDÃO FÍSICAS DE PRATICANTES DE DOIS MODELOS DE TREINAMENTO RESISTIDOS.

CLASSIFICAÇÃO GOLD E SINTOMAS RESPIRATÓRIOS EM IDOSOS ESTUDO GERIA

Qualidade de vida de pacientes idosos com artrite reumatóide: revisão de literatura

TESTE DE 6 MINUTOS. POSSÍVEIS PARÂMETROS PARA ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CAMINHADA PARA IDOSOS

Fisiologia do exercício

TÍTULO: O CUIDADO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL

Subprojeto de Iniciação Científica

EFEITOS FUNCIONAIS EM IDOSOS SUBMETIDOS À ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA EM GRUPO

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

RELAÇÃO ENTRE FORÇA MUSCULAR E QUALIDADE DE VIDA EM HIPERTENSOS SEDENTÁRIOS

Novos valores de referência para pressões respiratórias máximas na população brasileira*

Transcrição:

CORRELAÇÃO ENTRE A FORÇA MUSCULAR E OS TESTES DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS E TIMED UP AND GO EM HIPERTENSOS Antonio Felipe Lopes Cavalcante; Esdras David Silva de Souza; Pedro Rafael de Souza Macêdo; Robison Carlos Silva Costa; Illia Nadinne Dantas Florentino Lima. Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí (FACISA)/ Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), illialima@yahoo.com.br INTRODUÇÃO O envelhecimento é um processo natural em que ocorre declínio das funções orgânicas dos indivíduos, caracterizado por inúmeras mudanças morfofisiológicas, tais como a sarcopenia, declínio de força muscular, descondicionamento físico e alterações nos processos de síntese e degradação proteica (1,2). Associado ao envelhecimento, a presença de doenças crônicodegenerativas, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM), contribui para a perda da capacidade funcional, gerando possíveis limitações nas atividades de vida diária (AVDs) (3,4). A avaliação criteriosa da capacidade funcional pode possibilitar a detecção precoce do risco de quedas e possíveis incapacidades futuras, podendo estas serem prevenidas através da prescrição individualizada de atividade física e adequado acompanhamento multiprofissional (5,6). As perdas funcionais envolvem perda de força muscular e da mobilidade global, e interferem diretamente na diminuição da qualidade de vida e no aumento dos índices de morbidade e mortalidade (7). A diminuição da força muscular respiratória pode ser detectada através da mensuração das pressões inspiratória e expiratória máximas (PIMáx e PEMáx), respectivamente, e está relacionada às alterações na mecânica respiratória, na posição diafragmática, nos volumes e capacidades pulmonares advindos do envelhecimento (8,9). A medida de força de preensão manual ou palmar pode por sua vez, inferir alterações musculares periféricas advindas da sarcopenia (2,10). A mobilidade por sua vez, pode ser avaliada por testes que predizem a capacidade funcional e a realização das AVDs, como o Teste de Caminhada dos seis minutos (TC6 ), que se trata de uma avaliação de esforço submáximo, de fácil realização e baixo custo, e ainda bem tolerado pelos avaliados (11). O teste Timed Up and Go (TUG) é uma medida alternativa para avaliar velocidade, agilidade e dinamismo na marcha, representando atividades de transferência e mobilidade funcional, uma vez que a lentidão da velocidade de marcha pode identificar idosos com diminuição da força e potência muscular de membros inferiores, e consequente declínio funcional (8, 12, 13). A detecção precoce de alterações físico-funcionais pode indicar progressão de doenças crônicas e degenerativas antes mesmo do surgimento de sinais clínicos esperados, e, portanto, a compreensão dessas características pode contribuir para a prevenção de incapacidades. Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a força muscular respiratória, periférica e a capacidade funcional e verificar se existe correlação entre estas variáveis estudadas em idosos hipertensos.

METODOLOGIA Foram avaliados 18 indivíduos hipertensos, com diagnóstico de HAS, fazendo uso de medicamento hipertensivo regular, com idade compreendida entre 50 e 75 anos, de ambos os gêneros. Os critérios de inclusão foram diagnóstico clínico de HAS, com uso de medicação hipertensiva regular, realização de atividade física regular no mínimo duas vezes na semana, sem comorbidades pulmonares e cardíacas associadas, exceto Diabetes Mellitus, e ausência de alterações ósteo-mio-articulares que impossibilitassem a realização dos testes propostos. Os critérios de exclusão foram incapacidade de compreensão e realização dos testes e sinais de intolerância ao esforço físico. A pesquisa foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia, no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN/FACISA, no período compreendido entre maio e julho de 2015. Todos os procedimentos de avaliação foram realizados pelos pesquisadores no mesmo dia, seguindo a seguinte ordem: (1) Ficha de avaliação estruturada contendo identificação, características antropométricas e da doença e sinais finais (Frequência cardíaca (FC), Saturação periférica de oxigênio sanguíneo (SpO 2 %) Pressão arterial (PA)), (2) TUG, (3) Manovacuometria, (4) Força de preensão palmar e (5) TC6. Timed Up and Go (TUG): Para a aplicação do teste foi utilizada uma cadeira com encosto e sem braços de apoio, também foi posicionado um cone de sinalização com a distância de três metros da cadeira. O voluntário iniciou o teste sentado, com os braços cruzados na região do tórax e ao ouvir o comando levantou-se, andou os três metros previstos, e em seguida voltou à posição inicial sentada. Foram realizadas três tentativas e considerado o melhor tempo (14). Manovacuometria (PIMáx/PEMáx): o indivíduo foi avaliado na posição sentada, com joelhos a 90, cabeça em posição neutra, fazendo uso de clipe nasal e bocal cilíndrico posicionado firmemente entre os lábios para evitar vazamento, acoplado ao manovacuômetro, com orifício de fuga aérea de 2 mm de diâmetro para atenuar a participação dos músculos da face. As manobras, de pressões inspiratória e expiratória máximas foram acompanhadas por estímulos verbais padronizados pelo avaliador. Os valores foram calculados pelas equações de regressão para o cálculo das pressões máximas em função da idade e gênero, proposto por Neder et al. para a população brasileira. Foi utilizado o manovacuômetro digital manovacuometria digital da marca (Globalmed MVD300) (15). Avaliação da força de preensão palmar: o indivíduo foi posicionado sentado com membros inferiores a 90º, de forma confortável. Com o braço apoiado, fez a preensão palmar no dinamômetro de mão, durante 5 segundos, por três tentativas com descanso de 10 segundos entre elas e evitando a manobra de Valsalva. Para a mensuração, o voluntário usou ambos os membros, sendo o primeiro avaliado o dominante, seguido do não-dominante, com o dinamômetro da marca (Saehan hyfraulic Had Dynamometer SH5001) (16,17). Teste de Caminhada dos Seis Minutos (TC6 ): antes do início do teste foi realizada a aferição dos sinais vitais em repouso (PA, FC, SPO 2, avaliação da dispneia pela Escala de Borg Modificada). O voluntário foi instruído a percorrer o percurso de 30 metros, durante os seis minutos, sendo estimulado verbalmente a cada minuto e tendo os dados de FC, SpO 2 e Borg avaliados também a cada minuto. Ao final do teste, foram verificados novamente os sinais vitais e medida a distância percorrida (18,19).

Para análise estatística, foi realizada análise descritiva (com média e desvio padrão, além das frequência absoluta e relativa) das variáveis quantitativas. A amostra foi avaliada, em relação à normalidade de distribuição dos dados, pelo teste de Shapiro-Wilk e, posteriormente, aplicou-se a correlação de Pearson para análise da presença de correlação (r) entre as variáveis funcionais, adotando-se como significância estatística o p-valor < 0,05. Para comparar subgrupos (idosos vs. não-idosos) foi utilizado o Teste t não pareado. RESULTADOS Foram avaliados 18 indivíduos com idade média de 61 ± 7.3 anos e sendo 94,5% do gênero feminino (n=17). As características antropométricas e os sinais vitais encontrados na avaliação da amostra estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1. Análise descritiva em média e desvio padrão das características antropométricas e sinais vitais da amostra estudada. Amostra n=18 (1 M, 17 F) Idade (anos) 61.0 ± 7.3 IMC (Kg/m 2 ) 32.4 ± 5.4 FC (bpm) 73.5 ± 11.1 SPO 2 (%) 98 ± 0.8 PAS (mmhg) 130 ± 13.7 PAD (mmhg) 80 ± 6.6 IMC (Kg/m 2 )- Índice de Massa Corpórea; FC (bpm)- Frequência Cardíaca; SPO 2 (%)- Saturação Periférica de Oxigênio Sanguíneo; PAS (mmhg)-pressão Arterial Sistólica; PAD (mmhg)-pressão Arterial Diastólica; M-Gênero Masculino; F-Gênero feminino. Os resultados dos procedimentos de avaliação realizados estão dispostos na Tabela 2, sendo expressos em média e desvio padrão. Tabela 2. Análise descritiva em média e desvio padrão dos testes realizados na amostra estudada. Amostra n=18 (1 M, 17 F) PIMáx (% do prev.) 93.5 ± 31.5 PEMáx (% do prev.) 84.8 ± 37.8 TUG (seg) 7.71 ± 1.63 Força de preensão manual (Kgf) Mão dominante 20 ± 6.35 Mão não-dominante 18 ± 7.30 Distância Percorrida no TC6 (m) 418 ± 58 PIMáx (% do prev.)- Pressão Inspiratória Máxima; PEMáx (% do prev.)- Pressão Expiratória Máxima; TUG (seg)- Teste Time Up and Go; TC6 (m)- Teste de Caminhada dos seis minutos; M-Gênero Masculino; F-Gênero feminino.

Conforme proposto, foi realizada correlação entre as variáveis funcionais, e o resultado encontrado está apresentado na Tabela 3, onde é possível observar que a única correlação significativa foi entre a PEMáx e o TC6 (r = 0,493; p = 0,045). Tabela 3. Correlação de Pearson entre os testes realizados na amostra estudada. Amostra n=18 (1 M, 17 F) R p PIMáx vs. Força de preensão manual - 0.287 0.281 PEMáx vs. Força de preensão manual - 0.233 0.391 PIMáx vs.tug - 0.358 0.174 PEMáx vs.tug 0.151 0.590 PIMáx vs. TC6 0.252 0.346 PEMáx vs. TC6 0.493* 0.045* TUG vs.tc6-0.249 0.336 TC6 vs. Força de preensão manual 0.314 0.220 TUG vs. Força de preensão manual - 0.369 0.145 PIMáx (% do prev.)- Pressão Inspiratória Máxima; PEMáx (% do prev.)- Pressão Expiratória Máxima; TUG (seg)- Teste Time Up and Go; TC6 (m)- Teste de Caminhada dos seis minutos; M-Gênero Masculino; F- Gênero feminino; r- Coeficiente de correlação de Pearson; *p<0.05-significância Estatística. Quando comparados subgrupos da amostra, idosos (n=10) vs. não-idosos (n=8), foram encontradas diferenças estatísticas significativas nas variáveis PEMáx e distância percorrida no Tc6, conforme Tabela 4. Foram considerados não-idosos, os indivíduos com idade entre 50 e 60 anos. Tabela 4. Comparação entre os testes realizados em subgrupos de idosos vs. não idosos da amostra estudada. Amostra n=18 (1 M, 17 F) Idosos (n=10) Não-idosos (n=8) p PIMáx (cmh 2 O) 72.7 ± 34.2 98.8 ± 37.1 0.152 PEMáx (cmh 2 O) 53.3 ± 17.4 95 ± 25.5* 0.001* Força de preensão manual (kgf) 19.7 ± 7.5 23.3 ± 4.4 0.257 TUG (seg) 8.4 ± 1.8 7.7 ± 1.0 0.398 Distância percorrida no TC6 (m) 450 ± 33.2 513.5 ± 35.1* 0.002* PIMáx (cmh 2 O)- Pressão Inspiratória Máxima; PEMáx (cmh 2 O)- Pressão Expiratória Máxima; TUG (seg)- Teste Time Up and Go; TC6 (m)- Teste de Caminhada dos seis minutos. *p<0.05-significância Estatística. DISCUSSÃO Os resultados do presente estudo sugerem que os indivíduos avaliados não apresentam limitações física e/ou funcionais que impliquem em resultados negativos nos testes funcionais, segundo os valores previstos. Tal achado pode ser observado na ausência de correlações entre as variáveis.

O perfil homogêneo em relação à prática de atividade física da amostra e uma idade média mais avançada podem ter contribuído para os resultados encontrados, uma vez que indivíduos fisicamente ativos parecem ter melhor desempenho funcional e os indivíduos com idade semelhantes não apresentam variações significativas dos aspectos físicos. Sabe-se que os indivíduos idosos apresentam perda de força muscular respiratória, do nível de atividade física e da capacidade funcional segundo o TC6 (20), no entanto, os resultados do presente trabalho não permitem tal confirmação, uma vez que a amostra comportou-se de forma homogênea e alcançou valores semelhantes aos previstos. Simões e colaboradores (21) avaliaram 65 idosos e encontraram correlação positiva moderada entre a PImáx e o TC6, com r=0,508; p<0,001, em uma amostra composta por ambos os gêneros e indivíduos ativos segundo avaliação do Perfil de Atividade Humana (PAH). Em média, as pressões tiveram valores médios compreendidos entre 89.8±14.5 cmh 2 O para PIMáx e 96.0±19.7 cmh 2 O para PEMáx. O presente estudo apresentou médias inferiores para ambas as variáveis 72.2 ± 34.2 cmh 2 O e 53.3 ± 17.4 cmh 2 O, respectivamente e não foi encontrada correlação entre a PIMáx e o TC6, resultados diferentes de outros estudos (22,23). Houve correlação positiva moderada (r=0.493) entre a PEMáx e TC6, corroborando achados de Reis et al. (20) que encontraram correlação positiva forte entre estas variáveis (r=0.81), sugere-se que a participação abdominal para manutenção da postura pode contribuir para melhor desempenho no TC6. O nível de atividade física e a capacidade funcional são determinantes para o bom desempenho no TC6. Os idosos da amostra apresentaram média de 450 ± 33.2 m, o que indica uma boa capacidade funcional e pouca perda na capacidade de realização das AVDs. Quando comparados com os não idosos da amostra, houve diferença significativa (p=0.002), comprovando que a idade tem correlação negativa com o TC6. Vários estudos concordam com estes achados (24), indicando que a faixa etária é determinante para a capacidade funcional. Com relação ao teste funcional Timed Up and Go, a amostra estudada apresentou valores dentro dos previstos para os subgrupos. Os idosos apresentaram média de 8.4 ± 1.8 seg. que se trata de um valor próximo ao valor considerado normal para esta população, de idosos funcionalmente independentes (25), além de estarem abaixo dos valores que indicam possibilidade de quedas e comprometimento funcional (14 seg.) (26). CONCLUSÕES A ausência de correlação apresentada no presente estudo e o bom desempenho da amostra nos testes funcionais sugerem que a realização de atividade física regular (2 x/semana) como apresentado na amostra estudada tem papel determinante no treinamento cardiorrespiratório em indivíduos com doenças crônico-degenerativas e na capacidade funcional destes, minimizando perdas funcionais tais quais, na musculatura respiratória e periférica, diminuindo o impacto da presença destas quando associadas ao processo de envelhecimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Parahyba MI, Simões CCS. A prevalência de incapacidade funcional em idosos no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2006; 11(4): 967-74.

2. Camara FM, Gerez AG, Miranda MLJ, Velardi M. Capacidade funcional do idoso: formas de avaliação e tendências. Acta Fisiátrica. 2008; 15(4): 249-56. 3. Hajjar I, Lackland DT, Cupples LA, Lipsitz LA. Association between concurrent and remote blood pressure and disability in older adults. Hypertension. 2007; 50(6): 1026-32. 4. Andreotti RA, Okuma SS. Validação de uma bateria de testes de atividades da vida diária para idosos fisicamente independentes. Rev Paul Educ Fís. 1999; 13(1): 46-66. 5. Alves LC, Leimann BCQ, Vasconcelos MEL, Carvalho MS, Vasconcelos AGG, Fonseca TCO, et al. A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos idosos do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2007; 23(8): 1924-30. 6. Wind H, Gouttebarge V, Kuijer PP, Sluiter JK, Frings-Dresen MH. The utility of functional capacity evaluation: the opinion of physicians and other experts in the field of return to work and disability claims. Int Arch Occup Environ Health. 2006; 79(6): 528-34. 7. Batista FS, Gomes GA de O, Neri AL et al. Relationship between lower-lim muscle strength and frailty among elderly people. São Paulo Med J. 2012; 130 (2):102-8. 8. Francisco MSB, Donalisio MR, Barros MBA, César CLG, Carandina L, Goldbaum M. Fatores associados à doença pulmonar em idosos. Rev Saúde Pública. 2006; 40(3): 428-35. 9. Griffith KA, Sherrill DL, Siegel EM, Manolio TA, Bonekat HW, Enright PL. Predictors of loss of lung function in the elderly: the cardiovascular health study. Am J Respir Crit Care Med. 2001; 163: 61-8. 10. Rebelatto JR, Castro APD, Chan A. Quedas em idosos institucionalizados: características gerais, fatores determinantes e relações com a força de preensão manual. Acta Ortop Bras. 2007; 15(3): 151-4. 11. Pedrosa R, Holanda G. Correlation between the walk, 2-minute step and tug tests among hypertensive older women. Rev Bras Fisioter, São Carlos. 2009 mai-jun; 13(3): 252-6. 12. Rikli RE, Jones CJ. Development and validation of a functional fitness test for community-residing older adults. J Aging Phys Act. 1999; 7: 129-61. 13. Rantanen T, Guralnik JM, Ferrucci L, Penninx BW, Leveille S, Sipilä S, et al. Coimpairments as predictors of severe walking disability in older women. J Am Geriatr Soc. 2001; 49(1): 21-7. 14. Bohannon RW, Schaubert K. Long-term reliability of the timed up-and-go test among community-dwelling elders. Journal of Physical Therapy Science. 2005; 17: 93-6. 15. Neder JA. Diretrizes para testes de função pulmonar. Jornal de Pneumologia. 2002; 28(3): 155-65. 16. Caporrino FA, Flavio F, Santos JBG, et al. Estudo populacional da força de preensão palmar com dinamômetro Jamar. Rev Bras Ortopedia. 1998; 33(2): 150-4. 17. Innes E. Handgrip strength testing: A review of the literature. Austr Occup Ther J. 1999; 46(3): 120-40. 18. Enright PL, Sherrill DL. Reference equations for the six-minute walk in healthy adults. Am J Respir Crit Care Med. 1998; 158(5): 1384-7. 19. Troosters T, Gosselink R, Decramer M. Six minute walking distance in healthy elderly subjects. Eur Respir J. 1999; 14(2): 270-4. 20. Reis FIR, Navega MT, Quitério RJ, Ambrozin ARP. Existe correlação entre força muscular com teste de caminhada de seis minutos em idosos institucionalizados? Rev Inspirar: movimento e saúde. 2012; 4(4): 26-30. 21. Simões LA, Dias JMD, Marinho KC, Pinto CLLR, Britto RR. Relação da função muscular respiratória e de membros inferiores de idosos comunitários com a capacidade funcional avaliada por teste de caminhada. Rev Bras Fisioter, São Carlos. 2010 jan/fev; 14(1): 24-30. 22. Dourado VZ, Antunes LCDO, Tanni SE, et al. Relationship of upper-limb and thoracic muscle strength to 6- min walk distance in COPD patients. Chest. 2006; 129(3): 551-7. 23. Gosselink R, Troosters T, Decramer M. Peripheral muscle weakness contibutes to exercise limitation in COPD. Am J Respir Crit Care Med. 1996; 153(3): 976-80. 24. Pires SR, Oliveira AC, Parreira VF, Britto RR. Teste de caminhada de seis minutos em diferentes faixas etárias e índices de massa corporal. Rev Bras Fisioter. 2007;11(2):147-51. 25. Lusardi MM, Pellecchia GL, Schulman M. Functional Performance in community living older adults. Journal of Geriatric Physical Therapy. 2003; 26(3): 14-22.

26. Christofoletti G, Oliani MM, Gobbis S, Stella F. Risco de quedas em idosos com doença de Parkinson e demência de Alzheimer: um estudo transversal. Rev Bras de Fisioter, São Carlos. 2006; 10(4): 429-33.