DADOS ESTATÍSTICOS DA CADEIA DA ERVA-MATE e ASPECTOS DA CADEIA DA ERVA-MATE
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de erva-mate com produção de 425.641 toneladas/ano e com U$ 54.800.000,00 de valor exportado em 2011. O Estado do Rio Grande do Sul responde por 61,2% da produção nacional de erva-mate, superando o Paraná, enquanto o Mato Grosso do Sul teve sua produção reduzida à metade entre os anos de 2.000 e 2.010. A exploração da erva-mate no Estado de Mato Grosso do Sul, até meados da década de oitenta, era feita exclusivamente através do extrativismo (a partir de plantas nativas), especialmente no Sul do Estado, em vastas áreas espontaneamente ocupadas, com destaque para a região da Fronteira Brasil/Paraguai. No entanto, com a chegada de imigrantes oriundos da região Sul do Brasil, vindos motivados pelos incentivos oferecidos pelas políticas agrícolas vigentes na época, denominada revolução verde, estes campos nativos deram lugar às culturas de arroz, milho, soja, aveia, bovinocultura de corte e outras. Esse dado com certeza contribuiu para o declínio dessa importante atividade econômica regional. A ERVA-MATE NO SÉCULO 21 Jorge Mazuchowski, engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR) especialista no cultivo de erva-mate, aponta que o produto tem um mercado internacional promissor, porém pouco explorado. Atualmente o mercado mundial dos chás é dominado pela Camellia sinensis, o chá inglês, que em sua maioria é produzido na Ásia, continente que também é o maior consumidor da bebida.
O Brasil teria um mercado consumidor gigantesco lá fora, contudo, a sazonalidade da erva-mate e a sua produção em pequena escala impedem que o produto consiga competir com o chá inglês no abastecimento contínuo do mercado externo. A atual preferência mundial por produtos naturais oferece à erva-mate a chance de cair no paladar de novos mercados consumidores; especialmente por a planta ser estimulante, o que a torna uma alternativa aos energéticos industrializados e às bebidas à base de cola. OUTROS USOS DA ERVA-MATE A utilização da erva-mate vai muito além de mera bebida. A obtenção do extrato da planta abriu um leque de novas possibilidades para o uso da planta que pode ser matéria-prima para medicamentos; cosméticos; perfumaria; corantes e tinturas; bebidas (refrigerante, cerveja, vinho, licor e energético); sorvetes e doces; suplementos alimentares. Seu uso nessa diversidade de produtos é possível devido às suas diversas propriedades: estimulante, antioxidante, cicatrizante, digestiva e diurética. A Alemanha inovou ao patentear o extrato da erva para a tinta de cabelo, com o intuito de fugir dos amoníacos que queimam o couro cabeludo; oportunidade de mercado que o Brasil perdeu. ERVA-MATE, ECONOMIA E MEIO AMBIENTE Os representantes do setor revelam que a atividade proporciona geração de empregos e renda para comunidades indígenas e pequenos proprietários rurais como nenhuma outra. Além de ser incluída recentemente no Programa mais alimentos, beneficiando assim a agricultura familiar, estima-se que em um hectare de erva-mate - onde é possível plantar 2.500 mudas - são gerados 15 postos de trabalho, e ainda, produzir até 25 mil quilos de folhas. No Mato Grosso do Sul a produção da atividade ervateira ainda pode ser consorciada com o gado, lavoura e outras atividades, além de contar como reserva legal e permanente, gerando um ótimo rendimento, sem contar que a planta é uma árvore perene que exige poucos cuidados ao longo de sua existência, que pode ser de até 50 anos. Neste sentido, a erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.) se apresenta como alternativa, pois é árvore nativa da região sul do Estado e seu uso faz parte da cultura do povo (tereré, chás, cozidos, etc), e é, até os dias de hoje, produzida sem a utilização de agroquímicos. A baixa exigência quanto a fertilidade natural dos solos e facilidades de manejo torna a cultura uma opção aos agricultores familiares e assentados rurais que exploram suas unidades de produção preferencialmente na região sul do Estado de Mato Grosso do Sul.
A indústria que mais se destaca no setor produtivo da erva-mate no Estado de Mato Grosso do Sul é a Santo Antônio Indústria e Comércio, Importação e Exportação de Produtos e Alimentos Ltda., com ervais e a primeira fase de industrialização localizados no Município de Aral Moreira e a fase final em Ponta Porá. Esta empresa gera aproximadamente 200 empregos diretos. Existem também outras indústrias de pequeno e médio porte nos municípios de Amambaí, Dourados, Iguatemi, Tacuru, Naviraí e Campo Grande. Os principais produtores e industriais de Mato Grosso do Sul estão congregados ao Sindicato das Indústrias de Erva Mate e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul SINDIMATE-MS. Nos outros Estados produtores existem vários sindicatos, todos afiliados e coordenados pela Comissão Nacional da Cadeia Produtiva da Erva-Mate CONAMATE. A comercialização é feita através de representantes que visitam os supermercados, atacadistas, feiras e todo o comércio varejista das principais cidades do Centro-Oeste, São Paulo e Norte do Brasil. APOIOS DA SUDECO/MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO À CADEIA DA ERVA- MATE NO MATO GROSSO DO SUL Convênio Governo do Estado/SEPROTUR Ano: 2005 Objeto: DIAGNÓSTICO E DESENVOLVIMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DA ERVA-MATE NA REGIÃO DE FRONTEIRA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL Valor: R$ 132.000,00 Convênio Município de Maracaju Ano: 2009 Objeto: DESENVOLVIMENTO DO ARANJO PRODUTIVO LOCAL-APL DA ERVA-MATE NO DISTRITO DE VISTA ALEGRE E NO ASSENTAMENTO CANTA GALO.POR MEIO DE AQUISIÇÃO DE MUDAS,EQUIPAMENTOS E ASSISTENCIA TECNICA. Valor: R$ 900.000,00 Convênio Município de Maracaju Ano: 2010 Objeto: : CONTRATAÇÃO DE EMPRESA DE AGRONOMIA PARA CONTINUIDADE NA ASSISTENCIA TÉCNICA NO ARANJO PRODUTIVO LOCAL APL DA ERVA MATE,NO ASSENTAMENTO CANTA GALO E DISTRITO DE VISTA ALEGRE Valor: R$ 204.150,00