Caracterização Fenológica de Cinco Variedades de Uvas Sem. Sementes no Vale do São Francisco [1] Introdução

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Transcrição:

Caracterização Fenológica de Cinco Variedades de Uvas Sem Sementes no Vale do São Francisco [1] Emanuel Elder Gomes da Silva [2] Patricia Coelho de Souza Leão [3] Introdução No estudo de novas variedades, a fenologia desempenha importante função pois permite a caracterização da duração das fases do desenvolvimento da videira em relação ao clima, especialmente às variações estacionais, e é utilizada para interpretar como as diferentes regiões climáticas interagem com a cultura (Terra et al. 1998). Na viticultura brasileira foram realizados estudos de fenologia e caracterização térmica nas tradicionais regiões produtoras de uva no sudeste e sul do país. Mandelli (1984) caracterizou a potencialidade climática da região de Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul para o cultivo de algumas variedades para vinificação. A fenologia da variedade Niagara Rosada foi estudada por Pedro Júnior et al. (1993), Ferri (1994) e Guerreiro (1997). Por sua vez, Silva et al. (1990) estudaram o comportamento de vinte variedades americanas de videira em Jundiaí. Boliani (1994) avaliou o comportamento fenológico das variedades Itália e Rubi na região oeste do estado de São Paulo. No Vale do São Francisco, a fenologia de seis cultivares de uvas sem sementes também foram avaliadas (Souza Leão & Pereira, 2001). A fenologia varia em função do genótipo e das condições climáticas de cada região produtora, ou em uma mesma região devido às variações estacionais do clima ao longo do ano. Em condições de clima tropical a videira vegeta continuamente, não apresentando fase de repouso hibernal. A data de poda passa a ser a referência para o início do ciclo fenológico da videira, que sofre a influência das condições climáticas predominantes durante aquele período. O presente trabalho teve como objetivo estudar o comportamento fenológico de cinco variedades de uvas sem sementes em diferentes épocas de poda nas condições do Vale do São Francisco. Material e Métodos O experimento foi conduzido no Campo Experimental de Bebedouro, pertencente à Embrapa Semi-Árido, localizado no município de Petrolina-PE (latitude 9º09 Sul, longitude 40º22 Oeste, e altitude média de 365,5 m). Segundo Köeppen, o clima da região pode ser classificado como tipo Bswh, que corresponde a uma região semi-árida muito quente. As temperaturas mensais médias, mínimas e máximas durante a realização do trabalho são apresentadas na Fig. 1.

Fig. 1. Temperaturas médias mensais máximas, médias e mínimas no Campo Experimental de Bebedouro, Petrolina-PE (2000-2002). O período considerado no estudo correspondeu aos anos de 2000 a 2002, estudando-se para cada variedade cinco diferentes datas de poda: dezembro de 2000, abril de 2001, junho de 2001, outubro de 2001 e janeiro-fevereiro de 2002. Foram utilizadas as seguintes variedades de uva sem sementes: Superior ou Festival, Thompson, Catalunha, Perlette e Marroo, enxertadas sobre porta-enxerto IAC 572 Jales. O comportamento fenológico das variedades foi avaliado através de observações visuais realizadas semanalmente a partir da poda até a colheita. As determinações dos estádios fenológicos foram baseadas na classificação de Eichhorn & Lorenz (1977), com adaptações, para os seguintes períodos: gemas dormentes ou data de poda à gemas inchadas (1), gemas inchadas à início de brotação (2), início de brotação à 5-6 folhas separadas (3), 5-6 folhas separadas à início de floração (4), início de floração à plena-floração (5), plena-floração à chumbinho (6), chumbinho à ervilha (7), ervilha à ½ baga (8), ½ baga inicio de maturação (9) e início de maturação à maturação plena (10). O momento adequado para a colheita foi considerado quando as variedades apresentavam teor de sólidos solúveis totais superior a 16 o Brix. Resultados e Discussão Observou-se uma variação no número de dias necessários para completar cada estádio fenológico, entre as diferentes variedades e datas de poda (Tabela 1). Essas variações eram esperadas uma vez que as variedades possuem origem genética distintas e foram obtidas para adaptação à diferentes condições ambientais. Tabela 1. Número de dias para os períodos compreendidos entre as principais fases fenológicas de cinco variedades de uvas sem sementes, Petrolina-PE, 2000 a 2002.

Variedades Superior Perlette Catalunha Thompson Marroo Ano/ Data de poda Fases fenológicas 1 2 3 4 5 6 7 8 Ciclo 9 10 Total 2001/1º 18/12/2000 7 3 3 18 3 5 9 16 9 13 86 2001/1º 25/04/2001 12 ---- 3 12 6 5 5 12 10 25 90 2001/2º 21/06/2001 8 4 3 20 4 6 9 8 16 7 85 2001/2º 29/10/2001 5 2 5 17 4 3 7 10 14 18 85 2002/1º 29/01/2002 5 4 5 14 4 6 5 11 15 31 100 Média 7 3 4 16 4 5 7 11 13 19 89 2001/1º 19/12/2000 6 3 3 18 4 5 10 14 11 37 111 2001/1º 18/04/2001 9 ---- 4 17 3 7 4 9 19 28 100 2001/2º 18/06/2001 6 5 3 21 4 7 10 5 27 24 112 2001/2º 23/10/2001 5 3 6 13 4 5 4 10 16 22 88 2002/1º 28/01/2002 4 4 5 16 4 7 5 8 26 34 113 Média 6 4 4 17 4 6 7 9 20 29 105 2001/1º 18/12/2000 7 3 3 18 3 6 10 17 11 31 109 2001/1º 19/04/2001 8 ---- 5 17 3 7 3 9 19 25 96 2001/2º 19/06/2001 6 5 6 23 3 7 10 8 21 21 110 2001/2º 24/10/2001 5 3 6 15 5 3 5 16 16 23 97 2002/1º 31/01/2002 7 4 4 18 5 3 5 8 21 23 98 Média 7 4 5 18 4 5 7 12 18 25 102 2001/1º 18/12/2000 6 2 3 20 3 6 10 17 8 33 108 2001/1º 23/04/2001 12 ---- 2 14 6 5 5 12 14 22 93 2001/2º 20/06/2001 6 5 3 22 4 6 10 8 21 25 110 2001/2º 25/10/2001 5 6 8 15 3 4 5 14 18 25 103 2002/1º 04/02/2002 5 4 4 17 5 2 5 10 21 29 102 Média 7 4 4 18 4 5 7 12 16 27 103 2001/1º 19/12/2000 4 2 3 16 3 6 5 16 13 25 93 2001/1 24/04/2001 11 ---- 3 12 4 8 5 12 9 29 94 2001/2º 20/06/2001 6 5 3 22 4 6 10 8 21 25 110 2001/2º 26/10/2001 5 4 6 8 3 6 6 9 18 31 96 2002/1º 05/02/2002 6 4 4 14 5 2 5 13 11 37 101 Média 6 4 4 14 4 6 6 12 14 29 99 A Superior foi a cultivar mais precoce, cujo ciclo fenológico variou de 85 dias (podas em junho e novembro de 2001) a 100 dias (poda em janeiro de 2002), com uma média de 89 dias entre a poda ou o estádio de gemas dormentes à plena maturação. Marroo foi a segunda variedade mais precoce, com ciclo fenológico que variou de 93 dias (poda em dezembro de 2000) à 110 dias (poda em junho de 2001), observando-se uma diferença de 17 dias na duração do ciclo entre estas duas datas de poda, o que evidencia a influência da redução das temperaturas nos meses de junho, julho e agosto na maior duração deste ciclo, conforme pode ser observado na Figura 1. Na cv. Marroo o número médio de dias para completar o ciclo fenológico nas cinco épocas estudadas foi de 99 dias, sendo em média dez dias mais tardia que a cv. Superior. As variedades Perlette, Thompson e Catalunha apresentaram comportamentos semelhantes quanto a duração do ciclo, respectivamente de 105, 103 e 102 dias para as médias das cinco épocas de poda. Esta semelhança é maior evidenciada entre a Catalunha e Thompson, onde a

maior diferença na duração do ciclo entre as variedades foi de apenas 6 dias para a poda de outubro de 2002, o que pode ser justificada pela similaridade genética já demonstrada pela semelhança nas características fenotípicas das duas variedades. O estádio fenológio de amadurecimento de frutos compreendido entre o início ao final da maturação foi o que apresentou maior duração em todas as cultivares. Nas cultivares Superior e Marroo, a poda que promoveu a maior duração desta fase do ciclo foi aquela realizada no final de janeiro e início de fevereiro de 2002, quando obteve-se respectivamente 31 e 37 dias nas duas variedades. Por outro lado, para as demais variedades a poda realizada em dezembro de 2000 foi a que proporcionou maior duração deste estádio fenológico, sendo de 37, 33 e 31 dias para Perlette, Thompson e Catalunha, respectivamente. Outros estádios fenológicos que também apresentaram duração mais prolongada que os demais foram a fase final de crescimento de bagas (1/2 baga à início de maturação) cuja média variou de 13 dias na Superior a 20 dias na Perlette, e o período compreendido entre 4 a 6 folhas separadas e início de floração (14 dias na Marroo à 18 dias na Thompson e Catalunha ). Conclusões Nas condições em que foi realizado este trabalho, pode-se concluir o seguinte: As variedades mais precoces foram a Superior com duração média do ciclo fenológico de 89 dias e Marroo com 99 dias; Perlette, Thompson e Catalunha apresentam comportamento fenológico semelhante com média de duração para o ciclo fenológico de 105, 103 e 102 dias, respectivamente; As condições climáticas prevalecentes nas diferentes épocas de poda estudadas exerceram influência sobre a duração dos estádios fenológicos de todas as variedades; Os períodos compreendidos entre o início e final da maturação, 1/2 baga à início de maturação e 4 a 6 folhas separadas à início de floração apresentaram a maior duração entre todos os subperíodos em todas as variedades. Referências Bibliográficas BOLIANI, A.C. Avaliação fenológica de videiras Vitis vinifera L. cvs. Itália e Rubi na região oeste do estado de São Paulo. 1994. 188f. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal. EICHORN, K. W.; LORENZ, H. Phaenologische entwicklungstadien der rebe. Nachrichtenblatt des Deutschen Pflanzenschutzdienstes, n.29, p.119-120, 1977. FERRI, C. P. Caracterização agronômica e fenológica de cultivares e clones de videira (Vitis spp) mantidos no Instituto Agronômico, Campinas, SP. 1994. 89f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade de São Paulo, Piracicaba. GUERREIRO, V. M. Avaliação fenológica da videira (Vitis labrusca L. x Vitis vinifera L.) cultivar Niagara Rosada na região de Selvíria - MS. 1997. 98p. Dissertação (Mestrado em Sistema de

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