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Transcrição:

Minério de ferro: Elevada volatilidade dos preços Os preços do minério de ferro começaram 2016 em alta e com fortes oscilações. No ano, a subida dos preços chega a 32,8%, sendo que em único dia no mês de março houve uma alta de 18,6%, mas que logo foi revertida. Porém, esta elevação ocorreu sem que houvesse qualquer mudança clara dos fundamentos, sendo aparentemente motivada por uma conjunção de fatores como uma alteração na percepção da economia global, pequena redução dos estoques, expectativa de maiores incentivos do governo chinês e uma alta nos preços do aço. Apesar de podermos encontrar algumas razões para a alta do minério, não acreditamos que até o momento haja alguma mudança substancial na demanda ou na oferta do produto que sustente este movimento. Com isso, os investidores devem ficar atentos com os ganhos recentes das ações do setor, porque estas altas podem ser revertidas. Assim, mantemos nossa visão de extrema cautela para as ações da Vale (recomendação de Manutenção - Preço Justo de R$14,50/ação) e CSN (Venda - R$6,20/ação). Luiz Francisco Caetano, CNPI* lcaetano@plannercorretora.com.br +55 11 2172-2563 Disclosure e certificação do analista estão localizados na última página deste relatório. Mais minério e menos aço: Segundo dados da Secex/MDIC, em fevereiro/2016 o volume de minério de ferro exportado pelas mineradoras brasileiras cresceu 18,6%, comparado ao mesmo mês de 2015. No primeiro bimestre do ano, estas exportações aumentaram 13,2%. No entanto, a receita das exportações de fevereiro teve queda de 46,0%, com redução de 45,6% nos primeiros dois meses do ano, devido à forte queda nas cotações do produto no último ano. O preço médio das exportações em fevereiro/16 caiu 54,4% comparado ao mesmo mês de 2014 e 51,9% no bimestre. A cotação do minério de ferro colocado na China em fevereiro ficou 25,0% abaixo daquela verificada no mesmo mês do ano passado. Vale lembrar que a arrancada dos preços começou na segunda quinzena do mês, sendo que o minério terminou janeiro cotado US$ 41,72 por tonelada e ao final de fevereiro custava US$ 49,62/t, numa alta de 18,9%. Exportações Brasileiras de Minério de Ferro Fev/15 Fev/16 Var. 2M15 2M16 Var. Volume Total - mil ton. 25.260 29.946 18,6% 48.562 54.984 13,2% Receita - US$milhões 1.269 686-46,0% 2.465 1.342-45,6% Preço Médio das Exportações - US$/t 50,22 22,89-54,4% 50,76 24,40-51,9% Preço Médio Minério na China - US$/t 62,81 47,10-25,0% 65,52 44,43-32,2% Frete Médio Brasil - China - US$/t 10,26 10,65 3,8% 10,65 5,51-48,2% Fonte: Secex/MDIC e Bloomberg É interessante notar que esta elevação no volume exportado pelas mineradoras brasileiras neste início de ano coincide com a queda generalizada na produção de aço em todo o mundo. Nos dados já divulgados de fevereiro de 2016, a produção mundial caiu muito (3,3%), com acentuada retração nos maiores produtores, como China (-4,0%), Alemanha (4,3%), Índia (3,6%), Rússia (2,7%) e Japão (1,0%). Portanto, a queda na produção de minério, com redução de estoques na China, significa que o volume produzido pelas mineradoras de maior custo, notadamente chinesas, continua a Página 1

jun-08 out-08 fev-09 jun-09 out-09 fev-10 jun-10 out-10 fev-11 jun-11 out-11 fev-12 jun-12 out-12 fev-13 jun-13 out-13 fev-14 jun-14 out-14 fev-15 jun-15 out-15 fev-16 Mil Tons diminuir. No ano passado, a produção de minério de ferro na China teve queda de 7,7%. No primeiro bimestre de 2016, as importações chinesas de minério cresceram 6,4%, atingindo 155,8 milhões de toneladas. Figura 1: Exportações Brasileiras de Minério de Ferro 40.000 38.000 36.000 34.000 32.000 30.000 28.000 26.000 24.000 22.000 20.000 18.000 16.000 14.000 12.000 No Brasil, a recessão que o país vive levou a siderurgia o outro péssimo desempenho em fevereiro, com expressivas quedas de produção e nas vendas no mercado interno. A produção brasileira de aço alcançou 2,4 milhões de toneladas em fevereiro/2016, com uma forte queda de 8,7% em relação ao mesmo mês de 2015, com o volume no acumulado do bimestre mostrando redução de 13,7%. As vendas no mercado interno caíram em fevereiro 18,5% em relação a 2015, com destaque para as reduções nos volumes de aços planos (19,1%) e de longos (18,8%). A grande volatilidade dos preços: As cotações do minério de ferro colocado na China têm oscilado muito neste ano e já contabilizam uma alta de 32,8%. Os preços do minério caíram 4,2% em janeiro, tiveram uma boa recuperação em fevereiro, com alta de 18,9%, mas as grandes oscilações têm ocorrido em março. Os preços já subiram 16,6% no mês, mas a grande surpresa veio em 7/março, quando a cotação do minério teve alta de 18,6% em um único dia, alçando US$ 63,74 por tonelada. Desde este pico, os preços já caíram 9,3% para US$ 57,87/t em 23/março. Página 2

mai-09 jul-09 set-09 nov-09 jan-10 mar-10 mai-10 jul-10 set-10 nov-10 jan-11 mar-11 mai-11 jul-11 set-11 nov-11 jan-12 mar-12 mai-12 jul-12 set-12 nov-12 jan-13 mar-13 mai-13 jul-13 set-13 nov-13 jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15 mar-15 mai-15 jul-15 set-15 nov-15 jan-16 mar-16 Milhões de Toneladas dez-10 fev-11 mar-11 mai-11 jun-11 ago-11 set-11 out-11 dez-11 jan-12 fev-12 abr-12 mai-12 jul-12 ago-12 set-12 nov-12 dez-12 jan-13 mar-13 abr-13 jun-13 jul-13 ago-13 out-13 nov-13 jan-14 fev-14 mar-14 mai-14 jun-14 ago-14 set-14 nov-14 dez-14 jan-15 mar-15 abr-15 jun-15 jul-15 set-15 out-15 dez-15 jan-16 mar-16 US$/Ton Figura 2: Preços do Minério na China 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 Esta alta dos preços ocorreu sem que houvesse qualquer mudança clara dos fundamentos. Dessa forma, este movimento só pode ser justificado por uma conjunção de fatores, como uma alteração na percepção da economia global, a redução dos estoques, expectativa de maiores incentivos do governo chinês e a alta nos preços do aço. Primeiramente, nos últimos dias houve uma mudança na percepção de risco em todo o mundo, que impactou o preço das commodities. O ano começou com muitas dúvidas quanto à recuperação da economia americana não continuar, da Europa cair em recessão e do ritmo de crescimento da China diminuir ainda mais. Com a mudança nas expectativas, os preços do petróleo já subiram 11,9% no ano, assim como cobre (11,9%) e até o ouro (15,4%). Em 2016, está ocorrendo uma pequena redução nos estoques de minério nos portos chineses, que é um dado muito importante para a formação de expectativas sobre os preços. Os estoques de minério nos portos da China atingiram um pico de 107,1 milhões de toneladas em junho/2014 e vieram caindo paulatinamente até um ponto mínimo de 74,1 milhões/t atingido em junho/2015. Porém, subiram 20,5% para 89,3 milhões de toneladas no final de 2015. Neste ano, os estoques caíram em 1,4 milhão de toneladas (-1,6%) para 87,9 milhões de toneladas. Figura 3: Estoques de Minério nos Portos Chineses 110 105 100 95 90 85 80 75 70 65 Página 3

mar-12 mai-12 jul-12 set-12 nov-12 jan-13 mar-13 mai-13 jul-13 set-13 nov-13 jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15 mar-15 mai-15 jul-15 set-15 nov-15 jan-16 mar-16 No final de fevereiro, o governo chinês reduziu impostos para venda de imóveis visando aquecer o setor. A construção civil é o maior consumidor de aço naquele país e seu crescimento poderia elevar em muito a demanda por aço e, consequentemente, o consumo de minério. Por fim, os preços do aço, depois de caírem forte por quatro anos seguidos, estão subindo este ano. O preço dos laminados a quente (planos) na Europa já subiu 7,3%, enquanto os aços longos na China tiveram alta de 19,5%. Uma elevação nos preços do aço poderia indicar uma melhora na demanda e abrir espaço para as cotações do minério também subirem. Apesar de podermos encontrar algumas razões para a alta do minério, não acreditamos que até o momento se veja alguma mudança substancial nos fundamentos que subsidie a manutenção de um movimento sustentável de alta do produto. Assim, os investidores devem ficar atentos com o movimento recente das ações do setor, porque estas altas podem ser revertidas. Ações como a da Vale variam em estreita relação com os preços do minério (correlação de 0,90) e tiveram uma forte alta em consonância com o preço da commodity. É importante frisar então, que sem razões para uma alta dos preços do minério, também se pode duvidar da recuperação das cotações da ação. Figura 4: Preços do Minério vs. ADR da Vale 125 120 115 110 105 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 VALE ON ADR Minério Spot China A falta de expectativas positivas para os preços do minério fica clara nas cotações do mercado futuro verificados na Singapore Exchange (SGX), onde se observa uma trajetória de baixa para o restante do ano. O preço para dezembro/2016 no mercado futuro é de US$ 45,63/tonelada, indicando uma baixa de 21,1% até o final do ano. Página 4

abr-16 mai-16 jun-16 jul-16 ago-16 set-16 out-16 nov-16 dez-16 US$/Tonelada Figura 5: Preços Futuros do Minério de Ferro 56 54 52 50 48 46 44 Fonte: Singapore Exchange (SGX) E a China?: Os sinais efetivos da China ainda são negativos para o minério de ferro e o aço. A produção de aço na China no ano passado caiu 2,3% para 823 milhões de toneladas, com uma redução de 19 milhões de toneladas, sendo essa a primeira diminuição no volume anual produzido desde 1981. A produção de aço na China em fevereiro de 2016 foi de 58,5 milhões de toneladas, volume 4,0% menor que no mesmo mês do ano passado. A produção acumulada em 2016 atingiu 121,1 milhões de toneladas, com queda de 5,7% em relação a 2015. Esta redução na produção de aço reflete a queda no ritmo de crescimento da economia e a forte retração na construção residencial e de infraestrutura. Com a diminuição na demanda interna, as siderúrgicas chinesas estão se voltando para as exportações, o quem comprime o preço do aço em todo o mundo. Em fevereiro/16, as exportações chinesas de aço foram de 8,1 milhões de toneladas, volume 7,7% maior que no mesmo mês de 2015. Além da queda verificada no volume produzido nos últimos meses, o governo chinês anunciou que vai trabalhar para reduzir em 100 milhões de toneladas a produção anual de aço. Inclusive já se estima que 500 mil trabalhadores poderão perder seus empregos e o governo precisará investir 100 bilhões de yuans (US$ 15,5 bilhões) para retreinar estas pessoas. Na semana passada, o ministro chinês da Indústria e Tecnologia da Informação disse que até 2017 o setor siderúrgico já estaria com sua produção equilibrada com a demanda. Ainda segundo o ministro, até 2025 as siderúrgicas chinesas devem obedecer a padrões estritos de poluição, o que poderá determinar o fechamento de plantas antigas. Além disso, o governo também deseja que as dez maiores empresas do setor, que representam 60% produção, até 2015 sofram um processo de fusões e aquisições que as aglutine em três a cinco grupos. Página 5

Parâmetros do Rating da Ação Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação do analista. Dessa forma teremos: Compra: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Neutro: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Venda: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. EQUIPE Mario Roberto Mariante, CNPI mmariante@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI lcaetano@plannercorretora.com.br Cristiano de Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Ingrid Lima de Jesus ijesus@plannercorretora.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@planner.com.br DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas às mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. (*) Conforme o artigo 16, parágrafo único, da ICVM 483, declaro ser inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise. Declaração do(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento), nos termos do art. 17 da ICVM 483 O(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento) envolvido(s) na elaboração deste relatório declara(m) que as recomendações contidas neste refletem exclusivamente sua(s) opinião (ões) pessoal(is) sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo. Declaração do empregador do analista, nos termos do art. 18 da ICVM 483 A Planner Corretora e demais empresas do Grupo declaram que podem ser remuneradas por serviços prestados à(s) companhia(s) analisada(s) neste relatório. Página 6