RESÍDUO DE AGROTÓXICOS EM GRÃOS: POSSÍVEIS BARREIRAS PARA A COMERCIALIZAÇÃO XXXVI REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA LONDRINA/PR - 2017
SUMÁRIO 1. Introdução 2. Base Legal e Histórico de Ocorrências 3. Cadastro de Exportadores de Soja para a China
1. INTRODUÇÃO Demandas externas exigem controles oficiais! OMC Princípio do Acordo Os membros têm o direito de aplicar medidas sanitárias e fitossanitárias para a proteção da vida ou saúde humana, animal ou para preservar as plantas, desde que tais medidas não se constituam num meio de discriminação arbitrário entre países de mesmas condições, ou numa restrição encoberta ao comércio internacional. 3
1. INTRODUÇÃO EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DO AGRONEGÓCIO POR SETORES - 2016 OUTROS; 26,9% COMPLEXO SOJA; 29,9% FRUTAS (INCLUI NOZES E CASTANHAS); 1,0% CEREAIS, FARINHAS E PREPARAÇÕES; 5,0% CAFÉ; 6,4% CARNES; 16,7% SETOR(ES) VALOR(US$) PRODUTOS ALIMENTÍCIOS DIVERSOS; 0,6% COMPLEXO SUCROALCOOLEIRO; 13,4% TOTAL COMPLEXO SOJA CARNES COMPLEXO SUCROALCOOLEIRO 84,9 Bilhões 25,4 Bilhões 14,2 Bilhões 11,3 Bilhões CAFÉ 5,4 Bilhões CEREAIS, FARINHAS E PREPARAÇÕES 4,2 Bilhões Fonte: Agrostat FRUTAS (INCLUI NOZES E CASTANHAS) PRODUTOS ALIMENTÍCIOS DIVERSOS OUTROS 0,8 Bilhões 0,5 Bilhões 23.1 Bilhões
1. INTRODUÇÃO DEMANDAS ATUAIS 1. Açúcar para Colômbia 2. Frutas para a UE 3. Amendoim e Castanha do Brasil para EU 4. Soja para Rússia 5. Grãos para a China
2. BASE LEGAL Lei 8171/1991 Lei Agrícola e Decreto 5741/2006 SISBI-SUASA Lei 7802/89 e Decreto 4074/2002 IN MAPA nº 12/2017 e Portaria MAPA 44/2015 PNCRC/Vegetal Lei 9972/2000, Decreto 6.268/07, Resolução CONCEX 160/1988; IN 15/2004 Resolução CAMEX nº 29/2016 IN SDA 66/2003 SICASQ INs técnicas específicas (atualmente, não há para a soja) Cada País ou Bloco de Países: Legislações próprias e Acordos Bilaterais/Multilaterais 6
2. BASE LEGAL Lei 8.171, de 17/01/1991 Lei Agrícola. Art. 27A. São objetivos da defesa agropecuária assegurar: (...) IV a identidade e a segurança higiênicosanitária e tecnológica dos produtos agropecuários finais destinados aos consumidores. Decreto nº 5.741, de 30/03/2006 Estabelece a competencia do MAPA para a emissão dos certificados oficiais agropecuários exigidos pelo comércio internacional 7
2. BASE LEGAL DECRETO Nº 4.074, de 04/01/2002. (Lei nº 7.802, de 11/07/1989) - AGROTÓXICOS Art. 2º Cabe aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde e do Meio Ambiente, no âmbito de suas respectivas áreas de competências: V - estabelecer metodologias oficiais de amostragem e de análise para determinação de resíduos de agrotóxicos e afins em produtos de origem vegetal, animal, na água e no solo; Art. 3º Cabe aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Saúde, no âmbito de suas respectivas áreas de competência monitorar os resíduos de agrotóxicos e afins em produtos de origem vegetal. Art. 71. A fiscalização dos agrotóxicos, seus componentes e afins é da competência: I - dos órgãos federais responsáveis pelos setores da agricultura, saúde e meio ambiente, dentro de suas respectivas áreas de competência, quando se tratar de: d) resíduos de agrotóxicos e afins em produtos agrícolas e de seus subprodutos; 8
2. BASE LEGAL PLANO NACIONAL DE CONTROLE DE RESÍDUOS E CONTAMINANTES EM PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL PNCRC/VEGETAL IN MAPA nº 12/2017 PNCRC/Vegetal 45 amostras de soja em 2017 Portaria MAPA 44/2015 Resultados PNCRC/2014 - Soja 100% ok! 9
2. BASE LEGAL DECRETO Nº 6.268/2007 (Lei nº 9972/2000) CLASSIFICAÇÃO VEGETAL Classificação é obrigatória em 3 situações: Produto destinado diretamente à alimentação humana Compras e vendas do Poder Público IMPORTAÇÕES 10
2. BASE LEGAL Em 2004 Problemas - Soja para China Presença se partículas com toxicidade desconhecida (PTD) Classificação para Exportação não está prevista na Lei 9972. Resolução Concex 160/1988 8.2. Caberá ao Ministério da Agricultura a fiscalização das condições fitossanitárias ou higiênicosanitárias dos produtos a que se refere o item precedente. Instrução Normativa MAPA 15/2004 Supervisão dos Embarques por Entidades Credenciadas pelo MAPA Limite de 1 PTD/kg de amostra 11
2. BASE LEGAL RESOLUÇÃO CAMEX Nº 29, DE 24/03/2016 Art. 1º Delegar competência ao Ministério da Agricultura, no âmbito do comércio internacional de vegetais e de produtos de origem vegetal ou animal, para: I emitir certificado fitossanitário, sanitário ou higiênicosanitário exigidos por país importador com base em acordos ou convênios internacionais; A CAMEX A Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, da Presidência da República, tem por objetivo a formulação, a adoção, a implementação e a coordenação de políticas e de atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, incluído o turismo, com vistas a promover o comércio exterior, os investimentos e a competitividade internacional do País. É composta pelo Presidente da República, a quem cabe a presidência da CAMEX, e pelos Ministros de Estado das Relações Exteriores; da Fazenda; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e pelo Secretário Executivo da Secretaria 12 do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República.
2. BASE LEGAL Instrução Normativa SDA/MAPA nº 66 de 11/09/2003 1. Objetivo: Estas normas têm por objetivo estabelecer os requisitos e critérios para a operacionalização do cadastramento dos agentes da cadeia produtiva de produtos, subprodutos e derivados de origem vegetal, sujeitos aos contaminantes, aos resíduos químicos e biológicos, assim como ao controle de qualidade. 3.2. A Certificação da Segurança e Qualidade na cadeia produtiva será realizada por meio de medidas ou procedimentos técnicos previstos na legislação vigente ou que vierem a ser estabelecidos pelos órgãos competentes. 13
4. CADASTRO DE EXPORTADORES DE GRÃOS PARA A CHINA A) O QUE É ISSO? DO QUE SE TRATA Cadastro de exportadores de grãos para a China Decreto AQSIQ nº 177, de 01/07/2016 A partir do Decreto acima, a China passou a exigir que os exportadores de grãos para aquele País devem ser recomendados pela autoridade do País exportador, no caso do Brasil, pelo MAPA, e para que possamos fazer essa recomendação decidiu-se cadastrar os interessados junto ao SICASQ, seguindo assim a IN SDA nº 66/2003 Artigo 5 Os destinatários e expedidores, produtores, processadores, fornecedores e transportadores de grãos, na importação e exportação, devem assegurar a produção e operação em observância às normas, estabelecer e manter o sistema de controle de qualidade e segurança dos grãos e o sistema de prevenção e controle de epidemias, garantindo qualidade e segurança dos grãos na importação e exportação, mantendo a honestidade e a confiabilidade, aceitando a supervisão do serviço público e assumindo a responsabilidade social. 14
4. CADASTRO DE EXPORTADORES DE GRÃOS PARA A CHINA B) QUEM SÃO OS ENVOLVIDOS? O Decreto AQSIQ nº 177/2016 exige que os exportadores de grãos para aquele País devem que ser recomendados pela autoridade do País exportador, no caso do Brasil, pelo MAPA. Para tanto, o DIPOV decidiu cadastrar os interessados junto ao SICASQ, seguindo assim a IN SDA nº 66/2003. Embora o referido Decreto mencione o cadastro de exportadores de grãos, o MAPA, por meio da mensagem eletrônica de 26/07/2016 orientou que os trabalhos deveriam se concentrar, inicialmente, em 03 produtos identificados como de exportação mais frequente para a China: CAFÉ MILHO SOJA, até que se obtenha maiores informações solicitadas ao Ministério das Relações Exteriores MRE sobre os demais produtos. Serviços de Inspeção/UF são responsáveis pela recepção de documentos e vistorias. Vigiagro confere se o exportador consta da lista do SICASQ. 15
4. CADASTRO DE EXPORTADORES DE GRÃOS PARA A CHINA C) POR QUE FAZER ESSES CADASTROS E CONTROLES? O Decreto AQSIQ 177/16 prevê o seguinte: Artigo 7.o As empresas de produção e transformação no estrangeiro que exportam cereais para a China devem ser ratificadas pela autoridade competente da jurisdição de exportação e devem dispor de instalações de controle de qualidade e de segurança e do sistema de gestão da qualidade, tais como a peneiração, a secagem, análises e prevenção epidêmica. O Art. 12. do referido Decreto determina os documentos obrigatórios a serem apresentados pelo exportador ou seu representante. Além do Certificado Fitossanitário, o item 5 do Art. 12 estabelece: No caso dos grãos geneticamente modificados de entrada, deve também ser fornecida uma cópia das aprovações pertinentes, incluindo o Certificado de Segurança dos Organismos Geneticamente Modificados. Incentivar os proprietários a solicitar dos exportadores de grãos no exterior outros documentos emitidos pela autoridade oficial da jurisdição de exportação ou pelas instituições de teste de terceiros, tais como certificado de qualidade, certificado de saúde, certificado de aptidão e certificado de peso. 16
4. CADASTRO DE EXPORTADORES DE GRÃOS PARA A CHINA C) POR QUE FAZER ESSES CADASTROS E CONTROLES? COMOPLEXO SOJA - OUTROS PAÍSES 13% EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DO AGRONEGÓCIO - 2016 Setor(es) Valor(US$) Participação % COMPLEXO SOJA CHINA 17% OUTROS PRODUTOS AGRÍCOLAS 70% Exportações - Total 84 Bi 100% COMPLEXO SOJA TOTAL 25 Bi 30% COMPLEXO SOJA - CHINA 14 Bi 17% Fonte: Agrostat 17
4. CADASTRO DE EXPORTADORES DE GRÃOS PARA A CHINA D) QUANDO COMEÇOU ESSA DEMANDA? QUANDO RENOVAR O CADASTRO? O Decreto AQSIQ é de 02/05/2016. Com vistas ao atendimento imediato da demanda Chinesa, por meio de levantamento em sistemas eletrônicas, o MAPA publicou em seu site a lista dos exportadores que estavam pré-cadastrados para exportar grãos para a China. Depois, o MAPA estabeleceu um prazo de 06 (seis) meses para que as pessoas jurídicas constantes da lista divulgada no site do MAPA requeressem seu cadastro junto ao SICASQ, prazo esse que expirou no dia 23/01/2017. Depois, o prazo extendido até 03/03/2017. De acordo com a IN SDA 66/2003, o cadastro tem validade de 2 (dois) anos, devendo ser renovado após esse período. 18
4. CADASTRO DE EXPORTADORES DE GRÃOS PARA A CHINA E) COMO É FEITO O CADASTRO? Todos os documentos devem ser recepcionados via e-mail, sem a necessidade de envio físico, em virtude de uso do SEI SISTEMA SEI: todos os processos de cadastramento devem ser iniciados via SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES - SEI. Os requerimentos de cadastros devem ser enviados para os Serviços de Inspeção de cada Unidade da Federação. Efetivação de cadastro em lista disponível no site do MAPA. 19
4. CADASTRO DE EXPORTADORES DE GRÃOS PARA A CHINA E) COMO É FEITO O CADASTRO? REQUISITOS TÉCNICOS: O MAPA tem requerido para fins de cadastro como exportador que a empresa esteja Certificada pelo Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras SNCUA SNCUA: (Decreto 3855/2001 e Instrução Normativa MAPA 29/2011), foi criado o Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, que deve ser cumprido pelas Unidades Armazenadoras Requisitos obrigatórios na norma de certificação já estão vigentes. Dentre eles: arquivos que possibilitem a geração de relatórios atualizados sobre entradas, saídas e saldos de estoques, por produto e depositante Recomendados: transgenia e monitoramento de agrotóxicos e toxinas. Necessidade de discussão - requisitos técnicos para alcançar exigências da China 20
OBRIGADO! Fernando Guido Penariol Auditor Fiscal Federal Agropecuário Unidade Técnica Regional Agropecuária de Ribeirão Preto/SP UTRA/RAO/SFA-SP Izaías de Carvalho Filho Auditor Fiscal Federal Agropecuário Unidade Técnica Regional Agropecuária de São José do Rio Preto/SP UTRA/SJRP/SFA-SP 21