Estrutura de uma ponte rolante e análise de segurança em seus componentes críticos.



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Transcrição:

Alexandre Manoel Ana Paula Carlos Braz Núbia Curvelo Wilker Tadeu Estrutura de uma ponte rolante e análise de segurança em seus componentes críticos. Belo Horizonte 2009

Alexandre Manoel Ana Paula Carlos Braz Núbia Curvelo Wilker Tadeu Estrutura de uma ponte rolante e análise de segurança em seus componentes críticos. Trabalho Interdisciplinar Dirigido II apresentado como requisito de avaliação dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas do 2º módulo do curso de Engenharia de Produção do Centro Universitário Una. Professor orientador: Clayton Fonseca Belo Horizonte 2009

Resumo Atualmente existem várias empresas, nos mais diversos ramos da indústria, que utilizam vários tipos de máquinas de elevação e transporte. Em toda empresa, uma organização racional das instalações de transporte interno é tão essencial para o sucesso da operação, como para a organização racional dos processos de produção. Além de facilitar e simplificar o transporte de peças e produtos, outro importante papel das instalações de transporte é ligar e unificar os processos de produção e os departamentos individuais da fábrica, de forma a garantir uma operação rápida e eficaz. Dentre as mais diversas máquinas de transporte e levantamento, a ponte rolante também se destaca pela sua aplicação na indústria, tanto pela sua praticidade no manuseio, como também pela sua forma de instalação, que geralmente ocupa um espaço mínimo nos galpões das empresas. Além disso, seu funcionamento é bem simples e eficaz, desde que a ponte rolante seja utilizada de maneira correta, observando aos itens de segurança e obedecendo aos limites de cargas para o qual foi fabricada. Nas empresas modernas, o projeto de muitas máquinas depende dos métodos pelos quais as peças ou os produtos são transportados e, pelos resultados, pode-se afirmar que a mecanização dos processos, relacionados com o movimento de cargas, foi o principal estímulo para o notável progresso alcançado em muitas empresas. A empresa Irmãos Ayres S/A (IASA) foi escolhida para enriquecer o conteúdo deste trabalho, porque, além de fazer utilização de pontes rolantes no seu processo de fabricação a IASA também fabrica pontes rolantes, de acordo com a necessidade de cada cliente. Tal fator contribuiu para a escolha desta tão conceituada empresa, que faz o fornecimento desta máquina de elevação para grandes empresas, das quais podemos citar a Fiat Automóveis e a Vallourec & Mannesmann Tubes, também conhecida como V&M do Brasil. A seguir será apresentado, como objetivo deste trabalho, um estudo realizado através de pesquisas a acervos e de visita técnica à IASA contendo informações importantes sobre os componentes de uma ponte rolante e análise das normas de segurança no manuseio deste equipamento, baseada na inspeção de seus componentes críticos e exposição das principais falhas que podem ser detectadas através de manutenções periódicas, sejam elas preditivas, preventivas ou corretivas. Espera-se, através deste trabalho, colocar à disposição do leitor informações importantes, da forma mais completa possível, que possam contribuir para o conhecimento mais detalhado das pontes rolantes, mostrando que sua implantação na indústria pode trazer vários benefícios. Palavras chave: Ponte rolante, Segurança no manuseio de pontes rolantes.

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Estrutura da ponte rolante... 07 FIGURA 2 Ponte rolante Irmãos Ayres... 09

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 5 2- ESTRUTURA DA PONTE ROLANTE... 6 2.1 Principais equipamentos da ponte rolante... 6 2.1.1. Carro... 7 2.1.1.1 Guinchos ou talhas... 7 2.1.1.2 Roda de translação da ponte... 7 2.1.1.3 Acoplamento flexível... 7 2.1.1.4 Redutor de translação da ponte... 7 2.1.1.5 Motor de translação da ponte... 7 2.1.1.6 Freio de parada da ponte... 7 2.1.1.7 Eixos... 7 2.1.1.8 Sistema de levantamento... 7 2.1.1.9 Cabos de aço... 7 2.1.2 Ponte... 8 2.1.3 Vigas... 8 2.2 Conjunto de Sistemas de comando da ponte rolante... 9 2.2.1 Posto de comando... 9 2.2.2 Botoeira:... 9 2.2.3 Cabine... 9 2.2.4 Rádio controle... 9 3-SEGURANÇA NO MANUSEIO DE PONTES ROLANTES... 10 3.1 Principais falhas dos componentes... 10 3.1.1 Sistema de translação da ponte rolante... 10 3.1.1.1 Roda Motriz... 10 3.1.1.2 Motoredutor... 11 3.1.1.3 Eixo Motriz... 11 3.1.2 Sistema de Elevação de carga... 11 3.1.2.1 Cabos de aço... 11 3.1.2.2 Guincho... 12 3.2 Inspeções e manutenções:... 12 3.3 Modelo de Check-list de inspeção de segurança de ponte-rolante... 13 3.4 Treinamentos para operadores de ponte rolante... 13 4-APLICAÇÕES DA PONTE ROLANTE... 13 5-CONCLUSÃO... 13 6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 14

5 1 INTRODUÇÃO Desde a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, o mundo moderno tem passado por várias mudanças tecnológicas em busca de melhorias, visando aumentar a produtividade através do uso de máquinas nas empresas. Durante o período de expansão desta revolução, surgiu Frederick Taylor, um engenheiro norte-americano, que revolucionou o trabalho na indústria, através dos vários estudos feitos por ele. Dentre outras coisas, Taylor se preocupava com a melhor forma do operário executar suas tarefas, e depois de acompanhar e analisar o dia a dia dos empregados, ele constatou, através do estudo dos movimentos do trabalhador, que havia um enorme esforço físico na execução das tarefas, pois não havia um padrão para a realização do trabalho, que era feito baseado no empirismo, o que causava maior fadiga e impactava de forma negativa na produtividade do trabalhador. (CHIAVENATO,2003) Como há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os demais, esses métodos e instrumentos melhores podem ser encontrados e aperfeiçoados por meio de uma análise científica e um acurado estudo de tempos e movimentos. Essa tentativa de substituir métodos empíricos por métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho. (CHIAVENATO, 2003). Também neste período, aperfeiçoando os pensamentos de Taylor, surgiu Henry Ford, outro norte-americano, como um dos grandes colaboradores para melhoria do processo produtivo na indústria. Ford implantou a produção em massa, um processo que revolucionou a indústria automobilística. Neste modelo de processo o trabalhador era auxiliado por co-transportadores e não era mais necessário ir até o material para realizar o trabalho, pois este era trazido até ele, reduzindo assim o esforço físico e facilitando o trabalho do empregado. Sendo assim, a fadiga do trabalhador era bem menor, o que trazia resultados satisfatórios tanto para o empregado, como para o empregador, pois, por um lado o trabalhador não precisava mais fazer tanto esforço físico para realizar seu trabalho, e por outro a produtividade era bem maior, o que agradava, e muito, ao patrão. (MAXIMIANO,2007). Ainda neste contexto, também na atualidade o homem tem buscado facilitar cada vez mais os processos produtivos, através do desenvolvimento de novas tecnologias, trazendo importantes melhorias para a indústria atual. Com o intuito de expandir o conhecimento sobre as pontes rolantes, este trabalho visa explorar com maior profundidade a importância deste co-transportador, utilizado na indústria para o transporte de cargas, através de informações importantes sobre os componentes de uma ponte rolante e análise das normas de segurança no manuseio deste equipamento, baseada na inspeção de seus componentes críticos e exposição das principais falhas que podem ocorrer.

6 Para o cumprimento deste objetivo foi utilizada a metodologia de visita técnica, realizada na empresa Irmãos Ayres S/A (IASA), e também de informações obtidas através de pesquisas, cujas fontes estão citadas nas referências bibliográficas deste trabalho. 2- ESTRUTURA DA PONTE ROLANTE A estrutura da ponte rolante é composta de duas vigas principais longitudinais, paralelas, fixas nas suas extremidades, que recebem o carro, e de duas vigas transversais, também chamadas de cabeceiras, que acomodam as rodas de translação. Os outros elementos são vigas auxiliares ou laterais, um contravento transversal, para impedir ou diminuir a ação do vento sobre as cargas suspensas e, em alguns casos, uma cabina do operador. 2.1 Principais equipamentos da ponte rolante Podemos visualizar, através da figura abaixo, os vários equipamentos que formam uma ponte rolante, os quais são indispensáveis para o seu funcionamento. Sucintamente, será feita abordagem de cada um deles mostrando suas funções. Vigas Longitudinais Vigas Transversais Vigas Principais Figura 1- Estrutura da ponte Rolante FONTE: P&H. Overhead Cranes, Instruction Manual Bulletin C - 7-3, Harnischfeger, Milwaukee, 1968.

7 2.1.1. Carro: é o responsável pela locomoção transversal do sistema de levantamento de cargas e distribuição uniforme do peso sobre as rodas. (TAMASAUKAS,2000). O carro é formado pelos seguintes componentes: 2.1.1.1 Guinchos ou talhas: são os principais responsáveis pela elevação da carga na ponte. Os guinchos são compostos essencialmente de tambor com cabo, freio, redutor, motor e chassis. São utilizados na elevação ou no arraste de cargas a grande altura ou distância. As talhas são máquinas constituídas essencialmente por um redutor de velocidade ligado a um tambor e polias de acionamento e suspensão de cargas. 2.1.1.2 Roda de translação da ponte: são dispositivos auxiliares, utilizados para movimentação horizontal do carro. Podem ser fabricadas para acionamento manual por polia ou motorizada. 2.1.1.3 Acoplamento flexível: é responsável por absorver desalinhamentos dos rolamentos e engrenagens da ponte evitando o desgaste prematuro e aumentando a vida útil destes. 2.1.1.4 Redutor de translação da ponte: este mecanismo de uso universal nas máquinas de levantamento tem por função compatibilizar as rotações dos motores com as rotações dos tambores, rodas e polias. É responsável pela diminuição do nível de ruídos no processo de translação da ponte. 2.1.1.5 Motor de translação da ponte: fornece a força para movimentação cinética horizontal do carro. 2.1.1.6 Freio de parada da ponte: a precisão dos movimentos, a segurança e a economia no consumo de energia dependem, em parte, dos dispositivos de frenagem. O sistema de freios deve ser dimensionado para permitir a parada total do carro sobre as vigas, acionado pelo operador ou quando desligada chave de segurança da ponte (em casos de emergência); 2.1.1.7 Eixos: podem ser utilizados dois eixos para transmissão ou apenas um, sendo o outro responsável apenas pela distribuição uniforme do peso sobre cada roda. 2.1.1.8 Sistema de levantamento: pode ser feito através de talha ou guincho, conhecido também como gancho, e é utilizado a fim de possibilitar o deslocamento vertical das cargas a serem levantadas, proporcionando grandes deslocamentos das cargas movidas. 2.1.1.9 Cabos de aço: são elementos flexíveis, constituintes básicos dos aparelhos de suspensão de cargas e compostos essencialmente de arames de aço de alta resistência. (TAMASAUSKAS,2000)

8 2.1.2 Ponte A ponte rolante possui uma estrutura horizontal em ponte, formada por vigas, que permite o movimento transversal de um guincho, simultâneo ou não com a translação da própria ponte. Através da ponte rolante é possível obter deslocamento vertical e horizontal independentes, proporcionando, assim, uma varredura tridimensional. Figura 2- Ponte rolante FONTE: Arquivo Irmãos Ayres SA, 2009. 2.1.3 Vigas As vigas mais utilizadas atualmente são as chamadas vigas soldadas, que podem ser de perfil composto ou do tipo caixão fechado, pois estas vigas podem ser utilizadas quando há a necessidade de alturas maiores. Para pontes instaladas em pequenos vãos e cargas, é possível utilizar as vigas standard, que são geralmente de perfil I, com limite de 20 polegadas. Para escolha das vigas é preciso levar em conta os esforços os quais a viga estará submetida. Visto que estes esforços serão verticais, as cargas verticais sobre as vigas são formadas pelo seu próprio peso, que será uma carga constante, e a força exercida pelas rodas do carro, sustentando carga máxima. Para fins de projeto de uma ponte rolante existe o peso morto das vigas principais longitudinais, que é composto pelo peso da viga, metade do peso do mecanismo de translação (sem as rodas) e metade do peso do contravento transversal, se estiverem sobre a ponte rolante. Além disso, deve ser considerado o cálculo de momentos fletores e forças laterais devido à carga constante e também de momentos fletores e forças laterais devido à carga móvel composta pelo carro e pela carga. (BRASIL,1988) Para fins de conhecimentos básicos, o momento fletor pode ser considerado como a área onde um elemento prismático é submetido à flexão, devido a esforços internos em qualquer seção transversal de uma barra, podendo causar um possível cisalhamento provocado pela força cortante, ou seja, pelo resultado das forças internas sobre uma determinada área da barra, neste caso, da viga. (DEWOLF JOHNSTON BEER,2006)

9 Outro fator importante, a ser considerado, é a deformação (ou deflexão) das vigas. A deflexão excessiva das vigas principais provoca oscilação em toda a ponte e efeitos desfavoráveis na sua operação. Para manter a deflexão sempre dentro dos limites admissíveis, as vigas principais longitudinais devem ser suficientemente altas e possuir momento de inércia adequado. (RUDENKO,1976) Também para fins de conhecimentos, o momento de inércia de um corpo é o número que mede a maior ou menor facilidade que um corpo entra em movimento de rotação. Quanto maior for o número, menor a facilidade e vice-versa. (MELCONIAN,1988) As vigas formam a estrutura da ponte rolante é através dela que as cargas transportadas serão sustentadas, por isso a escolha certa e o projeto adequado à sua aplicação serão fatores importantíssimos para o bom funcionamento da ponte rolante. 2.2 Conjunto de sistemas de comando da ponte rolante A escolha do sistema de comando depende da aplicação da ponte rolante dentro da empresa, podendo ser um dos seguintes: 2.2.1 Posto de comando: é onde o operador comanda as funções para realizar o trabalho da ponte. É projetado de acordo com o grau de complexidade. 2.2.2 Botoeira: é um controle sobre todos os movimentos da ponte, onde cada botão controla uma função diferenciada. É utilizada para variação de freqüência dos motores permitindo aceleração e desaceleração interligada ao quadro de comando elétrico, o qual aciona os motores simultaneamente. 2.2.3 Cabine: é um local suspenso, com ampla visão, utilizado pelo operador para executar o comando da ponte. Constituída basicamente de aço, possui isolação termoacústica climatizada e se locomove em 4 posições diferentes: para frente, para trás, para direita e para esquerda. A ordem é dada através de sinais visuais (gestos) por outro operador em solo. 2.2.4 Rádio controle: executa exatamente a mesma função de uma botoeira, porém a rádio frequência permite um perímetro maior de operação do que uma botoeira. A utilização de equipamentos adequados para cada tipo de material a ser transportado pode contribuir para uma melhor execução da tarefa. A escolha do melhor equipamento depende de muitas variáveis, como o custo, o produto a ser manuseado e o espaço disponível. (MORAES,2003) Através da pesquisa feita na IASA verificou-se que o sistema de comando adotado para acionamento da ponte rolante é feito através de botoeira.

10 3-SEGURANÇA NO MANUSEIO DE PONTES ROLANTES A fim de evitar acidentes na utilização, é de fundamental importância que todos os itens de segurança para operação e manuseio de uma ponte rolante sejam verificados. Uma ponte rolante, com todos os componentes em perfeitas condições, proporciona maior eficiência durante o uso, além de reduzir o risco de acidentes dos seus operadores. A seguir serão apresentados os componentes críticos de uma ponte rolante e as principais falhas que eles podem apresentar, comprometendo assim a segurança no manuseio, e também todo o processo produtivo. 3.1 Principais falhas dos componentes críticos a serem inspecionados periodicamente: 3.1.1 Sistema de translação da ponte rolante: 3.1.1.1 Roda Motriz: os componentes mais críticos a serem inspecionados são: a) Flanges laterais: pode ocorrer desgaste dos flanges laterais, reduzindo sua espessura e aumentando o espaço entre a roda e o trilho de rolamento. Podem ser causados por falta de lubrificação ou desalinhamento do trilho. b) Superfície de rolamento: podem ocorrer desgastes e fragmentações nestas superfícies, causados principalmente por acúmulos de detritos na superfície do trilho e uso de material inadequado para confecção das rodas. c) Engrenagens: pode ocorrer desgaste dos dentes das engrenagens, causados principalmente por falta de lubrificação dos componentes e também por uso de material com dureza inadequada. d) Rolamento e bucha: podem se desgastar por montagem inadequada, falta de lubrificação ou sobrecarga do equipamento. e) Anéis espaçadores e de vedação: podem ocorrer desgastes, ocasionados por montagem inadequada, sobrecarga, ou até mesmo anéis inadequados. f) Eixo: pode haver ruptura do mesmo pela sobrecarga do equipamento ou montagem inadequada. g) Chaveta: pode haver um desgaste da mesma, ocasionado por folgas existentes na roda do eixo, ajuste inadequado ou sobrecarga de peso. h) Parafusos da tampa: pode haver desgastes, devido a ajustes inadequados ou vibrações. (SILVA,2005)

11 3.1.1.2 Motoredutor: os componentes a serem inspecionados são: a) Engrenagens: pode ocorrer desgaste dos dentes das engrenagens devido a fatores como lubrificação inadequada ou material inadequado. b) Rolamento e bucha: pode ocorrer desgaste causado por ausência de lubrificação, montagem inadequada ou sobrecarga. c) Eixo: pode ocorrer desgaste ou ruptura, causados por ausência de lubrificação, sobrecarga e fadiga do componente. d) Anéis de vedação: podem ocorrer desgastes causados por falta de lubrificação, sobrecarga de peso ou montagem inadequada. e) Chaveta: podem ocorrer desgastes causados por ajuste inadequado, material inadequado ou sobrecarga. f) Freio: podem ocorrer falhas devido ao desgaste da lona ou disco de freio. g) Acoplamento: podem ocorrer falhas devido ao desgaste dos ajustes flexíveis. h) Base da estrutura metálica: podem ocorrer falhas devido à própria estrutura metálica, soldagem ou projeto. i) Motor elétrico: falhas causadas por problemas elétricos ou mecânicos no motor. j) Carcaça: pode apresentar trincas ou rupturas devido ao excesso de carga ou afrouxamento dos parafusos. (SILVA,2005) 3.1.1.3 Eixo Motriz Os componentes a serem inspecionados são: a) Eixo: pode haver ruptura por montagem inadequada e sobrecarga. b) Pinhão: pode haver desgaste dos dentes do pinhão causados por falta de lubrificação de seus componentes ou uso de material inadequado. c) Mancal: podem ocorrer rupturas causadas por montagem inadequadas ou sobrecarga do equipamento. (SILVA,2005) 3.1.2 Sistema de Elevação de carga 3.1.2.1 Cabos de aço: existem diversos tipos de cabos, com diversas capacidades, de acordo com o peso e tipo da carga a serem utilizados. Alguns fatores que evidenciam o desgaste do cabo de açosão ruptura de pernas e diminuição do diâmetro, geralmente são causados por mau uso do cabo no transporte de peças (falta de proteção ou sobrecarga). Assim, a capacidade do cabo de aço deve ser sempre respeitada. (SILVA,2005)

12 3.1.2.2 Guincho Os componentes a serem inspecionados são: a) Dromo: pode haver desgaste, devido ao atrito entre o cabo de aço e os canais, enrolamento inadequado do cabo, excesso de peso, lubrificação inadequada. b) Rolamento e bucha do dromo: desgaste causado por ausência de lubrificação, montagem inadequada ou sobrecarga. c) Mancal do dromo: pode haver falha devido a montagem inadequada ou sobrecarga. d) Eixo do dromo: pode haver desgaste ou ruptura devido a sobrecarga ou montagem inadequada. e) Polias: pode haver desgaste causado pelo atrito do cabo de aço com o canal de pressão, sobrecarga ou lubrificação inadequada. f) Eixo das polias: pode haver desgaste ou ruptura devido à sobrecarga de peso ou uso de ângulos inadequados durante o içamento da carga. g) Rolamento e bucha das polias: pode haver desgaste devido a falta de lubrificação, montagem inadequada ou sobrecarga. h) Ganchos: se divide na seção do gancho e no rolamento; ambos podem apresentar desgastes devido ao excesso de carga e/ou ao içamento de cargas em ângulos inadequados. i) Rolamento do gancho: pode haver desgaste causado por sobrecarga de peso ou içamento de carga em ângulos inadequados. (SILVA,2005) 3.2 Inspeções e manutenções: A manutenção da ponte rolante, como qualquer outro equipamento, deverá ser feita por profissional especializado, e com o equipamento desenergizado. (NR-10, portaria 3214/78) A manutenção deve ser preventiva e corretiva, se necessário. Durante a manutenção itens como cabos de aço, roldanas, freios e sistema elétrico, devem ser inspecionados, procurando identificar alguma das falhas acima detalhadas, de forma a garantir o bom funcionamento da ponte rolante e, se for preciso, substituir os itens defeituosos. As inspeções devem ser: a) Visuais: antes de ligar o equipamento se devem inspecionar cabos, ganchos, estado da botoeira, fiação. b) Funcionais: com o equipamento ligado se deve verificar comandos, sirenes e freios. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR ISO 4309,1998)

13 3.3 Modelo de Check-list de inspeção de segurança de ponte-rolante Será apresentado o check-list de ponte rolante na seção ANEXOS (item 7). 3.4 Treinamentos para operadores de ponte rolante Todo operador de ponte rolante deve receber treinamento sobre técnicas e operações do equipamento. (Portaria 3214/78 NR11) O treinamento deverá contemplar dados sobre o equipamento, principais componentes, princípios de funcionamento e limitações dos freios, motores, acionamentos e comandos, normas de segurança, saúde, meio ambiente e qualidade, sinalização, noções sobre manuseio e içamento de carga, cabos de aço, dispositivos de içamento, além de conceitos básicos de eletricidade, mecânica e matemática. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRADE METALURGIA E MATERIAIS,2006) 4-APLICAÇÕES DA PONTE ROLANTE NA IASA Para analisar as aplicações da ponte rolante foi feito um estudo através de visita técnica na empresa Irmãos Ayres S/A (IASA). Foi constatado, nesta visita, que para atender as necessidades da empresa, cujo ramo de atividade é voltado para funilaria e caldeiraria, a ponte rolante foi considerada como o meio de transporte de cargas ideal, por ser de simples operação, eficaz para o processo produtivo da empresa, e também pelo fato ocupar um pequeno espaço físico em suas dependências, atendendo assim, ao layout da empresa. Para o transporte peças e locomoção de várias partes dos equipamentos produzidos nos diversos setores da fábrica, a empresa pesquisada encontrou na ponte rolante a forma de transporte de cargas adequada para suas necessidades. (IRMÃOS AYRES S.A.,2009) Será apresentado na seção ANEXOS (item 7) uma pesquisa feita na IASA onde foi verificada a aplicação da ponte rolante, suas vantagens e também as desvantagens dentro da empresa. 5-CONCLUSÃO Através deste trabalho foi possível conhecer, com maior profundidade, a estrutura e a utilização de uma ponte rolante. Além disto, obteve-se conhecimento sobre como deve ser feita a inspeção de seus componentes, detectando, assim, falhas causadas pela falta de manutenção ou má utilização do equipamento. A visita técnica realizada na IASA foi de grande avalia, pois nesta foi possível observar, de perto, o funcionamento e a aplicação da ponte rolante, o que muito contribuiu para o enriquecimento e confiabilidade deste trabalho.

14 6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE METALURGIA E MATERIAIS, Norma de Requisitos para qualificação e certificação de operadores de ponte rolante e pórtico, 2006, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR ISO 4309, Agosto de 1998, Guindastes - Cabo de Aço Critérios de Inspeção e Descarte. ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR - 8400, Março de 1984, Cálculo de Equipamentos para Levantamento e Movimentação de Carga. ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. BRASIL, Haroldo Vinagre. Máquinas de Levantamento. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. 230p. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração, Rio de Janeiro;Elsevier,2003 pg 56. DEWOLF, John T. JOHNSTON, E. Russell BEER, Ferdinand P. Resistência dos Materiais Mecânica dos materiais. São Paulo: Editora McGraw-Hill Interamericana, 2006. 758p. IRMÃOS AYRES S.A. CONSTRUÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO, Pesquisa aplicações da ponte rolante, abril 2009. MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução a Administração-6ª edição,são Paulo, Atlas, 2007. MELCONIAN, Sarkis, Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais. São Paulo: Érica, 1988. 343p. MORAES, A; Montalvão, C. Ergonomia, conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: Editora AB, 2003. PORTARIA 3214,julho 1978, NR-11 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais,1978 RUDENKO, N., Máquinas de Elevação e Transporte. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1976. 425p. SILVA, Alexsandro Barbosa. Programa de Inspeção para Ponte Rolante baseado em risco, Rio de Janeiro, 2005. TAMASAUKAS,Artur. Metodologia do Projeto Básico de Equipamentos de Manuseio e Transporte de Cargas- Ponte Rolante- Aplicação não siderúrgica, São Paulo, 2000.

15 7-ANEXOS 7.1 Programa de algoritmos Baseado na visita técnica realizada na IASA e na tabela de dados sobre motores foi feito um programa onde o usuário fornece a tensão aplicada nos motores da ponte rolante cujo valor da corrente é especificado nesta mesma tabela. Com os dados fornecidos, calculamos a potência do motor através da equação P=VxI, onde P é a potência, V é a tensão e I é a corrente. O valor é dado em CV. Em seguida é feita a transformação para KW através da multiplicação deste valor pela constante K=1,3636 que é o fator de conversão para o S.I. Logo em seguida, o usuário fornece a distância percorrida pela ponte, com uma velocidade padrão da IASA. Com esses dados calcula-se o tempo gasto no deslocamento da ponte rolante através da Equação T=D/V onde T é o tempo, D é a distância e V a velocidade. O tempo será dado em segundos, então será feita a conversão de segundos para horas para se calcular o consumo de energia total da ponte rolante através da Equação Consumo de energia=potência x tempo. O valor será em KWxh. O programa... Anexar o chek list Anexar o questionário Anexar algum manual de operador de ponte rolante Anexar o programa de algoritmos