11 ÀREA DE CONHECIMENTO 2 - CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
12 EFEITO DA AUTO-HEMOTERAPIA NO TRATAMENTO DE CÃES PORTADORES DE PATOLOGIAS PERSISTENTES APÓS TERAPÊUTICA CONVENCIONAL Orientador: Prof. Dr. Wanderley Carvalho (UNIANCHIETA) Bolsista: Noele Desireh Mondo INTRODUÇÃO: A auto-hemoterapia é uma técnica praticada há mais de um século que consiste na administração de sangue autólogo com finalidade de ativar respostas orgânicas. Tais respostas, aliadas ao baixíssimo custo, fazem com que ela seja indicada na profilaxia de complicações pulmonares pós-operatórias e no tratamento de uma série de enfermidades que vão desde processos alérgicos até doenças inflamatórias, parasitárias e autoimunes (METTENLEITER, 1936; TEIXEIRA, 1940; KEMPLARSKAYA et al., 1986; MOURA, 2006, MELO et al. 2010). A ausência de estudos atualizados e cientificamente embasados requer investigações que avaliem adequadamente os benefícios e riscos associados à prática da auto-hemoterapia. OBJETIVOS: Realizar acompanhamento clínico e laboratorial de cães portadores de patologias persistentes após longo período de terapêutica convencional que foram submetidos, alternativamente, a tratamento autohemoterápico; avaliar a eficácia dessa técnica no tratamento dos quadros patológicos exibidos por esses animais; conhecer as respostas hematológicas neles desencadeadas e as possíveis relações destas com os eventuais benefícios terapêuticos; investigar a ocorrência de efeitos adversos decorrentes do emprego da técnica. MATERIAL E MÉTODO: Participaram do estudo os cães M (fêmea, SRD, 5 anos, com leucopenia), B (macho, Golden Retriever, 5 anos, com dermatite atópica), G (macho, SRD, 11 anos, com artrose e dermatite alérgica à picada de pulga) e LR ( macho, SRD, 12 anos, com imunossupressão e gengivite). Após exame clínico e hemograma inicial, os animais passaram a participar de sessões auto-hemoterápicas semanais por oito meses e quinzenais pelos quatro últimos meses. A coleta de sangue foi feita por punção da veia cefálica, sem anticoagulante, e a aplicação se deu por injeção na porção caudal dos músculos semitendinoso e semimembranoso. Os hemogramas foram mensais até novembro/2011, quando passaram a ser bimestrais. O acompanhamento clínico se deu ao longo de todo o estudo, antes de cada sessão de auto-hemoterapia. RESULTADOS: Houve diminuição do número de hemácias e do hematócrito em M, B e G. Constatou-se queda do número de plaquetas no cão B e aumento nos cães M, G e LR. Houve aumento de leucócitos totais em todos os cães. Noscães M, B e G, verificou-se aumento do número de linfócitos e queda no número de segmentados. Clinicamente, houve nítida melhora em M e LR. O tempo de cicatrização das feridas causadas pela coceira em B caiu pela metade, mas este precisou retornar ao tratamento medicamentoso para alívio do prurido. G não exibiu qualquer melhora e também retornou ao tratamento medicamentoso. Todos os cães permaneceram com o perfil hematológico dentro dos valores de referência, exceto na porcentagem de segmentados. Nenhum efeito adverso, decorrente do emprego da auto-hemoterapia, foi constatado. CONCLUSÕES: Os resultados permitem poucas generalizações, especialmente em função das diferentes respostas clínicas e laboratoriais exibidas pelos animais investigados, o que pode ser creditado a fatores como idade, sexo, raça, patologia e características individuais. Não obstante, esses resultados não desabonam o emprego da auto-hemoterapia, apenas suscitam novas investigações. PALAVRAS CHAVE: Auto-hemoterapia, Cães, Respostas clínicas
13 FORMIGAS DOMICILIARES E EFICÁCIA DE REPELENTE CASEIRO Orientador: Prof. Dr. Sérgio Hayato Seike (UNIANCHIETA) Bolsistas: Victor Faávaro Augusto Verônica Bardi de Souza Thiago A. de Campos Gabriel B. Costa INTRODUÇÃO: algumas espécies de formigas estão bem adaptadas ao ambiente antrópico e são potenciais vetores de microrganismos patogênicos em hospitais 2. Nas residências, embora não haja comprovação semelhante (e.g. THYSSEN et al. 2004, para helmintos 4 ), causam incômodo induzindo o uso de inseticidas. Considerando a importância da qualidade atmosférica dentro das edificações 3 e o perigo que representam os inseticidas 1, é necessário buscar alternativas. Os OBJETIVOS do presente trabalho são conhecer a relevância das formigas como pragas domiciliares para os moradores de Jundiaí; estudar alguns fatores relacionados à sua incidência; levantar métodos e produtos caseiros para o seu controle e; testar a eficiência do repelente mais citado. MATERIAL E MÉTODO: na primeira de duas etapas, foram entrevistados 100 moradores de Jundiaí, SP., utilizando um questionário para obter informações sobre o incômodo que formigas causam e procedimentos adotados para controlá-las. Na segunda foram realizados experimentos em laboratório para averiguar a eficiência repelente do cravo-da-índia. Como arena de testes, foi usada uma bandeja plástica de 70cm x 50cm. Em um dos lados da bandeja foi montado um ninho artificial de formiga lava-pé, Solenopsis cf. saevissima, e no outro foram colocadas as iscas, consistidas de duas porções de 500mg de açúcar (distantes 15cm entre si), uma delas acrescida de um botão de cravo-da-índia. Foram usados cravos comercializados desidratados para fim culinário. Foram realizados dois testes. No primeiro as iscas foram colocadas sobre folhas de papel e contado o número de formigas visitantes e cronometrado o tempo de alimentação. No segundo as iscas foram colocadas dentro de frascos de acrílico (Ø=20mm; h=32mm) e mantidas por 12h na arena. Foi registrado o número de formigas dentro dos frascos no final do experimento e pesada a quantidade de açúcar restante. Em ambos os testes, a cada repetição, a iscas com e sem cravo foram invertidas de posição na arena. RESULTADOS: as formigas foram apontadas pelos entrevistados como os insetos que mais incomodam, tendo a cozinha como o cômodo com mais ocorrências (91,7%). Houve correlação direta entre o número de moradores das casas e a perturbação por formigas (r=0,754). No combate às formigas, a maioria usa inseticidas comerciais: aerossol (33%) ou iscas tóxicas (23%). Dentre repelentes caseiros (12%), o cravo-da-índia foi o mais frequente (21,4%). O cravo sobre papel não foi eficiente para repelir S. saevissima. Não houve diferença significativa no tempo médio de alimentação (p=0,545; n=433) ou no número médio de formigas (p=0,072; n=12). Contudo, dentro de frascos, o cravo foi altamente eficiente. O consumo médio de açúcar nos recipientes sem cravo (107,4±52,7mg) foi significativamente maior (p=0,0001; n=10) do que na presença de cravo (0,3±1,1mg). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: foi comprovada a relevância das formigas como pragas domiciliares e a indução ao uso de inseticidas. O cravo-da-índia é um repelente caseiro que pode contribuir para a redução desse problema. Ele pode ser útil dentro de recipientes, como açucareiros, mas não em ambientes abertos, como sobre pias ou mesas. A ocorrência de formigas nas cozinhas e em casas com mais habitantes confirma que o principal atrativo são os alimentos. Assim, limpeza e alimentos protegidos fisicamente ou com repelentes são estratégias recomendadas de manejo. PALAVRAS CHAVES: formigas urbanas, pragas urbanas, cravo-da-índia, Solenopsis, manejo.
14 CONTROLE BIOLÓGICO DE BARATAS COM FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS Orientador: Prof. Ms. Ricardo H. R. Destéfano (UNIANCHIETA) Bolsistas: Daniel da Silva Sergio Rodrigo Cesar INTRODUÇÃO: As baratas representam um grande problema à saúde pública em todo o mundo. No Brasil, ela tem se destacado pela sua abundância em todas as regiões do país e do planeta, e pela sua presença constante em residências, hospitais, restaurantes, empresas, entre outros. Seu poder disseminador de enfermidades é muito grande pela alta capacidade de locomoção, tornando-se assim um importante vetor de vírus da poliomielite, bactérias patogênicas, protozoários etc. As baratas são controladas por inseticidas orgânicos sintéticos (organofosforados, piretróides e carbamatos), mas fatores como intoxicação humana, aquisição de resistência e os elevados custos de desenvolvimento de novos inseticidas químicos, têm levado à procura por novos métodos de controle, e uma alternativa seria a utilização de inseticidas biológicos. O fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae é um importante micro-organismo controlador natural de insetospragas, agindo por contato e causando infecção generalizada nos tecidos do inseto, causando infecção e doença no hospedeiro. Estudos realizados, envolvendo diferentes isolados dos fungos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana onde foi avaliada a patogenicidade desses entomopatógenos, contra larvas da broca-da-cana (Diatraea saccharalis), tiveram por objetivo testar diferentes linhagens desses fungos em doses variadas das suas unidades infectivas (conídios), onde foram obtidos bons resultados de controle dessa praga (ALVES et al. 1984; 1985, 1998). Atualmente testes de campo vêm sendo realizados utilizando M. anisopliae para o controle da cigarrinha-da-cana (Mahanarva fimbriolata) no estado de São Paulo em áreas dessa cultura abrangidas pela Copersucar (Cooperativa de Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo Ltda) (ARRIGONI, 1999; comunicação pessoal). MESSIAS e DESTÉFANO (1992), realizaram testes de patogenicidade com o fungo M. anisopliae, utilizando a linhagem E 9, obtendo resultados animadores, pois ocorreu um controle de aproximadamente 40% entre os insetos. A formulação de M. anisopliae em talco aplicada em superfície de caminhamento dos insetos causou altos índices de mortalidade de adultos e ninfas de B. germanica (LOPES, 2005). QUESADA-MORAGA et al. (2004) obtiveram bons resultados com uma DL50 de 1,4 x 10 7 conídios/ml e TL50 de 5,3 dias para uma concentração de 4,2 x 10 9 conídios/ml no controle da barata alemã. XUE, F. et al. (2009) investigaram a diversidade bacteriana encontrada na barata germânica (B. germanica) em hospitais, restaurantes, escritórios, observando as mesmas espécies bacterianas, sendo significativamente diferente a população bacteriana em supermercados. OBJETIVO: Esse trabalho tem por objetivo investigar a suscetibilidade da Barata do gênero Periplaneta americana ao fungo entomopatogenico Metarhizium anisopliae amplamente estudado e utilizado para o controle de diversos insetos pragas. MATERIAL E MÉTODO: O fungo M. anisopliae linhagem E9 foi cultivado em meio mínimo sólido a 28 0 C por 10 dias e os esporos obtidos foram extraídos com espátula e suspensos em solução salina para aplicação por borrifação. A barata utilizada foi da espécie Periplaneta americana, obtida de criação própria. Um sistema de contenção dos insetos foi montado com utilização de duas caixas, sendo uma caixa de vidro transparente e outra de material escuro, no recipiente com luz natural foram colocados 100 insetos e no recipiente escuro foram colocados a alimentação (ração canina) e água, interligados por tubo escuro em PVC escurecido, contendo forração interna em papel filtro impregnado com o fungo na concentração de 4 x 10 7 esporos por centímetro quadrado,
15 sendo que para o inseto se alimentar o mesmo seja forçado a atravessar pelo tubo contendo os esporos do patógeno, ocorrendo assim o contágio e posterior infecção e instalação da doença. RESULTADOS: foi obtida um mortalidade de 23% nos insetos CONCLUSÃO: conclui-se que o fungo é patogênico às baratas e que sua virulência pode ser potencializada, pois as condições de realização do experimento necessitam de ajustes em relação ao ambiente, sendo que influenciam diretamente a virulência do entomopatógeno e consequentemente os resultados. PALAVRAS-CHAVE: Metarhizium anisopliae, fungo, controle biológico, entomopatógeno.