PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM ESTUDANTES DO CURSO DE MEDICINA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, 2007

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Transcrição:

CONVÊNIOS CNPq/UFU & FAPEMIG/UFU Universidade Federal de Uberlândia Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação DIRETORIA DE PESQUISA COMISSÃO INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2008 UFU 30 anos PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM ESTUDANTES DO CURSO DE MEDICINA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, 2007 Flávia Souza Fernandes Pereira 1 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Medicina Av. Pará, 1720 B. Umuarama Uberlândia- MG flavinha177@bol.com.br Aguinaldo Coelho da Silva 2 Tassiane Cintra de Alvarenga Oliveira 3 Messias Antônio Araújo 4 Resumo: Introdução: As doenças cardiovasculares estão aumentando em ritmo acelerado no mundo. Entre os fatores de risco para mortalidade, a hipertensão arterial explica 40% das mortes por acidente vascular cerebral e 25% daquelas por doença coronariana. A hipertensão arterial apresenta custos médicos e socioeconômicos elevados. O desenvolvimento de hipertensão depende da interação entre predisposição genética e fatores ambientais. A hipertensão arterial sistêmica é, pois, um grave problema de saúde pública. Objetivos: Determinar a prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica entre estudantes de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Material e Métodos: Foram selecionados 80 alunos do primeiro ao décimo períodos do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, submetidos a três aferições da pressão arterial e questionário previamente elaborado pelos autores. Resultados: Após as três aferições da pressão arterial e calcula da média entre as mesmas encontrou-se 34 alunos (67,5%) com níveis pressóricos considerados como ótimos, 23 alunos (28,75%) com valores considerados como pré-hipertensos e 3 alunos (3,75%) realmente hipertensos, todos em estágio 1. Conclusão: A prevalência da Hipertensão Arterial foi de 3,75%. Entretanto, 28,75% foram considerados como pré-hipertensos, dado que nos serve como alerta para reforçar a preocupação de que este é um grupo populacional que necessita de medidas em saúde preventiva. Palavras-chave: Hipertensão Arterial, Estudantes, Medicina 1. INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares estão aumentando em ritmo acelerado no mundo, sem distinção de região ou classe social. As condições não transmissíveis e os distúrbios mentais representam 59% do total de óbitos no mundo. No ano 2.000 constituíram 46% da carga global de doenças. Presume-se que esse percentual atingirá 60% até o ano 2020 e as maiores incidências serão de doença cardíaca, acidente vascular cerebral, depressão e câncer. No Brasil, as taxas de natalidade estão recuando, as expectativas de vida avançando e a população envelhecendo (NETO et al, 2005). Entre os fatores de risco para mortalidade, a hipertensão arterial explica 40% das mortes por acidente vascular cerebral e 25% daquelas por doença coronariana (The Seventh Report of the Joint 1 Acadêmica do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia 2 Orientador. Professor do departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Uberlândia 3 Acadêmica do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia 4 Colaborador. Professor do departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Uberlândia

National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure.The JNC 7 Report. JAMA 2003). A hipertensão arterial apresenta custos médicos e socioeconômicos elevados, decorrentes principalmente das suas complicações, tais como doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades (LEWINGTON et al, 2002). A hipertensão arterial e as doenças relacionadas à pressão arterial são responsáveis por alta freqüência de internações. Em 2005 ocorreram 1.180.184 internações por doenças cardiovasculares, com custo global de R$ 1.323.775.008,28 (Ministério da Saúde.URL.http://www.datasus.gov). Existem vários fatores de risco relacionados à hipertensão arterial. A pressão arterial aumenta linearmente com a idade (VASAN et al, 2001). Em indivíduos jovens, a hipertensão decorre mais freqüentemente apenas da elevação da pressão diastólica enquanto a partir da sexta década o principal componente é a elevação da pressão sistólica (FRANKLIN et al, 2005). A prevalência global de hipertensão entre homens (26,6%;IC 95% 26,0-27,2%) e mulheres (26,1%;IC 95% 25,5%-26,6%) insinua que sexo não é um fator de risco para hipertensão. Estimativas globais sugerem taxas de hipertensão mais elevadas para homens até os 50 anos e para mulheres a partir da sexta década (KEARNEY et al, 2005). Em relação à etnia, hipertensão é mais prevalente em mulheres afrodescendentes em relação a mulheres brancas com um risco de até 130% (LESSA, 2001). Nível socioeconômico mais baixo está associado a uma maior prevalência de hipertensão arterial e de fatores de risco para a elevação da pressão arterial além de maior risco de lesões em órgãos-alvo e de eventos cardiovasculares (DRUMMOND et al, 1999). Há evidências conclusivas de que o sal ingerido na dieta está positivamente associado à pressão arterial e que a pressão pode ser reduzida com ingestão diária de 40 a 50mmol de sódio tanto em indivíduos normotensos quanto em hipertensos (CHOBANIAN et al, 2000). A obesidade apresenta taxas crescentes e um perfil epidêmico em vários países (FLEGAL et al, 2002), além de freqüente a obesidade associa-se à elevação dos níveis pressóricos ( PRENCIPE et al, 2000). A estimativa de risco a partir do estudo de Framingham sugere que aproximadamente 75% dos homens e 65% das mulheres apresentam hipertensão arterial diretamente atribuída a sobrepeso e obesidade (GARRISON et al, 1987). A hipertensão em indivíduos obesos mais que um caso particular deveria ser considerada a forma mais comum de hipertensão primária (DOLL et al, 2002). O consumo de bebidas alcoólicas eleva a pressão arterial. O efeito varia com o gênero e a etnia (FUCHS et al, 2001), e a magnitude está associada a quantidade de etanol, freqüência de ingestão e outras características relacionadas com o padrão de consumo (STRANGES et al, 2004). Verifica-se redução média de 3,3mmHg na pressão sistólica e 2,0mmHg na pressão diastólica com a redução no consumo de etanol (XIN et al, 2001).O sedentarismo aumenta a incidência de hipertensão arterial.indivíduos sedentários apresentam risco aproximado 30% maior que os ativos (FAGARD, 2005). O exercício aeróbio apresenta maior efeito hipotensor em indivíduos hipertensos que em normotensos (WHELTON et al, 2002). A hipertensão arterial atualmente não pode mais ser vista apenas como uma condição clínica em que as cifras tensionais estão acima de um determinado valor. Na verdade a HAS existe num contexto sindrômico, com alterações hemodinâmicas, tróficas e metabólicas, entre as quais podem ser citadas a própria elevação dos níveis tensionais, as dislipidemias, a resistência insulínica, a obesidade centrípeta, a microalbuminúria, a atividade aumentada dos fatores de coagulação, a redução da complacência arterial e a hipertrofia com alteração da função diastólica do ventrículo esquerdo. O desenvolvimento de hipertensão depende da interação entre predisposição genética e fatores ambientais, embora ainda não seja completamente conhecido como estas interações ocorrem. Sabe-se, no entanto, que a hipertensão é acompanhada por alterações funcionais do sistema nervoso autônomo simpático, renais, do sistema renina-angiotensina, além de outros mecanismos humorais e disfunção endotelial. Assim, a hipertensão resulta de várias alterações estruturais do sistema cardiovascular que tanto amplificam o estímulo hipertensivo, quanto causam dano cardiovascular. (WHO Expert Committee on Hypertension Control - Geneva, 24-31 October 1994) 2

Os limites de pressão arterial considerados normais são arbitrários e, na avaliação dos pacientes, deve-se considerar também a presença de fatores de risco, lesões de órgão-alvo e doenças associadas. A acurácia do diagnóstico de hipertensão arterial depende fundamentalmente dos cuidados dispendidos nas medidas de pressão arterial. Minimizam-se, assim, os riscos de falsos diagnósticos, tanto para hipertensão arterial quanto da normotensão, e suas repercussões na saúde dos indivíduos e no custo social envolvido (V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006). Os valores que permitem classificar os indivíduos adultos acima de 18 anos, de acordo com os níveis de pressão arterial encontram-se a seguir na tabela 1. Tabela 1: Valores de pressão arterial e sua classificação. PA Classificação PAS (mm Hg) PAD (mm Hg) Normal < 120 e < 80 Pré-hipertensão 120 139 ou 80 89 Estágio 1 Hipertensão 140 159 ou 90 99 Estágio 2 Hipertensão 160 ou 100 The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure (2003) O projeto Corações do Brasil foi realizado com o objetivo de traçar um perfil da distribuição de fatores de risco cardiovascular na população brasileira. O estudo utilizou uma metodologia de baixo custo operacional e financeiro e foi dividido em duas etapas distintas. Na primeira fase, por meio de questionários estruturados, foram obtidas informações sócio-econômicas, de serviços e de infra-estrutura, caracterização familiar, estado nutricional, uso de medicamentos, hábitos comportamentais, história de fatores de risco cardiovascular e/ou doença cardiovascular em, aproximadamente, 2.550 indivíduos, escolhidos aleatoriamente em 72 cidades brasileiras.a segunda etapa do projeto consistiu em convite aos indivíduos entrevistados na primeira etapa para que comparecessem a uma consulta médica em sua própria cidade. Nessa etapa, o projeto contou com a participação de inúmeros sócios da SBC,bem como enfermeiras, estudantes de medicina e enfermagem, técnicos de enfermagem e técnicos de laboratório, que se prontificaram a receber esses indivíduos e realizar uma consulta médica padronizada, com o objetivo de coletar dados provenientes de questionários médicos (não aplicáveis por não-médicos), medidas clínicas como pressão arterial, antropometria, índice tornozelo-braquial e a coleta de material biológico para avaliação de fatores de risco cardiovasculares bioquímicos (NETO et al, 2005). De acordo com dados do projeto Corações do Brasil cerca de 29,2% da população brasileira tem pressão arterial sistólica maior que 140mmHg, 20,2% apresenta pressão arterial diastólica maior que 90mmHg e 28,5% apresentam HAS (PA>140/90mmHg, média de 3 medidas). A distribuição da hipertensão arterial nas regiões brasileiras revelou dados epidemiológicos importantes. Na região Norte e Centro-Oeste a prevalência da hipertensão arterial é de 19,4%, na região Nordeste de 31,8%, na região Sudeste de 29,1% e, finalmente, na região Sul de 30,4%.A hipertensão arterial é mais comum na raça negra (34,8%) em relação a brancos (29,4%), pardos/mulatos (26,3%), índios (11,1%) e amarelos (10%). Predomina no sexo masculino (35,2%) em relação ao sexo feminino (22,6%) (NETO et al, 2005). A hipertensão arterial sistêmica é, pois, um grave problema de saúde pública devido não apenas ao seu enorme impacto sobre o organismo mas também em conseqüência dos agravos que traz aos hipertensos não adequadamente tratados. Acrescentam-se a todos os inconvenientes causados por ela as baixas taxas de diagnóstico correto, o tratamento não adequado e o seu controle não apropriado, que tornam a doença responsável por altas taxas de morbidade e mortalidade (BRANDÃO et al, 2006). 2. OBJETIVO 3

O objetivo do presente trabalho é determinar a prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica entre estudantes de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). 3. MATERIAIS E MÉTODOS Estudo observacional descritivo do universo de hipertensão arterial sistêmica (HAS) nos estudantes do curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, realizado em Uberlândia, MG, em 2006. Foram selecionados para o estudo um total de 80 alunos todos os estudantes matriculados no curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), se distribuindo da seguinte forma: 8 alunos de cada período (1 ao 10 ), selecionados de forma aleatória através de sorteio prévio realizado pelos pesquisadores. O aluno sorteado será então convidado a participar do mesmo, tendo total liberdade para a recusa ou aceitação do mesmo. O aluno que recusar sua participação será substituído por novo aluno sortedo. O inquérito baseou-se no contato com os estudantes selecionados e obtenção de informações sobre idade, sexo, peso, altura e aferição da pressão arterial. Cada estudante será submetido a três aferições da pressão arterial em três diferentes ocasiões, sendo realizadas num intervalo aproximado de sete dias. Serão utilizados como referência os níveis pressóricos estabelecidos pelo The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure (2003). Tal protocolo considera pressão sistólica < 120mmHg e pressão diastólica < 80mmHg como normal, pressão sistólica entre 120mmHg e 139mmHg ou pressão diastólica entre 80mmHg e 89mmHg como pré-hipertenso, pressão sistólica 140mmHg e 159mmHg ou pressão diastólica entre 90mmHg e 99mmHg como hipertensão estágio 1, pressão sistólica 160mmHg ou pressão diastólica 100mmHg como hipertensão estágio 2. Após a concordância do aluno em participar do presente projeto e tendo o mesmo assinado o devido termo de consentimento que se encontra em anexo, serão obtidos de cada estudante os dados antropométricos de peso (averiguado em balança devidamente calibrada), altura, aferição da pressão arterial, sendo preenchida uma ficha (Anexo) com os dados de cada aluno referentes a idade, sexo, período que está cursando, raça, história familiar de Hipertensão Arterial Sistêmica, etilismo, tabagismo, bem como os dados de peso, altura, Índice de Massa Corporal (calculado a partir das medidas de peso e altura, dividindo-se os valores da primeira pelo valor da segunda elevada ao quadrado) e presença de outras comorbidades associadas. A medida da pressão arterial será realizada de maneira semelhante à prática clínica, através de método indireto com técnica auscultatória, com o uso de esfigmomanômetro de coluna de mercúrio devidamente calibrado e estetoscópio. O manguito será adequado às dimensões do braço, escolhendo-se aquele que ocupou dois terços ou mais do comprimento, deixando livre a fossa antecubital, e com comprimento suficiente para circundar o braço (BRANDÃO et al, 2006). As aferições acontecerão no ambulatório de Hipertensão Arterial Sistêmica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. O aluno submetido à aferição encontrar-se-á em posição sentada, com o tronco recostado e relaxado no encosto da cadeira, os membros inferiores relaxados, sem cruzar. O braço em que o manguito será colocado estará ao nível do coração para se evitarem efeitos hidrostáticos, considerando o ponto de referência ao nível do átrio direito, livre de roupas, a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. O ambiente será calmo e com temperatura agradável (BRANDÃO et al, 2006). A seguir, será palpado o pulso radial e inflado o manguito até o desaparecimento do pulso a fim de se estimar a pressão sistólica. Será posicionada a campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial e o manguito será inflado rapidamente, até ultrapassar 20 a 30 mmhg o nível estimado da pressão sistólica. Em seguida, será desinflado lentamente, determinando a pressão sistólica no momento de aparecimento dos sons e a diastólica no de desaparecimento dos mesmos. Não serão arredondados os valores para dígitos terminados em zero ou cinco. Os dados epidemiológicos serão analisados através do programa Excell for Windows (COPYRIGHT, 1993). 4

4. RESULTADOS O estudo avaliou 80 alunos de um total de 400 pertencentes ao primeiro ao décimo períodos do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Dentre estes avaliados, 55 (68,75%) pertenciam ao sexo feminino e 25 (31,25%) ao sexo masculino. A faixa etária dos acadêmicos participantes mostrou-se diversificada com extremos variando entre 18 a 31 anos. As idades predominantes foram 20 anos (9 alunos), 21 anos (19 alunos), 22 anos (18 alunos) e 23 anos (10 alunos). Com relação à raça, 74 alunos (92,5%) se declararam brancos e 6 (7,5%) negros. No questionamento sobre a presença de história familiar de Hipertensão Arterial em parentes de primeiro grau a resposta foi afirmativa em 49 casos (61,25%). Dentre os participantes, 3 alunos (3,75%) citaram hábito de etilismo. Com relação ao tabagismo as taxas encontradas foram exatamente semelhantes. Durante a coleta dos dados os acadêmicos participantes tiveram aferidos os seus pesos e estaturas. Isso, possibilitou posteriormente, aos pesquisadores, o cálculo do índice de massa corpórea (IMC) bem como a sua análise. Dos alunos, 67 (83,75%) apresentaram IMC considerado como normal (18-24,99), 10 (12,5%) apresentaram sobrepeso (25-29,99), 2 obesidade grau 1 (30-34,99) e 1 (1,25%) obesidade grau 2 (35-39,99). As comorbidades citadas foram asma, doença do refluxo gastroesofágico, síndrome dos ovários micropolicísticos, hipotireoidismo, desidrose, depressão maior, enxaqueca e obesidade. Após as três aferições da pressão arterial e calcula da média entre as mesmas encontrou-se 34 alunos (67,5%) com níveis pressóricos considerados como ótimos, 23 alunos (28,75%) com valores considerados como pré-hipertensos e 3 alunos (3,75%) realmente hipertensos, todos em estágio 1. 5. DISCUSSÃO No presente estudo, buscou-se determinar a prevalência da Hipertensão Arterial entre os estudantes do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia pertencentes ao primeiro ao décimo períodos. Encontrou-se uma prevalência de 3,75% (3 alunos) de hipertensos. Todos esses inseridos no estágio 1 segundo a classificação proposta pelo VII Joint. Sendo assim, não foram encontrados nenhum estudante com hipertensão mais grave já em estágio 2. Entretanto, verificou-se um número bastante significativo de acadêmicos com níveis pressóricos considerados já de risco para a doença classificados como pré-hipertensos segundo o VII Joint. A prevalência de pré-hipertensos foi de 28,75% (23 alunos), sendo este um achado importante do presente estudo. Esse dado reflete a existência de um número considerável de alunos que já possuem níveis de pressão arterial merecedores de uma atenção mais pormenorizada. Isso, para que, num futuro não distante, não acabem inexoravelmente alimentando as estatísticas dos portadores de Hipertensão Arterial, sujeitos às diversas complicações trazidas pela doença. Dentre os três estudantes classificados como hipertensos, todos pertenciam ao sexo masculino e possuíam história familiar positiva para a Hipertensão Arterial. Dos mesmos, um estudante era da raça negra e um relatou hábito de etilismo. Dentre os 23 alunos pré-hipertensos, 14 ( 60,86%) eram do sexo masculino. Destes, 12 (52,17%) apresentaram história familiar positiva para Hipertensão Arterial e, somente um estudante era da raça negra. No estudo encontrou-se um número de 10 alunos classificados como portadores de sobrepeso (IMC entre 25-29,99). Destes, observou-se que 50% (5 alunos) apresentaram-se também como pré-hipertensos, o que poderia remeter a associação entre o excesso de peso e a Hipertensão Arterial, fato de extrema importância por ser um fator de risco modificável. 5

Dos três alunos classificados como obesos, dois se mostraram pré-hipertensos, mais uma vez ressaltando a afirmação exposta anteriormente. Tais associações vêm demonstrar a importância já esperada durante a realização do estudo, da influência que os fatores de risco passíveis de modificação ao longo da vida do indivíduo podem ter. A partir da busca por medidas simples de mudança nos hábitos de vida, especialmente os dietéticos e de sedentarismo, pode-se alterar a evolução final para conseqüências indesejadas que a Hipertensão Arterial pode trazer a longo prazo. 6. CONCLUSÃO Dentre os estudantes de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia a prevalência da Hipertensão Arterial foi de 3,75%. Entretanto, 28,75% foram considerados como pré-hipertensos, dado que nos serve como alerta para reforçar a preocupação de que este é um grupo populacional que necessita de medidas em saúde preventiva. Isso, para que não se tornem, inexoravelmente, num futuro próximo, adultos e idosos hipertensos sujeitos às importantes complicações oferecidas pela doença. 7. AGRADECIMENTOS Gostaríamos de prestar nosso imenso agradecimento a agência de fomento deste projeto (CNPq/UFU) pelo incentivo e apoio a concretização do mesmo. Nossos sinceros agradecimentos a todos os estudantes que prontamente se dispuserem a participar como sujeitos da pesquisa. 8. REFERÊNCIAS Brandão, Andréa et al. Hipertensão. 1. ed.elservier- Rio de Janeiro, 2006. cap. 4.1 p.107-109. Brandão, Andréa et al. Hipertensão. 1. ed.elservier- Rio de Janeiro, 2006. cap. 1 p.107-109. Chobanian Av, Hill M. National Heart, Lung, and Blood Institute Workshop on Sodium and Blood Pressure: A Critical Review of Current Scientific Evidence. Hypertension. 2000;31:327-31. Doll S, Paccaud F, Bovet P, Burnier M, Wietlisbach V. Body mass index, abdominal adiposity and blood pressure: consistency of their association across developing and developed countries. Int J Obes Relat Metab Disord. 2002;26:48-57. Drummond M, Barros MBA. Social Inequalities in Adult Mortality in Sao Paulo city. Rev Bras Epidemiol 1999;2(1/2):34-49. Fagard RH. Physical activity, physical fitness and te4h incidence of hypertension. J Hypertension 2005;23:265-7. Flegal KM, Carrol MD, Ogden CL, Johnson CL. Prevalence and trends in obesity among US adults, 1999-2000. JAMA 2002;288:1723-27. Franklin SS, Pio JR, Wong ND, Larson MG, Leip EP, Vasan RS, Levy D. Predictors of new-onset diastolic and systolic hypertension: the Framingham Heart Study. Circulation 2005;111:1121-27. Fuchs FD, Gus M, Moreira LB, et al. Anthropometric Indices and the Incidence of Hypertension: A comparative Analysis. Obesity Research. 2005;13(9): (in press). Garrison RJ, Kannel WB, Stokes J 3rd, Castelli WP. Incidence and precursors of hypertension in young adults: the Framingham Offspring Study. Prev Med. 1987;16:235-51. Gus I, Harzheim E, Zaslavsky C, Medina C, Gus M. Prevalence, Awareness, and Controlo f Systemic Arterial Hypertension in the State of Rio Grande do Sul. Arq Bras Cardiol 2004; 83(5):429-33. Kearney PM, Whelton M, Reynolds K, Muntner P, Whelton PK, He J. Global burden of hypertension: analysis of worldwide data. Lancet 2005;365:217-23. Lessa I. Epidemiologia Insuficiência Cardíaca e da Hipertensão Arterial Sistêmica no Brasil. Rev Bras de Hipertensão 2001;8:383-392. 6

Lewington S, Clarke R, Qizilbash N, Peto R, Collins R, for the Prospective Studies Collaboration. Age-specific relevance of usual blood pressure to vascular mortality: a meta-analysis of individual data for one million adults in 61 prospective studies. Lancet 2002;360:1903-13. Ministério da Saúde.URL.http://www.datasus.gov.br Prencipe M, Casini AR, Santini M, Ferreti C, Scaldaferri N, Culasso F. Prevalence, awareness, treatment and controlo of hypertension in elderly: results from a population survey. J Hum Hypertens. 2000; 14:825-30. Projeto Corações do Brasil. Raimundo Marques do Nascimento Neto. 2005 Stranges S, Wu T, Dorn JM, et al. Relationship of alcohol drinking pattern to risk of hypertension: a population-based study. Hypertension. 2004;29:57-64. The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. The JNC 7 Report. JAMA 2003 Vasan RS, Larson MG, Leip EP, Kannel WB,Levy D. Assessment of frequency of progression to hypertension in non-hypertensive participants in Framingham Heart Study: a cohort study. Lancet 2001;358:1682-86. Whelton SP, Chin A, Xin X, He J. Effect of aerobic exercise on blood pressure: a meta-analysis of randomized trials. Ann Med 1991;23:319-327. WHO Expert Committee on Hypertension Control - Geneva, 24-31 October 1994 Xin X, He J, Frontini MG, Ogden LG, Motsamai OI, Whelton PK. Effects of Alcohol Reduction on Blood Pressure: A Meta-Analysis of Randomized Crontrolled Trials. Hypertension 2001;38:1112-17. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006. Sociedade Brasileira de Hipertensão. VI Joint National Committee. The Sixth Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. VII report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure HYPERTENSION PREVALENCE IN MEDICINE STUDENTS OF THE UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Flávia Souza Fernandes Pereira Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Medicina Av. Pará, 1720 B. Umuarama Uberlândia- MG flavinha177@bol.com.br Aguinaldo Coelho da Silva Tassiane Cintra de Alvarenga Oliveira Messias Antônio Araújo Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Medicina Av. Pará, 1720 B. Umuarama Uberlândia- MG 7

Abstract: Introduction: Cardiovascular diseases are growing in an accelerating rhytm. Among the mortality factors, the high blood pressure can explain 40% of the deaths by stroke and 25% of those one by coronary diseases. The hypertension causes high social and economic costs. It comes from a genetic predisposition in association with environmental factors. Thus, it is a serious public health problem. Objective: Determining the hypertension prevalence among medicine students of the Universidade Federal de Uberlândia. Material and methods: It has been selected 80 medicine students between the first and the tenth periods. The students had their blood pressure taken for three times. They also have answered a questionnaire. Results: We have found 34 (67,5%) students with a great blood pressure, 23 (28,75%) students with values of blood pressure that can be considerated like pre-hypertension and 3 (3,75%) students with high blood pressure, in stage one. Conclusion: The hypertension prevalence was 3,75%. 28,75% of the students have been considerated like pre-hypertension. This information shows that we should be concerned about this population group and that they need more actions in preventive health, Keywords: Hypertension, Students, Medicine 8