PARTO HUMANIZADO: DOULAS E ENFERMEIRAS OBSTÉTRICAS NA ASSISTÊNCIA AO NASCIMENTO

Documentos relacionados
ATUAÇAO DA ENFERMAGEM NO PARTO HUMANIZADO

Parto Humanizado- Sim ou com certeza?

CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA E DE QUALIDADE EM UM HOSPITAL PÚBLICO ALAGOANO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

AS ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO CENTRO CIRÚRGICO

TÍTULO: IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO DO ENFERMEIRO NO PARTO HUMANIZADO

A ENFERMAGEM E A ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À MULHER NO PARTO E NASCIMENTO NO ÂMBITO DO SUS. Profa. Dra. Emilia Saito Abril 2018

OS FATORES DE RISCOS PARA NÃO REALIZAÇÃO DO PARTO NORMAL

Hospital Sofia Feldman: compromisso com a VIDA. Florianópolis, novembro de 2013

PALAVRAS-CHAVE: Amamentação. Amamentação exclusiva. Enfermagem.

Cenário da Saúde da Criança e Aleitamento Materno no Brasil

II SIEPS XX ENFERMAIO I MOSTRA DO INTERNATO EM ENFERMAGEM CUIDADO DE ENFERMAGEM NA DETECÇÃO PRECOCE DE DOENÇAS NEONATAIS POR MEIO DO TESTE DO PEZINHO

ENFª OBSTETRA KARIN BIENEMANN

Resolução COFEN Nº 477 DE 14/04/2015

TÍTULO: O PAPEL DO ENFERMEIRO NA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM

Reunión Regional sobre Cuidados Maternos Respetuosos en el marco de los Derechos Humanos y Calidad de la Atención

TÍTULO: BENEFÍCIOS PARA A MULHER DO PARTO NATURAL HUMANIZADO CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE. SUBÁREA: Enfermagem

TÍTULO: RELAÇÃO FAMÍLIA E CRIANÇA HOSPITALIZADA, IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NESSE PROCESSO.

A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA NO CONTEXTO DO PARTO HUMANIZADO

RELATÓRIO GERENCIAL DE DADOS CONVÊNIO PARTO SEGURO À MÃE PAULISTANA - CEJAM

ENFERMAGEM LEGISLAÇÃO EM ENFERMAGEM. LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM Parte 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

PERFIL OBSTÉTRICO DAS PUÉRPERAS ATENDIDAS PELO PROJETO CEPP

CONSULTA Nº /2013

A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM NO EXERCÍCIO DA OBSTÉTRICIA

Implicações do parto humanizado na redução da mortalidade materna. Maykon dos Santos Marinho Palloma Freitas PET-Saúde da Família IMS-UFBA

Programa Analítico de Disciplina EFG361 Enfermagem Materna

O CUIDADO HUMANIZADO AO RECÉM-NASCIDO PREMATURO: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

31º SEMINÁRIO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA REGIÃO SUL GRUPO EDUCATIVO COM PUÉRPERAS

PROJETO CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL : UMA AÇÃO EXTENSIONISTA (2012) 1

REVISÃO INTEGRATIVA: A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA COMO UM DESAFIO PARA O PARTO HUMANIZADO

ENTIDADES DE FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES LIBERAIS CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM RESOLUÇÃO Nº 516, DE 23 DE JUNHO DE 2016

PROJETOS ARQUITETÔNICOS DA REDE CEGONHA: AMBIENTES DE ATENÇÃO AO PARTO

Parto Untitled , 09:33

Partos normais crescem 76% com projeto Parto Adequado

DESAFIOS DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA NA HUMANIZAÇÃO AO PARTO CHALLENGES OF NURSING IN OBSTETRICAL HUMANIZATION TO CHILDBIRTH

COMUNICAÇÃO COORDENADA - ENFERMAGEM OBSTÉTRICA E NEONATAL FAZENDO A DIFERENÇA NO CENÁRIO NACIONAL

PROGRAMA INFORMATIVO SOBRE A ATUAÇÃO DA DOULA DURANTE A GESTAÇÃO, PARTO E PÓS-PARTO: INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL

Matriz Curricular mínima para a formação de Doulas no Estado do Rio de Janeiro

Modelo de Plano de Parto. Hospital da Criança e Maternidade

I Workshop dos Programas de Pós-graduação em enfermagem

Humanização do Parto. Prof.ª Leticia Pedroso

Câmara Municipal de Fortaleza

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - Cetec. Ensino Técnico. Qualificação: Auxiliar de Enfermagem

CARATERIZAÇÃO DAS GESTANTES DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DE PONTA GROSSA PR

Fabio Oliveira Enfermeiro Obstetra Especialista em Saúde da Mulher UFPR Mestre em Enfermagem UFPR Membro da Comissão de Saúde da Mulher COREN/PR

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO NEONATO PREMATURO

GRUPO DE GESTANTES: A PARTICIPAÇÃO ATIVA DAS MULHERES E O COMPARTILHAR DE CUIDADOS NO PRÉ-NATAL

ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASILE NO MUNDO

PALAVRAS-CHAVE Saúde Materno-Infantil. Enfermagem. Assistência.

MERCADO DA SAÚDE: ATENDIMENTO À GESTANTE

RELAÇÃO DAS BANCAS DE QUALIFICAÇÃO EM ORDEM CRONOLÓGICA

ASPECTOS QUE DIFICULTAM ASSISTÊNCIA HUMANIZADA AO PARTO NORMAL

Acesso ao pré-natal garantido segundo os critérios de qualidade do Ministério da Saúde

Assistência ao Parto. EnfªKarin Bienemann

IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA

Desenvolvimento de Recursos Humanos em Obstetrícia nas Américas: mapeamento dos serviços no Brasil

Ministério da Saúde e ANS divulgam hospitais selecionados para projeto em prol do parto normal

PLANO DE PARTO. , conforme a Lei /2005 que garante a presença de um acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós parto.

ASSISTÊNCIA DA ENFERMEIRA OBSTÉTRICA NO PARTO NORMAL ASSISTANCE OBSTETRIC NURSE IN NORMAL BIRTH

Parto Normal. A importância de conhecer as vantagens.

OS BENEFÍCIOS DO PARTO DOMICILIAR: RESGATE DE UMA PRÁTICA NATURALISTA ANDRADE, Ana Carolina Pereira Alves 1 RESUMO

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO NATURAL

HUMANIZAÇÃO DO PARTO E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: Importância e contribuições à luz da literatura

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NÃO TOLERE DESRESPEITO!

Uso da crioterapia para redução de laceração perineal de 1º grau Materno Infantil/Obstétrico Hospitalar

ASSISTÊNCIA DE ENFERMEIROS OBSTETRAS A PARTURIENTES NOS CENTROS DE PARTO NORMAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PARTO HUMANIZADO

Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da UNIJUÍ. 3

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

Câmara Municipal de João Pessoa Casa de Napoleão Laureano Gabinete Vereador Flávio Eduardo Maroja Ribeiro

Continuous support for women during childbirth (Review)

PREENCHER E APRESENTAR ASSINADO NA INTERNAÇÃO

Em seis meses, hospitais revertem taxas de cesáreas de 10 anos

AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA AO PARTO E NASCIMENTO - VISÃO DAS PUÉRPERAS. Palavras-chave: Enfermagem Obstétrica, Parto Normal, Avaliação em Saúde.

Plano de Trabalho Docente 2017 Ensino Técnico

Plano de Parto Hospital Universitário da USP. Nome: Data de Nascimento: Data Provável do Parto:

I Workshop dos Programas de Pós-graduação em Enfermagem

@siaparto fb.com/siaparto

ASSISTÊNCIA À PARTURIENTE: ALGUNS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS

PERFIL OBSTÉTRICO DE MULHERES ATENDIDAS POR RESIDENTES EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA.

Informações sobre. anandafelippe.com.br

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE EDUCAÇÃO

1º Encontro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal da Paraíba. Titulo: 1º Encontro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal da Paraíba

Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências

Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de Enfermagem no seu planejamento e programação.

RELAÇÃO DAS BANCAS DE APRESENTAÇÃO EM ORDEM CRONOLÓGICA

(*)Portaria n.º 569/GM, de 1 de junho de 2000

Qualificação da Atenção ao Pré-Natal e Puerpério na UBS Naudar Vicente Konsen, Jari / RS

ASSISTÊNCIA NO PRÉ-PARTO, PARTO E PUERPÉRIO. Enf Obstetra Karin Scheffel

Nascimento de bebê real reacende discussão sobre saúde no Brasil

PERCEPÇÕES DE GESTANTES SOBRE A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL RESUMO

Justiça obriga ANS a definir regras mais efetivas para reduzir o número de cesáreas

OS DIREITOS DAS GESTANTES. Maria Angélica Rezende Silveira

PARECER CRM/MS 11/2017 PROCESSO CONSULTA CRM/MS: INTERESSADO

PRÁTICAS DE ATENÇÃO A SAÚDE E CUIDADO HUMANIZADO À PARTURIENTE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

12º CONEX Resumo Expandido Comunicação oral

Resolução COFEN Nº 478 DE 14/04/2015

A IMPORTÂNCIA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PUERPÉRIO

Transcrição:

PARTO HUMANIZADO: DOULAS E ENFERMEIRAS OBSTÉTRICAS NA ASSISTÊNCIA AO NASCIMENTO 1 Bianca Santos 2 Laísa Schuh 1 Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Cachoeira do Sul, RS, Brasil E-mail: biancasantoslima63@gmail.com 2 Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Cachoeira do Sul, RS, Brasil E-mail: lala_schuh@hotmail.com RESUMO Humanização, termo que retoma valores éticos e morais, e que, nos dias de hoje é o principal alicerce para uma boa sociedade, já que traz de volta virtudes humanas que estão sendo esquecidas, principalmente quando nos referimos a ela durante a assistência ao nascimento. Diante desta constatação, o trabalho realizado discorre sobre a humanização durante o parto, sendo os agentes necessários para que isto aconteça à Enfermeira Obstetra e/ou Doula. Estas vêm crescendo no cenário da parturiente, uma vez que auxiliam o casal ou a mulher antes, durante e após o parto, minimizando riscos e diminuindo as incidências de cesáreas. Para isso o Ministério da Saúde (2014) nos diz que a humanização no nascimento vem trazer as conquistas recentes da ciência, que nos oferecem segurança, sendo a enfermagem a profissão chave para mudanças de paradigmas, aceitando desafios que retomem uma maior atenção ao parto. Objetivo: conhecer a atuação do Enfermeiro Obstetra, juntamente com Doulas na assistência humanizada ao processo de nascimento. Metodologia: consistiu de pesquisas na literatura; a localização das fontes ocorreu em biblioteca convencional e em sistema de busca na internet como o LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informações em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Electronic Library Online) no período de junho a julho de 2016. Foram definidas as seguintes palavras chaves: Parto Humanizado, Enfermagem e Humanização da Assistência. Resultados e considerações: Com base nas pesquisas realizadas, percebeu-se que, a Enfermeira Obstetra e a educadora perinatal são fundamentais no pré, intra e pós-parto, uma vez que promovem um ambiente mais afável para mãe-bebê e estimulam a autonomia da mulher. Em contrapartida, protocolos de instituições de saúde e rotinas assistências tradicionais, dificultam o trabalho de obstetrizes e doulas. Palavras chaves: Parto humanizado; Enfermagem; Humanização da Assistência. INTRODUÇÃO Em tempos remotos a mulher vivenciava o parto de forma primitiva, como os animais, mas a partir das suas vivências começaram, ao seu modo, assistir outras mulheres, surgindo assim as parteiras e cuidadoras. A partir do século XIX, a

comunidade médica evoluiu em relação a novas técnicas cirúrgicas e assépticas, fazendo com que os partos domiciliares fossem sendo extintos aos poucos, pois argumentavam que a concepção em casa oferecia riscos para mãe e para a criança (GARCIA; LIPPI; GARCIA, 2010). Nos dias de hoje, o parto no Brasil é do tipo institucionalizado, com impessoalidade e com intervenções desnecessárias em demasia. Pode-se citar a episiotomia, corte cirúrgico realizado no períneo para facilitar a saída do bebê quando a abertura normal não é suficiente, que ocorrendo em 70% dos partos. Também, outro dado alarmante é o número de cesáreas realizadas, que chegam a um percentual de 80% no nosso país (COSTA et al. 2012). Diante deste cenário na assistência obstétrica no Brasil, vem surgindo, novamente, mulheres como intuito de ajudar na assistência à puérpera durante o parto, sendo assim chamadas de Doulas, deixando-a segura, confortável e a auxiliando no que for necessário (CAUS et al. 2012). Segundo a Associação de Doulas da América do Norte (DONA), a palavra Doula tem origem grega que quer dizer mulher que serve. As Doulas são treinadas para prestar apoio emocional e físico à parturiente durante o trabalho de parto e oferecer suporte informativo (SILVA et al., 2012). O Ministério da Saúde (2006) define que a educadora perinatal, de preferência, não deve ter formação técnica na área de saúde e que seu papel é fornecer suporte a mãe e dirigir os cuidados para o bebê (SOUZA, GAIVA, MODES, 2011). MÉTODO A metodologia adotada consistiu de pesquisas na literatura; a localização das fontes ocorreu em biblioteca convencional e em sistemas de busca na internet, como Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), no período de junho a julho de 2016. Foram definidas as seguintes palavras-chave: Parto Humanizado, Enfermagem e Humanização da Assistência. As obras pesquisadas foram de 2010 a 2015.

RESULTADOS Verificou-se que a Enfermeira Obstetra dentro de suas competências, realiza técnicas como a deambulação, que ajuda na duração do primeiro estágio do parto, o banho quente, que reduz os níveis de dor materna e estimula a mulher a escolher sua posição durante o parto, fato esse que causa estranheza entre as parturientes, devido a poucas informações sobre este direito de escolha (SILVA, COSTA, PEREIRA, 2011). Além disso, as Enfermeiras Obstetras restringem procedimentos desnecessários como à tricotomia, o enema e a episiotomia, já que são práticas ineficazes e geram um custo hospitalar de 15 a 30 milhões de dólares por ano (MALHEIROS et al, 2012). Em relação às Doulas, seu papel é de garantir conforto psicológico e físico para a mãe, tornando o ato de nascer uma experiência positiva e menos traumática para mãebebê, sendo um elo entre a mulher, os demais agentes de saúde e acompanhantes da gestante (COSTA et al., 2012). Os benefícios para o recém-nascido também são diversos, como o peso ideal no momento do nascimento, adequado para o tempo de gestação, e bons resultados quanto à Tabela de Apgar, que consiste na avaliação de 05 sinais objetivos do recém-nascido no primeiro, no quinto e no décimo minuto após o nascimento (REIS et al, 2015). Cabe ressaltar que, ter o acompanhamento de uma Enfermeira ou de uma educadora perinatal no momento do parto é de suma importância uma vez que, auxiliam a mulher no período gravídico-puerperal, minimizando o medo e a solidão das mães, visto por elas mesmas como uma figura familiar, facilitando à hora do trabalho de parto e, após, fornecendo orientações sobre os cuidados com o bebê e a importância da amamentação (SILVA et al., 2012). O acompanhamento de ambas profissionais se mostra útil, já que auxilia com exames, consultas, partograma e avalia a melhor hora de procurar ajuda médica, já que, a admissão fora do período latente, expõe a parturiente a um ambiente hospitalar sem necessidade, tendo mais pré-disposição a intervenções desnecessárias e perigosas (REIS et al., 2015). As Enfermeiras estabelecem práticas de humanização, mas nem sempre é possível colocá-las em ação durante aassistência prestada, pois enfrentam condutas e

rotinas tradicionais em relação ao nascimento, como a prescrição médica do uso da medicação Ocitocina (SILVA, COSTA, PEREIRA, 2011; SOUZA, GAIVA, MODES, 2011). CONSIDERAÇÕES/RECOMENDAÇÕES Os resultados encontrados contribuíram para um maior conhecimento sobre a importância do trabalho das educadoras perinatais e obstetrizes, sendo fundamentais para a qualidade do nascimento, uma vez que elas se complementam para fazer dessa experiência de parto a menos dolorosa possível e com mais autonomia por parte da mulher. Este modelo de assistência traz resultados maternos e neonatais favoráveis, mesmo assim, as cuidadoras e Enfermeiras Obstetras encontram dificuldades para implementação de cuidados por falta de estrutura física dos hospitais e por protocolos tradicionais, colocando o médico no centro das decisões, e não à mulher. Mesmo diante dasdificuldades, estamos no caminho certo para tornar cada vez mais humano o processo de parturição. Para que isso ocorra precisamos de mais pesquisas na área, bem como modificações nas instituições em relação à autonomia da parturiente, das Doulas e das Enfermeiras Obstétricas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, Monique, et al. Apoio emocional oferecido às parturientes: opinião das doulas. Revista de Enfermagem e Atenção à Saúde. São Paulo, v. 2, n. 3, p. 18-31. Ago/Nov2012. GARCIA, Selma; LIPPI, Umberto; GARCIA, Sidney. O parto assistido por enfermeira obstetra: perspectivas e controvérsias. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. Fortaleza, v. 23, n. 4, p. 380-388. Out/dez 2010. REIS, Thamizaet al. Enfermagem Obstétrica:contribuições às metas dos objetivos de desenvolvimento do milênio. Revista Gaúcha de Enfermagem. Porto Alegre, v. 36, p. 94-101. Jul/nov 2015.

SOUZA, Taisa; GAIVA, M. Aparecida; MODES, Priscilla. A humanização do nascimento. Revista Gaúcha de Enfermagem. Porto Alegre, v. 32, n. 3, p. 479-486. Nov/ago 2011. CAUS, Elizet al. O processo de parir assistido pela enfermeira obstétrica no contexto hospitalar: significado para as parturientes. Revista de Enfermagem Escola Anna Nery. Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 34-40. Abr/out 2012. SILVA, Raimunda et al. Evidências qualitativas sobre o acompanhamento por doulas no trabalho de parto e no parto. Revista de Ciência e Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 17, n. 10, p. 2783-2794. Abr/jul2012. MALHEIROS, Paollaet al. Parto e nascimento: saberes e práticas humanizadas. Revista Texto Contexto Enfermagem. Florianópolis, v. 21, n. 2, p. 329-337. Abr/jun 2012. SILVA, Taís; COSTA, Guilherme; PEREIRA, Adriana. Cuidados de enfermagem obstétrica no parto normal. Revista Cogitare Enfermagem. Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 87-87. Out/fev 2011. Brasil. Ministério da Saúde. Humanização do parto e do nascimento. Disponível em:http://www.redehumanizasus.net/sites/default/files/caderno_humanizasus_v4_huma nizacao_parto.pdf. Acesso em 25 de Julho de 2016.