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Transcrição:

Revista Ambiental V.2, n. 2 - p. 150-160, Jul./16 a Dez./2016. Gestão Participativa em Unidades de Conservação: O caso do Conselho Gestor Consultivo da Área de Proteção Ambiental Estadual de Tambaba, Paraíba Brasil Maria Christina Vicente Vasconcelos 1 Simone Porfírio de Souza ² 1 Faculdade Internacional da Paraíba. João Pessoa, PB, Brasil. E-mail:christina_@outlook.pt ² Professor. Faculdade Internacional da Paraíba. João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: simoneporfirio@yahoo.com.br RESUMO A presente pesquisa objetiva analisar a efetividade da atuação do Conselho Gestor Consultivo da APA de Tambaba. O método utilizado consistiu na análise do processo de criação e implantação do Conselho Gestor na Unidade de Conservação, na pesquisa da documentação bibliográfica existente e na participação efetiva no Conselho Gestor, visando compreender seu processo de criação/implantação deste conselho, bem como a efetivação de sua gestão. Os resultados mostram que são vários os problemas para a implantação do processo participativo na Unidade de Conservação APA de Tambaba. A reversão do cenário passa pela implantação de uma gestão democrática nas Unidades de Conservação, implicando na participação efetiva dos atores envolvidos, visto que, com esse envolvimento, todos se tornam responsáveis. Os problemas que advêm da gestão de uma unidade, não são de responsabilidade direta de um ou de outro, mas de todos. Seja do Conselho Consultivo, seja da administração da UC, não devendo ser direcionados diretamente a um único órgão, e sim, por todos que estão envolvidos direta e indiretamente na utilização e conservação da área. Palavras-chave: Gestão Ambiental Participativa; Unidades de Conservação; Participação Social; Conselho Gestor. 1 INTRODUÇÃO Em todo o mundo, a natureza vem sofrendo impacto com processos de desigualdade econômica e política não consolidada e as práticas de conservação acabam sendo pouco equitativas, colaborativas e conectadas (IUCN, 2014). Diante desta situação, há uma grande ameaça de degradação e perda dos recursos naturais decorrentes das práticas do consumo humano. A atual Constituição (BRASIL, 1988) foi o primeiro passo para a consolidação de políticas ambientais, responsabilizando governos e sociedade quanto à preservação do ambiente (CARVALHO, 2010). Esta Lei trouxe consigo uma maior percepção sobre a preservação e conservação dos recursos naturais dando forma, consolidando e moldando novas políticas de defesa do meio ambiente. Os movimentos conservacionistas, ao longo dos anos, foram ganhando força e estas forçaram a criação das leis modernas em prol do meio ambiente. Entre estas, a Lei 6.938/1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981). A proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas, é um dos princípios que regem essa Política, que apresenta como principal objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, propícia à vida (BRASIL, op. cit.). A conservação dos recursos dá-se, também, por meio da separação de uma porção de terras para preservação através da instituição de Unidades de Conservação. Estas vêm ganhando espaço nos diferentes meios políticos/sociais, a fim de manter os recursos naturais. Com essa iniciativa, a Lei nº 9.985/2000instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC, que definiu pré-requisitos para preservação e manutenção da biodiversidade. Nesta Lei, as Unidades de Conservação são apresentadas como instrumento de conservação, com seus objetivos e limites definidos, além dos regimes especiais de administração, em que se aplicam garantias de proteção (BRASIL, 2000). Contudo, os desafios para que estas áreas atinjam seus objetivos e consigam eficiência de manejo e de gestão são imensos (FARIA, 1993; IBAMA, 2007). Para a formalização do processo de criação das Unidades de Conservação efetivas, o principal modelo é a gestão participativa, onde sociedade civil organizada, órgãos públicos e privados, procuram atender a governança e a diversidade da paisagem e da sociedade que ali habitam e circundam. Torna-se de extrema Recebido em: 20/06/2016 www.fpb.edu.br/revista/index.php/eng_amb Aceito em: 20/12/2016 ISSN: 2446-6743 150

importância estudar esses locais, não só para conhecer toda a sua composição, mas também para conservação do pouco que ainda resta, buscando a garantia deste para as atuais e futuras gerações, através da sustentabilidade e preservação destes recursos. Dessa forma, vários estudos são realizados no sentido de verificar as fragilidades existentes nesse processo e apresentar alternativas para superá-las (PIEDADE, 2013). 1.1 Gestão Ambiental Participativa A gestão do meio ambiente pode ser definida como um conjunto de ações necessárias para executar uma política de meio ambiente, em que a qualidade de vida das pessoas e do patrimônio natural seja a mais alta possível dentro de um complexo sistema de relações econômicas e sociais que condicionam este objetivo (ORTEGA & RODRIGUES, 1994). A gestão efetiva das Unidades de Conservação é o instrumento mais poderoso para se obter a conservação da biodiversidade, alcançando assim os objetivos da UC. Acima da quantidade de unidades de conservação, prevalece a qualidade do que se conserva e qualidade do processo de gestão (FARIA, 1997). A abordagem social é um forte instrumento na gestão de Unidades de Conservação, pois a mesma busca garantias para todos os atores envolvidos participarem da conservação do seu espaço territorial. Os mecanismos de participação social são recentes, sendo originados na Constituição Federal de 1988, esta que criou instrumentos e formas legais para participação social na gestão do meio ambiente, como a criação de audiências públicas, fóruns participativos e os próprios conselhos gestores (SANTILLI; SANTILLI, 2002). CARVALHO (2010) afirma que os aspectos sociais, humanitários, políticos e econômicos são garantias de direitos, de sadia qualidade de vida e da corresponsabilidade local e global. E estes se associando ao discurso da sociedade, influenciando o processo de construção das políticas ambientais. A partir dessa premissa, observa-se que a busca pela conservação dos recursos naturais não é importante só na esfera biológica. Mas, também é fundamental para o meio social. Isto torna de extrema importância, estudos que tragam a concordância entre a conservação da natureza com o uso sustentável dos seus recursos naturais, visto que esse é um grande desafio para os órgãos gestores das Unidades de Conservação. 1.2 As Unidades de Conservação e sua Importância na História do Brasil No Brasil, as normas de conservação de parcela de seu patrimônio são editadas desde o século XVI, como as limitações à exploração do pau-brasil, a transformação das matas costeiras em propriedade da Coroa Portuguesa, a conservação das espécies madeireiras e mesmo a proibição do corte de algumas espécies de interesse para a construção (DEAN, 1996). No entanto, essas políticas conservacionistas foram caminhando a passos curtos e resistindo à exploração dos recursos naturais. Na década de 1980, o Brasil era um dos três países da América do Sul que ainda não tinham dado início à tramitação de uma lei sobre o seu sistema nacional para Unidades de Conservação. Diante dessa situação, em março de 1986, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), criou uma comissão especial com o objetivo de criar um anteprojeto que discutisse sobre as Unidades de Conservação (NEXUCS, 2012). Com a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis, em 1989, foi pensado, pela primeira vez, um sistema de Unidades de Conservação (BRASIL, 1989). Para promover e difundir a sustentabilidade dos recursos naturais foi promulgado a Lei 9.985/2000, que institui o Sistema de Unidades de Conservação da Natureza SNUC e dá outras providencias. De acordo com o disposto na Lei, Unidade de Conservação (UC) é definida como os espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (BRASIL, 2000). Existem duas modalidades de Unidades de Conservação: as unidades de conservação de proteção integral, que garantem a preservação total dos recursos naturais, e as de uso sustentável, que permitem seu uso controlado. Algumas delas permitem a ocupação humana, a fim de buscar o uso sustentável dos recursos naturais. Com isso, através de políticas públicas e de incentivos, o uso sustentável passou a ser valorizado como estratégia de conservação (BRASIL, 2000). A fim de subsidiará Lei 9.985/2000, em 22 de agosto de 2002, a Presidência da República publica o Decreto Federal nº 4.340, regulamentando artigos da Lei que dispõe sobre SNUC, e dá outras providências (BRASIL, 2002). Não há dúvidas quanto ao papel das áreas protegidas na conservação da biodiversidade, as áreas onde se pretendem isentar ou diminuir as perturbações humanas incidentes sobre os processos evolutivos dos ecossistemas, com suas belezas cênicas que inspiram e reciclam o espírito humano, entendendo que os juros a colher estão relacionados a uma digna qualidade de vida em razão dos diversos benefícios tangíveis e intangíveis delas oriundos (FARIA, 2004). É possível observar que as Unidades de Conservação não estão sendo solidificadas, não só em razão dos vazios ecológicos existentes, mas também pela falta do que se tem chamado de efetividade de manejo. Ou seja, enquanto as áreas não possuírem os requerimentos mínimos para desenvolverem suas atividades visando o atendimento dos objetivos para os quais foram criadas, esta não poderão ser efetivas (FARIA,2004). Sendo assim, torna-se de extrema importância uma gestão efetiva destas Unidades de Conservação. Buscando o equilíbrio ecológico, econômico e social, com o poder público e os órgãos 151

ambientais precisando intensificar os padrões e objetivos dispostos nas leis ambientais vigentes para consolidar estes espaços conservados. 1.3 Unidades de Conservação na Paraíba O Estado da Paraíba conta com uma grande diversidade paisagística e com imensas e variadas riquezas de ordem natural, histórica, cultural e social. Ao longo dos 443 km de extensão, em seu sentido leste oeste, possui diversas tipologias vegetais, destacando-se formações vegetais da mata atlântica, manguezais, restingas, cerrado e caatinga (ALMEIDA, 2005). Sendo assim, com essa gama de riqueza, torna-se necessária a conservação de áreas no Estado. Inclusive necessitando preservar um dos Hotspots brasileiro presente no Estado da Paraíba, a. Para proteger os remanescentes vegetais, recursos hídricos e a beleza cênica do Estado foram criadas as Unidades de Conservação, que, geridas pelo Estado, são numeradas em 17 (Quadro 1), subdivididas em unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável. No Estado da Paraíba, a Superintendência de Administração do Meio Ambiente - SUDEMA, enquanto órgão gestor ambiental estadual é responsável em acompanhar as propostas de criação, administração, fiscalização e implantação destas Unidades de Conservação. O órgão possui como premissa fundamental a implantação do SNUC, subsidiando os objetivos de criação e administrando as UC s no âmbito estadual. No Brasil, a zona costeira possui cerca de 8.500 km², com a maioria de suas grandes áreas metropolitana inseridas nessa faixa (IBGE, 2004). Não diferente desse contexto, no município de João Pessoa é possível observar uma grande intensificação na ocupação do espaço, principalmente na faixa litorânea, sequenciando o aumento populacional. Estas atividades não têm sido acompanhadas por estruturas técnicas e administrativas necessárias para a boa gestão das áreas naturais protegidas. Tais áreas, normalmente, possuem características diversas no que tange a esfera administrativa de gestão, tipo de ecossistema, categoria de manejo, tamanho e forma da área etc. Além disso, são geridas por órgãos que não possuem recursos humanos, técnicos e materiais adequados para tal (DEBETIR, 2006). 1.4 Área de Proteção Ambiental Estadual de Tambaba e sua Gestão Participativa As Áreas de Proteção Ambiental são áreas importantes no Sistema de Unidades de Conservação, principalmente por serem áreas que possuem intervenções do crescimento urbano, pois viabilizam o ordenamento da ocupação humana e a conservação dos recursos naturais (BRASIL, 2011). Esta categoria de Unidade de Conservação é a mais representativa, e abarca, em todas as suas esferas, seja Federal, Estadual ou Municipal, 300 Unidades, totalizando 462.208 km² de áreas protegidas no Brasil (CNUC,2016). Quadro 1 Unidades de Conservação de Competência Estadual localizadas na Paraíba. NOME DOC. CRIAÇÃO Área (ha)/ BIOMA Mata do Pau Ferro Decreto N.º 26.098 04/08/2005 607 da Mata do Xém-Xém Decreto N.º 21.262 28/08/2000 182 Pico do Jabre Decreto N.º 23.060 19/06/2002 851 Pedra da Boca Decreto N.º 20.889 07/02/2000 157,26 Decreto N.º 21.263 07/02/2000 Obs.: Alteração da 230,915 Marinho de Areia delimitação Marinho Vermelha Dec. N. 22.878 25/03/2002 Mata do Jacarapé Mata de Aratu do Poeta e Repentista Juvenal de Oliveira das Trilhas dos Cinco Rios Reserva de Vida Silvestre da Mata do Buraquinho Monumento Natural Vale dos Dinossauros Estação Ecológica do Pau Brasil Área de Relevante Interesse Ecológico Mata Goiamunduba Área de Proteção Ambiental das Onças Área de Proteção Ambiental de Tambaba Área de Proteção Ambiental do Roncador Área de Proteção Ambiental do Cariri Decreto N.º 23.836 27/02/2002 Obs.: Alteração da delimitação -Dec. Nº 28.087 30/03/2007 Decreto N.º 23.838 27/02/2002 Obs.: Alteração da delimitação -Dec. Nº 28.086 30/03/2007 Decreto Nº 31.126 03/03/2010 Decreto N 35.325 16/09/2014 Decreto N 35.195 23/07/2014 Decreto N.º 23.832 27/12/2002 Decreto N.º 22.881 25/03/2002 Decreto N.º 23.833 27/12/2002 Decreto N.º 22.880 25/03/2002 Decreto N.º 26.296 26/03/2002 Obs.: Alteração da delimitação Dec. N. 26.296 23/09/2005 Decreto Nº 27.204 06/06/2006 Decreto Nº 25.083 08/06/2004 380 341 419,51 514,80 517,80 40 82 67 36.000,00 11.500,00 6.113,00 18.560,00 Fonte: Tabela alterada pela autora com base em documentos recebidos da instituição e informações coletadas no site da Superintendência de Administração do Meio Ambiente SUDEMA. A Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Tambaba é uma unidade de conservação classificada como de uso sustentável, pois objetiva compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentado dos 152

recursos naturais (SANTOS, SOUSA&SILVA NETO, 2010). A gestão participativa na APA de Tambaba se dá através de seu Conselho Gestor consultivo, composto por 21 assentos, divididos entre titulares e suplentes, de forma paritária com instituições públicas e privadas (PARAÍBA, 2014a).O Conselho Gestor apresenta como função ser um fórum democrático e trata, dentro da perspectiva da Unidade de Conservação, das questões sociais, econômicas, culturais e ambientais que apresentam relação com a Unidade e o seu entorno. O Conselho é movido por seu regimento interno, que dita todas as regras de organização e função do Conselho Gestor, mostrando claramente, os deveres do órgão gestor e dos conselheiros (PARAÌBA, 2014b). Os conselhos participativos, quando estruturados com o objetivo de se tornarem uma instituição consultiva ou deliberativa, que busquem a gestão e o comprometimento dos recursos comuns tendem a melhorar o alcance dos objetivos propostos para as Unidades de Conservação. Assim como cita Castro (2016), é importante a abordagem social para as Unidades de Conservação, visto que, é necessário entender as diferenças para incluir os excluídos. Nesse contexto, o presente trabalho buscou analisar a efetividade da gestão participativa do Conselho Gestor Consultivo da Unidade de Conservação Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Tambaba, em sua atual formação, a partir das relações dos instrumentos normativos e as estratégias e ações que contribuam para a sua gestão. Procurou, também, analisar o processo de criação e implantação do Conselho Gestor e sua participação efetiva, identificando os principais avanços e obstáculos que emergem a fim de refletir a respeito da oportunidade de potencializar a consolidação desta temática. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Caracterização da Área O Estado da Paraíba localiza-se na porção oriental da região Nordeste do Brasil, apresentando como limites territoriais: ao norte, o Rio Grande do Norte; ao sul o Estado de Pernambuco; ao leste o Oceano Atlântico; e a oeste os Estados do Ceará e Pernambuco (IDEME, 2000). Possui uma área de 56.584,6 km² distribuídos em quatro mesorregiões geográficas (da Mata Paraibana, do Agreste Paraibano, da Borborema e do Sertão Paraibano) e 23 Microrregiões geográficas, com o total de 223 municípios (ALMEIDA, 2005). A Área de Proteção Ambiental Estadual de Tambaba (Fig. 1) localiza-se a na mesorregião da Mata Paraibana e Microrregião do Litoral Sul Paraibano. A APA de Tambaba (Quadro 2) foi criada através do Decreto Estadual nº 22.882, de 26 de março de 2002 (PARAÍBA, 2002). Em sua criação, possuía área de aproximadamente 3.270 hectares e localizava-se entre os municípios do Conde e Pitimbu. Posteriormente, através do Decreto Estadual nº 26.296, de 23 de setembro de 2005, ampliou-se os limites da Unidade de Conservação, passando a ter uma área de 11.500 hectares (PARAÍBA, 2005a). Atualmente, esta Unidade de Conservação abrange os municípios do Conde, Pitimbu e Alhandra (ALMEIDA,2006). Com a ampliação, a Unidade passou a se distribuir entre os três municípios da seguinte forma: 45,72% dentro dos limites do município do Conde, 39,55% no município de Pitimbu e os demais 14,73% no município de Alhandra (SANTOS, SOUSA&SILVA NETO, 2010). Figura 1 - Mapa de localização da APA de Tambaba. Fonte: Google Earth, 2016. Quadro 2 - Características da APA Estadual de Tambaba. Área de Proteção Ambiental Estadual de Tambaba Ano de Criação 2002 Área Original 3.270 hectares Ano da Ampliação Territorial 2005 Área Atual Região e Municípios Ecossistema predominante Objetivo da Criação 11.500 hectares Na Microrregião do Litoral Sul Paraibano, abrange os municípios do Conde, Pitimbu e Alhandra Com objetivo do disciplinamento do solo; a conservação dos remanescentes dos ecossistemas existentes na área; conservação dos elementos geomorfológicos; turismo sustentável; preservação da praia de naturismo de Tambaba e melhorar a qualidade de vida das populações residentes, mediante orientação e disciplina das atividades econômicas. Responsável pela Unidade de Coordenadoria de Estudos Conservação Ambientais da SUDEMA. Fonte: Tabela alterada pela autora com base em documentos recebidos da instituição e informações coletadas no site da Superintendência de Administração do Meio Ambiente SUDEMA. A APA de Tambaba foi criada com o intuito de garantir a integridade dos ecossistemas terrestres e aquáticos, proteger os cursos d água que integram a região, melhorar a qualidade de vida da população e 153

disciplinar a ocupação da área (PARAÍBA, 2002). Para obter uma melhor disciplina na Unidade de Conservação, em novembro de 2005, através do Decreto Nº 26.617, o Governo institui o processo de ocupação e utilização da zona costeira da Área de Proteção Ambiental de Tambaba, possibilitando um melhor ordenamento e conservação da área (PARAÍBA, 2005b). Seu primeiro Conselho Gestor foi instituído em 2004, por meio de Portaria SUDEMA, composto por 12 entidades (ALMEIDA, 2006). A atual formação do Conselho Gestor possui 19 assentos (Quadro 3), divididos entre titulares e suplentes, de forma paritária entre as instituições públicas e privadas (PARAÍBA, 2014a). Quadro 3 Características do Conselho Gestor da APA Estadual de Tambaba. Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental Estadual de Tambaba Ano de Criação 2004 Número de Instituições 12 Ano de Criação do 2014 Conselho em vigor Número de Instituições 22 Número de assentos no 19 Conselho Tipificação do Conselho Conselho Gestor Organização do Conselho Consultivo Grupo de Trabalho com seis membros um conselheiro de cada setor e a chefe da Unidade. Fonte: Tabela alterada pela autora com base em documentos recebidos da instituição e informações coletadas no site da Superintendência de Administração do Meio Ambiente SUDEMA. 2.2 Metodologia O presente trabalho teve como base a realização de levantamentos bibliográficos sobre o tema de estudo e a análise do processo de criação e implementação do conselho gestor da Área de Proteção Ambiental Estadual de Tambaba, dando enfoque à atual formação deste Conselho. Para tal, buscou-se legislações ambientais específicas nas esferas federal e estadual, visando compreender a formação dos conselhos gestores. Simultaneamente, foi realizado um levantamento sobre o processo de criação e implantação da APA Estadual de Tambaba, e de seu trabalho consultivo, bem como da sua gestão atual. A bibliografia consultada envolveu publicações cientificas como livros, teses, dissertações, artigos, documentos técnicos e páginas da internet, além da documentação arquivada no órgão de meio ambiente do Estado. Paralelo às pesquisas bibliográficas, houve a participação no Conselho Consultivo, no período de fevereiro de 2015 a Fevereiro de 2016, atuando, junto ao conselho, em reuniões ordinárias, extraordinárias, e, ainda, reuniões do Grupo de Trabalho para o desenvolvimento do Plano de Manejo da Unidade. A primeira iniciativa ajudou a identificar a forma como a temática vem sendo tratada nas esferas federais e estaduais, enquanto a segunda serviu de subsidio para entender e avaliar o processo de gestão participativa adotado na Unidade de Conservação. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Microrregião do Litoral Sul Paraibano se apresenta com uma beleza cênica indescritível e a existência de ecossistemas importantes para a manutenção do local, que estavam perdendo o seu valor, devido às pressões no local. Com essa razão, surgiu a ideia de criar uma Unidade de Conservação para proteger os ecossistemas ameaçados pela expansão urbana. A SUDEMA já vinha realizando estudos na área, mas, a primeira iniciativa para criação da Unidade de Conservação foi da Sociedade Naturista de Tambaba SONATA, protocolando junto ao órgão competente o Processo nº 1.507/2001, solicitação para criação do Parque de Tambaba. Contudo, em virtude do grande número de áreas particulares na região, sugeriu-se a criação de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, de categoria APA (ALMEIDA,2006). A APA Estadual de Tambaba, após a sua criação, necessitando adequar-se a premissa de efetivação, de acordo com a Lei 9.985/2000, em seu artigo nº 15, parágrafo 5º que dispõe sobre um Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente (BRASIL, 2000). Os conselhos gestores de Unidades de Conservação são, portanto, uma exigência da legislação ambiental brasileira. Porém WWF (2013) destaca que a finalidade e o papel do conselho gestor é visto como um espaço de disputa pela construção de definições aceitas pelo conjunto, ou seja, este é reconhecido como fundamental para garantir a participação da sociedade e enriquecer a qualidade das ações na UC. O Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2004) afirma que o órgão gestor da Unidade de Conservação é responsável por sua criação, efetivação e funcionamento de seu conselho. O Conselho Consultivo da APA, em sua formação atual (Quadro 4), procurou contemplar as mais diversas instâncias com comprometimento direto e indireto na região da APA. Os representantes de órgãos ou entidades que fazem parte do Conselho são aquelas que responderam ao convite do Gestor para participação. Alguns representantes que ainda não despertaram para a importância de sua participação no Conselho e, por isso, ainda não aceitaram a oferta do assento ou não participam mais ativamente das tomadas de decisões dentro e no entorno da Unidade. 154

Quadro 4 Composição do Conselho Gestor Consultivo. Conselho Gestor da APA Estadual de Tambaba Biênio 2014-2016 INSTITUIÇÃO SIGLA Superintendência de Administração do Meio Ambiente SUDEMA Universidade Federal da Paraíba UFPB Empresa Paraibana de Turismo PBTur Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico do Estado SETDE Batalhão de Polícia Ambiental BPAmb Corpo de Bombeiros do Estado da Paraíba CBMPB. Secretaria de Turismo do Município do Conde SETUR/COND E Secretaria de Meio Ambiente do Município do Conde SEMAN/CON DE Universidade Estadual da Paraíba UEPB Superintendência do Patrimônio da União do Estado da Paraíba SPU/PB Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade ICMBio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Renováveis IBAMA Federação Cultural Paraibana de Umbanda, Candomblé FCP/UNCANJ U Associação dos Moradores e Amigos de Tabatinga AMATA Associação Comercial, Industrial e Serviços do Conde ACIC Associação Paraibana dos Amigos da Natureza APAN Sociedade Naturista de Tambaba SONATA Assentamentos Agrícolas _ ANDA Brasil Paraíba ANDA/PB Cooperativa dos Profissionais de Turismo e Lazer do Estado da Paraíba COOPERBUG GY Associação De Turismo Costa do Conde ATCC Sindicato dos Guias Turísticos da Paraíba SINGTUR/PB Fonte: Tabela alterada pela autora com base em documentos recebidos da instituição e informações coletadas no site da Superintendência de Administração do Meio Ambiente SUDEMA. Para uma nova formação do Conselho, todas as etapas devem seguiras diretrizes recomendadas no SNUC. Com a formalização do Conselho, através da Portaria SUDEMA /DS nº 17 de 16 de abril de 2014. Os conselheiros se tornam aptos para discussão e para a representatividade nas propostas de gestão da Unidade. É possível observar que o Conselho atende as normas de representação paritária, apresentando em sua formação: 10 representantes de órgãos públicos, incluindo as três esferas administrativas e áreas afins; 10 representantes da sociedade civil, incluindo entidades de classe e organizações não-governamentais; e com dois representantes de entidades de ensino, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Estadual da Paraíba, estes que são de extrema relevância para estudos científicos na área. Assim, o Conselho da APA Estadual de Tambaba é representativo e todas as entidades possuem um alto grau de envolvimento com a região. Quando analisado a legitimidade do Conselho, em relação à participação nas reuniões, observa-se que nas reuniões Ordinárias do Conselho Gestor entre o período de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016, apenas dez (10) instituições participaram, com efetividade, das reuniões. Verifica-se que as participações da sociedade civil e de entidades de ensino são sempre mais efetivas quando comparado a participação de órgãos públicos. Nota-se que essas instituições participativas possuem interesses diversificados na gestão da Unidade, seja por apresentar uma responsabilidade maior na efetivação e implantação da UC, seja pela necessidade de minimização dos conflitos existentes na área e, com isso, garantir uma melhor qualidade de vida para a população local e garantir uma estabilidade ambiental. O regimento interno do Conselho é o documento normativo que regulamenta o funcionamento e as diretrizes do Conselho, bem como as competências e atribuições de cada membro (TEIXEIRA, 2008). O regimento interno da APA Estadual de Tambaba foi publicado em Diário Oficial no dia 14 de outubro de 2014, e diz em seu artigo 1º que o Conselho Gestor Consultivo foi criado e instituído de forma a integrar, construir e participar, com a atribuição do órgão consultivo (PARAÌBA, 2014b). Apesar de ser um Conselho Consultivo, sem poder de decisões próprias, o Conselho é decisivo, pois aciona sempre o órgão gestor e as instituições responsáveis para a tomada de decisão no local, uma prova disso é a finalização das discussões e participação na elaboração do Plano de Manejo. Quanto à aplicabilidade do regimento interno do Conselho Consultivo da APA Estadual de Tambaba, nota-se que o mesmo não vem sendo fundamentado da forma que foi posto em decreto. Possivelmente, esse fato ocorre devido à postura tomada no órgão gestor, desconsiderando algumas diretrizes propostas no regimento. Por exemplo, a frequência das reuniões ordinárias, no regimento interno, em seu Artigo 4º, informa que as reuniões ocorrerão ordinariamente por trimestre e extraordinariamente quando convocado por seu presidente ou a requerimento de 1/3 de seus membros. As figuras 2 e 3 mostram algumas das reuniões realizadas no período de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016, destacando a grande participação dos conselheiros. Outro ponto divergente ao regimento interno do conselho refere-se à ausência de membros nas reuniões ordinárias e extraordinárias. O próprio regimento, em seu Artigo 25º, cita que a ausência da representação da entidade no Conselho da APA de Tambaba em duas reuniões ordinárias consecutivas ou três alternadas, durante o biênio e sem justificativa, implicará em pedido de justificativa, pedido de troca de representante ou até mesmo a exclusão da entidade do conselho. Contudo, como apenas 10 entidades são assíduas às reuniões, percebe-se uma missão por parte do órgão gestor em fazer cumprir a norma. Em análise das atas das reuniões, é possível observar que o tema foi abordado em algumas reuniões. Assim, não foi levado adiante, talvez na expectativa que as entidades demonstrassem mais interesse. É importante ressaltar que o método acordado entre os conselheiros para convocação das reuniões foi seguido pelo órgão, sendo 155

as convocações impressas e em meio digital, e com prazo mínimo de antecedência de dez dias. Figura 2 Reunião Ordinária do Conselho da APA de Tambaba. Fonte: SUDEMA, 2014. Figura 3 Reunião Ordinária do Conselho da APA de Tambaba. Fonte: Autora, 2015. Com o preceito de aprofundar nas demandas do conselho foi criado um grupo de trabalho (GT), cuja existência está prevista no regimento interno e, tendo como objetivo tratar de assuntos técnicos e científicos e subsidiar os conselheiros nas tomadas de decisão. O GT da APA de Tambaba é formado por quatro conselheiros, e foi criado especialmente para o acompanhamento do Plano de Manejo que está sendo realizado na Unidade. Em 2015 aconteceram três reuniões do grupo de trabalho para o acompanhamento do Plano de Manejo, sendo uma para discussão do diagnóstico apresentado pela consultoria, outra com a empresa consultora para formulação de melhorias na elaboração do trabalho, ea última para avaliação das melhorias inseridas no Plano de Manejo para, posteriormente, obter um bom resultado no zoneamento. O Plano de Manejo é um documento que busca embasar as ações que podem ou não serem desenvolvidas dentro da Unidade. Na APA Estadual de Tambaba, este plano começou a ser desenvolvido a partir de 2014, doze anos após a criação da unidade. Este lapso temporal é corriqueiro no Brasil. No caso de Tambaba, o Plano de Manejo está sendo financiado por meio de uma Compensação Ambiental, de forma indireta, do Grupo Empresarial Intercement. A Compensação Ambiental é um instrumento legal que serve para mitigar os efeitos negativos dos empreendimentos sobre os recursos naturais e o meio ambiente de forma geral. Este instrumento pode ser pago diretamente numa conta específica para financiar despesas das Unidades de Proteção, de proteção Integral (BRASIL, 2000; BRASIL 2002: BRASIL, 2009). Devido à demora dos processos de licitação, muitas vezes, estes pagamentos são feitos de forma indireta através de obras e equipamentos cedidos para a Unidade. Para o pagamento do citado grupo de empresários, estes contrataram uma empresa que está encarregada de elaborar o Plano de Manejo sob a gerência do órgão ambiental. A Intercement contratou a empresa de consultoria, a Office 4 Engenharia e Gestão Ambiental, para realização do plano de Manejo da unidade. Anterior a elaboração deste plano, nenhum outro documento foi utilizado para gestão e implantação da mesma, apesar de existir diversos estudos na área e até mesmo um Zoneamento Ecológico Econômico fruto da dissertação de Nadjacleia Almeida, em 2006. Contudo, a gestão da Unidade era restrita a ações de licenciamento e fiscalização, quando solicitados, acima elaboração do Plano de Manejo tornase de fundamental importância, sendo feita de forma ampla, abrangendo todos os segmentos da sociedade. No ano de 2015 houve duas oficinas, uma de Planejamento e uma de Zoneamento (Figura 4 e 5), envolvendo sempre o Conselho Gestor. O Plano de Manejo ainda não foi concluído, visto que, durante a oficina de zoneamento houveram alguns impasses referente ao método de coleta de informações, que impediram o prosseguimento do mesmo. Atualmente, a empresa consultora está complementando diagnósticos e mapas para finalizar o zoneamento e os usos da área e, posteriormente, marcar uma nova data para esta oficina. Na análise das atas e memórias das reuniões, verificou-se a efetiva participação dos conselheiros (Figura 6), demonstrando que o grau de participação nas oficinas foi satisfatório, com um alto nível de comprometimento de todos os atores envolvidos na mesma. Debates e embates a fim de melhorias para a Unidade marcaram estas oficinas e o desenvolvimento do Plano. Assim como, na maioria das reuniões do conselho. Figura 4 Oficina para elaboração do Plano de Manejo da APA Estadual de Tambaba. Fonte: SUDEMA, 2015. 156

Figura 5 Presença do Conselho Gestor na oficina do Plano de Manejo. Figura 7 Fórum de Turismo Naturista, promovido na APA Estadual de Tambaba. Fonte: SUDEMA, 2015. Figura 6 Participação da autora na Oficina do Plano de Manejo da APA Estadual de Tambaba. Fonte: Autora, 2015. Segundo Teixeira (2008), para efetivação do conselho é necessário o aporte regular de recursos financeiros, materiais e humanos para as atividades de gestão e funcionamento satisfatório do mesmo. Na APA Estadual de Tambaba é perceptível que essas fundamentações não estão sendo aplicadas, visto que não existem, na unidade recurso humano ou financeiro capazes de garantir a sua gestão. Todas as atividades realizadas na unidade são de caráter emergencial promovida pelo órgão gestor ou de caráter educativo promovido pelos conselheiros. No ano de 2015 ocorreram vários eventos na Unidade de Conservação APA Estadual de Tambaba, tais como: Palestras, Fóruns e eventos com Educação Ambiental, como, por exemplo, o Fórum de Turismo Naturista (Figura 7), promovido pela Sociedade Naturista de Tambaba SONATA, que contou com a presença da Presidente da Sociedade Naturista do Brasil e teve a participação efetiva do Conselho Gestor, poder público e sociedade civil, representantes da unidade. No fórum, foi abordada a perspectiva da Sociedade Naturista, principalmente na PB. Indagou-se como a Praia de Tambaba pode ser mais bem conhecida no Estado, uma vez que ela é bem mais conhecida fora da Paraíba, através de sua beleza cênica, filosofia de viver, processos educativos e esportivos que lá são desenvolvidos e que são destaque nacional e internacional. Fonte: Autora, 2015. Outro evento importante, promovido pela Associação dos Moradores e Amigos de Tabatinga AMATA foi o Projeto Praia Limpa (Figuras 8 e 9) na praia de Tabatinga. Este evento ocorreu nos finais de semana, durante todo o verão de 2015/2016. Onde os associados e sociedade civil se reuniram para recolher o lixo dispostos na praia e fizeram, ao mesmo tempo, trabalho educativo junto aos visitantes da praia, informando a importância da unidade de conservação e os benefícios de manter a praia limpa. Neste ano, a SUDEMA foi chamada para participar do evento e sua participação foi importante como órgão gestor, pois, são trabalhos desse porte que unem e efetivam os conselheiros e moradores do local para a preservação e manutenção dos ecossistemas da Unidade de Conservação. Macedo (2008) fazendo um estudo paralelo, afirma que são perceptíveis os avanços legais discursivos em relação à necessidade de integração da proteção dos recursos naturais e participação efetiva da população na gestão desses recursos. Figura 8 Representantes da AMATA e SUDEMA no Projeto Praia Limpa na APA Estadual de Tambaba. Fonte: Autora, 2015. 157

Figura 9 Representantes da AMATA e SUDEMA, no Projeto Praia Limpa, mostrando o lixo recolhido na praia de Tabatinga. Fonte: Autora, 2015. A Lei 9.985/2000 é clara em relação ao Presidente do Conselho Gestor, este sendo do órgão competente por sua administração (BRASIL, 2000). A aplicabilidade da Lei é de extrema importância, assim como que o presidente seja uma pessoa com conhecimentos específicos na área, para que possa gerir melhor a unidade e seus conflitos. Na APA Estadual de Tambaba, o presidente do conselho possui conhecimento específico no assunto, contribuindo sempre para a melhoria e funcionamento do conselho. Mas, a transferências destas ou divisão desta tarefa com uma ONG com mais tempo e pessoal especializado, que pudesse se dedicar em tempo integral aos interesses da localidade seria bem melhor para a Unidade de Conservação. A experiência aqui apresentada revelou a importância do empenho até aqui instituído na Unidade de Conservação e a necessidade que o mesmo continue e cresça, revelou inúmeros desafios para a implantação do processo participativo na Unidade de Conservação APA de Tambaba, sendo inegável a dificuldade em que o órgão gestor passa para poder implantar este processo. Estas dificuldades aparecem em diferentes escalas, seja na resistência e falta de corpo técnico para implantação e condução do processo, seja na falta de recursos financeiros para melhorar a estruturação da Unidade. 4 CONCLUSÕES 1. Este estudo propôs dois objetivos específicos e, como se vê nos itens anteriores, todos foram alcançados. A saber: 2. Neste estudo, foi analisada a criação e implantação do Conselho Gestor, e verificou-se que, em sua atual configuração, o conselho foi criado a partir da Portaria/SUDEMA/DS nº 017, de 16 de abril de 2014, implantado com 19 assentos, divididos entre titulares e suplentes, de forma paritária com instituições públicas e privadas. 3. No segundo ponto, em que trata da participação do Conselho Gestor, observa-se que, na Unidade de Conservação Área de Proteção Estadual de Tambaba, o Conselho Consultivo é participativo apresentando avanços como as ações comunitárias, reuniões ordinárias e/ou extraordinárias e atuação efetiva nas oficinas para elaboração do Plano de Manejo da unidade. Como obstáculo observa-se as normas de convivência em grupos heterogêneos e de múltiplos interesses. É de extrema importância que o órgão gestor veja a população como um sistema de interação, em que a participação social é o ponto chave para a conservação e desenvolvimento da UC. Assim como a população veja no órgão ambiental, um parceiro que juntos podem melhorar e lutar pela Unidade de Conservação. Faz-se necessárias também novas estratégias para melhorias contínuas, como incentivar todos os municípios inseridos na área da APA Estadual de Tambaba, incentivar os benefícios da Unidade de Conservação para os moradores; realizar convênios com outros órgãos públicos para ter uma maior representatividade e gestão; aumentar o número de funcionários, para que possam observar os déficits da área e incentivar as melhorias. AGRADECIMENTOS Agradeço a Superintendência de Administração do Meio ambiente da Paraíba SUDEMA, em especial a Coordenadoria de Estudos Ambientais por disponibilizar documentos técnicos e científicos. Agradeço, também, a todos os conselheiros da Unidade de Conservação Área de Proteção Ambiental Estadual de Tambaba, pelo comprometimento, ensino e aprendizado. Um agradecimento especial deve ser dedicado a arquiteta Sônia Matos, que dedicou anos de seu trabalho junto à SUDEMA para ver a implantação do Plano de Manejo da APA Estadual de Tambaba. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Nadjacleia Vilar. Análise das Unidades de Conservação de Uso Integral no Estado da Paraíba- PB. João Pessoa, 2005. 89 p.. Proposta de Zoneamento Ecológico Econômico para a Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Tambaba Paraíba. João Pessoa, 2006.186p. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Institui a Política Nacional do Meio Ambiente. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 1981.. Constituição 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: SENADO, 1988.. Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade autárquica, cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Energias Renováveis e dá outras providencias. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 1989.. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 2000. 158

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