USO DE PROBIÓTICOS NO CONTROLE DA MASTITE BOVINA: RELATO DE CASO.

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Transcrição:

USO DE PROBIÓTICOS NO CONTROLE DA MASTITE BOVINA: RELATO DE CASO. Palavras-chaves: Bovinocultura de leite, Mastite, Probióticos. Introdução: 1 SCHMITT, Clederson Idenio; JORGENS, Elbio Nallen 2 ; ARALDI, Daniele Furian 3 A bovinocultura leiteira é uma das atividades mais importantes da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul (RS), e ao falar em doenças a mastite bovina é uma das principais doenças que implicam em prejuízos econômicos ao produtor, como gastos em antibióticos, perdas na produção de leite entre outros. Mas o grande problema esta no controle da mastite, atualmente as bactérias envolvidas apresentam certas resistências ao uso de antibióticos e além de ocorrer o descarte do leite, o que também provoca prejuízos financeiros ao produtor. Buscando uma alternativa no controle da mastite, realizou um experimento em uma propriedade leiteira no município de Colorado RS, usando produto comercial Teutolac, o qual apresenta em sua formulação probióticos, vitaminas e minerais (Fig. 01). Figura 01. Formulação do Teutolac. Materiais e Métodos Foram usadas 60 vacas da raça holandesa, sendo realizados dois testes do teste de Califórnia Mastite Teste (CMT) o qual visou identificar os animais que possuíam a mastite subclínica. Os testes foram realizados em duas etapas, sendo o primeiro antes de iniciar o tratamento com o produto, e o segundo com trinta dias de uso do produto, assim comparando a eficácia do produto. Em relação a quantidade de produto fornecido ao animal, foram 200g 1 Méd.Vet., Profissional autônomo schmittproducoes@gmail.com 2 Med. Vet., Esp., Professor do Curso de Medicina Veterinária da Unicruz- elbio.jorgens@yahoo.com.br 3 Zoot., M. Sc., Professora dos Cursos de Agronomia e Medicina Veterinária da Unicruz danielearaldi@hotmail.com

Número de Animais por dia do produto para cada animal, sendo normalmente colocados no cocho após a ordenha, não ocorrendo a mudança da rotina da ordenha dos animais. Resultados e Discussões Com a realização do teste do CMT, antes do inicio do tratamento foi verificado que existia a presença da mastite subclínica em 48 animais possuíam mastite em algum grau, variando entre grau 1(+) á grau 3(+++). E desse total de animais testados apenas 12 animais não apresentavam nenhum grau de mastite subclínica, como podemos observar na Fig.2. Mas o fornecimento do produto foi para todos os animais, para que se objetivasse uma melhora na imunidade, assim prevenindo uma possível mastite. CMT antes do Tratamento com Teutolac CMT com 30 dias de Tratamento com TeutoLac 60 30 Vacas descartadas 40 20 0 Vacas com Mastite Vacas sem Mastite 20 10 0 Vacas com algum grau de mastite Vacas sem Mastite Figura 02. Gráfico dos resultados do CMT. (a) Resultados antes do tratamento. (b) Resultados com trinta dias de tratamento Com trinta dias de tratamento, realizou-se um novo teste de CMT sendo verificada uma queda no número de animais com mastite subclínica, de 48 animais para 13 animais (Fig. 02), considerando nesse caso a presença de qualquer grau em um dos quatro tetos. Mas teve casos onde dos quatro tetos com mastites subclínica no primeiro teste, apenas um ainda apresentava algum grau de mastite, e também verificou que animais que apresentavam mastite grau (+++) ocorreram à diminuição para grau (++) ou (+), e teve casos onde ocorreu a cura por completo em algum dos quartos ou em todos, como pode ser observado na figura 02. Com apenas trinta dias de uso do produto, sem uso de antibióticos durante o tratamento, foi possível comprovar a eficácia do produto no controle da mastite graças a sua formulação contendo alguns probióticos que conforme KREHBIEL et al. (2003) os probióticos tem a capacidade de prevenir a colonização de patógenos indesejáveis no intestino, melhorando a saúde e o desempenho animal, diminuindo ainda o risco de acidose ruminal em vacas leiteiras, melhorando também a resposta imune em vacas e bezerros. Outros autores também apontam benefícios do uso de probióticos na alimentação do gado leiteiro (SAINZ et al. 2011,

MAGNABOSCO et al. 2010, STEIN et al. 2006) apontam que se percebe de uma forma geral é que os probióticos melhoram a saúde do hospedeiro, resultando em melhores índices produtivos, melhorando ainda a qualidade do produto final. E nesse aspecto o produto final é o leite, ele não foi preciso ser descartado durante o tratamento, e tendo diminuição das células somáticas do leite conforme relato do produtor. De acordo com SAXELIN et al. (2005) os probióticos podem atuar no intestino ativando o sistema imune, reforçando a barreira da mucosa e suprimindo as inflamações intestinais. E a presença na formulação do produto comercial do Lactobacillos veio a contribuir na resposta imune do animal frente a um quadro de mastite, sendo por um aumento do sistema fagocitário, sendo comprovado a eficácia do Lactobacillos por ISOLAURI et al. (2001) relatam que a administração oral de Lactobacillos sp resultou em um aumento da resposta imune inata, ou seja, aumento da fagocitose, bem como uma elevada produção de imunoglobulina (IGA) e uma diminuição da produção de IgE em humanos e animais. Outro ponto a favor do uso de probióticos é a produção leiteira tende a aumentar, alguns autores como Magnabosco et al. (2010) utilizando um simbiótico à base de Lactobacillus acidophilus, Enterococcus faecium, Bacillus subtilis e Saccharomyces cerevisiae, verificaram um aumento de 10% na produção de animais da raça Girolando. NOCEK & KAUTZ (2006) relatam um aumento de 6% na produção de leite de vacas da raça Holandesa quando utilizou um probiótico a base de Enterococcus faecium e Saccharomyces cerevisiae. Resultados semelhantes foram encontrados por NOCEK et al. (2003). Todos esses probióticos trabalhados por esses autores estão na formulação do produto Teutolac, sendo assim com o uso contínuo do produto tende a ocorrer aumento da produção do leite. E foi observado a queda das células somáticas, isso é possível, pois conforme relatos de SAINZ et al. (2011) e MAGNABOSCO et al. (2010) indicam uma redução na contagem de células somáticas (CCS) de animais em lactação e podem também contribuir para o aumento na produção de leite, uma vez que a contagem de células somáticas exerce efeito negativo na produção de leite (COLDEBELLA et al. 2004). NOCEK & KAUTZ (2006) relatam um aumento na concentração de gordura do leite de vacas da raça Holandesa, 4,65 vs 4,59%, quando utilizou um probiótico a base de Enterococcus faecium e Saccharomyces cerevisiae em comparação com o lote controle. Resultados semelhantes foram encontrados por NOCEK et al. (2003). Sendo que ambos probióticos citados pelos autores estão presente na formulação do teutolac.

Conclusão Foi possível observar que a utilização do teutolac, que possui em sua formulação alguns probióticos apresentou resultados muito satisfatórios, em apenas 30 dias de uso com a diminuição do grau de mastite subclínica ou a cura dos tetos afetados. Além disso, com base em outros trabalhos foi possível comprovar o relato do produtor que tinha ocorrido a diminuição da CCS, sendo isso graças aos probióticos que estão na formulação do teutolac. Referências: COLDEBELLA, A.; MACHADO, P. F.; DEMETRIO, P. C. G. B.; RIBEIRO JUNIOR, P. J.; MEYER, P. M.; CORASSIN, C. H.; CASSOLI, L. D. Contagem de Células Somáticas e Produção de Leite em Vacas Holandesas Confinadas. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 33, n. 3, p. 623-634, 2004. ISOLAURI, E.; SÜTAS, Y.; KANKAANPÄÄ, P.; ARVILOMMI, H.; SALMINEN, S. Probiotics: effects on immunity, American Journal of Clinical Nutrition, New York, v. 73 (suppl), p. 444S-450S, 2001. KREHBIEL, C. R.; RUST, S. R.; ZHANG, G.; GILLILAND, S. E. Bacterial direct-fed microbials in ruminant diets: Performance response and mode of action. Journal of Animal Science, Champaign, v. 81, (Suplemento especial 2), p.120-132, 2003. MAGNABOSCO, C. U.; CARNEVALLI, R. A.; SAINZ, R. D.; FILGUEIRAS, E. A.; MAMEDE, M. M. S.; CASTRO, L. M. Probióticos melhoram a qualidade do leite de vacas Girolando. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 47, 2010, Salvador. Anais eletrônico... [CD-ROM], Salvador: SBZ, 2010. NOCEK, J. E.; KAUTZ, W. P.; LEEDLE, J. A. Z.; BLOCK, E. Direct-Fed Microbial Supplementation on the Performance of Dairy Cattle During the Transition Period. Journal of Dairy Science, Champaing, v. 86, p. 331 335, 2003. NOCEK, J.E.; KAUTZ, W. P. Direct-Fed Microbial Supplementation on Ruminal Digestion, Health, and Performance of Pre- and Postpartum. Journal of Dairy Science, Champaing, v. 89, p. 260 266, 2006. SAINZ, R. D.; MAGNABOSCO, C. U.; FILGUEIRAS, E. A.; GUIMARÃES, R.; FREITAS, F. M. C.; MATTOS, L. R. Effects of a direct-fed microbial and fibrolytic enzyme product on somatic cell counts in milk produced by crossbred dairy cows in the Brazilian Cerrado. Journal of Dairy Science, Champaing. v. 94, E-Suppl. 1: p. 126. 2011. SAXELIN, M.; TYNKKYNEN, S.; MATTILA-SANDHOLM, T.; VOS, W. Probiotic and other functional microbes: from markets to mechanisms. Current Opinion in Biotechnology, London, v.16, p.1-8, 2005.

STEIN, D. R.; ALLEN, D. T.; PERRY, E. B.; BRUNER, J. C.; GATES, K. W.; REHBERGER, T. G.; MERTZ, K.; JONES, D.; SPICER L. J. Effects of feeding propionibacteria to dairy cows on milk yield, milk components, and reproduction. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 89, n. 1, p. 111-125, 2006.