Eficiência da ETE Doutor Hélio Seixo de Brito nos meses de março e abril de 2007



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Transcrição:

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE GOIÁS Anna Paula Gonçalves de Menêzes Maysa de Bessa Pacheco Saad Hayashida Priscila Pires Lopes Eficiência da ETE Doutor Hélio Seixo de Brito nos meses de março e abril de 2007 GOIÂNIA 2008

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE GOIÁS Anna Paula Gonçalves de Menezes Priscila Pires Lopes Maysa de Bessa Pacheco Saad Hayashida Eficiência da ETE Doutor Hélio Seixo de Brito nos meses de março e abril de 2007 Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do grau de Tecnólogo em Gestão Ambiental no Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás Goiânia, sob a orientação da Professora M.Sc. Sandra Maria Santos de Vasconcelos. GOIÂNIA 2008 2

Anna Paula Gonçalves de Menêzes Maysa de Bessa Pacheco Saad Hayashida Priscila Pires Lopes Eficiência da ETE Doutor Hélio Seixo de Brito nos meses de março e abril de 2007. Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em:02/07/08. Nome Nome Nome GOIÂNIA 2008 3

Agradecimentos Á Deus por renovar a nossa fé e deixar que continuássemos remando. Aos nossos pais, familiares e amigos pelo carinho e apoio. A Gabriela por seu amor e paciência. A Professora Sandra Maria pelo incentivo, determinação e profissionalismo. A supervisora e bióloga dos laboratórios Maura e ao supervisor e engenheiro civil da operação Fausto, ambos da ETE Dr. Hélio Seixo de Brito, pelo auxílio e disponibilização dos dados para realização do trabalho, e a todos que contribuíram nesse início de caminhada. 4

Quando não houver saída Quando não houver mais solução Ainda há de haver saída Nenhuma idéia vale uma vida Quando não houver esperança Quando não restar nem ilusão Ainda há de haver esperança Em cada um de nós, algo de uma criança Enquanto houver sol, enquanto houver sol Ainda haverá Enquanto houver sol, enquanto houver sol (Enquanto houver sol Titãs) 5

Resumo A falta de tratamento do esgoto sanitário é considerado um grande problema para a população brasileira tanto no aspecto da saúde como no meio ambiente e na melhoria da qualidade de vida. Os altos custos dos sistemas tradicionais de tratamento e políticas públicas ineficientes são apontadas como barreiras para resolver esta situação. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a eficiência da Estação de Tratamento de Esgoto Dr. Hélio Seixo de Brito localizada na cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás, nos meses de março e abril do ano de 2007. Os parâmetros escolhidos a serem analisados foram a Demanda Química de Oxigênio, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Sólidos Suspensos Totais e Temperatura. Foram utilizadas como ferramentas análises estatísticas, gráficos e cruzamentos de dados para auxiliar na obtenção dos resultados. Estes foram devidamente analisados e enquadrados na legislação e conselho vigente levando-se em consideração as metas do projeto matriz. Dessa forma a ETE Dr. Hélio Seixo de Brito se confirma no decorrer do trabalho como uma ETE de caráter expressivo no estado de Goiás, visto que o tratamento feito tem valor significativo e relevante, pois se aproxima dos padrões de lançamento aceitáveis pela legislação vigente e atende aos níveis propostos no projeto de criação da estação. Palavras-chave: Estação de Tratamento de Esgoto; Demanda Química de Oxigênio, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Sólidos Suspensos Totais e Temperatura. 6

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Fluxograma do Processo de Tratamento do Esgoto 14 Figura 2 Dendrograma de dissimilaridade obtido com base na média dos 18 parâmetros analisados em casa semana (1S, 2S, 3S, 4S e 5S) no efluente (E) e afluente (A) na ETE Goiânia, dos meses de março e abril de 2007. Figura 3 - Valores de DBO 5 do afluente (AFL) e efluente (EFL) da ETE 20 Goiânia no mês de março de 2007, e referência LEI N 8544. Figura 4 - Valores de DBO 5 do afluente (AFL) e efluente (EFL) da 20 ETE Goiânia no mês de abril de 2007, e referência da LEI N 8544. Figura 5 - Percentual de remoção de DBO 5 da ETE Goiânia nos meses 21 de março e abril de 2007, e referência da LEI N 8544. Figura 6 - Valores de sólidos suspensos totais do afluente (AFL) e 22 efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de março de 2007, e valor referência medida de posição (média aritmética). Figura 7 - Valores de sólidos suspensos totais do afluente (AFL) e 22 efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de abril de 2007, e valor referência medida de posição (média aritmética). Figura 8 - Valores de demanda química de oxigênio do afluente 23 (AFL) e efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de março de 2007, e valor *referência adotada conforme Braile & Cavalcanti, (1979). Figura 9 - Valores de demanda química de oxigênio do afluente 23 (AFL) e efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de abril de 2007, e valor *referencia adotada conforme Braile & Cavalcanti, (1979). Figura 10 - Regressão linear entre DBO 5 e SST da ETE Goiânia baseados 26 nos valores referentes aos meses de março e abril de 2007. 7

LISTA DE TABELAS Tabela A - Dados de posição e dispersão dos parâmetros estudados 19 (TEG-temperatura do esgoto DBO 5 - demanda bioquímica de oxigênio; DQO-demanda química de oxigênio e SST-sólidos suspensos totais) nos meses de março e abril de 2007, do afluente e efluente da ETE Goiânia e eficiência de remoção. Tabela B - Coeficiente de correlação Pearson com base nas variáveis 24 analisadas no afluente e efluente ETE Goiânia nos meses de março e abril do ano de 2007. Tabela C - Tabela de Rugg para aquilatar os valores do coeficiente 25 de correlação de Pearson. 8

SUMÁRIO INTRODUÇÃO...10 II OBJETIVOS...12 1. OBJETIVO GERAL...12 2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...12 III MATERIAIS E MÉTODOS...13 1. ÁREA DE ESTUDO...13 2. ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM...14 3. COLETA DAS AMOSTRAS AMOSTRAGEM...14 IV. VARIÁVEIS ANALISADAS...15 1. PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS...15 V ANÁLISE ESTATÍSTICA...17 VI RESULTADO E DISCUSSÃO...18 CONCLUSÃO...27 REFERÊNCIAS...28 9

1 INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta a análise da eficiência do tratamento dando pela ETE Dr. Hélio Seixo de Brito ao esgoto de Goiânia, tendo como base os dados dos meses de março e abril do ano de 2007. O primeiro passo para a confecção do trabalho foi o recolhimento dos dados cedidos pela supervisora e bióloga dos laboratórios Maura e pelo supervisor e engenheiro civil da operação Fausto, ambos da ETE Dr. Hélio Seixo de Brito, a quem também devemos os méritos por este trabalho. Foi realizado posteriormente o levantamento bibliográfico das teorias que tratam do tema, por meio de consultas de obras de diversos autores, em seguida utilizando o meio estatístico foi realizada a construção de gráficos, figuras e tabelas, com isso pode-se analisar melhor a eficiência da ETE nos meses estudados. Registra-se que o assunto tratado neste trabalho é passível de discussão, devido à sua e relevância para a população Goianiense, uma vez que o esgoto está intimamente ligado à questão da saúde e do bem estar da população. Apresenta-se também nesta introdução algumas informações obtidas através das consultas bibliográficas que também foi o que nos motivou na construção deste trabalho. Esgoto é o termo usado quase que apenas para caracterizar os despejos provenientes das diversas modalidades do uso das águas, tais como as de uso doméstico, comercial, industrial, de utilidades públicas, de áreas agrícolas, de superfície, de infiltração, pluviais e outros efluentes sanitários. Os esgotos costumam ser classificados em dois grupos principais: os esgotos sanitários e os industriais. Os primeiros são constituídos essencialmente de despejos domésticos, uma parcela de águas pluviais, água de infiltrações, e eventualmente uma parcela de águas não significativa de despejos industriais, tendo características bem definidas. Os esgotos domésticos ou domiciliares provem principalmente de residências, edifícios comerciais, instituições ou quaisquer edificações que contenham instalações de banheiros, lavanderias, cozinhas, ou qualquer dispositivo de utilização de água para fins domésticos. Compõe-se essencialmente da água de banho, 10

urina, fezes, papel, restos de comidas, sabão, detergentes, águas de lavagem (JORDÃO & PESSOA, 1995). Os sistemas de esgotos encaminham seus efluentes, direta ou indiretamente, para os corpos d água receptores, formados pelos conjuntos das águas de superfície ou de subsolo. A capacidade receptora destas águas, em harmonia com sua utilização, estabelece o grau de condicionamento a que deverá ser submetido o efluente sanitário, de modo que o corpo d água receptor não sofra alterações nos parâmetros de qualidade fixados para a região afetada pelo lançamento. Os condicionamentos aplicados aos esgotos são comumente denominados de processos de tratamento lavagem (JORDÃO & PESSOA, 1995). Uma estação de tratamento de esgoto (ETE) pode ser vista como uma planta industrial que tem como matéria prima o esgoto bruto e, como produto final o esgoto tratado, ou seja, um efluente atendendo aos padrões exigidos pela legislação que pode ser lançado ao meio ambiente, neste caso em um corpo receptor. A ETE é uma estrutura projetada para que, através de processos físicos, químicos e/ou biológicos, intensifiquem-se as condições de depuração que ocorrem na natureza, acelerando-os e permitindo o lançamento ao meio ambiente de um efluente já consideravelmente depurado. Este processo ocorre, neste caso, em área delimitada, na qual pode-se supervisionar e exercer controle sobre o sistema de depuração. Quanto mais refinados os sistemas de controle maior a possibilidade de se assegurar um tratamento adequado e sistemático do esgoto produzido pelas atividades humanas (ROVERE, 1992). Em média, a composição do esgoto sanitário é de 99,9% de água e apenas 0,1% de sólidos, sendo que cerca de 75% desses sólidos, são constituídos de matéria orgânica em processo de decomposição. Nesses sólidos, proliferam microrganismos, podendo ocorrer organismos patogênicos, dependendo da saúde da população contribuinte. Esses microrganismos são oriundos das fezes humanas. Podem ainda ocorrer poluentes tóxicos, em especial fenóis e os chamados metais pesados, da mistura com efluentes industriais. Quando o esgoto sanitário, coletado nas redes é lançado in natura nos corpos d águas, isto é, sem receber um prévio tratamento, dependendo da relação entre as vazões do esgoto lançado e do corpo receptor, pode-se esperar, na maioria das vezes, sérios prejuízos à 11

qualidade dessa água. Além do aspecto visual desagradável, pode haver um declínio dos níveis de oxigênio dissolvido, afetando a sobrevivência dos seres de vida aquática; exalação de gases mal cheirosos e possibilidade de contaminação de animais e seres humanos pelo consumo ou contato com essa água. Com o crescimento populacional, ocorre um e aumento no volume de esgotos coletado, tornando-se necessário o tratamento de esgoto sanitário antes de ser lançado no rio, evitando assim a grande contaminação de nossas águas (NUVOLARI, 2003). Há um indicador de referência para o qual, a cada R$1,00 aplicado em obras de saneamento, e neste caso a coleta e tratamento dos esgotos de uma cidade, são economizados R$ 5,00 em serviços hospitalares (SANEAGO, 05 DE JUNHO DE 2008). Com a implantação da ETE numa cidade, esta passa a ocupar posição privilegiada no cenário nacional, uma vez que, conforme dados do Ministério das Cidades - ano 2001, através do sistema nacional de informações sobre saneamento SNIS-, apenas 25,6% do volume dos esgotos gerados no país são tratados. (SANEAGO, 05 DE JUNHO DE 2008). Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) resolução nº 357/2005, os efluentes de qualquer fonte poluidora, somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento e desde que obedeçam as condições, padrões e exigências dispostos nessa resolução (BRASIL, 2005). Em Goiânia existem quatro estações de tratamento de esgoto que recebem contribuição de cerca de 900.000 habitantes (SANEAGO, 2007). Na região Leste estão situados a ETE Aruanã e a ETE Parque Ateneu, no Campus II da UFG está localizada a ETE Samambaia, e a ETE Helio Seixo de Brito - mais conhecida como ETE Goiânia - localizada no setor Goiânia II, que é o objeto do presente trabalho. II - OBJETIVOS 1. OBJETIVO GERAL O presente trabalho busca avaliar a eficiência do tratamento de esgoto, do tipo tratamento primário quimicamente assistido, da Estação de Tratamento de Esgoto Dr. Hélio 12

Seixo de Brito e verificar se os parâmetros atendem aos padrões de lançamento aceitáveis pela legislação. 2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analisar parâmetros físico-químicos nos meses de março e abril do ano de 2007 da ETE Dr. Hélio Seixo de Brito localizada em Goiânia, estado de Goiás, região central do Brasil. Verificar se os parâmetros atendem aos padrões de lançamento aceitáveis pela legislação vigente no país. Verificar se os parâmetros atendem o proposto pelo projeto. III - MATERIAIS E MÉTODOS 1. ÁREA DE ESTUDO A Estação de Tratamento de Esgoto Dr. Hélio Seixo de Brito, inaugurada em 2004, localizada em Goiânia, estado de Goiás, trata o esgoto pelo processo de tratamento primário quimicamente assistido, modelo pouco utilizado no Brasil. O tratamento visa apenas à remoção de materiais grosseiros, areia, uma redução de 50% no índice de carga orgânica e 80% dos sólidos suspensos totais. A ETE Goiânia faz o tratamento de cerca de 75% do esgoto coletado no município e tem como bacias de contribuição o ribeirão Anicuns e seus afluentes (córregos Macambira, Cascavel, Vaca Brava, Capim Puba e Botafogo), os córregos Caveirinha e Fundo e o Ribeirão João Leite. 13

O tratamento é feito em um único nível composto pelas seguintes etapas: Figura 1 Fluxograma do Processo de Tratamento do Esgoto Fonte: SANEAGO, 2006 2. ESTAÇÕES DE AMOSTRAGENS Para análises físico-químicas foram colhidas amostras no afluente após a grade e efluente final após o decantador. As coletas foram feitas três vezes por semana no período de março e abril de 2007. Visando maior representatividade as amostras do afluente foram do tipo compostas colhidas em intervalos de 2 em 2 horas. 3. COLETA DAS AMOSTRAS - AMOSTRAGENS Para as coletas de amostras os frascos foram selecionados de acordo com o ponto e o volume de amostra a coletar; foram evitadas amostras com tocos, folhas, pedaços de pedra e materiais flutuantes. 14

Na coleta do afluente após o gradeamento, foram escolhidos pontos onde as amostras estavam bem misturadas; foi utilizado para coleta da amostra um recipiente tipo béquer, de material plástico com capacidade de 1000 ml, adaptado a um cordão que foi introduzido alguns centímetros abaixo do nível da superfície e o volume da amostra coletada foi transferido para os respectivos frascos específicos para análise das variáveis. Após a coleta, as amostras foram acondicionadas em caixa de isopor com gelo e transportadas ao laboratório. O tempo decorrido entre coleta e a análise não ultrapassou 24 horas. IV - VARIÁVEIS ANALISADAS 1. PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS As análises físico-químicas foram realizadas no laboratório da ETE seguindo as normas preconizadas pelo Standart Methods, 2006. Para este estudo foram selecionados os parâmetros: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5 20ºC), Demanda Química de Oxigênio (DQO), Temperatura (TEG) e Sólidos Suspensos Totais (SST). A DBO 5 20ºC é a forma mais utilizada para se medir à quantidade de matéria orgânica presente. Esta determinação, padronizada pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, mede a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar biologicamente a matéria orgânica presente numa amostra, após o período de 5 dias à temperatura de 20ºC. A quantidade de matéria orgânica presente indicada pela determinação da DBO 5 20ºC- é importante para se conhecer o grau de poluição de uma água residuária, para se dimensionar as estações de tratamento de esgotos e medir sua eficiência. Quanto maior o grau de poluição orgânica, maior a DBO 5 20ºC; paralelamente, à medida que ocorre estabilização da matéria orgânica, decresce a DBO 5 20ºC (JORDÃO & PESSOA, 1995). A TEG dos esgotos é, em geral, pouco superior à das águas de abastecimento devido à contribuição de despejos domésticos que tiveram as águas aquecidas. Entretanto, pode apresentar valores reais elevados pela contribuição de despejos industriais. 15

Normalmente, a temperatura dos esgotos está acima da temperatura do ar, à exceção dos meses mais quentes do verão, sendo típica a faixa de 20 a 25ºC (JORDÃO & PESSOA, 1995). Das características físicas, o teor de matéria sólida é o de maior importância, em termos de dimensionamento e controle de operações das unidades de tratamento de efluentes. A remoção da matéria sólida é fonte de uma série de operações unitárias de tratamento, ainda que esta represente apenas cerca de 0,08% dos esgotos (a água compõe os restantes 99,92%).(JORDÃO & PESSOA, 1995). A matéria sólida em suspensão compõe a parte que é retida, quando um volume da amostra de esgoto é filtrado através de uma membrana filtrante apropriada, normalmente um filtro de fibra de vidro com tamanho do poro igual a 1,2mm (JORDÃO & PESSOA, 1995). A DQO corresponde à quantidade de oxigênio necessária para oxidar a fração orgânica de uma amostra que seja oxidável pelo permanganato ou dicromato de potássio em solução ácida. Uma das grandes vantagens da DQO sobre a DBO é que permite respostas em tempo muito menor: duas horas. Além disto, o teste de DQO engloba não somente a demanda de oxigênio satisfeita biologicamente (como a DBO), mas tudo o que é susceptível de demandas de oxigênio, em particular os sais minerais oxidáveis. (JORDÃO & PESSOA, 1995). 16

V - ANÁLISE ESTATÍSTICA Para a análise dos dados foi utilizado a forma gráfica, sendo aplicado às informações a estatística de posição: média, moda, mediana, máximo, mínimo e o desvio padrão (SOUNIS, 1975).Na avaliação da relação entre as variáveis foi utilizado análise de correlação de Pearson (SOUNIS, 1975) e para verificar a semelhança entre as coletas realizadas nos meses de março e abril do ano de 2007, foi empregado à análise de agrupamento (KREBS, 1989).A regressão linear foi aplicada às variáveis da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Sólidos Suspensos Totais (SST) e a Demanda Química de Oxigênio (DQO), para medir o grau de interdependência entre elas. Na a execução do tratamento estatístico foi empregado o aplicativo Excel, NTSYS-pc (Rohlf, 1989), e SYSTAT (Wilkinson, 1990). 17

VI RESULTADOS E DISCUSSÕES Fig. 2 - Dendrograma de dissimilaridade obtido com base na média dos parâmetros analisados em cada semana (1S, 2S, 3S, 4S e 5S) no efluente (E) e afluente (A) na ETE Goiânia, dos meses de março e abril de 2007. O dendrograma de dissimilaridade obtido com base na média dos parâmetros analisados nas semanas dos meses de março e abril de 2007 na ETE Goiânia mostra a formação de dois grandes agrupamentos distintos 1(A e B) e 2 (C e D), subdivididos em seis grupos (G1, G2, G3, G4, G5 e G6) que apresentaram semelhança entre os resultados analíticos dentro de cada grupo. A classificação dos grupos foi influenciada pelo teor matéria orgânica (DBO 5 e DQO) nas amostras analisadas (Figura 2). Foi observado uma distinta separação entre as amostras do afluente (A) e efluente (E) sugerindo que o tratamento aplicado altera as características dos parâmetros analisados 18

reduzindo sua concentração no esgoto tratado, não registrando uma nítida distinção entre os meses avaliados. O grupo G3 e G1 do esgoto afluente apresentaram as características mais extremas expressando valores baixos para o primeiro grupo e máximos para o segundo, sendo os valores de concentração do G2 intermediários. No esgoto efluente os valores de concentrações extremas foram registrados no G4 e G6 demonstrando o G5 teores intermediários. Tabela A Dados de posição e dispersão dos parâmetros estudados (TEGtemperatura do esgoto; DBO 5 -demanda bioquímica de oxigênio; DQO-demanda química de oxigênio e SST-sólidos suspensos totais) nos meses de março e abril de 2007, do afluente e efluente da ETE Goiânia e eficiência de remoção. mar/07 abr/07 NA - não aplicável Parâmetro Local Máximo Média Mínimo Moda Mediana D. Padrão %Remoção TEG DBO5 DQO SST TEG DBO5 DQO SST Afluente Afluente Afluente Afluente Afluente Afluente Afluente Afluente 27,0 465,0 786,0 416,0 28,0 345,0 681,0 438,0 26,6 348,9 605,9 268,0 27,2 306,0 522,7 274,0 26,0 285,0 519,0 154,0 25,0 255,0 357,0 224,0 27,0 349,0 547,0 250,0 28,0 306,0 NA 238,0 27,0 349,0 600,0 251,0 28,0 306,0 535,5 261,0 0,5 47,1 75,6 84,2 1,3 31,3 102,4 60,9 Efluente Efluente Efluente Efluente Efluente Efluente Efluente Efluente 27,0 170,0 473,0 164,0 28,0 170,0 465,0 146,0 26,5 145,8 364,0 103,6 26,8 145,8 321,4 101,0 26,0 122,0 288,0 70,0 26,0 122,0 141,0 64,0 27,0 146,0 NA 116,0 27,0 146,0 NA 66,0 26,5 146,0 363,0 98,0 27,0 146,0 339,5 102,0 0,6 13,3 60,5 29,4 0,8 13,3 113,0 29,8 NA 58 40 61 NA 52 39 63 A tabela A com os dados de posição e dispersão, revela a tendência nos registros dos parâmetros analisados no afluente e efluente da ETE Goiânia. Dentre as variáveis analisadas a TEG demonstrou a menor variação, apresentando os valores de posição (média, máximo, mínimo, moda e mediana) bem próximos, sugerindo baixa variabilidade na temperatura do esgoto afluente e efluente com elevados valores térmicos registrados (>20 C). Os parâmetros analisados apresentaram em sua maioria uma maior dispersão no esgoto afluente em comparação com o efluente, sugerindo maior estabilidade na 19

concentração das variáveis analisadas no afluente, exceto a DQO em abril que apresentou resultado atípico. O percentual de remoção de matéria orgânica em termos de DBO 5 esteve abaixo do recomendado pela LEI Nº 8544, DE 17 DE OUTUBRO DE 1978 (80% de remoção de DBO 5 ), demonstrando também baixas remoções de DQO. Fig.3 Valores de DBO 5 do afluente (AFL) e efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de março de 2007, e referência LEI N 8544. Fig. 4 Valores de DBO 5 do afluente (AFL) e efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de abril de 2007, e referência da LEI N 8544. 20

De acordo com os gráficos pode-se perceber que houve uma redução nos índices de DBO do afluente para o efluente, embora essa redução tenha sido significativa a mesma não atendeu aos limites estabelecidos pela LEI Nº 8544, DE 17 DE OUTUBRO DE 1978, porém os resultados obtidos se enquadram no estabelecido pelo projeto da ETE Goiânia. Fig. 5 Percentual de remoção de DBO 5 da ETE Goiânia nos meses de março e abril de 2007, e referência da LEI N 8544. No gráfico acima se observa que no período estudado a data de menor redução da DBO, em porcentagem, foi em 19/04 e a de maior redução em 08/03. O gráfico mostra que a remoção da DBO 5 na ETE Goiânia apresentou um percentual inferior ao estabelecidos pela LEI Nº 8544, DE 17 DE OUTUBRO DE 1978, no entanto atende ao estabelecido pelo projeto em todas as datas do período estudado. 21

900 800 700 mg/l O2 600 500 400 300 200 100 0 01/03/07 04/03/07 06/03/07 08/03/07 11/03/07 13/3/2007 14/3/2007 15/3/2007 18/3/2007 20/3/2007 *OUTRO AFL-DQO EFL-DQ O Fig. 8 Valores de demanda química de oxigênio do afluente (AFL) e efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de março de 2007, e valor *referência adotada conforme Braile & Cavalcanti, (1979). 800 700 600 mg/l O2 500 400 300 200 100 0 01/04/07 03/04/07 08/04/07 10/04/07 12/04/07 15/4/2007 17/4/2007 19/4/2007 25/4/2007 27/4/2007 *OUTRO AF L-DQO EF L-DQO Fig. 9 Valores de demanda química de oxigênio do afluente (AFL) e efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de abril de 2007, e valor *referencia adotada conforme Braile & Cavalcanti, (1979). Embora o projeto da ETE e a legislação vigente não preconizem nada no sentido de remoção de DQO, no gráfico acima se pode perceber que apesar de ser apenas um 22

tratamento primário há uma redução nos índices de DQO do afluente para o efluente na ETE. 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 01/03/07 04/03/07 06/03/07 08/03/07 11/03/07 13/3/2007 14/3/2007 15/3/2007 18/3/2007 20/3/2007 MEDIA-EFL MÉDIA-AFL AFL-SST EFL-SST Fig. 6 Valores de sólidos suspensos totais do afluente (AFL) e efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de março de 2007, e valor referência medida de posição (média aritmética). 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 01/04/07 03/04/07 08/04/07 10/04/07 12/04/07 15/4/2007 17/4/2007 19/4/2007 25/4/2007 27/4/2007 MÉDIA-EFL MÉDIA-AFL AFL-SST EFL-SST Fig. 7 Valores de sólidos suspensos totais do afluente (AFL) e efluente (EFL) da ETE Goiânia no mês de abril de 2007, e valor referência medida de posição (média aritmética). 23

De acordo com o gráfico pode-se perceber que o tratamento dado pela ETE Goiânia a seu afluente atua de maneira eficaz na redução dos sólidos suspensos presentes no mesmo, uma vez que os dados mostram uma redução significativa dos sólidos suspensos totais do afluente para o efluente após o tratamento. As médias dos resultados dos sólidos suspensos totais apresentaram relativamente abaixo do que foi estabelecido no projeto. Este foi elaborado e baseado em literaturas. Percebe-se uma peculiaridade neste aspecto então, pois nem através de experiências em Jar Test no próprio laboratório da ETE Goiânia onde foram feitas simulações variadas de todo processo operacional da estação, verificou-se que o sistema conseguia os 80% de remoção de sólidos que foi estabelecido. (SILVA, 2007) Tabela B Coeficiente de correlação Pearson com base nas variáveis analisadas no afluente e efluente ETE Goiânia nos meses de março e abril do ano de 2007. DBO SST TEG DQO DBO 1.000 SST 0.836 1.000 TEG 0.194 0.124 1.000 DQO 0.764 0.739 0.142 1.000 A análise de correlação mede o grau de associação entre variáveis oscilando entre os limites de +1 a -1, quando positiva demonstra uma relação direta em que o aumento de uma esta associado ao aumento da outra, mas não necessariamente indicando dependência entre elas. E quando negativa a relação é inversa. Dentro dos limites de 0 a 1 há uma gama de valores que expressam os diferentes graus de associação assim, como termo de comparação afim de aquilatar se os valores de r é alto ou baixo adotaremos a tabela de Rugg como segue abaixo. (SOUNIS,1975) 24

Tabela C - Tabela de Rugg para aquilatar os valores do coeficiente de correlação de Pearson. Valor do coeficiente de correlação Pearson r < 0,15 Conceito Desprezível 0,15 < r < 0,29 Baixo 0,30< r < 0,49 Apreciável r > 0,50 Acentuado 1 Perfeito Conforme os coeficientes de correlação em negrito da tabela C, verificamos que houve uma associação direta e acentuada, entre o teor de matéria orgânica (DQO e DBO 5 ) e sólidos suspensos totais. A elevada associação dos sólidos suspensos com o teor de matéria orgânica se deve a natureza quanto ao tamanho e origem das partículas que os caracterizam, favorecendo uma estimativa indireta da DQO e DBO 5. Na tabela B, verificou-se que a variável dependente é o teor de matéria orgânica no esgoto afluente e efluente, sendo os sólidos suspensos a variável preditora do teor de DQO e DBO 5 no esgoto. O modelo matemático definido pelos dados utilizados foi: DBO 5 = 0,81 x SST + 85,3 e DQO=1,07 x SST + 254 com um coeficiente de determinação da ordem de 70,47%(Fig9) e 54,9% respectivamente. Verificamos que os sólidos suspensos apresentaram um maior percentual de explicação na variação da demanda bioquímica de oxigênio em comparação com a DQO. Segundo Braile & Cavalcanti (1979) a DQO é duas vezes a DBO, apesar do valor encontrado não ser exatamente duas vezes, o registro excede a uma unidade conforme o modelo matemático definido pelos dados empregados DQO= 1,14 x DBO 5 +183 com um percentual de explicação na variação da DQO de 58,52%. 25

DBO5 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 y = 0,8109x + 85,273 R 2 SST = 0,7047 Fig. 10 - Regressão linear entre DBO 5 e SST da ETE Goiânia baseados nos valores r Fig. 10 Regressão linear entre DBO 5 e SST da ETE Goiânia baseados nos valores referentes aos meses de março e abril de 2007. O gráfico de dispersão (Fig9) revela que quanto mais agrupado os pontos próximo a reta (linha de tendência da regressão linear) maior é a associação entre as variáveis analisadas. Foi observado que os sólidos totais apresentaram maior relação com a DBO ou seja 70,47% dos sólidos explicam as variações do teor de matéria orgânica (DBO) o que não foi observado fortemente com a DQO em relação a DBO, que no caso 58,52% da variação deste parâmetro(dbo) explicam as variações na DQO. 26

CONCLUSÃO Apesar da ETE Dr. Hélio Seixo de Brito obter um percentual de remoção da carga orgânica de DBO 5 menor que 80% (o que sugere à LEI Nº 8544, DE 17 DE OUTUBRO DE 1978) ela mostra-se satisfatória baseada nos padrões estabelecidos pelo projeto de criação da mesma e levando-se em consideração que se trata apenas de um tratamento primário A remoção de sólidos não atingiu o previsto pelo projeto. As medidas de temperatura na ETE em todo o processo de tratamento apresentaram índices aceitáveis. O projeto não preconiza um valor definido para remoção do nível de DQO. No entanto este mostrou-se expressivo. A ETE Goiânia embora não tenha obtido resultados suficientes para atender a legislação vigente, ela apresenta para os parâmetros analisados, com exceção da peculiaridade que apresentou os sólidos, um percentual de remoção significativo, considerados eficientes, e atendendo o projeto de criação da mesma, uma vez que o tratamento é apenas primário. Dessa forma para a obtenção de melhores resultados podemos perceber que é de suma importância e necessidade a instalação da próxima etapa do projeto, o tratamento secundário, que consiste num processo biológico, do tipo lodo ativado ou do tipo filtro biológico, onde a matéria orgânica (poluente) é consumida por microorganismos nos chamados reatores biológicos. 27

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1 - APHA, AWWA Standard methods for the examination of water and wastewater nimeteenth edition, 1995. 2 - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR.6023: Informação e Documentação Referências- Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2000. 3 - BRAILE,P.M & CAVALCANTI,J.E.W.A..- Manual de tratamento de águas residuárias industriais. 4 - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 357 de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água superficiais, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Presidente: Marina Silva. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 março. 2005. 5 - JORDÃO, E.P.;PESSOA C.A., Tratamento de Esgotos Domésticos. 3. ed. Rio de Janeiro: ABES. 1995. 6 - KREBS, C.J.1989- Ecological Methodology. New York: Harper &Row, 654p. 7 LEI Nº 8544, DE 17 DE OUTUBRO DE 1978.Dispõe sobre a prevenção e controle da poluição do meio ambiente. Órgão emissor: Governo do Estado. Diário Oficial do Estado, de 07 de dezembro de 1979. 8-NUVOLARI, A., Esgoto Sanitário: coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola.1. ed. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 2003. 9 - ROHLF, FJ.NTSYS-pc1989- Numerical taxonomy multivariate analisys system.version 1.5.New York Applied.Bioestatístics Inc.11cap. 10 - ROVERE, E. L. L. et al., Manual de Auditoria Ambiental de Estações de Tratamento de Esgotos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. 11 - SOUNIS, E. 1975- Bioestatística: princípios fundamentais, metodologia estatística, aplicação às ciências biológicas. São Paulo. McGraw-Hill. 12 - SILVA, M. 2007- Avaliação e proposições de melhorias para a Estação de Tratamento de Esgotos de Goiânia. 13 - WILKINSON, L 1990- SYSTAT The system for statistic. Evanston, IL: SYSTAT Inc.677p. 28

14- Acesso em www.saneago.com.br. Importância das ETE s para a comunidade. Acessado em 05 de junho de 2008. 29