O SENTIDO DA VIDA SOB A ÓTICA DE UM GRUPO DE IDOSOS

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Transcrição:

O SENTIDO DA VIDA SOB A ÓTICA DE UM GRUPO DE IDOSOS Mahyne Cleia Albino Guedes; Ednardo Serafim de Sousa; Viviane Santos Soares Mariz; Kay Francis Leal Vieira INTRODUÇÃO Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ. mahyne.albino@hotmail.com A população acima de 60 anos, que cresce consideravelmente, vem sendo objeto de observação e estudo no mundo todo, inclusive no Brasil. Esse envelhecimento populacional está relacionado, entre vários fatores, com a redução do número de nascimentos e o aumento da expectativa de vida. No início do século XX, na Europa desenvolvida, a expectativa de vida ao nascer encontrava-se em torno dos 40 anos. Atualmente, aos 40 anos esses indivíduos são considerados jovens. A expectativa de vida praticamente dobrou nesses países no decorrer do século XX, mas veio acompanhada de uma série de problemas socioeconômicos (OMS 2000). De fato, um dos grandes avanços da humanidade foi o prolongamento do tempo de vida. Porém, viver mais acarretou também dificuldades no relacionamento familiar, em especial no que se refere ao convívio com os parentes na velhice, que nem sempre estão em condições físicas e mentais íntegras. Entretanto, muitas pessoas envelhecem e chegam aos 80 anos em plena atividade, sem passar por tantos problemas, que tanto nos assustam. A forma de encarar o envelhecimento, para Zimerman (2000) tem relação com a capacidade que o indivíduo tem de se adaptar às mudanças da vida. É necessário perceber o envelhecimento como um processo que acontece de forma gradual, onde a cada dia envelhece-se um pouco. Um adulto saudável e feliz, possivelmente será um idoso com as mesmas características. Com coragem para superar as perdas e continuar amando, com objetivos na vida e buscando realizações. Para Frankl (2008), a força motivadora mais importante no ser humano é a busca por um sentido na vida. Entretanto, esse sentido é individual e intrínseco, visto que é possível e necessário ser realizado, unicamente, por aquele indivíduo que se determinou a buscar e a encontrá-lo. O sentido da vida está sempre se transformando, é dinâmico, porém nunca deixa de existir. Pode ser encontrado na prática de um simples e pequeno ato ou até mesmo no sofrimento, mas no sofrimento inevitável. É preciso estar atento e ter cuidado para não confundir, que, não é necessário haver

sofrimento para encontrar sentido. Complementando esse pensamento, Frankl (2008) sugere que o indivíduo busque um sentido para sua vida, para evitar a experiência de um vazio dentro de si mesmo, uma situação chamada de vazio existencial que se manifesta, principalmente, num estado de tédio, lamentavelmente onde muitos não saberão o que fazer com o tempo livre. Envelhecer é um processo natural, é também a última fase do ciclo vital, entende-se que é necessário investigar para compreender como o idoso percebe o sentido da vida diante do seu próprio envelhecimento, se ele tem prioridades na vida, como se sente diante dos familiares, sabendo-se que cada pessoa percebe o processo de envelhecimento de maneira distinta. Pelo motivo evidenciado, este trabalho teve como objetivo principal compreender como os idosos percebem o sentido da vida. METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa de campo, descritiva, de levantamento e de natureza quantitativa. A pesquisa foi realizada com um Grupo de idosos que se reúnem na região do Grande Mandacarú, na Fundação Fé e Alegria. A técnica de escolha da amostra foi a não probabilística acidental, em que participaram 30 idosos de ambos os sexos, com idades igual ou superior a 60 anos, cuja consciência e capacidade cognitiva estavam íntegras e aceitaram participar do estudo e que faziam parte do referido grupo. Foram utilizados dois instrumentos: um questionário sócio demográfico e um questionário específico, cujos dados foram analisados com o auxílio do programa estatístico SPSS em sua versão 20.0, utilizando-se da estatística descritiva. Os dados foram coletados de forma individual e em local reservado, onde cada participante respondeu aos dois questionários após assinarem ao TCLE. Este estudo foi realizado considerando-se os aspectos éticos pertinentes a pesquisas envolvendo seres humanos, de acordo com a Resolução nº 466/12. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os participantes encontravam-se principalmente na faixa etária entre 65/69 anos, sendo maioria do sexo feminino, com grau de escolaridade no ensino fundamental, católicos e aposentado, conforme demonstra a Tabela 1. Tabela 1- Caracterização sociodemográfica dos idosos

Fonte: Pesquisa direta, 2016. Em consonância ao objetivo principal desse estudo, verificou-se qual o principal sentido da vida, conforme demonstra o Gráfico 1. Gráfico 1- Principal Sentido da Vida para os idosos Fonte: Elaboração própria Constatou-se que a Religiosidade esteve presente em 33,3% das respostas emitidas pelos idosos, seguida da subcategoria Família (26,6%), Saúde (20%) e Outros (20%). Os resultados encontrados pela presente pesquisa são semelhante as pesquisas realizadas por Fry (2001) e Krause (2003) as quais confirmaram a perspectiva de Frankel (1992), o qual diz que a religião é a salvação da alma, e não da cura, em que a mesma pode por efeito colateral proporcionar bem-estar psicológico. Na mesma linha encontramos também nos estudos de Aquino et al (2009) que demonstrou forte correlação entre realização existencial e atitude religiosa.

Gráfico 2- Prioridades na vida Fonte: Elaboração própria No que diz respeito às Prioridades de vida, Pietrukowicz (2001) e Barrios (1999), apontam para a utilização da categoria teórica metodológica de apoio social, que em sua definição se entende, qualquer atividade que permita num espaço de tempo compartilhar com familiares, amigos, grupos religiosos, entre outros, qualquer pessoa que ofereça um apoio afetivo ou material. Neste mesmo ponto de vista também foi possível constatar em nosso estudo as mesmas subcategorias como prioridade de vida dos entrevistados, família, saúde, grupo de idosos, lazer, Deus, casa própria e interação social, foram mencionado pela maioria dos idosos, resultados que corroboram ainda com Aquino et al (2009) quando aponta que a família parece favorecer o idoso, visto que o ajuda no encontro de um significado de vida. Protegendo-o do vazio e do desespero. Gráfico 3- Percepção do Apoio familiar

Em relação ao Apoio Familiar, a maioria dos idosos relataram perceber esse apoio, o que segundo Aquino et al (2009) caracteriza-se durante a velhice como algo favorável na promoção de saúde mental e bem-estar psicológico, atuando de maneira preventiva de doenças derivadas de malestar. Correlacionando com os demais dados é possível afirmar que os idosos participantes possuem sentido de vida, bem como prioridades de vida e a família está sempre em destaque como os mais mencionados, atribuindo assim a família um papel importante na promoção de um envelhecimento com sentido de vida. CONCLUSÃO Diante dos dados apresentados é possível perceber a influência da família e da religiosidade, corroborando com o que diz a literatura, a qual enfatiza a relação de ambas no processo de envelhecimento e sua importância diante da saúde física e psicológica da pessoa idosa. É importante que os idosos se amparem na fé para que esta funcione como um estilo de enfrentamento e atribuição de sentido principalmente diante da morte, a qual auxiliará o idoso ao encontro de um significado para a vida, protegendo-o do vazio e desespero. Enquanto que a família deve vir como um fator prazeroso, que ajude o idoso nessa nova etapa, almejando sempre o acolhimento e a integração da pessoa idosa no âmbito familiar e social. No que tange à relação Principal Sentido de Vida, Prioridades de Vida e Apoio Familiar no grupo de idosos, foi observado uma associação direta entre as categorias com a subcategoria família, mostrando a família vista pelos idosos com relevância, sendo fundamental no processo de envelhecimento. A família apresentou-se sempre em destaque em todas as falas dos participantes, possibilitando inferir que a família está diretamente relacionada com a velhice saudável e com sentido da vida da pessoa idosa. REFERÊNCIAS AQUINO, T. A. A.,et al. Atitude religiosa e sentido da vida: um estudo correlacional. Psicologia: Ciência e Profissão, v.29, p.228-243, 2009. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2002. FRANKL, V. E. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. 28.ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

FRANKL, V. E. Psicoterapia e sentido de vida: fundamentos da logoterapia e análise existencial. 5.ed. São Paulo: Quadrante, 2003. FRANKL, V. E. A presença ignorada de Deus. 2ª ed.petrópolis, RJ: Vozes, 1992. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE OMS. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. ZIMERMAN, G. I. Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.