BEPS e suas consequências imediatas no Brasil 23 de junho de 2017
Brasil e OCDE - BEPS Page 2
A iniciativa BEPS Os relatórios finais do BEPS a posição do Brasil Em 5 de outubro de 2015 a OCDE publicou seus relatórios finais sobre as 15 áreas de foco identificadas no seu plano de ação sobre Base Erosion Profit Shifting (BEPS). Desafios fiscais da Instrumentos e 1 economia digital. 2 entidades híbridas. 3 Dedutibilidade de juros e outras despesas Práticas fiscais abusivas. 4 financeiras. 5 6 Estabelecimento Preços de Transferência permanente. para intangíveis. 7 8 9 Preços de Transferência Coleta e análise de para outras operações dados do BEPS. 10 de risco. 11 12 Regras de CFC. Abuso de tratados. Preços de Transferência para risco e capital. Divulgação de planejamento fiscal abusivo. Documentação de Preços de Transferência Master Resolução de file, Local file e CbC controvérsias. Instrumento multilateral. 13 14 15 Report. Page 3
A iniciativa BEPS Os relatórios finais do BEPS a posição do Brasil Padrões Mínimos Em 5 de outubro de 2015 a OCDE publicou seus relatórios finais sobre as 15 áreas de foco identificadas no seu plano de ação sobre Base Erosion Profit Shifting (BEPS). Desafios fiscais da Instrumentos e 1 economia digital. 2 entidades híbridas. 3 Dedutibilidade de juros e outras despesas Práticas fiscais abusivas. 4 financeiras. 5 6 Estabelecimento Preços de Transferência permanente. para intangíveis. 7 8 9 Preços de Transferência Coleta e análise de para outras operações dados do BEPS. 10 de risco. 11 12 Documentação de Preços de Transferência Master Resolução de file, Local file e CbC controvérsias. 13 14 15 Report. Regras de CFC. Abuso de tratados. Preços de Transferência para risco e capital. Divulgação de planejamento fiscal abusivo. Instrumento multilateral. Page 4
A iniciativa BEPS Os relatórios finais do BEPS a posição do Brasil Padrões Mínimos Em 5 de outubro de 2015 a OCDE publicou seus relatórios finais sobre as 15 áreas de foco identificadas no seu plano de ação sobre Base Erosion Profit Shifting (BEPS). Desafios fiscais da Instrumentos e 1 economia digital. 2 entidades híbridas. 3 Dedutibilidade de juros e outras despesas Práticas fiscais abusivas. 4 financeiras. 5 6 Estabelecimento Preços de Transferência permanente. para intangíveis. 7 8 9 Preços de Transferência Coleta e análise de para outras operações dados do BEPS. 10 de risco. 11 12 Regras de CFC. Abuso de tratados. Preços de Transferência para risco e capital. Divulgação de planejamento fiscal abusivo. Documentação de Preços de Transferência Master Resolução de file, Local file e CbC controvérsias. Instrumento multilateral. 13 14 15 Report. Page 5
BEPS Ação 13: Declaração País-a-País Page 6
Ação 13 Tres níveis de reporte: Master file Informações gerais sobre os negócios das multinacionais, política de Preços de Transferência e acordos com autoridades fiscais (rulings) em um único documento, de forma resumida. Disponível para consulta pelas autoridades fiscais onde as multinacionais tenham operações. Local file Informações detalhadas sobre as operações locais, incluindo pagamentos entre as partes relacionadas, por produtos, serviços, royalties, juros etc, por entidade. Padrão mínimo Declaração País-a-País (CbCR) Informações financeiras agregadas por jurisdição, incluindo lucros, imposto pago, receitas, funcionários e ativos. Page 7
Declaração País-a-País Contexto O que é Relatório anual contendo informações e indicadores relacionados à localização de atividades, alocação global de renda e aos impostos pagos e devidos, com troca automática entre países Objetivo a análise e identificação de riscos tributários relacionados à tributação internacional, bem como para a formação de uma base de dados para fins estatísticos Preço de Transferência Obrigatoriedade Empresa controladora final de grupo MNE (estima-se entre 40 e 50 MNEs brasileiras) Entidade substituta designada pelo grupo Entidade integrante residente no Brasil, em caso de falta de MCAA ou falha sistêmica por parte da jurisdição da controladora final. Moeda As informações devem ser prestadas exclusivamente na moeda do controlador final do grupo multinacional. Page 8
Declaração País-a-País Contexto Casos de dispensa: i. Receita total do grupo no ano anterior inferior a R$2,26 bilhões, 750 milhões ou o equivalente Declaração Secundária: i. Entidade Substituta ii. Entidade Integrante Notificações: i. Entidade Controladora Final (Ultimate Parent Entity - UPE) ii. Entidade Substituta (Surrogate Parent Entity - SPE) iii. Entidade Integrante (Constituent Entity CE) Data da Obrigação: i. 31/07/2017 (anos fiscais iniciados e encerrados em 2016) Page 9
Declaração País-a-País e troca automática Timeline Outubro 2015 Agosto 2016 Novembro 2016 Dezembro 2016 Junho 2017 Junho 2018 Relatório final. AP13 BEPS. Decreto 8.842. Convenção Assistência mútua. Consulta Pública nº 11/16 IN 1.681. Data para publicação da lista MCAA países. Primeira troca de CbCR. Prazo para notificações de diversos países. Julho 2017 Prazo ECF. Dezembro 2017 MCAA? *firmado Page 10
Acordo de Autoridades Compentes (MCAA) Signatários Albania Andorra Anguilla Argentina Aruba Australia Austria Azerbaijan Barbados Belgium Belize Bermuda Brazil Bulgaria Burkina Faso Cameroon Canada Cayman Islands Chile China Colombia Cook Islands Costa Rica Croatia Curacao Cyprus Czech Denmark Dominican Republic El Salvador Estonia Faroe Islands Finland France Gabon Georgia Germany Ghana Gibraltar Greece Greenland Guatemala Guernsey Hungary Iceland India Indonesia Ireland Isle of Man Israel Italy Jamaica Japan Jersey Kazakhstan Kenya South Korea Latvia Liechtenstei n Lithuania Luxembour g Malaysia Malta Marshall Islands Mauritius Mexico Moldova Monaco Montserrat Morocco Nauru Netherlands New Zealand Nigeria Niue Norway Pakistan Panama Philippines Poland Portugal Romania Russia Saint Kitts & Nevis Saint Lucia Saint Vincent & the Grenadines Samoa San Marino Saudi Arabia Senegal Seychelles Singapore Sint Maarten Slovakia Slovenia Turks and United British United Spain Sweden Switzerland Turkey Caicos Uganda Ukraine States of Uruguay Virgin Tunisia Kingdom Islands America Islands South Africa Page 11
Declaração País-a-País Modelo-padrão (W200) Jurisdição fiscal. Partes não relacionadas. Receitas Partes relacionadas. Total. Lucro (prejuízo) antes do Imposto de Renda. Imposto efetivamente pago (Imposto Retido e Imposto de Renda). 1. 2. 3. 4. 5. 6. Imposto devido no ano corrente. Capital social. Ganhos acumulados. Bens tangíveis que não sejam caixa ou equivalente a caixa. Número de empregados. 1. 2. 3. 4. 5. 6. Page 12
Declaração País-a-País Modelo-padrão (W250) Jurisdição fiscal. Entidades constituídas residentes na jurisdição fiscal. Jurisdição fiscal da organização ou incorporação se diferente da jurisdição fiscal de residência. P&D. Principais atividades empresariais Detenção ou gestão de propriedade intelectual. Compras ou aquisições. Manufatura ou produção. Vendas, marketing ou distribuição. 1. 2. 3. Principais atividades empresariais Administração, gerenciamento ou serviços de suporte. Prestação de serviços para partes não relacionadas. Controle financeiro interno do grupo. Serviços financeiros regulamentados. Seguros. Detenção de ações ou outros títulos similares. Inativa. Outras. 1. 2. 3. Page 13
Ação 13 Tres níveis de reporte: Master file Informações gerais sobre os negócios das multinacionais, política de Preços de Transferência e acordos com autoridades fiscais (rulings) em um único documento, de forma resumida. Disponível para consulta pelas autoridades fiscais onde as multinacionais tenham operações. Local file Informações detalhadas sobre as operações locais, incluindo pagamentos entre as partes relacionadas, por produtos, serviços, royalties, juros etc, por entidade. Padrão mínimo Declaração País-a-País (CbCR) Informações financeiras agregadas por jurisdição, incluindo lucros, imposto pago, receitas, funcionários e ativos. Page 14
Master File Quem, quando, como e o quê? Quem: todas as empresas multinacionais (MNs) operando em países que exijam o Master File acima de determinado valor i. Alguns países tem limites de valor diferentes Quando: Possivelmente para os anos fiscais que se iniciem após 2016 Como: Preenchido perante as autoridades locais através dos procedimentos normais para a documentação de preços de transferência O que: Contém informações resumidas sobre os negócios das MNEs que se aplicam a supply chain, entidades operacionais, políticas de preços de transferência, intangíveis, financiamentos, APAs e rulings. Page 15
Master File Características O Master File difere da típica documentação padrão nos seguintes aspectos: i. Escopo global: onde a documentação anterior poderia descrever informações relevantes sobre apenas uma transação particular, a Ação 13 adota uma visão mais ampla de todo supply chain da empresa, a fim de aumentar a transparência. Requerimentos do Master File: i. Descrição da estrutura organizacional do grupo ii. iii. iv. Descrição dos negócios do grupo Descrição dos intangíveis do grupo Descrição das atividades financeiras intercompany do grupo v. Descrição da situação financeira e fiscal do grupo Os contribuintes devem apresentar as informações no Master File para a MN como um todo, mas a organização das informações por linha de negócio é permitida desde que bem justificada pelos fatos. Page 16
Local File Quem, quando, como e o quê? Quem: todas as empresas MN operando em países que exijam o Local File acima de determinado limite mínimo Quando: Possivelmente para os anos fiscais que se iniciem após 2016 Como: Preenchido perante as autoridades fiscais locais i. Através dos procedimentos normais para a documentação de preços de transferência O que: Contém informações sobre todas as transações de valores materiais intercompany, pagamentos e recebimentos intercompany, cópias dos rulings relevantes i. Destinado a fornecer informações locais ii. Informações detalhadas para determinar quando uma transação específica foi realizada observando o arm s length iii. Análise robusta de cada transação iv. Método de seleção v. Análise comparativa vi. Dados financeiros relevantes das entidades locais Page 17
Local File Características O Local File difere da típica documentação padrão: i. Inclusão de informações financeiras e cronogramas de alocação para mostrar como os dados financeiros utilizados no TP podem estar ligados às DFs a) Auxiliar a demonstração de que políticas de TP e os resultados estão a arm s length b) Pagamentos e recebimentos intercompany, por categoria, envolvendo a entidade local, devem ser discriminados por jurisdição fiscal da fonte estrangeira ou destinatário Os acordos terão de ser comunicados: acordos intercompany celebrados pela entidade local, cópias de APA unilaterais, bilaterais ou multilaterais existentes e outros rulings As informações requeridas no Local File devem complementar o Master File para mostrar que um contribuinte tem cumprido com o princípio arm s length com relação aos preços de transferência materiais que afetem uma jurisdição específica Page 18
BEPS Ação 15: Instrumento Multilateral Page 19
BEPS Instrumento Multilateral (MLI) Ação 2 Instrumentos Híbridos Ação 6 Abuso de Tratados Ação 7 Estabelecimento Permanente Ação 14 Resolução de Controvérsias Medidas para alterar acordos contra a dupla tributação. Ação 15 Instrumento Multilateral MLI - Multilateral Convention to Implement Tax Treaty Related Measures To Prevent BEPS Publicado em novembro 2016. Mais de 100 países participaram (inclusive o Brasil). Cerimônia de assinatura em junho de 2017: 68 países signatarios = efeito em >1.100 acordos Potencial de mudança de mais de 2.000 acordos em âmbito mundial. Page 20
Instrumento Multilateral (MLI) Signatários Andorra Argentina Armenia Australia Austria Belgium Bulgaria Burkina Faso Canada Chile China Colombia Costa Rica Croatia Cyprus Czech Denmark Egypt Fiji Finland France Gabon Georgia Germany Greece Guemsey Hong Kong Hungary Iceland India Indonesia Ireland Isle of Man Israel Italy Japan Jersey South Korea Kuwait Latvia Liechtenstein Lithuania Luxembourg Malta Mexico Monaco Netherlands New Zealand Norway Pakistan Poland Portugal Romania Russia San Marino Senegal Serbia Seychelles Singapore Slovakia Slovenia South Africa Spain Sweden Switzerland Turkey United Kingdom Uruguay Page 21
Instrumento Multilateral (MLI) Signatários O Brasil foi parte do grupo do BEPS que elaborou o Acordo Multilateral. Não obstante, Brasil não assinou o instrumento no dia 07/06. Brasil tem intenção de assiná-lo? Houve uma recusa por parte do Brasil de aderir ao Acordo? RFB ainda não terminou a análise das cláusulas/reservas e tratados cobertos. Page 22
Instrumento Multilateral: Impacto direto e indireto Impacto direto: limitado? IRRF; PE; TP; híbridos? Principal Purpose Test (PPT): pode utilizar os benefícios? Brasil Brasil País Tratado Japão, Chile, +30 Holding/Finance Outras - Exterior Dividendos, juros, P.E. Países - Terceiros Page 23
Efeitos para o Brasil: JCP Arranjos híbridos - Juros sobre Capital Próprio (JCP). MLI evitaria que o JCP dedutível no Brasil (para a entidade pagadora) fosse isento da tributação no país de residência do sócio ou acionista (para quem o recebe). A depender do acordo, o impacto na prática do MLI pode não ser relevante. Tax sparing credit: Casos em que o acordo determinar a concessão de um crédito presumido pelo país do beneficiário do JCP -> Diminuição/Eliminação do efeito da tributação decorrente da impossibilidade de se qualificar o JCP como dividendo isento no país do investidor. Caso Espanha: JCP foram reconhecidos como dividendos para fins domésticos. Page 24
BEPS Ação 14: Procedimento Amigável Page 25
Procedimento Amigável Signatários comprometeram-se a implementar um padrão mínimo para aplicação do Procedimento Amigável, que dispõe sobre a solução de controvérsias (tributação em desacordo com um tratado). Brasil: Publicação da IN 1.669/2016. Atender ao compromisso da Ação 14 (padrão mínimo). Instauração da hipótese de procedimento administrativo para solucionar estes casos e, eventualmente, restituir o imposto indevidamente pago. Fases do Procedimento UNILATERAL: RFB recebe e efetua a análise interna do pedido do Contribuinte e, concordando, finaliza o procedimento. Discordando, inicia-se a fase bilateral. BILATERAL: Na fase bilateral a RFB tratará com a autoridade competente do outro Estado Contratante. Page 26
Procedimento Amigável Facultativo a quem: A qualquer residente brasileiro que considerar a tributação (iminente) em desacordo com o tratado. Impostos cobertos: Imposto sobre a Renda/Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Impostos existentes em outro país. Mas não será conhecido quando versar sobre: Matéria submetida à apreciação do contencioso administrativo e sobre a qual já tenham sido proferidos sentença ou acórdão, ainda que recorrível. É preciso desistir do contencioso administrativo se quiser seguir o MAP? Page 27
Procedimento Amigável A partir de dezembro 2018: Peer review. Resultado do Peer review: Each report will include a description of the practical application of the framework. This will be presented under 4 headings: (i) Preventing disputes (ii) Availability and Access to MAP (iii) Resolution of MAP cases (iv) Implementation of MAP agreements. Page 28
Procedimento Amigável Page 29
Obrigado! Gustavo Carmona Sanches gustavo.carmona@br.ey.com +55 11 2573 5523 +55 11 995 023 726