Tomada de Decisões Relacionadas ao Balanço Patrimonial Unidade 4 Hebert Sá 63
Sumário Introdução... 65 Objetivos... 66 Estrutura da Unidade... 66 Unidade 4: Tópico 1: Informações que Compõem o Passivo de Curto e Longo Prazo e suas Implicações sobre a Situação de Caixa da Empresa. 67 Tópico 2: Ativo Circulante e Não Circulante, sua Relação com as Dívidas de Curto e Longo Prazo e a Utilização de Recursos Próprios... 69 Tópico 3: Como Tomar Decisão com Base no Balanço Patrimonial... 72 Resumo... 73 Leitura Complementar... 74 64
Prezado(a) aluno(a), A publicação dos relatórios contábeis em jornais e revistas é uma exigência da legislação brasileira imposta às Sociedades Anônimas, que objetiva fornecer total transparência dos atos administrativos praticados pelos gestores aos investidores de capital, governo, fornecedores, bancos e demais usuários externos. Tal exigência não se aplica a todas as empresas. Um dos principais objetivos da publicação é demonstrar, para atuais e futuros investidores, as mutações do patrimônio com valores que expressam decisões financeiras ocorridas em períodos passados, perspectivas de crescimento e inserção de novo projetos para o futuro. O público conhece os resultados das grandes empresas por atos praticados por seus gestores financeiros através de publicações em mídias, como: Revista Isto é, Jornal Folha de São Paulo, Folha Econômica etc. Essas empresas obtêm credibilidade e seriedade nas informações publicadas acerca das mutações patrimoniais, estrutura administrativa etc. Toda publicação enseja a exposição de sucessos e/ou fracassos: o sucesso objetiva a prestação de contas de forma honrosa aos acionistas e os fracassos abastecem oportunistas com informações de ineficiência dos gestores de grupos empresariais, preferencialmente, grandes e famosos. A veiculação das informações financeiras expondo a vida da empresa é assunto muito sério. Ocasiona a queda na venda das ações como também expõe os fracassos de seus gestores, e isso pode representar aclive ou declive numa carreira profissional. Bons estudos! 65
Ao completar esta unidade, você estará apto a: 1. Compreender as informações contidas no Balanço Patrimonial, com vista a suas interpretações; 2. Aplicar os conhecimentos obtidos nas tomadas de decisão; Objetivos 3. Compreender os reflexos nas variações patrimoniais, ocorridas a partir das decisões tomadas; 4. Decidir sobre os rumos a serem tomados pela empresa em busca do resultado esperado. Estrutura da Unidade Esta unidade está dividida em: 1. Informações que compõem o passivo de curto e longo prazo e suas implicações sobre a situação de caixa da empresa; 2. Ativo Circulante e Não Circulante, sua relação com as dívidas de curto e longo prazo e utilização de recursos próprios; 3. Como tomar decisão com base no Balanço Patrimonial. 66
1. Informações que Compõem o Passivo de Curto e Longo Prazo e suas Implicações sobre a Situação de Caixa da Empresa Como vimos na Unidade 2, o Passivo nos remete ao que a empresa deve. No Passivo Circulante encontramos as dívidas de Curto Prazo, já o Passivo Não Circulante mostra as dívidas que vencerão a Longo Prazo. Assim, a partir dessas informações, precisamos saber como a empresa fará para cumprir com esses compromissos. Essa informação vem do entendimento correto de seus ativos, ou seja, seus Ativos Circulantes e Não Circulantes, que demonstram o que a empresa tem disponível, o que ela tem para gastar imediatamente e o que ela pode obter no longo prazo e, a partir daí, tomar a decisão que melhor possa ser aplicada na gestão da empresa. Com base nos valores contidos nos grupos do Circulante, temos a informação de quanto a empresa possui para pagar suas dívidas de curto prazo, se está faltando ou sobrando dinheiro, o que fazer para conseguir recursos ou o que fazer com o dinheiro excedente. 67
É possível, também, a gestão do Passivo Circulante e Não Circulante para não haver dificuldade de caixa, por exemplo: a empresa pode negociar com os fornecedores prazos para pagamento que lhe permita equalizar com o fluxo de entradas de numerários para que, dessa forma, não tenha dificuldade de caixa. O mesmo procedimento pode ser adotado na relação com os bancos e financeiras, onde os recursos devem ser tomados à medida que forem necessários e em prazos que possam ser suportados pelo caixa da empresa. CAIXA 68
Veja o exemplo e analise a situação abaixo: ATIVO 2.000 PASSIVO 2.000 CIRCULANTE 1.500 CIRCULANTE 1.000 Caixa 1.000 Fornecedores 700 Mercadorias 500 Impostos a Pagar 300 NÃO CIRCULANTE 500 NÃO CIRCULANTE 1.000 Duplicatas a Rec. 500 Empréstimos Banc. 1.000 Bem simples, não? A empresa deve 1.000 a curto prazo (PC) e tem 1.000 no (AC) em caixa. Não terá, portanto, dificuldade para pagar essa dívida. No Não Circulante ela deve 1.000 e terá que vender suas mercadorias e, ainda, receber o valor das Duplicatas para fazer face ao compromisso assumido com o Banco. Existem fórmulas para realização desses cálculos, que veremos na Unidade 8. 2. Ativo Circulante e Não Circulante, sua Relação com as Dívidas de Curto e Longo Prazo e Utilização de Recursos Próprios Os valores que compõem o Ativo Circulante e Não Circulante representam, como já vimos nas unidades anteriores, aplicações de recursos oriundos de terceiros e/ou dos sócios da empresa. Ou seja, os recursos alocados na empresa devem ser aplicados nela própria. Mas onde exatamente? 69
Essa questão pode ser respondida com outras perguntas: Móveis Recursos de Terceiros Equipamentos O que a empresa Qual a melhor forma de Financiamento Máquinas precisa? obtê-los? Recursos de Próprios Mercadorias Recursos dos Donos da Empresa? Será através de recursos de terceiros e/ou financiamentos? Ou será através de recursos próprios ou dos donos da empresa? Responder a essas perguntas requer conhecimento do mercado em que a empresa atua, alguma noção de economia e, principalmente, conhecimento do potencial da empresa em alcançar seus objetivos. Isso é que vai determinar a melhor alternativa de captação de recursos a serem aplicados na empresa. Existem fórmulas em contabilidade que, associadas a uma noção de economia, podem ajudar na tomada dessa decisão. Vamos falar mais detalhadamente sobre essas fórmulas na Unidade 8. 70
Exemplo Analise a situação abaixo: ATIVO 2.500 PASSIVO CIRCULANTE 500 CIRCULANTE Mercadoria NÃO CIRCULANTE 500 2.000 Fornecedores Empréstimos Banc. Equipamentos 700 NÃO CIRCULANTE Móveis 300 Financiamentos Máquinas Instalações 600 400 Patrimônio Liq. Capital Se a empresa pretende investir os valores acima nos ativos mencionados, de onde deve vir os recursos? Qual é a melhor fonte de financiamento, a curto ou longo prazo? De terceiros ou próprios? Mais uma vez, respostas a essas perguntas requer conhecimento do mercado em que a empresa atua, alguma noção de economia e, principalmente, conhecimento do potencial da empresa em alcançar seus objetivos. Isso é o que vai determinar a melhor alternativa de captação de recursos a serem aplicados na empresa. 71
Importante Existem fórmulas em contabilidade que, associadas a uma noção de economia, podem ajudar na tomada dessa decisão. Veja na Unidade 8. 3. Como Tomar Decisão com Base no Balanço Patrimonial Inúmeras são as decisões que podem ser tomadas a partir do Balanço Patrimonial. Dependendo das metas e objetivos da empresa, as decisões estarão sempre alicerçadas pela análise das demonstrações contábeis, que podem variar desde uma simples decisão de aumento de vendas, passando por redução de custos até margens de percentuais de ganhos e rentabilidade. Uma decisão consistente a partir do Balanço Patrimonial requer conhecimento, alguma prática de análise e aplicabilidade de fórmulas que determinem com exatidão a situação do momento. É o que veremos com mais detalhes na Unidade 8. 72
Nesta unidade, vimos a importância das informações contábeis na Gestão Empresarial e como é importante reconhecer a situação patrimonial da empresa, suas necessidades e suas implicações para que se possa decidir com segurança sobre o seu destino. Existem técnicas de análise a serem aplicadas nas Demonstrações Contábeis que são de extrema relevância, como medida de prevenção, manutenção e controle permanente na saúde financeira da empresa. Por intermédio dos resultados evidenciados pelos índices, é possível identificar as tendências de solvência com base nos períodos analisados e adotar medidas de prevenção para uma provável incapacidade de solvência futura e, assim, assegurar a continuidade dos negócios e a permanência da empresa no mercado. As decisões sobre os rumos da empresa buscam dinamizar o processo operacional e financeiro da companhia, objetivando propor alternativas de curso futuro a serem tomadas e seguidas pelos gestores da empresa. A utilização de uma série de cálculos matemáticos, que veremos nas unidades à frente, traduzem os demonstrativos financeiros em indicadores que, por sua vez, buscam evidenciar as características dos principais relacionamentos existentes entre os componentes do Balanço Patrimonial. 73
Os vídeos abaixo abordam o tema desta unidade. Análise das Demonstrações Financeiras http://www.youtube.com/watch?v=1lqinxiy1_m Análise das Demonstrações Financeiras I http://www.youtube.com/watch?v=1p1gxdgqty8 Contabilidade Análise Vertical - Sevilha Contabilidade Ltda. - Vicente Sevilha Junior http://www.youtube.com/watch?v=vpqyjxxfibm&feature=related 74
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. Contabilidade Empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços. Abordagem Gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 75