Flexibilidade e atividade física: estudando dados vitais de alunos da rede municipal de ensino da cidade de João Pessoa

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Transcrição:

Flexibilidade e atividade física: estudando dados vitais de alunos da rede municipal de ensino da cidade de João Pessoa 1 Introdução Eveline de Almeida Silva 1 Camila Mendes Villarim Meira 2 Jayvson Martins Silva de Andrade 2 Renata Newman Leite Cardoso dos Santos 3 Atualmente tem- se destacado a importância da aquisição e da manutenção de hábitos saudáveis visando a melhoria da qualidade de vida, bem como a redução da incidência de várias doenças crônico-degenerativas e cardiovasculares através da prática de atividade física (BIAZUSSI, 2004). Assim, entende-se por atividade física qualquer movimento resultante de contração muscular esquelética que aumente o gasto energético acima do repouso, e não necessariamente a prática desportiva (LAZOLLI, et al.1998). Sabe-se que o corpo humano possui uma vasta adaptabilidade a diferentes condições. Essa característica é permitida por um eficiente sistema sensorial, que detecta alterações de ambiente, sobrecargas físicas, mecânicas e agentes estressores, gerando posteriormente uma resposta ao devido estímulo (TEIXEIRA; VANÍCOLA, 2001). Em crianças e adolescentes a inserção de atividade física na fase escolar através da educação física contribui para melhorar o perfil lipídico e metabólico e reduzir a prevalência da obesidade. Além disso, a atividade física pode exercer outros efeitos benéficos relacionados ao aparelho locomotor como o aumento da flexibilidade e melhora da postura (ABREU; RODRIGUES, 2006). Apresentando-se de maneiras diferenciadas em cada uma das fases da vida, a flexibilidade está relacionada à amplitude de movimento articular e pode ser influenciada por diversos fatores, dentre eles o estilo de vida, momento do dia em que se mensura tal variável, idade, nível de treinamento e sexo. A flexibilidade possibilita a eficácia na execução do movimento humano (ARAÚJO; BATISTA, 2008). A necessidade de investigação da relação entre a prática de atividade física e a flexibilidade de crianças e adolescentes é o pressuposto que norteia a execução do presente trabalho. Verifica-se na literatura um crescente número de estudos referentes a saúde do 1 UFPB. e-mail: eveline_fisio@hotmail.com 2 FUNASA SAÚDE- Caixa de Assistência dos Empregados da SAELPA. 3 UFPB. 1

escolar e a presente pesquisa configura-se como uma ferramenta para subsidiar a prática da atividade física no referido público embasada em evidências científicas. O presente estudo objetiva avaliar a relação entre a prática da atividade física e variáveis como: flexibilidade, sexo e idade em alunos da rede municipal no município de João Pessoa PB. 2 Material e métodos Para alcance do objetivo foi empregada abordagem quantitativa, através de um estudo observacional, exploratório, descritivo e inferencial com parte dos alunos que constituem a rede municipal de ensino, referente ao município de João Pessoa, Paraíba, no período compreendido entre setembro de 2010 a junho 2011. Este estudo é um recorte do Projeto intitulado A educação da postura corporal em escolas: uma visão integrada de saúde, que constituiu convênio entre a Prefeitura Municipal de João Pessoa e a Fundação Cultural e Educacional Ciências Médicas para desenvolvimento de atividades de educação da postura corporal em Escolas do Ensino Fundamental do Município. A amostra constou-se de 170 alunos, considerando-se crianças e adolescentes. Para o alcance dos registros, foi utilizado um protocolo de avaliação postural semi-estruturado. Os registros continham as variáveis: sexo, idade, flexibilidade anterior, flexibilidade lateral e atividade física. Para efeito de análise, as variáveis foram definidas considerando as necessidades de estratificação. Assim, a idade ficou definida em infância e adolescência; a série de 1º a 5º ano e 6º a 9º ano; e flexibilidade anterior, flexibilidade lateral, e atividade física, em dicotômicas com categorias sim e não. A metodologia da análise dos dados foi mediante o teste Qui-quadrado. O nível de significância estatística foi estabelecido em 0,05, e as análises foram executadas pelo software R versão 2.15.1. 3 Resultados e discussões A população de alunos da rede municipal estudada constou-se de 50% (n=85) sendo do sexo masculino e 50% (n=85) do sexo feminino; com idade de 4 a 10 anos com percentual de 70,6% (n=120) e de 11 a 16 anos com 29,4% (n=50); quanto ao ano de estudo do 1º a 5º ano com 74,7% (n=127) e do 6º ao 9º ano com 25,3% (n=43). Na avaliação foi analisada a flexibilidade anterior e lateral, sendo a flexibilidade anterior categorizada em sim (considerando flexível do tornozelo até o chão) e não 2

(considerado do nível dos joelhos até um terço da tíbia), assim a categoria sim com percentual de 74,1% (n=126) e não com 25,9% (n=44). A flexibilidade anterior apresentou três categorias, sendo as seguintes: 1 (mais flexível a direita), 2 (mais flexível a esquerda) e 3 (flexível igualmente para ambos os lados), assim a categoria 1 com 48,2% (n=82), categoria 2 com 44,7% (n=76), e categoria 3 com 7,1% (n=12). Quanto a variável que buscamos associar com as variáveis descritas acima (sexo, idade, ano, flexibilidade anterior e flexibilidade lateral) foi a atividade física categorizada em realiza com 78,2% (n=133) e não realiza com 21,8% (n=37). Estudos apontam que a prática de certas atividades físicas possui influência no ganho de flexibilidade em determinadas articulações e que a flexibilidade pode diminuir com a idade. Entretanto a diminuição da flexibilidade tem se mostrado intimamente ligada à diminuição da prática de atividade física em decorrência do envelhecimento (RASSILAN; GUERRA, 2006). Após análise descritiva, o teste de independência (Qui-quadrado) foi realizado, objetivando verificar a existência ou não de associação entre cada uma das variáveis possíveis a serem explicativas e a variável resposta. Hipótese de nulidade: não associação entre a atividade física e as demais variáveis do estudo, e Hipótese alternativa: associação entre a atividade física e as demais variáveis do estudo. O teste analisa o p- valor, assim o valor menor que o nível de significância adotado na pesquisa, evidencia-se que a hipótese de independência seja rejeitada. Assim, podemos verificar a existência ou não das associações na tabela a seguir: Tabela 1- Teste de associação da atividade física e possíveis variáveis explicativas. Atividade física p-valor Idade 0,000* Sexo 0,002* Ano 0,000* Flexibilidade anterior 0,051** Flexibilidade lateral 0,498 *Significativo a nível p <0,001; **Significativo a nível p<0,05. Fonte: Dados da Pesquisa. No uso do teste de associação, ao nível de significância de 5% (α = 0,05), evidenciouse a diferença de proporções e existência de associação entre a variável atividade física e as seguintes variáveis: idade p=0,000 (p<0,01), sexo p=0,002 (p<0,01), ano p=0,000 (p<0,01), flexibilidade anterior p=0,051 (p<0,05). No cruzamento entre a variável atividade física e 3

flexibilidade lateral não houve evidência de associação apresentando p=0,498, ou seja, não significativo. A idade é considerada um importante determinante da atividade física, salientando um declínio com o decorrer da idade das atividades de lazer de intensidade moderada a vigorosa e um aumento das atividades de baixa intensidade. A hiperatividade das crianças e a natureza das brincadeiras suportam a ideia de que a atividade é fortemente controlada por fatores biológicos, em que a menor liberação de dopamina com o avanço da idade é fator responsável pela diminuição nos níveis de atividade física. Outro aspecto é o envolvimento social na fase escolar, mas especificamente na disciplina de educação física, em que efetivamente as crianças e os adolescentes sofrem diversas influências positivas e/ou negativas que condicionam seus hábitos de atividade física (SEABRA et al., 2008). Estudo de Seabra et al. (2008) evidencia que na grande maioria o sexo masculino é fisicamente mais ativo que o feminino, reconhecendo envolvimento dos meninos em atividades físicas de natureza desportiva e de intensidade vigorosa, e as meninas participação em atividades de lazer e de baixa intensidade. Essas diferenças de tipo de intensidade, não são claras. A associação do ano de escolaridade com a atividade física, supõe-se a partir que com a progressão da série a aquisição de hábitos como tabagismo, sedentarismo, álcool e outras drogas crescem. Este comportamentos propiciam aparecimento e agravamento das condições associadas a saúde, conferindo identificação precoce para que a escola priorize desenvolvimento de programas de prevenção (NOBRE et al., 2006). Dentre os componentes que os programas de atividade física escolar treinam, encontra-se a flexibilidade. Para seu treinamento, deve envolver os principais movimentos articulares e ser realizado de forma lenta a ponto de ligeiro desconforto e então ser mantido por cerca de 10 a 20 segundos. Assim, seja um bom treino físico, melhor a flexibilidade da criança e do adolescente (LAZZOLI et al., 1998). 4 Conclusões A origem de um bom desempenho do sistema corporal, bem como, do aparelho locomotor na fase inicial da vida, torna-se aspecto de fundamental importância tratar e desenvolver o estímulo a práticas físicas, as quais darão suporte para melhor flexibilidade e melhor postura. A prática de atividade física na criança e adolescente cria o habito e interesse, priorizando a atividade no cotidiano e valorizando a educação física escolar que estimule a atividade física para toda a vida, de forma agradável e prazerosa, integrando e não 4

discriminando os menos aptos. Para tanto, a implementação da atividade física na infância e adolescência deve ser considerada prioridade em nossa sociedade. 5 Referências [1] ABREU, H. C. L., RODRIGUES, N. Efeitos da atividade física intensa no crescimento de crianças na fase escolar inicial. Disponível em: http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/06/05.pdf, 2006. [2] ARAÚJO, D. M. E., BATISTA, L. S. Estudo comparativo da flexibilidade de crianças prépuberes de sexo e condições financeiras diferentes. ANAIS do III Encontro de Educação Física e Áreas Afins Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física (NEPEF) / Departamento de Educação Física /UFPI, 2008. [3] BIAZUSSI, R. O benefício da atividade física aos adolescentes. Disponível em: http://www.nutrociencia.com.br/upload_files/artigos_download/atividade%20fisica%20em%2 0adolescentes. pdf, 2004. [4] LAZOLLI, J.K. et al. Atividade física e saúde na infância e adolescência. Rev Bras Med Esporte. v. 4, n. 4, jul/ago, 1998. [5] TEIXEIRA, L. R.; VANÍCOLA, M. C. A Postura Corporal nos Programas de Educação Física. Revista da Escola Superior de Educação Física de Pernambuco. v. 1, n. 1, p. 7-14, 2001. [6] RASSILAN, E. A., GUERRA, T. C. Evolução da flexibilidade em crianças de 7 a 14 anos de idade de uma escola particular do município de timóteo-mg. MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física. Ipatinga: Unileste-MG. v. 1. ago/dez, 2006. [7] SEABRA, A. F; MENDONÇA, D. M.; THOMIS, M. A.; ANJOS, L. A.; MAIA, J. A. Determinantes biológicos e sócio-culturais associados à prática de atividade física de adolescentes. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro. v. 24, n. 4, p.721-736, abr., 2008. [8] NOBRE, M. R.; DOMINGUES, R.; SILVA, A. R.; COLUGNATI, F. A.; TADDEI, J. A. A. Prevalências de sobrepeso, obesidade e hábitos de ida associados ao risco cardiovascular em alunos do ensino fundamental. Rev. Assoc Med Bras. v. 52, n. 2, p.118-24, 2006. 5