RESUMO INTRODUÇÃO. Arq Bras Oftalmol. 2007;70(1):115-9

Documentos relacionados
Estudo comparativo do efeito do timolol, do betaxolol e do levobunolol sobre a curva diária de pressão intra-ocular de pacientes glaucomatosos

Riscos e Benefícios do Exercício de Força...

de 5 ml) Anexos - Relato detalhado do médico assistente. Obrigatórios - Formulários médico e farmacêutico, devidamente preenchidos

Picos de pressão intra-ocular: comparação entre curva tensional diária, minicurva e medida da pressão intra-ocular às 6 horas

TÍTULO: O CUIDADO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

RESPOSTAS PRESSÓRICAS APÓS A REALIZAÇÃO DE EXERCÍCIOS DE FORÇA PARA BRAÇO E PERNA EM JOVENS NORMOTENSOS

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

Custo-efetividade dos análogos de prostaglandinas no Brasil

Riscos e Benefícios do Exercício de Força...

Boas Práticas em Oftalmologia 2008 Elementos Clínicos de Avaliação e Referenciação

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

RESUMO. Palavras-chave: Acadêmicos de fisioterapia. Frequência cardíaca. Bicicleta ergométrica. Atividade física. INTRODUÇÃO

TÍTULO: EFEITOS DE UMA SESSÃO DE ATIVIDADE FÍSICA E CINSEIOTERAPIA PARA PESSOAS COM A DOENÇA DE ALZHEIMER

ONTARGET - Telmisartan, Ramipril, or Both in Patients at High Risk for Vascular Events N Engl J Med 2008;358:

Teste da ibopamina tópica em pacientes normais, suspeitos e portadores de glaucoma

Atrabeculoplastia laser é uma forma terapêutica. A Repetição da Trabeculoplastia Laser Selectiva 1 ano de follow-up. Introdução

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

Registro Brasileiros Cardiovasculares. REgistro do pacientes de Alto risco Cardiovascular na prática clínica

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

25/4/2011 MUSCULAÇÃO E DIABETES. -Estudos epidemiológicos sugerem redução de 30% a 58% o risco de desenvolver diabetes

Relação entre a espessura corneana e a gravidade de defeito de campo visual no glaucoma primário de ângulo aberto

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR ENTRE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DE UMA UNIDADE DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA.

PERFIL DA CATARATA EM IDOSOS DA REGIÃO DA BORBOREMA

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO INTERVALADO E CONTÍNUO NA RESPOSTA PRESSÓRICA DE INDIVÍDUOS QUE PRATICAM CORRIDA DE RUA

TÍTULO: INCIDÊNCIA DE AIDS NA POPULAÇÃO DE 50 ANOS OU MAIS EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP, NO PERÍODO DE 2003 A 2013

Diferenciais sociodemográficos na prevalência de complicações decorrentes do diabetes mellitus entre idosos brasileiros

PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO E MEDICAÇÕES UTILIZADAS PELOS IDOSOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Mini ebook DOENÇAS OFTALMOLÓGICAS NA TERCEIRA IDADE ALERTAS E RECOMENDAÇÕES

COMPARAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ACADÊMICOS DO CURSO DE FISIOTERAPIA ANTES E APÓS ATIVIDADE FÍSICA

A ANÁLISE DOS OBJETIVOS E A RELAÇÃO CINTURA QUADRIL EM PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA

Declaração de possíveis conflitos de interesses

Análise da Repercussão de uma Sessão Educativa sobre o Glaucoma no Conhecimento da Doença

TÍTULO: EFEITO AGUDO DO EXERCÍCIO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE EM PACIENTES COM DIABETES TIPO 2

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 26. Profª. Lívia Bahia

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE ANIMAL

Conselho Internacional de Oftalmologia. Instruções Clínicas Internacionais. Fechamento Angular Primário (Avaliação Inicial e Tratamento)

SOBRECARGA DO CUIDADOR DE DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL E DOENÇA DE ALZHEIMER.

MIGUEL ARAUJO CARNEIRO JÚNIOR

CPL Tiago Joaquim Rodrigues Bernardes. Professora Doutora Patrícia Coelho. Mestre Alexandre Pereira

04/07/2014. Apneia do Sono e Hipertensão Resistente Qual a importância?

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA EM GOIÂNIA, GO, BRASIL.

Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso. Hipotensão no exercício resistido para membros inferiores.

PREVALENCIA DO SEDENTARISMO COMO FATOR DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PROFESSORES DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO DE UBERLANDIA/MG.

INFLUÊNCIA DA ORDEM DO TIPO DE PAUSA NOS PARÂMETROS BIOQUÍMICO DE UM TREINAMENTO INTERVALADO EM HOMENS. RESUMO

TÍTULO: EFEITO DO PROTOCOLO UTILIZADO NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA EM FISIOTERAPIA AQUÁTICA NA QUALIDADE DO SONO DE PACIENTES COM FIBROMIALGIA

RESPOSTA AGUDA DA PRESSÃO ARTERIAL APÓS TREINAMENTO COM PESOS EM INTENSIDADE AUTOSSELECIONADA E IMPOSTA

Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.

A Saúde da Visão no idoso institucionalizado: Identificação de necessidades em saúde pública

Discente da Universidade Estadual de Goiás Escola Superior de Educação e Fisioterapia do Estado de Goiás, Goiânia/GO,

SITUAÇÃO CADASTRAL DE IDOSOS DO RIO GRANDE DO NORTE NO SIS/HIPERDIA

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

AVALIAÇÃO SUBAGUDA DA PRESSÃO ARTERIAL EM IDOSAS HIPERTENSAS APÓS UMA AULA DE HIDROGINÁSTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

PALAVRAS-CHAVE grau de dependência a nicotina, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica.

HIPERTENSÃO ARTERIAL

Reduced pelvic pain in women with endometriosis: efficacy of long-term dienogest treatment.

PERFIL DOS PACIENTES HIPERTENSOS EM UMA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Medição da Pressão Intra-Ocular

INFLUÊNCIA DA CAMINHADA ORIENTADA EM PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS 1

DELINEAMENTO DE ESTUDOS CLÍNICOS

FEIRA DE SAÚDE TESTE DE ACUIDADE VISUAL ESCALA OPTOMÉTRICA DE SNELLEN LIONS CLUBE: LOCAL: DATA: HORÁRIO: Resultado. Nº Nome Legível Telefone

PERFIL E ESTRATIFICAÇÃO DE USUÁRIOS HIPERTENSOS DA UNIDADE DE SAUDE DA FAMÍLIA

Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Estatística. Princípios de Bioestatística.

Vol. 1. Saúde Ocular na Melhor Idade. Oftalmologista Dr Cleiton A. Noll

TÍTULO: ALTERAÇÕES MORFOFUNCIONAIS DECORRENTE DE DOIS MÉTODOS DE TREINAMENTO DE FORÇA

Trata-se de consulta encaminhada pelo Ministério Público Federal questionando o uso de tropicamida nos testes do olhinho realizado em recémnascidos.

Curso de Bacharelado em Educação Física e Saúde

AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE MUCOSA TRATADOS COM ANTIMONIAL

Ibopamina 2% vs. sobrecarga hídrica como teste provocativo para glaucoma

Utilização de diretrizes clínicas e resultados na atenção básica b

Eficácia do latanoprosta x travoprosta avaliada pela curva diária de pressão intraocular

Considerações sobre o ângulo de administração de colírios antiglaucomatosos análogos das prostaglandinas

Auna do curso de Educação Física, Bacharelado e Licenciatura da Unijui 3

CUIDADO FARMACÊUTICO A IDOSOS HIPERTENSOS DA UNIVERSIDADE ABERTA À MATURIDADE (UAMA)

EFEITO AGUDO DE UMA SESSÃO DE HIDROGINÁSTICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL EM MULHERES NORMOTENSAS E HIPERTENSAS

EXERCÍCIO FÍSICO E VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA. Dr. Breno Quintella Farah

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS EM DUPLA-TAREFA SOBRE O EQUILÍBRIO E A COGNIÇÃO DE MULHERES IDOSAS

COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL?

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Nota Técnica GAF/CCTIES nº 03, 19 de março de 2014

Influência da postura na pressão intra-ocular e nos defeitos de campo visual no glaucoma primário de ângulo aberto e glaucoma de pressão normal

TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO DE DIFÍCIL CONTROLE

TÍTULO: HIPERTRIGLICERIDEMIA PÓS-PRANDIAL EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E O RISCO CARDIOVASCULAR

RASTREAMENTO DE PRESSÃO ARTERIAL E GLICEMIA

GLAUCOMA PRIMÁRIO DE ÂNGULO ABERTO (GPAA)

ANÁLISE DO EQUILÍBRIO POSTURAL EM IDOSOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE CAPACIDADE COGNITIVA

Riscos e Benefícios. Ms. Sandro de Souza

Comparação de insuflação com dióxido de carbono e ar em endoscopia e colonoscopia: ensaio clínico prospectivo, duplo cego, randomizado - julho 2017

O Triplenex, lançado no país nesta segunda-feira, reduz a quantidade de colírios utilizados para tratar a doenças.

Importância da Atividade Física na Redução de Gastos Publicos com o Tratamento da Diabetes Mellitus em Escolares do Ensino Fundamental

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

UTILIZAÇÃO DA VISÃO PARA A MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ESTÁTICO EM JOVENS

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AERÓBICA EM JUDOCAS ENTRE 7 E 14 ANOS DA CIDADE DE SANTA MARIA -RS

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA

STEP TRAINING: EFEITO DA PAUSA PASSIVA E ATIVA NO COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E NA PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO RESUMO:

MCOR - Excelência em Cardiologia MAPA DE 24 HORAS

PERFIL DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDES DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB INTRODUÇÃO

NAYARA TORRE DE ALMEIDA TREINAMENTO RESISTIDO EM IDOSOS HIPERTENSOS

Transcrição:

Efeitos da leitura, exercício e exercício sob leitura na pressão intra-ocular de portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensão ocular controlados clinicamente com medicação tópica Effects of reading, exercise and exercise combined with reading on intraocular pressure for patients sustaining primary glaucoma (open angle) or ocular hypertension, both clinically controlled with topic medication Alice Maria Corrêa Medina 1 Núbia Vanessa dos Anjos Lima 2 Regina Cândida Ribeiro dos Santos 3 Marco César Araújo Pereira 4 Procópio Miguel dos Santos 5 Trabalho realizado no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) - UnB e na Clínica OFTALMED - Brasília (DF) - Brasil. 1 Pós-Graduanda (Nível Doutorado) da Universidade de Brasília - UnB - Brasília (DF) - Brasil. 2 Especialista em Glaucoma pelo Hospital São Geraldo da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Belo Horizonte (MG) - Brasil. 3 Professora Orientadora do Curso da Pós-Graduação da UnB - Brasília (DF) - Brasil. 4 Mestre em Estatística pela UnB - Brasília (DF) - Brasil. 5 Professor Orientador do Curso da Pós-Graduação da UnB - Brasília (DF) - Brasil. Endereço para correspondência: Alice Maria Corrêa Medina. SQN 412, Bl. K, Apto. 101 - Brasília (DF) CEP 70867-110 Recebido para publicação em 10.06.2005 Última versão recebida em 14.04.2006 Aprovação em 13.05.2006 Dados parciais da tese a ser apresentada ao curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade de Brasília - UnB, área de concentração oftalmologia, para obtenção do título de Doutor. Nota Editorial: Depois de concluída a análise do artigo sob sigilo editorial e com a anuência dos Drs. Ruth Rosenhek Schor e Francisco Eduardo Lopes de Lima sobre a divulgação de seus nomes como revisores, agradecemos sua participação neste processo. RESUMO Objetivo: Verificar a pressão intra-ocular (Po) em indivíduos usuários de análogos de prostaglandina, prostamida ou beta-bloqueador em portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensão ocular após leitura, exercício e exercício sob leitura. Métodos: Quarenta indivíduos (79 olhos), subdivididos em 5 grupos: G1 (portadores de hipertensão arterial e glaucoma ou hipertensão ocular usando análogos de prostaglandinas ou prostamidas); G2 (portadores de hipertensão arterial e glaucoma ou hipertensão ocular usando beta-bloqueador); G3 (indivíduos sem hipertensão arterial e portadores de glaucoma ou hipertensão ocular em uso de análogos de prostaglandinas ou prostamidas); G4 (indivíduos sem hipertensão arterial e portadores de glaucoma ou hipertensão ocular em uso de beta-bloqueador) e G5 (indivíduos sem hipertensão arterial e sem glaucoma ou hipertensão ocular), tiveram a pressão intra-ocular verificada antes e após realizarem leitura, exercício e exercício sob leitura. Cada teste foi realizado em dia distinto e sempre no período vespertino. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante na média da pressão intra-ocular inicial e final nos diferentes grupos do estudo quando submetidos à leitura, exercício e exercício sob leitura. Conclusão: Ler e fazer exercícios individualmente ou concomitantemente, não representa fator de agravo da pressão intra-ocular em portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensão ocular em usuários de análogos de prostaglandinas ou prostamidas ou beta-bloqueador. Descritores: Glaucoma de ângulo aberto; Pressão intra-ocular/quimioterapia; Leitura; Exercício; Hipertensão ocular; Prostaglandinas/uso terapêutico; Tonometria ocular INTRODUÇÃO Durante a acomodação para leitura, a contração do músculo ciliar afrouxa a tensão do ligamento o que permite ao cristalino ficar mais globular, permitindo assim o foco, ocorrendo redução da pressão intra-ocular (Po) (1-2). De um modo geral, não há restrições à prática de exercícios físicos para pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto em bicicleta ergométrica, onde foi comprovado que exercícios físicos reduzem a Po (3). Indivíduos sedentários e saudáveis obtiveram uma redução da Po similares em ambos

116 Efeitos da leitura, exercício e exercício sob leitura na pressão intra-ocular de portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou os olhos, após exercícios físicos amenos, moderados e intensos, onde se conclui que há uma diminuição da Po após todas as formas de exercícios (4). Em algumas pesquisas realizadas foram constatadas diferenças significativas da Po ao realizar exercícios com intensidades mais elevadas (5-6). Em um estudo, no qual o objetivo foi avaliar os efeitos dos exercícios de força sobre a Po de homens e mulheres não glaucomatosos e ativos fisicamente, os resultados apresentados demonstraram que ocorre uma redução da Po em ambos os gêneros (7). Segundo um estudo realizado com indivíduos com hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, observou-se que o valor médio da Po é progressivamente mais elevado quando se considera o tempo de instalação da doença hipertensiva sistêmica, cujo quadro e evolução são também fatores que contribuem para este aumento, principalmente quando associada a diabetes (8). A medicação tópica como os análogos das prostaglandinas, prostaminas e beta-bloqueadores são drogas que vêm desempenhando um importante papel no controle do paciente glaucomatoso (9). O objetivo do presente trabalho foi verificar os efeitos da leitura, do exercício e do exercício sob leitura em pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensos oculares usuários de substâncias com princípio ativo de prostaglandina ou beta-bloqueador. MÉTODOS A pesquisa foi realizada nos meses de junho, julho, outubro e novembro de 2004 na Clínica Oftalmed em local reservado para os testes, onde os dados foram coletados pelos mesmos profissionais, utilizando-se os mesmos instrumentos para todos os pacientes e indivíduos sadios. Foram selecionadas as seguintes variáveis: sexo, idade, normotensão sistêmica, hipertensão sistêmica, uso de colírios de análogos de prostaglandinas, prostamidas e beta-bloqueador. O referido estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Brasília (UnB), em 09/03/2004 sob processo nº 007/2004. Os participantes foram informados sobre o caráter experimental e concordaram em assinar um termo de consentimento. Para o presente estudo, foram selecionados pacientes de 40 a 72 anos de ambos os sexos, portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensão ocular utilizando medicação antiglaucomatosa na forma de colírios há mais de um mês. Todos os pacientes tinham diagnóstico de glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensão ocular e estavam sendo tratados por médico especialista em glaucoma, onde aqueles pertencentes aos grupos com hipertensão sistêmica tinham a pressão arterial controlada com medicação. Os indivíduos foram distribuídos em 5 grupos de 8 indivíduos cada, seguindo o diagnóstico clínico-oftalmológico e o princípio ativo do colírio utilizando conforme o esquema abaixo: Grupo 1: portadores de hipertensão arterial e glaucoma ou hipertensão ocular usando análogos de prostaglandinas ou prostamidas; Grupo 2: portadores de hipertensão arterial e glaucoma ou hipertensão ocular usando beta-bloqueador; Grupo 3: indivíduos sem hipertensão arterial e portadores de glaucoma ou hipertensão ocular em uso de análogos de prostaglandinas ou prostamidas; Grupo 4: indivíduos sem hipertensão arterial e portadores de glaucoma ou hipertensão ocular em uso de beta-bloqueador; Grupo 5: indivíduos sem hipertensão arterial e sem glaucoma ou hipertensão ocular sem uso de colírio hipotensor. Todos os pacientes do grupo 1 ao 4 faziam uso de apenas um colírio antiglaucomatoso que poderia ser: Bimatoprost 0,03% (Lumigan ), Travoprost (Travatan ), Latanoprost (Xalatan ), Maleato de timolol 0,5% (Timoptol 0,5% ), Maleato de timolol 0,25% (Timoptol 0,25% ), Maleato de Timolol 0,1% (Nyolol ), Betaxolol 0,5% (Presmin) e tinham a Po 18 mmhg usando a medicação. Todos os indivíduos envolvidos no estudo realizaram três testes: leitura, exercício e exercício sob leitura durante 15 minutos em bicicleta ergométrica realizados em dias diferentes, sempre no período vespertino, pois durante o período matutino há uma maior variabilidade da Po. A distância para leitura foi de 33 cm entre os olhos do leitor e o painel da bicicleta, onde a revista foi fixada. As coletas de dados das variáveis: Po, pressão arterial sistêmica (PA) e freqüência cardíaca (FC) foram realizadas em cada participante no início e final de cada teste. Após o término dos referidos testes, os participantes permaneceram sentados na bicicleta durante o tempo de um minuto, sendo encaminhados posteriormente para uma outra sala para aferição da Po. Barros (2002) classifica como sedentário o indivíduo que não pratica exercícios físicos regulares com a freqüência mínima de 3 vezes por semana, e indica a fórmula para o cálculo da freqüência cardíaca máxima (FC) para sedentários: FC= 208-0,7 x idade. A zona-alvo foi definida com o intervalo de 60% a 70% da FC máxima (10). A determinação e o monitoramento da intensidade dos exercícios foram monitorados nas respectivas zonas de trabalho (zona-alvo). Os indivíduos foram informados, que caso ocorresse algum desconforto, como mal-estar, tonturas, etc, os testes seriam interrompidos sem nenhum ônus para os mesmos. Após a acomodação do paciente na bicicleta e utilizando um freqüencímetro cardíaco para monitoramento da freqüência cardíaca (FC), a carga foi introduzida progressivamente até atingir o limite inferior de 60% da FC máxima, iniciando-se a contabilização do tempo de teste, 15 minutos. Cada paciente manteve-se na sua respectiva zona de trabalho durante este tempo, a qual compreendeu uma faixa de 60% a 70% da FC máxima calculada. O protocolo utilizado para o exercício físico de 60% a 70% da FC máxima, foi baseado no perfil dos participantes do estudo, sedentários com ou sem hipertensão arterial sistêmica, não praticante de exercício físico de forma regular no mínimo três vezes por semana em academias ou clubes.

Efeitos da leitura, exercício e exercício sob leitura na pressão intra-ocular de portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou 117 Houve recomendações prévias aos pacientes para que não ingerissem bebidas alcoólicas 24 horas antes dos testes, assim como vestuário apropriado para a prática dos exercícios físicos. Para este estudo, utilizou-se o sistema duplo-cego, onde a verificação da Po foi realizada sem o conhecimento do oftalmologista sobre o tipo de teste realizado naquele dia, sendo a verificação da mesma realizada em outro ambiente. A pressão intra-ocular foi aferida utilizando-se um tonômetro de aplanação Goldmann. Foi realizado o tratamento estatístico do grupo usando-se o teste ANOVA, teste t de Student, (pareado para avaliação intragrupos), em estudo experimental, duplo cego randomizado. O tratamento estatístico utilizado foi adequado ao número de participantes distribuídos em 5 grupos de 8, com um total de 40 indivíduos. Optou-se por um estudo de blocos inteiramente ao acaso. Caso as diferenças fossem significativas teria sido usado o teste Post-Hoc (Tukey) para saber em que teste houve essa diferença. O nível de significância estabelecido foi de p<0,05. A aferição da PA, assim como a determinação da FC de trabalho, variáveis descritivas, foram utilizadas como controle nos testes. O estudo teve como variáveis independentes a leitura e o exercício e dependente a pressão intra-ocular. RESULTADOS A idade dos indivíduos estudados variou de 40 a 72 anos com uma mediana de 54 anos, (a mediana foi utilizada por ser uma medida de centralização mais robusta do que a média). O estudo contou com 26 participantes do sexo feminino e 14 do sexo masculino. Foram realizadas seis análises de regressão com a Po inicial e final do olho direito (OD) e olho esquerdo (OE) em cada um dos tratamentos para os testes de leitura (T1), exercício (T2) e exercício sob leitura (T3). A finalidade foi confirmar a hipótese de que não há diferença na pressão intra-ocular devido à lateralidade do olho. Se a pressão independe da lateralidade, então os valores devem se distribuir como a bissetriz do primeiro quadrante, isto é, uma reta do tipo y= x. Todas as regressões confirmaram esta hipótese (p<1%). Após a realização do teste ANOVA, uma via, no qual se correlacionou cada grupo isoladamente com o grupo controle, foram obtidos os valores da Po, utilizando o nível de significância de 5%. Pelos resultados obtidos, não houve diferença significante entre a Po do olho direito e do olho esquerdo, onde foi utilizada então a média da Po para cada indivíduo. Realizou-se uma análise de variância de blocos inteiramente ao acaso, com os testes (T1, T2 e T3), pressão arterial (hipertensão sistêmica e normotensos), tipo de colírio (beta-bloqueador ou análogos de prostaglandina, prostamida ou controle) e fase dos testes (inicial e final). Foram realizados tratamentos para efetuar a análise de variância, onde os resultados demonstraram que não foi encontrada diferença significante entre os tipos de tratamentos. Os valores de média e desvio-padrão iniciais e finais nos testes (T1, T2 e T3) dos grupos encontram-se na tabela 1. Os resultados demonstraram que ao se comparar as médias iniciais de todos os grupos com as médias finais, observou-se uma diminuição da Po após o teste de leitura (T1), sem diferença significante entre os grupos. No teste de exercício (T2) observou-se também uma redução da Po final em relação a inicial em todos os grupos, sem haver diferenças entre os grupos de participantes. No teste de exercício sob leitura (T3) a Po final manteve igual a inicial no grupo G2 (hipertensos sistêmicos utilizando beta-bloqueador) e diminuiu em relação a inicial para os demais grupos (Tabela 1). A tabela 1 mostra os valores das médias e dos desviospadrão observado nas duas fases (inicial e final) para cada um dos testes efetuados (T1, T2 e T3), para cada um dos grupos estudados. Os gráficos 1, 2 e 3 mostram as médias em cada grupo, bem como o respectivo intervalo com um desvio padrão. DISCUSSÃO Estudos com indivíduos normais, demonstraram que a pressão intra-ocular diminuiu durante exercícios (11) e ao utilizar exercícios submáximos com cargas (12). Em pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto realizando caminhadas, a Po diminuiu (13) em relação às médias iniciais. As análises realizadas neste estudo demonstraram que não houve diferença significante da Po em relação à lateralidade do olho direito (OD) e olho esquerdo (OE) para os testes de leitura (T1), exercício (T2) e exercício sob leitura (T3) na Po inicial e final dos 5 grupos (p < 1%), sendo utilizada as médias das respectivas pressões iniciais e finais. Nos testes de leitura Tabela 1. Médias e desvios padrão inicial e final, por teste, em cada um dos grupos Grupo T1 T2 T3 Inicial Final Inicial Final Inicial Final Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP G1 14,25 2,27 13,50 2,58 14,25 1,91 12,75 1,73 13,31 2,02 12,88 2,25 G2 14,13 1,55 13,47 1,46 13,80 1,78 12,33 1,72 13,73 1,67 13,73 1,44 G3 13,69 2,36 12,56 1,41 13,13 2,25 13,00 2,71 13,69 2,27 13,31 1,66 G4 13,00 1,63 12,00 1,15 13,25 1,44 12,25 1,29 13,31 1,66 12,88 2,09 G5 12,88 2,22 12,31 2,41 12,56 2,39 12,13 2,33 12,38 2,06 12,00 2,19

118 Efeitos da leitura, exercício e exercício sob leitura na pressão intra-ocular de portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou Gráfico 1 - Valores das médias da Po (mmhg) iniciais e finais nos cinco grupos do teste T1 e respectivos intervalos de um desvio padrão Gráfico 2 - Valores das médias da Po (mmhg) iniciais e finais nos cinco grupos do teste T2 e respectivos intervalos de um desvio padrão Gráfico 3 - Valores das médias da Po (mmhg) iniciais e finais nos cinco grupos do teste T3 e respectivos intervalos de um desvio padrão (T1), exercício (T2) e exercício sob leitura (T3) não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos: G1, G2, G3, G4 e G5. A avaliação do comportamento da Po em indivíduos com hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e indivíduos normais mostra os respectivos resultados: hipertensos sem retinopatia (média Po= 16,10 mmhg), e hipertensos com retinopatia (média Po= 16,33 mmhg) e diabéticos e hipertensos com retinopatia (média Po= 16,95 mmhg), concluindo-se que o valor médio da Po é progressivamente mais elevado conforme o tempo de evolução da doença hipertensiva e quando associada à diabetes mellitus (9). Neste estudo ao ser comparado portadores de glaucoma ou hipertensão ocular com indivíduos normais observou-se o mesmo comportamento da Po em ambos os grupos. Provavelmente não houve alteração da Po inicial e final pelo fato de estarem usando um colírio antiglaucomatoso, portanto estavam na condição de normais. É possível que o comportamento da Po fosse diferenciado, caso tais pacientes portadores de glaucoma ou hipertensão ocular, não fizessem uso de colírio antiglaucomatoso. O presente estudo observou grupos sem e com hipertensão arterial sistêmica usuários de análogos de prostaglandinas, prostamidas, ou beta-bloqueadores em ambientes de leitura e exercício. Os resultados demonstraram que não houve diferença significante entre os tipos de testes de leitura (T1), exercício (T2) e exercício sob leitura (T3) nos diferentes grupos, não sendo a leitura e o exercício físico fatores que interferiram negativamente no tratamento de pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensos oculares com e sem hipertensão arterial sistêmica. Exercícios utilizando treinamento de força em homens e mulheres com Po normal fisicamente ativos, apresentaram uma redução moderada da Po, sendo recomendada cautela na generalização dos resultados com relação à recomendação de exercícios de força para pacientes com Po elevada. Indivíduos com glaucoma deverão realizar exercícios de intensidades moderadas (8). Na presente pesquisa, não houve diferença significante ao realizar os testes estabelecidos. Talvez se os exercícios fossem mais intensos, o resultado poderia ser diferente, ou seja, encontrar diminuição significante entre a Po inicial e final. Em contrapartida a leitura e o nível de concentração seriam prejudicados em função do nível de esforço requerido. O protocolo utilizado possibilitou que todos os participantes realizassem a leitura durante o exercício de forma tranqüila, o que um protocolo com um percentual mais elevado para o exercício poderia comprometer a qualidade de concentração e disposição para o teste. Os resultados do presente estudo mostram que as drogas que estavam sendo usadas para controlar a PA não influenciaram nos valores da Po ao realizar exercícios. Há ainda um desconhecimento sobre os mecanismos e definição mais precisa sobre a ação do glaucoma primário de ângulo aberto, sendo uma neuropatia com variações com relação a nível da Po. A associação do glaucoma com outras doenças requer uma atenção particular principalmente quando associada a hipertensão arterial sistêmica. A hipertensão necessita ser controlada, no entanto a redução abrupta pode gerar um impacto destruindo o nervo óptico (14). Na presente pesquisa não foi objetivo estudar o efeito hipotensor das drogas utilizadas para tratar a hipertensão arterial e o impacto destas sobre o nervo óptico. No entanto, seria interessante verificar se a prática de exercícios diários poderia afetar, a longo prazo, o nervo óptico em pacientes portadores de glau-

Efeitos da leitura, exercício e exercício sob leitura na pressão intra-ocular de portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou 119 coma primário de ângulo aberto e hipertensão arterial controlada através de medicamentos. Um estudo avaliando a Po e leitura, exercício e exercício sob leitura utilizando um protocolo de exercícios moderados com homens entre 18 e 35 anos fisicamente ativos e saudáveis e sem comprometimento ocular, avaliando a Po antes e após cada teste, demonstrou uma redução estatisticamente não significante da Po (15). Não foram encontrados na literatura pesquisada, estudos referentes à verificação de Po de pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensão ocular em ambientes de exercício sob leitura. Os resultados desta pesquisa demonstraram que usuários de análogos de prostaglandinas, prostamidas ou beta-bloqueadores com e sem hipertensão arterial sistêmica responderam da mesma maneira aos testes de leitura, exercício e exercício sob leitura, não sendo a diferença entre os grupos estatisticamente significativa. Não foi encontrado trabalhos na literatura pesquisada para comparação desses achados. A partir dos resultados do presente estudo, oftalmologistas poderão responder aos pacientes portadores de glaucoma ou hipertensão ocular sobre a prática de leitura e exercício individualmente ou concomitantemente. Os resultados demonstraram que estes, poderão ler e fazer exercícios caso a Po esteja controlada, assim como a PA nos casos de hipertensão arterial sistêmica. Com exceção do grupo G2 (hipertensos sistêmicos utilizando beta-bloqueador) para o teste específico de exercício sob leitura no qual a Po inicial foi igual a final, houve uma redução da Po final em todos os grupos nos três testes. CONCLUSÃO Sendo o glaucoma uma doença crônica, durante seu tratamento é necessário um acompanhamento e pesquisas que tornem este quadro mais esclarecedor. Segundo os resultados do presente estudo, ler e fazer exercícios físicos em bicicleta ergométrica, não são fatores de agravos à Po de indivíduos com glaucoma primário de ângulo aberto ou hipertensos oculares com e sem hipertensão arterial sistêmica. Sugerem-se novos estudos que observem o comportamento da Po de portadores de glaucoma primário de ângulo aberto praticando leitura enquanto realizam exercícios físicos. ABSTRACT Purpose: To check intraocular pressure (IOP) in individuals using prostaglandin, prostamide or beta-blocker analogues, who sustain either primary open angle glaucoma or ocular hypertension after reading, exercise or exercise combined with reading. Methods: 40 individuals (79 eyes), subdivided in to five groups: G1 (with arterial hypertension and either glaucoma or ocular hypertension, all users of prostaglandin or prostamide analogues); G2 (with arterial hypertension and either glaucoma or ocular hypertension, all users of beta-blockers); G3 (not sustaining arterial hypertension but suffering from either glaucoma or ocular hypertension, all users of prostaglandin or prostamide analogues); G4 (not sustaining arterial hypertension but suffering from either glaucoma or ocular hypertension, all users of beta-blockers) and G5 (not sustaining arterial hypertension and also not suffering from either glaucoma or ocular hypertension) had their intraocular pressure checked before and after undergoing reading, exercise, and exercise combined with reading. Each type of test was conducted in a different day, always in the afternoon. Results: No significant statistical difference has been noticed between the initial and final intraocular pressure mean in the different groups, when reading, performing exercises or exercises combined with reading. Conclusion: To read and to work out - either separately or jointly - does not pose an aggravating factor to the intraocular pressure of patients with primary open glaucoma or ocular hypertension, using prostaglandin, prostamide or beta-blocker analogues. Keywords: Glaucoma, open angle; Intraocular pressure/drug therapy; Reading; Exercise; Ocular hypertension; Prostaglandins/therapeutic use; Tonometry, ocular REFERÊNCIAS 1. Blake J, Horgan T, Carroll P, Stokes J, Fitzpatrick P. Effect of accommodation of the lens on ocular pressure. Ir J Med Sci. 1995 Oct-Dec;164(4): 269-70. 2. Cassidy L, Delaney Y, Fitzpatrick P, Blake J. Effect of accommodation on intraocular pressure in glaucomatous eyes. Ir J Med Sci. 1998;167(1):17-8. 3. Shapiro A, Wolf E, Ferber I, Merin S. The effect of physical activity on the intraocular pressure of glaucomatous patients. Eur J Appl Physiol Occup Physiol. 1983;52(1):136-8. 4. Qureshi IA. Effects of mild, moderate and severe exercise on intraocular pressure of sedentary subjects. Ann Hum Biol. 1995;22(6):545-53. 5. Kiuchi Y, Mishima HK, Hotehama Y, Furumoto A, Hirota A, Onari K. Exercise intensity determines the magnitude of IOP decrease after running. Jpn J Ophthalmol. 1994;38(2):191-5. 6. Raposo-Filho A. Variações da pressão intra-ocular em indivíduos submetidos ao teste cicloergométrico [tese]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina; 1992. 7. Chromiak JA, Abadie BR, Braswell RA, Koh YS, Chilek DR. Resistance training exercises acutely reduce intraocular pressure in physically active men and women. J Strength Cond Res. 2003;17(4):715-20. 8. Sakata K, Maia M, Matsumoto L, Oyamaguchi EK, Carvalho ACA, Knoblauch N, Oliveira Filho AG. Estudo do comportamento da pressão intra-ocular em pacientes diabéticos, hipertensos e normais (projeto Glaucoma). Arq Bras Oftalmol. 2000;63(3):219-22. 9. Hodapp E, Parrigh II RK, Anderson DR. Clinical decisions in glaucoma. St. Louis: C. V. Mosby; 1993. 10. Barros TL de. O Programa das 10 Semanas. Uma proposta para trocar gordura por músculos e saúde. São Paulo: Manole; 2002. 41p. 11. Myers KJ. The effect of aerobic exercise on intraocular pressure. Invest Ophthalmol. 1974;13(1):74-6. 12. Shapiro A, Shoenfeld Y, Shapiro Y. The effect of standardized submaximal work load on intraocular pressure. Br J Ophtalmol. 1978;62(10):679-81. 13. Leighton DA. Effect of walking on the ocular tension in open-angle glaucoma. Br J Ophthalmol. 1972;56(2):126-30. 14. Lecture D. Glaucoma: facts and facies. R Coll Ophtalmol. 1996;10:295-301. 15. Medina AMC, Bezerra AJC. Verificação da pressão intra-ocular em indivíduos submetidos a exercício cicloergométrico sob leitura. Rev Bras Ciên Mov. 2001; 9(4):33-9.