Aula 10 04/04/2012 Exercícios de Revisão para a prova 11/04/2012 1ª V.A Aula 11 18/04/2012 2.5.2 Difamação art. 139 a) Objeto jurídico honra objetiva. b) Tipo Objetivo Difamar é o ato imputar a alguém fato ofensivo à sua reputação (fama). Imputar atribuir. A imputação tem que ser determinada e verossímil. Exige a descrição do fato ofensivo à reputação. Exemplo, chamar alguém de vagabundo é injúria, ao contrário que dizer que essa pessoa faltou determinado dia ao trabalho para ficar no bar consumindo bebidas alcoólicas, visando ofender-lhe a honra, é crime de difamação. Crime de forma livre; É irrelevante ser o fato narrado verdadeiro ou falso. c) Tipo Subjetivo dolo específico. d) Sujeito ativo qualquer pessoa. Quem propaga ou divulga a difamação também é sujeito ativo. Exceto aqueles que tem imunidade, por exemplo, os parlamentares e os advogados no desempenho de suas atividades (art. 7º, 2º do Estatuto da OAB). e) Sujeito passivo qualquer pessoa, desde que determinada. Não há difamação contra os mortos, exceto quando reflexamente se pretenda atingir os vivos. Também podem ser sujeitos passivo do crime os menores e os doentes mentais. Admite-se também que a pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de difamação. f) Consumação quando terceiro toma conhecimento da imputação.
g) Tentativa não se admite, exceto quando puder fracionar o inter criminis, como nos casos de difamação escrita. h) Exceção da verdade somente será cabível quando a difamação for contra funcionário público no exercício de suas funções, admite-se esta para fim de apuração de medida administrativa. Principais semelhanças da difamação com a calúnia: - em ambas exige-se a reputação de um fato determinado; - ambos delitos atingem a honra objetiva e por tal razão só se consumam quando 3ª pessoa toma conhecimento da imputação. Principais diferenças: CALÚNIA O fato imputado é definido como crime; Só existe se a imputação for falsa DIFAMAÇÃO Ocorre a imputação de qualquer outra espécie de fato desonroso Existe ainda que a imputação seja verdadeira 2.5.3 Injúria art. 140 a) Objeto jurídico honra subjetiva, ou seja, a opinião que a pessoa tem de si, de seus atributos físicos, morais e intelectuais. b) Tipo objetivo a injúria se dá com a ofensa a outrem atingindo-lhe em sua dignidade ou decoro. Dignidade: sentimento de honorabilidade ou valor moral, exemplos: desonesto, corrupto, egoísta, canalha. Decoro: refere-se à consciência de nossa respeitabilidade pessoal, exemplos: lesado mental, anta, imbecil. Dignidade ou decoro ofensa à dignidade se refere a atributos morais, como por exemplo, chamar alguém de safado, canalha, corrupto, prostituta (sem narrar fato concreto). Ofensa ao decoro é aquela que se refere aos atributos físicos ou intelectuais da vítima. Pode se dar por ação ou omissão (quando que, de maneira ostensiva, se recusa a cumprimentar quem lhe estendeu a mão). É crime de forma livre: exemplos: Imitar som de gases intestinais durante a fala de um orador; Entregar milho a alguém e dizer: coma;
Mimetizar o ornejo de asno; Espécies de injúria: A injúria pode ser imediata ou mediata; direta ou indireta (reflexa); oblíqua; explícita e equívoca. Imediata quando praticada pelo próprio agente. Mediata quando se usa algum meio para cometê-la, exemplo, criança ou papagaio. Direta atinge a vítima unicamente. Indireta ou reflexa além da pessoa a que se dirige a ofensa, atinge terceiro, por exemplo, chamar alguém de CORNO. Oblíqua quando atinge pessoa diversa do ofendido, mas que lhe é muito querida, exemplo: seu filho é um vagabundo. Explícita é a que não da margem à dúvida quanto à ofensa. Equívoca a que contém dois sentidos, não sendo clara a intenção do agente (chamar uma mulher de cara). Distinção com outros crimes Desacato (art. 331) exige que o funcionário público esteja presente no ato do desacato. Ultrage a culto (art. 208) exige que a ofensa seja contra o sentimento religioso e que ainda seja praticado publicamente. c) Tipo Subjetivo dolo específico. d) Sujeito ativo mesmo que calúnia e difamação. e) Sujeito passivo mesmo que calúnia e difamação. Os mortos e pessoas jurídicas não possuem honra subjetiva e por isso não podem ser sujeito passivo. Menores de idade e deficientes mentais podem ser sujeito passivos de injúria, desde que tenham capacidade de entender o significado, pois só assim sua honra subjetiva pode ser ofendida. f) Consumação ocorre quando o ofendido toma conhecimento da imputação. g) Tentativa de regra, não se admite, exceto quando na forma escrita. h) Curiosidades Exceção da Verdade não é cabível na injúria. Art. 141, 1º - Perdão Judicial poderá ocorrer quando houver provocação e retorsão. Nesses casos não será faculdade do juiz e sim dever de conceder o perdão judicial. Art. 141, 2º - Injúria Real ocorre quando a ofensa à honra da vítima é feita por meio de violência ou vias de fato, por exemplo, quando alguém dá um tapa da cara de outro, quando cospe na face etc. Art. 141, 3º - Injúria qualificada pelo preconceito Raça divisão dos seres humanos segundo critérios político-sociais de deficiência. Exemplo: Raças arianas, judia, negra, branca. Chamar alguém, com intenção de injuriar, chamar outro de judeuzinho.
Nestes a ação será pública condicionada à representação do ofendido. Diferença com o racismo: na injúria qualificada pelo preconceito há a ofensa por expressões ofensivas (atinge a autoestima da vítima), já no racismo o agente nega exercício de algum direito ao ofendido por motivo de raça, cor, religião, etnia, ou procedência nacional ou ainda, quando incita o preconceito (Lei 7.716/89). Ou seja, na injúria é ofensa a determinada pessoa, já no racismo é contra um grupo de pessoas. Art. 141 - Causas de aumento de pena a) Contra Presidente da República e Chefes de governo estrangeiro o aumento de pena se dá em proteção à pessoa ofendida, mas principalmente à dignidade de seu cargo, indiretamente ao país que represente. Na lei de segurança nacional (7.170/83) há a tipificação a ofensa à honra destes ofendidos, mas exige-se que a conduta seja dirigida com o objetivo de atingir a segurança nacional. b) Contra funcionário público em razão de suas funções protege-se a dignidade da função exercida. A ação será pública condicionada à representação, podendo o ofendido, optar pela ação penal privada, conforme a súmula 714 do STF. c) Quando praticado na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação do crime a doutrina diz que deve ser no mínimo três pessoas, não se incluindo a vítima e pessoas incapazes de entender o ato. d) Contra maior de 60 anos ou pessoa portadora de deficiência e) Mediante paga ou promessa de recompensa. Art. 142 Imunidades Na CF há outras imunidades, como as de deputados federais e senadores, a qual abrange qualquer infração penal, porém, desde que seja imprescindível a relação com a atividade. Da mesma forma, gozam de imunidades os deputados estaduais e vereadores nos limites de suas circunscrições. Tais imunidades não abrangem a calúnia. Quanto ao inciso I é necessário que as ofensas tenham estrita vinculação com a discussão da causa. O advogado, por força do Estatuto da OAB, possui imunidade no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, o que também se aplica aos membros do MP. Art. 143 Retratação exiges-se que seja durante a ação penal e antes da sentença de primeira instância. Art. 145 Ação Penal Regra: a ação é privada.
Exceções: 1. Se a ofensa for contra Presidente da República ou contra Chefe de Governo estrangeiro a ação é pública condicionada a requisição do Ministro da Justiça. 2. Se a ofensa for contra funcionário público e referente ao desempenho de suas funções, a ação é pública condicionada à representação. Entende-se que nessa hipótese o legislador estabeleceu que a ação é pública para que o funcionário público ofendido não tenha que arcar com as despesas processuais. Acontece que o STF abriu mão dessa prerrogativa e ingressar com a ação privada e é por isso que a Súmula 714 do STF diz que nesses casos a legitimidade é concorrente, ou seja, do MP, mediante representação ou do ofendido. 3. Se da injúria real resulta lesão corporal, a ação é pública incondicionada. A finalidade do dispositivo é que a espécie de ação penal fosse a mesma para o delito, de modo que após o advento da lei 9.099/95, passou a ser feita a seguinte destinção: Se a lesão causada for leve, ambos os delitos dependem de representação; Se a lesão for grave, a ação será incondicionada para os dois crimes.