AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO GIRASSOL EM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL NO SUDOESTE GOIANO 1. Katya Bonfim Ataides Smiljanic 2

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO GIRASSOL EM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL NO SUDOESTE GOIANO 1. Katya Bonfim Ataides Smiljanic 2 Joaquim Júlio Almeida Júnior 2 Francisco Solano Araújo Matos 2 Leticia Pereira Bueno 3 Winston T. R. Silva 3 Pâmela Ramiro Vilela Justino 3 Resumo: O girassol (Helianthus annus L.) é uma eudicotiledônea pertencente à família Asteraceae e uma planta com múltiplos usos. A adubação com organominerais vem sendo cada vez mais utilizada e contribui fortemente no para o incremento de matéria orgânica e minerais para a planta. Este trabalho teve por objetivos avaliar o crescimento e o desenvolvimento do girassol em diferentes tipos e níveis de adubação orgânica comercializada com o nome de Ferti-Peixe nas condições do sudoeste goiano. Foi conduzido na Fazenda Experimental Luís Eduardo de Oliveira Salles FELEOS, 1 Trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa de Fitotecnia da UNIFIMES e financiado com recursos da UNIFIMES 2 Professores do Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES), Rua 22, s/nº - Setor Aeroporto Cx. P. 104 Mineiros/GO CEP 75830-000. fitotecniaunifimes@gmail.com 3 Acadêmicos do curso de Agronomia do Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES), bolsista do programa de iniciação científica. Rua 22, s/nº - Setor Aeroporto Cx. P. 104 Mineiros/GO CEP 75830-000 1

localizada no município de Mineiros (GO). Foram avaliados a biometria, altura da planta, diâmetro do caule e número de folhas de três variedades de girassol (Aguara 4, aguara 6 e Altes 93) submetidas níveis de adubação diferentes de Ferti - Peixe (Controle, 250, 500, 750 e 1000 L há -1 ). O delineamento experimental foi em blocos casualizados, esquema fatorial 4x4+1 e quatro repetições. Cada parcela experimental foi constituída de cinco linhas de 4,0 metros de comprimento e espaçamento de 0,5 metros ocupando uma área de 6,0 m 2 (4 m x 1,5 m) com espaçamento entre blocos de 2,0 metros. Não houve diferenças estatísticas para as cultivares Aguara 4 e Altes 93 em nenhum tratamento. Apenas a cultivar Aguara 6 apresentou diferenças significativas para o número de folhas. PALAVRAS-CHAVE: Ferti Peixe. Helianthus annuus. Morfometria. Introdução O girassol (Helianthus annus L.) é uma dicotiledônea pertencente à família Asteraceae, rica fonte de proteína, podendo ter de 45% a 50% de proteína bruta sendo utilizado como ração para os animais e para consumo humano (LIRA, et al. 2011; CAVASIN JÚNIOR, 2001). Para Marchesini et al. (1988) o uso do adubo organomineral fornece nutrientes para a planta além de contribuir para o aumento da umidade do solo, na melhoria de sua estrutura e no aumento da sua capacidade de troca catiônica, por meio de formações de complexos de húmus-argila. Em experimento feito com o girassol utilizando adubo organomineral, foi relatado o aumento do tamanho do diâmetro do capítulo do girassol que se deu em virtude da aplicação de doses desse adubo, que são atribuídos à capacidade do adubo em disponibilizar quantidades necessárias de nutrientes para a cultura (SANTOS et al. 2013). Resultados similares foram encontrados em experimento utilizando lodo de esgoto (LOBO; GRASSI FILHO, 2007). Em trabalho conduzido com berinjela, o Ferti - Peixe não teve os melhores resultados em relação aos parâmetros vegetativos, porém apresentou o melhor número 2

de frutos/planta quando usado em mudas desenvolvidas com terra e compostagem (NASCIMENTO et al. 2016). Este trabalho tem por objetivos avaliar o crescimento e o desenvolvimento do girassol em diferentes tipos e níveis de adubação orgânica comercializada com o nome de Ferti - Peixe nas condições do sudoeste goiano. Material e Método O projeto foi conduzido no ano agrícola de 2016 na área experimental da FELEOS Fazenda Experimental Luís Eduardo de Oliveira Salles, localizada no município de Mineiros (GO), apresentando como coordenadas geográficas aproximadas, 17 58 S de latitude e 45 22 W de longitude e com 845 m de altitude. O clima predominante da região, conforme classificação de Köppen (2013) é do tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno. A precipitação pluvial média anual é de 1.830 mm, com temperatura média anual de aproximadamente 25 C e umidade relativa do ar média anual de 66%. O período chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm). O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos EMBRAPA, (2013), é classificado como Neossolo Quartzarênico e de textura arenosa, o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por culturas anuais há mais de 15 anos. Foram avaliados a biometria, altura da planta, diâmetro do caule e número de folhas de três variedades de girassol (Aguara 4, Aguara 6 e Altes 93) submetidas níveis de adubação diferentes de Ferti - Peixe (Controle, 250, 500, 750 e 1000 L ha -1 ). O delineamento experimental foi em blocos casualizados, esquema fatorial 4x4+1 e quatro repetições. Cada parcela experimental foi constituída de cinco linhas de 4,0 metros de comprimento e espaçamento de 0,5 metros ocupando uma área de 6,0 m 2 (4 m x 1,5 m) com espaçamento entre blocos de 2,0 metros. Não houve adubação química. 3

Os atributos do solo foram avaliados antes da implantação do projeto de pesquisa para conhecer as características físicas e químicas da área experimental e após a colheita do girassol. Foram determinados os seguintes atributos físicos do solo: macroporosidade, microporosidade, porosidade total e densidade, pelo método da mesa de tensão, no Laboratório de Física do Solo de acordo com EMBRAPA (2013). Os atributos químicos do solo (ph, K, Ca, Mg, H+Al e Al) foram determinados, nas camadas de 0,0 0,20 metros segundo a metodologia proposta por Raij e Quaggio (1983), no Laboratório de Fertilidade do Solo da UNIFIMES Centro Universitário de Mineiros - Goiás. Os dados foram analisados pelo programa Assistat (SILVA; AZEVEDO, 2009) foi feita a análise de variância com experimento fatorial diferenciado e teste de Tukey a 5 % de probabilidade para a comparação de médias. Resultados e Discussão Não houve diferenças estatísticas para as cultivares Aguara 4 e Altes 93 em nenhum dos tratamentos. Apenas a cultivar Aguara 6 apresentou diferenças significativas para o número de folhas. Os dados relativos a cultivar Aguara 6 estão expressos na Tabela 1. As plantas testemunhas (controle) apresentaram média de 29,5 folhas por planta enquanto que as plantas adubadas com 250 L há -1 apresentaram média de 32 folhas por planta diferindo dos demais tratamentos. Tabela 1 Resultado da Altura de plantas (AP), Diâmetro de colmo (DC) e Número de folhas (NF) da cultivar de girassol (Aguara 6) submetida a níveis diferente de adubação orgânica Ferti-peixe. Adubação Cultivar Aguara 6 Dose(L ha -1 ) AP (m) DC (mm) NF Controle 1,77 A 1,84 A 29,50 B 250 1,91 A 1,80 A 32,00 A 500 1,96 A 1,65 A 30,00 AB 750 1,91 A 1,55 A 30,00 AB 1000 1,90 A 1,37 A 31,25 AB DMS 0,27225 0,62982 2,01693 4

CV 6,39 17,01 2,93 *Na coluna, médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro. Para Biscaro et al., (2002), o diâmetros do caule no girassol constituem uma característica considerada desejável em virtude de conferir, à cultura, menor vulnerabilidade ao acamamento e por favorecer a execução de práticas de manejo e tratos culturais. Apesar de não ter apresentado resultados significativos em relação ao diâmetro do caule, a maior média foi registrada para a variedade Aguara 4, 2,05 mm enquanto que a menor média foi de 1,37 mm para a variedade Aguara 6. Esses resultados são similares aos obtidos por Silva et al. (2014) para o girassol cultivado em diferentes substratos orgânicos que apresentou diâmetro de caule entre 2,4 mm e 1,9 mm. Partindo do princípio de que o crescimento e o desenvolvimento das folhas influenciam diretamente no rendimento produtivo em vegetais Karadoðan e Akgün (2009), avaliaram os efeitos da remoção de folhas no desempenho agronômico do girassol e evidenciaram que a redução do número de folhas reduziu significativamente o rendimento e a produção de aquênios e os teores de óleo e proteína bruta no girassol. A manutenção de um número adequado de folhas como aparato fotossintético é importante na acumulação de nutrientes, compostos orgânicos que, posteriormente, serão translocados para os órgãos reprodutivos e os aquênios (LIMA JÚNIOR et al. 2010). Nestes termos, a altura da planta também é uma característica positivamente correlacionada com produção. As plantas deste experimento apresentaram um número alto de folhas por planta (entre 32 a 27,5 folhas/planta) e altura entre 1,96 a 1,74 m, porém a avaliação em função da produtividade não pode ser avaliada por perda do material que foi consumido por pássaros. Conclusão 5

Não houve diferenças estatísticas para as cultivares Aguara 4 e Altes 93 em nenhum dos tratamentos. Apenas a cultivar Aguara 6 apresentou diferenças significativas para o número de folhas. Referências BISCARO, G. A.; MACHADO, J. R.; TOSTA, M. da S.; MENDONÇA, V.; SORATTO, R. P.; CARRIJO, O.A; LIZ, R.S; MAKISHIMA, N. 2002. Fibra da casca do coco verde como substrato agrícola. Horticultura Brasileira 20: 533-535. CAVASIN JÚNIOR, C. P. A cultura do girassol. Guaiba, Agropecuária, 2001. 69 p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3.ed. Brasília, 2013. 353p. KÖPPEN, G; ALVARES, C.A; STAPE, J.L; SENTELHAS, P.C; DE GONÇALVES, M; LEONARDO, J; GERD, S. Köppen's Climate Classification Map for Brazil. (em inglês). Meteorologische Zeitschrift,2013. 711 728. KARADOOAN, T.; AKGUN, Í. 2009. Effect of leaf removal on sunflower yield and yield components and some quality characters. Helia, v.32, p.123-134. LIMA JUNIOR, I.S. de; BERTONCELLO, T. F.; MELO, E. P. de; DEGRANDE, P. E.; KODAMA, C. 2010. Desfolha artificial simulando danos de pragas na cultura do girassol (Helianthus annuus L., Asteraceae). Revista Ceres, v.57, p.23-27. 6

LIRA, M. A.; CARVALHO, H. W. L. de; CHAGAS, M. C. M. das; BRISTOL, G.; DANTAS, J. A.; LIMA, J. M. P. de. Avaliação das potencialidades da cultura do girassol, como alternativa de cultivo no semi-árido nordestino. Natal, RN: EMPARN, 2011. 40 p.;ii. (Documentos, 40). Disponível em: http://adcon.rn.gov.br/acervo/emparn/doc/doc000000000000381.pdf Acessado em: 20 de agosto de 2016. LOBO, T. F.; GRASSI FILHO, H. Níveis de lodo de esgoto na produtividade do girassol. Revista de La Ciencia Del Suelo y Nutrición Vegetal, Temuco, v.7, n.3, p.16-25, 2007. MARCHESINI A; ALLIEVI L; COMOTTI E; FERRARI A. Long-term effects of quality compost treatmenton soil. PlantandSoil, 106: 253-2611988. NASCIMENTO, K. S.; PATRIARCHA, L. P.; RIBEIRO, J. A., OLIVEIRA, C. P. Influência de diferentes tipos de mudas e adubações no desenvolvimento da berinjela (Solanummelongena L.). Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2016. 2016. Disponível em: http://www.confea.org.br/media/contecc2016/agronomia/influ%c3%aancia%20de%20di ferentes%20tipos%20de%20mudas%20e%20aduba%c3%a7%c3%b5es%20no%20de senvolvimento%20da%20berinjela%20(solanum%20melongena%20l.).pdf Acessado em: 01/10/2016. RAIJ, B. V.; QUAGGIO, J.A. Métodos de análise de solo para fins de fertilidade. Campinas, Instituto Agronômico, 1983. 31p. (Boletim técnico, 81). SANTOS, J. F. DOS; WANDERLEY, J. A. C; SOUZA JUNIOR, J.R; Produção de girassol submetido à adubação organomineral. Agropecuária Científica No Semiárido. V. 9, n. 3, p. 38-44, jul set, 2013. 7

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