BOLETIM DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

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Transcrição:

BOLETIM DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS Agosto 215

Eletricidade de origem renovável em Portugal Portugal Continental A caminho do fim do Verão, Portugal continental contínua com valores de quantidade de precipitação inferiores ao normal. De acordo com o boletim de Agosto do IPMA, o País encontrase em situação de seca meteorológica, sendo a área afetada de cerca de 7%. Estas condições têm contribuído severamente para a diminuição da produção hidroelétrica, encontrando-se o índice de produtibilidade hidroelétrico acumulado no valor de,76. Este facto tem contribuído para que a produção de eletricidade de fontes renováveis em termos acumulados apresente quotas inferiores aos valores médios, surgindo com uma contribuição de 49,6% em Portugal Continental. De realçar que este cenário tem contribuindo para o agravamento dos preços do mercado de eletricidade; a média do preço de mercado em agosto de 215 foi de 55,6 /MWh enquanto no período homólogo de 214 foi de 49,9 /MWh (Fonte: OMIE, 215). A Figura 1 seguinte apresenta a distribuição das fontes na produção de eletricidade em Portugal Continental. Grande Hídrica Térmica Fóssil 35,% 5,4% 1,% 3,7% 22,3% 5,% 1,6% 1,6% Saldo Importador Cogeração Fóssil Eólica PCH 18,9% Solar Biomassa Figura 1: Peso das diferentes fontes na produção de eletricidade em Portugal Continental entre Janeiro e Agosto de 215 Fonte: REN, Agosto 215 Analisando as fontes renováveis verifica-se que a maior contribuição é a da eólica com 22,3%, a qual tem mantido esta posição desde o início do ano, demonstrado a sua instabilidade e previsibilidade. Seguidamente surge a hídrica com 2,5%, dos quais 18,9% corresponde à grande hídrica e 1,6% às PCHs. Por sua vez, a restante contribuição de eletricidade renovável repartese pela biomassa com 5,% e pela solar fotovoltaica com 1,6%. 2

No que respeita a térmica convencional, a sua contribuição atinge 35,%, registo mais alto verificado desde o início do ano, devido à necessidade de compensar a redução significativa da produção hídrica. O saldo importador revela igualmente uma ligeira subida apresentando uma cota de 5,4%. A próxima figura ilustra as contribuições por fonte dos últimos três anos entre janeiro e agosto, realçando-se a expressiva quebra da tecnologia hídrica este ano face aos períodos homólogos e consequentemente a repartição desta quebra pelas tecnologias fósseis com recurso ao carvão e gás natural. [GWh] 12 1 8 6 4 2 Grande Hídrica Figura 2: Evolução da produção de eletricidade por fonte entre janeiro e agosto Fonte: REN, Julho 215 Eólica Outras renováveis Carvão Gás Natural Cogeração fóssil 213 9 776 7 632 3 14 7 78 944 3 88 214 1 861 8 143 3 232 6 515 69 3 566 215 6 388 7 528 2 854 8 931 2 9 3 388 Esta permite ainda ilustrar a reduzida variabilidade anual da tecnologia eólica e das da rúbrica Outras renováveis, sendo as produtibilidades mensais idênticas, o que alicerça a necessidade de diversificar as fontes renováveis e apostar por exemplo na tecnologia solar fotovoltaica que tem características que permitem compensar as diminuições de produção da hídrica nos meses de verão. É ainda de realçar que a necessidade de recorrer aos combustíveis fósseis para compensar a quebra da produção hídrica tem contribuído para o aumento do preço do mercado de energia e inevitavelmente para impacte das emissões de gases de efeito estufa, para além do saldo das importações. A figura seguinte mostra a produção de eletricidade através das diferentes fontes no mês de agosto dos últimos três anos, pela qual se verifica que a contribuição renovável no mês de 3

agosto é tipicamente baixa. Esta descida foi ultrapassada principalmente através da importação e da produção fóssil nacional. [GWh] 2 5 2 1 5 1 5 Renovável Termica Fóssil Importação Exportação ago-13 ago-14 ago-15 Figura 3: Produção mensal de eletricidade por tipo de fonte, Agosto 213 Agosto de 215 Fonte: REN, Julho 215 Apesar de se verificar um abrandamento no desenvolvimento de novos projetos de produção de eletricidade com base nas FER, o mercado começa a mostrar a maturação e competitividade das tecnologias com o surgimento de projetos de centrais de larga escala sem recursos a tarifas bonificadas, como por exemplo o projeto da central solar de 2 MW prevista para o início de 216 em Alcoutim. Contudo, realça-se que se pode estar a perder a oportunidade de criação um cluster de solar, à semelhança do criado para a tecnologia eólica, por falta de estratégia política. Resumo Semestral Madeira e Açores Esta edição do boletim das energias renováveis apresenta-se um balanço da produção de eletricidade do primeiro semestre nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Globalmente verifica-se que os combustíveis fósseis é a fonte predominante em ambas as regiões (Figura 4 e Figura 5), sendo o desenvolvimento e contribuição das energias renováveis ainda pouco significativo para a potencialidade de aproveitamento das fontes endógenas das ilhas. Nomeadamente, salienta-se que dado o défice tarifário existente em ambas, deveria verificar-se uma maior atuação ao nível do desenvolvimento de tecnologias mais custo-eficiente 4

[MWh] para as regiões, com a utilização sempre que possível de mecanismos de apoio dos fundos europeus para dinamizar o sector elétrico das regiões. Analisando a figura seguinte, verifica-se que a contribuição das fontes de energia renovável no balanço elétrico na RAM rondam os 3%, sendo as energias hídrica e eólica de maior expressividade. A RAM tem como meta estratégica atingir os 5% de contribuição renovável produção de eletricidade até 22, sobretudo através do desenvolvimento eólico e reforço do aproveitamento hidroelétrico existente. 3 25 2 15 1 5 Térmica Hídrica Eólica Solar Outros 1ºSem 214 1ºSem 215 Figura 4: Evolução da produção de eletricidade por fonte no primeiro de semestre na RAM A Figura 5 mostra a evolução da produção de eletricidade na RAA, destacando-se a contribuição do sector geotérmico com cerca de 25% na produção global, as restantes tecnologias de produção renovável apresentam uma contribuição que ronda os 12%. A RAA apresenta no seu Plano de Acção uma projeção de 6% de contribuição renovável até 22, nomeadamente através do reforço do potencial existente de geotermia, aumento da potência instalada de eólica e introdução da tecnologia solar. 5

[MWH] 3 25 2 15 1 5 Térmica Hídrica Geotérmica Eólica Solar Outros 1ºSem 214 1ºSem 215 Figura 5: Evolução da produção de eletricidade por fonte no primeiro de semestre nos Açores Informação disponível em www.apren.pt 6