MACROECONOMIA ESTRUTURALISTA DO DESENVOLVIMENTO PROFESSOR JOSÉ LUIS OREIRO 1. OBJETIVO: A disciplina de macroeconomia estruturalista do desenvolvimento tem por objetivo fazer uma ponte entre a política macroeconômica, notadamente a política cambial, com o crescimento econômico de longo-prazo. Esse esforço de integração entre os aspectos de curto e de longo-prazo da macroeconomia é viabilizado por intermédio da assim chamada teoria do crescimento puxado pela demanda agregada, segundo a qual o crescimento de longo-prazo é limitado/determinado pela expansão da demanda efetiva, considerando-se a capacidade produtiva e a tecnologia como variáveis endógenas ao processo de desenvolvimento econômico. No que se refere a política macroeconômica, a disciplina irá focar o papel dos controles de capitais e da administração da taxa de câmbio na promoção de um crescimento econômico robusto no longo-prazo. 2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: INTRODUÇÃO: A Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento e o Novo-Desenvolvimentismo (1 aula) Leituras: Bresser-Pereira e Gala (2012); Bresser-Pereira, Oreiro e Marconi (2013), Dutt e Ros (2003, cap.1). MÓDULO I: Demanda Efetiva, Balanço de Pagamentos e Crescimento de Longo-Prazo (6 aulas). I.1 - Demanda efetiva e crescimento de longo-prazo: a contribuição de Kaldor. I.2 - A endogenidade da taxa natural de crescimento: teoria e evidência empírica. I.3 - Regimes de Crescimento, distribuição de renda e política macroeconômica I.4 - Crescimento puxado pelas exportações: o modelo Dixon-Thirwall (1975). I.5 - Crescimento com restrição de balanço de pagamentos: o modelo de Thirwall (1979) e seus desdobramentos I.6 - Termos de troca, comércio internacional e desenvolvimento desigual: o modelo de Dutt (2003). I.7 Taxa real de câmbio, distribuição de renda e crescimento de longo-prazo. 1
Leituras: Thirwall (2002, caps. 2, 4 e 5); McCombie e Thirwall (1999); McCombie e Roberts (2002); McCombie (1983); Ledesma e Thirwall (2002), McCombie e Rider (1984); Moreno-Brid (1998-99); Atesoglu (2002); Setterfield (1997, cap.3); Oreiro (2012), Oreiro e Araujo (2013); Araujo e Gala (2012); Gala (2008); Dutt (2003); Dixon e Thirwall (1975); Kaldor (1988); Oreiro, Nakabashi e Souza (2010), Bhaduri e Marglin (1990), MÓDULO II Fluxos de Capitais, Fragilidade Externa e Crises Financeiras (4 aulas). II.1 - Fragilidade Financeira Externa: o modelo de Foley (2003) II.2 - Endividamento Externo, acumulação de capital e performance macroeconômica: teoria e evidência empírica para os países emergentes II.3 - Liberalização da conta de capitais, crescimento e distribuição de renda: teoria e evidência empírica. II.4- Poupança externa, demanda efetiva e crescimento econômico II.5 - Liberalização da conta de capitais e a performance macroeconômica da América Latina. II.6 - As origens das crises financeiras e a necessidade dos controles de capitais. II.7 - A teoria econômica dos controles de capitais. Leituras: Foley (2003), Oreiro e Rocha (2013), Bresser-Pereira e Nakano (2003), Bresser-Pereira e Gala (2008), Kang-Kook Lee e Jayadev (2005), Frenkel (2002), Palma (2002), Ono et alli (2006), Oreiro (2006). MÓDULO III Estrutura Produtiva, Capacitação Tecnológica e Crescimento (4 aulas). III.1 - Industrialização e crescimento econômico: as leis de Kaldor. III.2 Hiato Tecnológico, restrição de balanço de pagamentos e desenvolvimento desigual: o modelo de Verspagen (1993). III.3 - Industrialização, hiato tecnológico e desenvolvimento desigual: o modelo de Botta (2009) III.4 Taxa real de câmbio, mudança estrutural e restrição de balanço de pagamentos: a endogenidade das elasticidades do modelo de Thirwall. III.5 - Desindustrialização e doença holandesa : teoria e evidências para o caso brasileiro. Leituras: Nassif (2008), Thirwall (2002, cap.3), Botta (2009), McCombie e Roberts (2002), Ferrari, Freitas e Barbosa-Filho (2013); Cimoli et al (2006), McCombie (1983), Rowthorn e Ramaswany (1999), Verpagen (1993), Tregenna (2009), Palma (2005), Bresser-Pereira (2009, cap.5), Oreiro (2010), Soares, Teixeira e Oreiro (2013), Bresser- Pereira e Marconi (2008). 2
3 AVALIAÇÃO: A avaliação do corpo discente consistirá em três listas de questões para discussão, feitas em casa, individualmente, com um peso de 30% na média final; e um artigo de 20 páginas, sobre qualquer um dos temas apresentados na disciplina, com um peso de 70% na média final. O artigo deverá ser entregue até o dia 15 de julho. As listas deverão ser entregues ao professor num prazo de duas semanas após a divulgação das mesmas. 4 BIBLIOGRAFIA. ARAUJO. E; GALA, P. (2012) Regimes de Crescimento Econômico no Brasil: evidências empíricas e implicações de política. Estudos Avançados, Vol. 26, N.75. ATESOGLU, H.S. (2002). Growth and Fluctuations in the USA: a demand oriented approach In: SETTERFIELD, M. (Org.). The Economics of Demand Led-Growth. Edward Elgar: Aldershot. BHADURI, A.; MARGLIN, S. (1990). Unemployment and the real wage: the economic basis for contesting political ideologies. Cambridge Journal of Economics, 14: 375-393. BOTTA, A. (2009). A Structuralist North-South Model on Structural Change, Economic Growth and Caching-Up. Structural Change and Economic Dynamics, Vol. 20. BRESSER-PEREIRA, L.C. (2009). Globalização e Competição. Campus: Rio de Janeiro. BRESSER-PEREIRA, L.C; NAKANO, Y. (2003). Crescimento Econômico com poupança externa?. Revista de Economia Política, Vol. 23, N.2. BRESSER-PEREIRA, L.C; GALA, P. (2008). Foreign savings, insufficiency of demand and low growth. Journal of Post Keynesian Economics, Vol. 30, N.3. BRESSER-PEREIRA, L.C; MARCONI, N. (2008). Existe doença holandesa no Brasil?. Anais do IV Fórum de Economia de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas: São Paulo. BRESSER-PEREIRA, L.C; GALA, P. (2012). Novo-Desenvolvimentismo e Apontamentos para uma Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento In: OREIRO, J.L; PAULA, L.F; BASILIO, F. (orgs). Macroeconomia do Desenvolvimento: ensaios sobre restrição externa, financiamento e política macroeconômica. Editora Universitária UFPE, Recife. BRESSER-PEREIRA, L.C; OREIRO, J.L; MARCONI, N. (2013). A Theoretical Framework for Structuralist Development Macroeconomics. Anais do 41 Encontro Nacional de Economia, Foz do Iguaçu. 3
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