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Transcrição:

NOTÍCIAS Boletim Informativo da ABRALATAS - Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade Ano 9» nº 42 janeiro/fevereiro 2012 Folia limpa e solidária Parcerias garantem coleta responsável e renda extra para catadores» página 3» Fábrica gaúcha recebe Nobel operacional Prefeituras e catadores: integração necessária Escultura com lata resgata dignidade de jovens» página 2»» página 5»» página 7»

Boa leitura Desde o início, a Abralatas percebeu na lata, para usar o trocadilho, a importância da valorização do catador para o modelo de reciclagem brasileiro. Isso passa, claro, por melhores condições de trabalho, pela organização dos profissionais em cooperativas, como confirmam as entrelinhas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A humanização do trabalho é condição necessária para o sucesso da PNRS. Disso não temos dúvida. É o que queremos destacar no Ciclo de Debates Abralatas 2012. Foi com organização, por exemplo, que a ação dos catadores foi mais eficaz e responsável nos Carnavais nordestinos. Uniformizados, recebem o reconhecimento dos foliões, coletam e vendem no mesmo ambiente, além da ação inibir o trabalho infantil. A Abralatas esteve presente apoiando o trabalho em Salvador-BA, Recife-PE e Olinda-PE. Nesta edição, você verá ainda o trabalho desenvolvido pelo artista plástico Osni Branco, que utiliza a sucata de latinhas como material de trabalho. Ao artista e ao catador, nossos aplausos. Renault Castro Diretor Executivo da Abralatas Integração entre setor produtivo e comunidade acadêmica A Feira Brasileira de Reciclagem, Tecnologia e Meio ambiente Industrial RE- CICLAÇÃO 2012, que conta com apoio institucional da Abralatas, acontece de 27 a 30 de Junho de 2012, em Curitiba-PR, no centro de eventos Expo Unimed. Com o tema Reciclagem e Meio Ambiente Industrial, o evento está em sua sétima edição e tem como objetivo principal promover o desenvolvimento sustentável, a geração de negócios e a integração entre a comunidade científica e empresas privadas atuantes no segmento industrial, ambiental e de reciclagem. Outras informações no site: http://www.montebelloeventos.com.br/reciclacao Excelência Operacional A fábrica da Rexam em Águas Claras-RS, líder global na produção de latas para bebidas, recebeu o Prêmio Shingo Prize, conhecido como Nobel de Excelência Operacional, concedido pela organização internacional Shingo Prize Institute. Poucas empresas no mundo receberam esse mérito e a Rexam é a primeira em seu segmento. Além do grande prêmio, a Rexam também obteve a medalha de Prata pelas práticas da fábrica de tampas de alumínio de Recife-PE. O Prêmio Shingo foi criado em 1988 pela Universidade de Utah para identificar as empresas que adotam o conceito de gestão Lean (processo contínuo de redução de desperdícios e perdas). Participam da premiação empresas de classe mundial e, aquelas que apresentam melhor desempenho são avaliadas e auditadas pelo comitê organizador. Expediente Boletim da ABRALATAS - Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade» SCN Qd. 01, Bloco F, Ed. America Office Tower, Salas 1608 a 1610, CEP: 70.711-905, Brasília-DF» Tel/Fax (61) 3327-2142» E-mail: abralatas@abralatas.org.br» Presidente: Rinaldo Lopes» Diretor Executivo: Renault de Freitas Castro» Assessoria: Guilherme Canielo» Projeto gráfico: Frisson Comunicação» Jornalista responsável: Cláudio Tourinho» Redação: Fabiana Sampaio» Tiragem: 3.500 exemplares» Impressão: Gráfica Supernova. Associados Fabricantes: Demais Associados: Conheça a Abralatas em: www.abralatas.org.br Blog da Lata: www.blogdalata.com.br Twitter: www.twitter.com/abralatas Myspace: www.myspace.com/557058178 Orkut: Abralatas (oficial) Facebook: Abralatas YouTube: Canal Abralatas 2 Boletim Informativo da ABRALATAS

Estandarte da lata Ecofolia Solidária, em Salvador, e Carnaval Verde, em Recife e Olinda, geram renda para mais de 3 mil catadores e retiram cerca de 70 toneladas de material reciclável das ruas O Carnaval de 2012 nas cidades de Salvador-BA, Olinda-PE e Recife-PE recebeu o apoio da Abralatas e ganhou nota dez em limpeza, reciclagem, preservação ambiental e responsabilidade social. Em Salvador, o projeto Ecofolia Solidária, com nove anos de experiência, reuniu cerca de 3 mil catadores que recolheram 65 toneladas de materiais recicláveis. Quase o dobro do coletado no ano anterior. Além de manter a cidade limpa durante a festa, que conta com mais de 2 milhões de foliões nas ruas todos os dias, a ação ajuda a preservar o meio ambiente por meio da reciclagem e ainda garante o sustento dos trabalhadores. O projeto Ecofolia Solidária: O trabalho decente preserva o meio ambiente é uma iniciativa do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia (CCRB), em parceria com a Incubadora de Empreendimentos Econômicos e Solidários (Incuba/UNEB) e o Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA). O principal objetivo do programa, financiado pelo Governo da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, é garantir a dignidade e a segurança do catador. O Projeto também recebe o patrocínio da Abralatas, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, da Prefeitura Municipal de Salvador, da Catadora de material reciclável comemora recebimento de kit com fardamento e material de EPI. Ao lado, Carlos Alberto Brasileiro, Secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza da Bahia, André Santana da Silva, coordenador do Programa Vida Melhor Urbana da Bahia e Renault Castro, diretor executivo da Abralatas. Petrobrás, da Brahma e da Associação Vida Brasil. Durante os dias de trabalho no Carnaval, os catadores recebem três refeições diárias, fardamento e equipamentos de proteção individual. Para dar melhor assistência e evitar que os trabalhadores carreguem muito peso ou tenham que armazenar a sucata para vender em grandes quantidades, os catadores também contam com cinco centrais de apoio, localizadas no circuito Dodô e Osmar. Nessas unidades os resíduos coletados são pesados e os catadores recebem o pagamento referente ao seu trabalho no ato da entrega. O projeto também combate o trabalho infantil, pois só permite o cadastro de maiores de 18 anos de idade, e evita a exploração feita pelos atravessadores ao garantir que apenas catadores uniformizados possam recolher e vender o material nos postos de pesagem. Renault Castro entrega kit para catadora. Ano 9» nº 42» janeiro/fevereiro 2012 3

Inovação premiada Estreando na passarela do mercado brasileiro N ovo formato de lata sleek chega para atender ao desejo do consumidor brasileiro. Com um visual diferenciado, mais alta e fina, mas com o mesmo conteúdo da lata de 350 ml, a novidade foi apelidada de top model e promete ser uma sensação em 2012. O setor que mais pretende investir na top model é o de cervejas. A Latapack-Ball está apostando neste segmento. A primeira impressão desta embalagem é muito marcante. Ela possui uma elegância que vai chamar a atenção dos nossos clientes para os seus produtos especiais, declara Jorge Bannitz, diretor da Latapack-Ball. A primeira marca a entrar no mercado com a sleek de 350 ml é a cervejaria Petrópolis, com a Itaipava Light. A lata, desenvolvida nas cores prata e verde, é fabricada pela Latapack-Ball. O formato já é tradicional em países como Europa e Estados Unidos, mas era inédito, até então, no Brasil. O mercado de formatos especiais vem crescendo ano a ano. Em 2005, por exemplo, as latas tradicionais de 350 ml representavam 99,5% do que era vendido no país. Hoje, os demais formatos já representam 20%. A expectativa do setor é que esse percentual continue subindo ano a ano. Carnaval em homenagem a mulher Já no Recife e em Olinda, além de repetir o sucesso do Carnaval Verde, realizado com o apoio da Abralatas, a Associação Meio Ambiente Preservar e Educar (AMAPE) homenageou as catadoras, em uma ação antecipada ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Como o Carnaval neste ano foi na última semana de Fevereiro, quisemos fazer uma homenagem às mulheres. Elas foram fotografadas e faremos uma exposição. Serão 20 fotos em tamanho A4, declara Sérgio Nascimento, presidente da AMAPE. Apenas mulheres participaram da catação, que contou com a participação de 30 trabalhadoras que se revezaram entre o Carnaval de Olinda e Recife. Juntas, elas recolheram 6 toneladas de latinhas, volume 5% maior que o registrado em 2011, segundo Nascimento. Com a presença do tradicional boneco gigante vestido de catador, o Zé da Lata, as catadoras chamaram atenção e tiveram seu trabalho valorizado. Durante os dias de carnaval as catadoras receberam uniforme e uma ajuda de custo de R$50,00. O Zé da Lata é o símbolo de uma campanha para garantir um carnaval mais limpo com viés voltado para a sustentabilidade, coibir o trabalho infantil e chamar a atenção da sociedade para a importância da coleta feita pelos catadores nas cidades brasileiras., afirma Sérgio Nascimento. O projeto Carnaval Verde é uma realização da Abralatas em conjunto com a Prefeitura de Olinda e com a Associação Meio Ambiente Preservar e Educar (AMAPE). A ação consiste em dar apoio à venda de embalagens recicláveis, com o objetivo de valorizar o trabalho dos catadores, garantir uma melhor identificação e respeito à classe, ajudar a agregar o valor social e ambiental ao Carnaval de Olinda, além de combater o trabalho infantil e a exploração dos atravessadores. 4 Boletim Informativo da ABRALATAS

O protagonista da reciclagem Ciclo de Debates Abralatas 2012 Prefeituras e catadores: uma integração necessária Ciclo de Debates 2012 mostrará importância do catador capacitado e organizado para ampliar reciclagem no país N ão há dúvidas de que o catador de materiais recicláveis tem um papel fundamental no modelo de reciclagem brasileiro. Mas que tipo de profissional o país quer? O miserável, que vasculha o lixo urbano à procura de seu sustento, ou o catador organizado, profissionalizado, recebendo um salário digno pelo trabalho que realiza? Esse será um dos temas do Ciclo de Debates Abralatas 2012, que será realizado nas cidades de Rio de Janeiro-RJ, Porto Alegre-RS, Manaus -AM e Recife-PE. Para o diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, a atual legislação, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dá a orientação do que a sociedade deseja. Ficamos anos discutindo a construção da PNRS, que estimula, valoriza a formação de cooperativas e a participação desses trabalhadores no processo de coleta seletiva e reciclagem. É uma lei construída com intensa participação da sociedade, inclusive com o fundamental apoio e orientação do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). É obvio que a lei quer humanizar o trabalho, quer que o catador tenha renda digna e condições adequadas para exercer sua atividade, avalia Renault. A discussão é importante no momento em que surge uma crítica ao modelo brasileiro, sustentada por uma organização europeia a Sociedade Ponto Verde e a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), que se sente ameaçada com a possibilidade de as prefeituras contratarem diretamente as cooperativas, como prevê a PNRS. Em recente reportagem no jornal O Globo, o representante da entidade critica a proposta em discussão no Ministério do Meio Ambiente e classifica o modelo de semiescravagista. Deve estar se referindo à imagem que todos nós queremos abolir, a do catador que não tem direitos, que vasculha os lixões que serão extintos -, aquele trabalhador que trabalha em condições subumanas. É um personagem que não está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, avalia o diretor da Abralatas. Ano 9» nº 42» janeiro/fevereiro 2012 5

Segundo Luiz Henrique da Silva, membro da Comissão Nacional do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, o movimento participou da construção da PNRS, inclusive da redação, o que garantiu a inclusão do catador na Política Nacional. Para os catadores, o Ponto Verde vem fazer o que as cooperativas já fazem. O que deixa transparecer é uma tentativa de impor uma concorrência ao substituir as cooperativas, excluindo os catadores do processo, declara. Nós temos um modelo que é referência mundial, destaca Victor Bicca, presidente do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre). O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), lembra Victor, destaca o trabalho realizado no Brasil. No documento Empregos Verdes: Trabalho decente em um mundo sustentável e com baixas emissões de carbono, o Pnuma apresenta as lições de um líder mundial em um setor do futuro e diz que o país (...) adota métodos pioneiros para melhorar os empregos no setor da reciclagem. O presidente do Cempre acredita que a proposta do Ponto Verde, entidade europeia que assume a responsabilidade dos empresários na logística reversa, não funcionaria em um país de extensão continental como o Brasil. Seria como criar uma Lixobras, uma empresa para organizar toda a coleta e reciclagem do país, avalia Victor Bicca. Além disso, exigiria financiamento para funcionar e um esforço do consumidor para levar seus resíduos aos pontos de coleta. Nesse modelo, todo mundo é obrigado a participar. O diretor executivo do Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), José Aparecido Gonçalves, é enfático ao dizer que a PNRS foi construída analisando as áreas social, econômica e ambiental do Brasil. Nós temos uma diversidade de atores e tecnologias, vamos sistematizar os indicadores de resultados e implementar o que condiz com o cenário internamente. No Brasil a realidade é outra. Temos quase um milhão de pessoas que se sustentam por meio da política que temos hoje. O que queremos é dar a esses agentes uma infraestrutura adequada. Para José Aparecido, a Política Nacional deixa claro o interesse em tornar o catador protagonista do sistema ao garantir a contratação de cooperativas independente de licitação. Luiz Henrique alerta que, num sistema semelhante ao modelo europeu, a participação dos catadores pode ficar limitada. A conquista do Marco Legal com dispensa de licitação está sendo colocada em risco. Se o Ponto Verde for implementado, o que pode sobrar para os catadores é a separação de materiais nos galpões, recebendo alto índice de rejeitos e resultando na segregação das cooperativas, afirma. Nas etapas deste ano, o Ciclo de Debates Abralatas vai avaliar como o assunto está sendo tratado pelas prefeituras, que precisam apresentar até o início de agosto seus planos de gestão de resíduos sólidos para terem direito de receber recursos federais nessa área. Posição da Abralatas Às vésperas da realização da Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, que tem entre seus temas principais a discussão da economia verde como ferramenta de erradicação da pobreza, surge um debate importante, porém carregado de interesses. Para a Abralatas chega a ser absurdo imaginar que o setor defende a manutenção de um catador trabalhando em situação desumana. Só quem chegou agora ao debate ou que esteja preocupado com o fortalecimento das cooperativas (com quem vai ter que disputar mercado para coletar resíduos urbanos) pode criticar os acordos setoriais que estão sendo definidos pelo Ministério do Meio Ambiente. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, legislação construída com o movimento nacional dos catadores, tenta acabar com trabalhos em condições indignas. Dá prazo de validade para os lixões e estimula que prefeituras contratem cooperativas de catadores trabalhando em condições adequadas, humanas para reduzir a quantidade de resíduos e evitar incineração indesejada. Há anos a Abralatas trabalha nesse sentido, o de humanizar um trabalho essencial para a sociedade. Apoiamos iniciativas para evitar o trabalho infantil, atuamos em parceria com associações de catadores e com o Ministério Público para melhorar a qualidade do emprego, estimulamos a formação de cooperativas e a capacitação dos catadores. A lata de alumínio tem uma contribuição importante a dar nessa área. Quer ajudar a ampliar a reciclagem de outros materiais e, para que isso aconteça, é fundamental dar valor a quem merece. A legislação brasileira estimula a formação de cooperativas e suas contratações pelas prefeituras porque sabe que o catador é protagonista. Essa é a mensagem que queremos passar. 6 Boletim Informativo da ABRALATAS

Ensinando a esculpir o peixe O artista plástico Osni Branco desenvolve Encontros de Arte com jovens carentes da periferia de São Paulo. No projeto, os adolescentes aprendem a fazer esculturas com latas de alumínio para bebidas e resgatam a dignidade O sni conta que a primeira versão do projeto Encontro de Arte começou no Japão, onde ele dava aulas de arte. Havia muitos brasileiros trabalhando em fundo de fábrica e à noite dormindo em contêineres. Isso fazia com que houvesse muitos problemas de violência por exemplo, diz. Ele relata que conversando com um amigo jornalista, surgiu a ideia de realizar um Workshop de arte para essas pessoas, ensinando-as a fazer esculturas com latas de alumínio. Eu já trabalhava com material reciclado. No Japão o cuidado com o meio ambiente é fortíssimo. Até as crianças precisavam levar o material separado e limpo para a escola, diz. O projeto foi um sucesso. O resultado do trabalho foi uma exposição com mais de 108 obras na Avenida Paulista, em São Paulo-SP. As melhores obras receberam a votação do público e as 10 selecionadas foram premiadas na Embaixada do Brasil em Tóquio. Com o sucesso do projeto e a volta para o Brasil, Osni implementou o Encontro de Arte em São Paulo com jovens da periferia e com a comunidade ao redor de sua oficina de fundição. O trabalho desses jovens será exposto na ExpoAlumínio 2012, com demonstração de fundição ao vivo e apresentação das obras de Osni Branco. São peixes, árvores, barcos, carros de corrida, rodas-gigantes e o que mais a imaginação permitir. Osni afirma que a primeira escultura que os jovens aprendem a fazer é o peixe, devido ao simbolismo que ele representa. A ideia é não dar o peixe, mas ensinar a pescar, desenvolver e fixar essa proposta. Retomar a dignidade, tirá-los da rua, sociabilizá-los, ensinando uma profissão. Em relação à criação de obras com latas de alumínio, Osni garante que todas as partes podem ser aproveitadas. Uma escultura de 90cm x 30cm custa entre R$1.200 e 1.500 e leva, em média, de 25 a 30 dias para ficar pronta. A descoberta da arte Nascido em 1947, em Araçatuba, interior de São Paulo, Osni Branco veio de uma família de pecuaristas. Morou na fazenda até os cinco anos e tinha verdadeira fixação pela natureza. Quando pequeno, costumava acompanhar os pais na pescaria nos momentos de lazer. Naquela época, os tubos de pasta de dente eram feitos de metal e possuíam valor porque eram derretidos de forma artesanal e transformados em chumbada para serem utilizados como peso na linha de pescar. O fogo de lenha, a frigideira, aquele líquido prateado. O pessoal da fazenda fazia as bolinhas e usava palitos de fósforo para formar os buracos por onde a linha deveria passar. Essa foi a minha primeira experiência com a fundição. Desde então eu sabia que queria trabalhar com arte, conta Osni, que ainda menino já desenhava sua própria roupa e fabricava a capanga, a reata do cavalo e a capa da espingarda. O artista conta que chegou a ganhar dinheiro fazendo trabalhos escolares para os coleguinhas. Filho de professora no núcleo sociabilizante de um dos assentamentos japoneses criado pelo governo brasileiro, Osni teve a oportunidade de ir estudar no Japão, onde morou por 20 anos. Neste país, formou-se em arte e começou a dar aulas de arte de escultura fundida. Já adulto, casou-se e estudou em países como Suíça e Itália. Passou pela dolorosa perda de um filho recém-nascido. Convidado pelo Banco Itaú, teve suas obras expostas em galerias de todo o país. Casado, pai de três filhos, duas meninas e um menino, Osni se considera um artista visual que atua em vários seguimentos. Trabalho com manifestações visuais. Desenvolvo cenários para eventos, teatros. Acredito que Pai é aquele que fecunda e entrega uma pessoa pronta para a sociedade. Na minha produção artística também é assim, conta, referindo-se a capacidade de produzir toda a sua obra devido à oficina de fundição que possui, além da compreensão não só de escultura, mas de pintura, designer, dentre várias outras. Ano 9» nº 42» janeiro/fevereiro 2012 7

Curta na Lata Morango ou maracujá A Fanta lançou dois novos sabores, morango e maracujá, e promoveu uma promoção em parceria com o McDonald s para divulgar o produto. Ao pedir uma McOferta com Fanta Laranja, o cliente recebeu também duas latinhas de 250 ml para experimentar os novos sabores do refrigerante e escolher o seu sabor preferido, pelo site ou por SMS. A promoção dava aos participantes a chance de concorrer a 50 notebooks por semana. No total, foram distribuídas 1,4 milhão de latinhas de Fanta. Ganhando asas O energético Insano se prepara para estar, até o fim do ano, entre os cinco principais da área, disputando mercado nacional com as marcas Red Bull, Burn (da Coca-Cola) e TNT (do Grupo Petrópolis). Lançado há apenas um ano e produzido pela empresa paranaense Águas Ouro Fino, foi eleito, no estado, líder do setor por uma pesquisa realizada pela Nielsen. De acordo com os dados, o Insano detém 30,7% do volume de mercado no Paraná e 41,3% na região metropolitana de Curitiba. Para este ano, a expectativa é crescer 40% e beirar os 83 milhões de reais em faturamento. Além do Paraná, São Paulo-SP, Belo Horizonte- -MG e Rio de Janeiro-RJ já são consumidores do energético. Game na lata A Sprite colocou no mercado 22 milhões de latas com o link de download do game Bob Burnquist s Dreamland, primeiro jogo de skate e aventura para os sistemas operacionais ios (Apple) e Android (Google), idealizado pelo skatista Bob Burnquist, pentacampeão da primeira etapa do Circuito Mundial 2012. O aplicativo mostra as manobras realizadas pelos atletas e cada gesto feito na tela do aparelho representa uma manobra diferente do skate. A iniciativa faz parte da plataforma de ações da empresa para integrar- -se à cultura urbana, que pretende unir os conceitos de emoção, liberdade, refrescar ideia e inovação do jogo à marca. As embalagens das versões regular e zero vão circular com informações sobre o aplicativo. Repaginada Produzida pela Cervejaria Guitt s, a cerveja que leva o mesmo nome da marca ganha nova fórmula e rótulo com novas cores. A cerveja Guitt s foi adaptada para ficar mais leve e suave e as embalagens agora têm as cores vermelha, amarela e branca. Como na versão anterior, o rótulo traz a imagem da águia do brasão da família Guitti, fundadora da cervejaria. A ave segura em suas garras as principais matérias-primas da bebida (malte e lúpulo). O novo rótulo foi desenvolvido internamente. A cerveja está disponível em latas de 350 ml fornecidas pela Latapack-Ball. 8 Boletim Informativo da ABRALATAS