REFORMA E CONTRA-REFORMA As reformas religiosas no século XVI
Crises religiosas anteriores ao século XVI Séculos XII-XIII: Heresia dos Cátaros (França). Século XIV: John Wycliff contesta a autoridade do clero em Inglaterra.
O Grande Cisma do Ocidente
Século XV Jan Huss (checo) revolta-se contra o domínio do Santo Império Germânico O monge Savonarola prega contra o luxo e a corrupção na sociedade e no clero
Motivos da contestação ao comportamento da Igreja Os Papas ocupavam o seu tempo com as guerras, a política, o luxo da sua corte e o mecenato, em vez de se preocuparem com as tarefas espirituais e religiosas.
Muitos membros do alto clero administravam dioceses e abadias apenas por interesse económico. Era frequente a compra de cargos religiosos (simonia).
Vida imoral de muitos membros do clero. Baixo clero com deficiente formação religiosa.
Todos estes abusos eram denunciados pelos intelectuais e Humanistas Erasmo de Roterdão (1466-1536) 1536) criticou os abusos do clero e reclamou uma purificação da moral e dos costumes na sua obra O Elogio da Loucura
A RUPTURA Em 1517, o monge Martinho Lutero indignou-se com a publicação da Bula das Indulgências pelo Papa Leão X
Indulgência: Documento emitido pelo Papa, que certificava o perdão dos pecados e era obtido a troco de dinheiro.
Lutero redigiu um manifesto, as 95 teses contra as indulgências, que afixou na porta da catedral de Vitemberga. Estava consumada a ruptura com a Igreja Católica.
Princípios fundamentais do Luteranismo Autoridade única da Bíblia (tradução do texto para alemão) Relação directa do crente com Deus (rejeição do papel mediador do clero e da autoridade do Papa) Alteração da doutrina da Igreja (aceita apenas dois sacramentos: baptismo e eucaristia; rejeita o culto dos santos e da Virgem; nomeia pastores (responsáveis pelo culto).
Outros Reformistas João Calvino (1509-64) Henrique VIII (1491-1547), rei de Inglaterra
Princípios fundamentais do Calvinismo Semelhante em muitos aspectos ao Luteranismo, excepto num: a Teoria da Predestinação. Segundo Calvino, cada crente já estaria, desde a origem, destinado por Deus à Salvação ou à condenação eterna.
Anglicanismo Fundado pelo rei Henrique VIII em 1543. O rei torna-se o chefe supremo da Igreja. Contestação do poder do Papa e do clero em Inglaterra (mais tarde, vai ser restabelecido o clero secular, obediente ao rei, mas não o regular). A reforma foi motivada pelo interesse de Henrique VIII em anular o seu casamento com Catarina de Aragão e voltar a casar (o que o Papa proibia).
A reacção católica
Concílio de Trento (1545-47, 1551-52 e 1562-63) Mandado reunir pelo Papa Paulo III para debater os problemas da Igreja Católica
Medidas tomadas (Reforma Católica): Confirmar todos os dogmas e princípios tradicionais da Igreja Reformar os costumes da Igreja e melhorar a preparação do clero (medidas mais severas) Organizar grandes cerimónias religiosas para atrair o povo
Outras medidas (Contra-Reforma): Criação da Companhia de Jesus (fundada pelo padre Inácio de Loyola)
Tinha como grandes objectivos defender o catolicismo e expandi-lo no mundo. Os Jesuítas dedicavam-se ao ensino, à pregação e à missionação. Companhia de Jesus
Criação do Index (Index Librorum prohibitorum)
Index Librorum Prohibitorum O Index era um catálogo, constantemente actualizado, onde figuravam os livros cuja leitura era proibida aos católicos, sob pena de excomunhão.
Reforço dos poderes da Inquisição (Tribunal do Santo Ofício)
A Inquisição era um tribunal eclesiástico que perseguia e julgava os acusados de práticas contra a Igreja Católica
A Inquisição torturava os acusados para extrair confissões, que eram muitas vezes falsas (sob tortura, as pessoas admitiam tudo para não sofrerem novos suplícios) A cadeira A dama de ferro
O esmaga joelhos O pêndulo
O trato de polé A tortura da água
A procissão do auto-da-fé
A fogueira