RELATÓRIO DE CONJUNTURA: FINANCIAMENTO



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Transcrição:

RELATÓRIO DE CONJUNTURA: FINANCIAMENTO Março de 2008 Nivalde J. de Castro Felipe Botelho Tavares PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO

Índice 1 FINANCIAMENTO DE EMPRESAS VIA MERCADO DE CAPITAIS...3 1.1 DEBÊNTURES... 3 1.2 - OUTROS... 4 2 FINANCIAMENTO VIA BANCOS...5 2.1 - BNDES... 5 2.2 - OUTROS... 7 2

Relatório Mensal de Acompanhamento da Conjuntura de Financiamento (*) 1 Nivalde J. de Castro ** Felipe Botelho Tavares *** 1 FINANCIAMENTO DE EMPRESAS VIA MERCADO DE CAPITAIS 1.1 DEBÊNTURES Energisa: Fitch atribui rating A(bra) à 3ª emissão de debêtures A Fitch Ratings atribuiu na última quarta-feira, 19 de março, o rating nacional de longo prazo 'A(bra)' à terceira emissão de debêntures quirografárias da Energisa. O valor das debêntures chegou a R$ 150 milhões, com prazo de vencimento de seis anos. Os recursos obtidos com esta emissão serão utilizados para o pré-pagamento da primeira emissão de notas promissórias da companhia. De acordo com a agência, o rating se apóia no perfil de crédito consolidado do Grupo Energisa, com moderada alavancagem e um perfil de dívida adequado em relação à expectativa de geração de fluxo de caixa operacional. Como fatores restritivos do rating, foram considerados os riscos regulatório e hidrológico. (20.03.2008) 1 (*) Este Relatório faz parte do Projeto Provedor de Informações Econômica Financeira do Setor Elétrico desenvolvido para a Diretoria Financeira da ELETROBRAS. Sua base metodológica está assentada em pesquisa diária, coleta e sistematização de informações disponíveis em periódicos e sites. As informações aqui apresentadas não expressando posição da ELETROBRAS. (**) Professor do Instituto de Economia - UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (***) Assistente de Pesquisa do GESEL-IE-UFRJ. 3

Duke Energy retira pedido para registro de oferta de debêntures As condições desfavoráveis do mercado voltaram a atrapalhar os planos da Duke Energy International, Geração Paranapanema SA de realizar uma oferta de debêntures. A operação previa uma captação de R$ 750 milhões. Ontem, a Duke Energy informou ao mercado que protocolou na última terça-feira junto à CVM a solicitação de retirada de seu pedido de registro desta distribuição pública de debêntures. No comunicado enviado ontem, a companhia explica que o pedido foi feito "em razão da atual conjuntura desfavorável de mercado". (27.03.2008) 1.2 - OUTROS Governo estuda emissão de ações da Eletrobrás O governo estuda a possibilidade de realizar uma oferta de ações da Eletrobrás, informou ontem o novo diretor financeiro da estatal, Astrogildo Quental. Atualmente, 35% do capital da companhia já está em circulação no mercado. O executivo não disse de quanto poderia ser a nova colocação, nem se a operação seria primária (emissão de novas ações) ou secundária (venda de papéis em poder do governo). A medida busca capitalizar o grupo pra suportar os novos investimentos, usando capital próprio e evitando assim as restrições dadas pela contribuição ao superávit primário. Estas possibilidades estão associadas ao novo status do Grupo Eletrobrás dado pela aprovação da medida provisória da "Super Eletrobrás". Segundo Quental, as diretrizes da "nova Eletrobrás" deverão estar mais claras dentro de dois meses. (18.03.2008) 4

2 FINANCIAMENTO VIA BANCOS 2.1 - BNDES Coelce: BNDES aprova R$ 354,7 mi Segundo nota divulgada ontem pelo banco, os recursos aprovados serão destinados ao plano trienal de investimentos (2007/2009) da empresa e serão repassados pelo Unibanco, Votorantim, Itaú BBA e Bradesco. De acordo com o BNDES, o programa da Coelce para o período, de R$ 652,7 milhões, inclui obras de expansão, modernização e melhorias no sistema elétrico, distribuídas nos municípios que compõem sua área de concessão, no Estado do Ceará. (05.03.2008) Furnas: MP 396 facilita obtenção de financiamento junto ao BNDES Na hidrelétrica de Santo Antônio (RO), primeira das duas usinas brasileiras do complexo do Madeira, a MP 396 facilitará a obtenção de financiamento junto ao BNDES. O consórcio Madeira Energia, liderado por investidores privados como a Odebrecht, tem participação minoritária de Furnas. A MP permite às subsidiárias do sistema Eletrobrás que elas dêem suas próprias ações no empreendimento como garantia do financiamento, como é praxe no modelo de "project finance", mas até agora vetado a estatais. Sem isso, o consórcio teria de buscar outra fórmula para se financiar com o BNDES. (13.03.2008) Sai financiamento para Simplício O BNDES e Furnas assinam amanhã (27/3) contrato no valor de R$ 1,03 bilhão para construção da hidrelétrica de Simplício, no rio Paraíba do Sul, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A usina, que faz parte do PAC, terá 97% de sua energia produzida comercializada por meio dos CCEAR, firmados com um pool composto por 31 distribuidoras. O projeto prevê a construção 5

de uma barragem no rio Paraíba do Sul, próximo à localidade de Anta, onde será implantada uma PCH, com potência instalada mínima de 28 MW. Suas águas serão desviadas por sistema de túneis e canais, com cerca de 10 km de extensão, que as conduzirá até a casa de máquinas da hidrelétrica. (26.03.2008) BNDES prioriza energia nova O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse nesta quinta-feira (27/03) que o banco não ofereceu financiamento para a venda da Cesp porque a prioridade do banco é financiar energia nova. Além disso, Coutinho disse que o governo de São Paulo não solicitou um programa específico a tempo de cumprir todas as etapas de publicidade e isonomia. Apesar disso, para operações patrimoniais como a venda da Cesp, Coutinho disse haver outros instrumentos de financiamento do mercado, como os de renda variável. Coutinho admitiu, contudo, que se o leilão tivesse sido bem sucedido e se o ganhador tivesse um programa de investimentos em energia nova, que o banco analisaria a possibilidade de conceder crédito. (27.03.2008) BNDES tem 105 projetos do setor elétrico em carteira O BNDES tem em carteira 105 projetos do setor elétrico, com investimentos previstos de R$ 62,8 bilhões. Os empreendimentos devem receber R$ 37 bilhões em financiamento, disse Luciano Coutinho, presidente do BNDES. Do total de projetos, o BNDES já aprovou 65, equivalentes a R$ 16,5 bilhões em financiamento. Segundo Coutinho, dos projetos aprovados, 59 são de geração de energia elétrica, correspondendo a uma capacidade de 10,8 mil MW. (27.03.2008) BNDES define empréstimo de R$ 1 bi para usina de Furnas O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o presidente de Furnas Centrais Elétricas S.A., Luiz Paulo Conde, assinam hoje um contrato 6

de financiamento no valor de R$ 1,034 bilhão. O financiamento dá fim a um jejum de 17 anos no qual a estatal não recebeu recursos do BNDES. Os recursos serão destinados à construção da Usina Hidroelétrica Simplício, no rio Paraíba do Sul, na divisa dos municípios de Sapucaia e Três Rios (RJ) e Chiador (MG). O valor compreende 62% do investimento total previsto por Furnas para a construção da usina. A construção de Simplício é uma das prioridades do PAC do governo federal. Do total de R$ 1,6 bilhão da obra, Furnas vai investir R$ 1,034 bilhão. A usina tem previsão de entrar em operação no fim de 2010. (27.03.2008) 2.2 - OUTROS Cemar contrai empréstimo de R$ 135,056 mi com IFC A Cemar informou nesta sexta-feira, 29 de fevereiro, que contraiu um empréstimo de R$ 135,056 milhões junto ao International Finance Corporation (IFC), mediante emissão privada de títulos de dívida (notes) integralmente subscritos pelo IFC, com vencimento final em 2016. De acordo com a empresa, os recursos serão destinados à implantação de projetos de modernização e expansão do sistema de distribuição de energia, a melhoria da qualidade do fornecimento e para otimização da eficiência operacional, com a minimização de perdas de energia. (29.02.2008) 7