BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS. Novembro 2016
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- Benedicta de Oliveira Weber
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1 BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS Novembro 2016
2 ELETRICIDADE DE ORIGEM RENOVÁVEL EM PORTUGAL CONTINENTAL O outono de 2016 tem-se caracterizado por temperaturas ligeiramente acima da média e uma produtibilidade de recurso hídrico inferior à média. Estes fatores levaram a uma diminuição para 65 % do peso da eletricidade produzida pelas fontes de energias renováveis (FER) ( GWh) no consumo 1 elétrico de Portugal Continental ( GWh). o início do ano, assinalando-se um conjunto de horas (equivalente a mais de 1,5 meses) em que já foi suficiente para, só por si, abastecer o consumo elétrico nacional. No global a produção de eletricidade em Portugal Continental (fig.1) permitiu, além da satisfação do consumo, alcançar um saldo exportador recorde de quase 5 TWh, até ao final de novembro. Não obstante, a produção renovável tem vindo a registar desempenhos notáveis desde 5% 1% 22% 33% 41% Fóssil 59% Renovável 8% 31% Figura 1: Repartição das fontes na produção de eletricidade em Portugal Continental. (Valores acumulados em 2016 até ao final de novembro) Fonte: REN, 2016; Análise APREN 1 Valor referido à emissão das centrais para consumo, incluindo ainda as perdas nas redes e os consumos em bombagem hidroelétrica. APREN 2
3 [TWh] No período supramencionado, a produção elétrica de origem fóssil, 41 %, teve origem em centrais convencionais, 33 %, e cogeração, 8 %. Por seu lado, as FER representaram 59 % da produção. A fonte renovável com maior contribuição foi a hídrica com 31 %, seguida da eólica com 22 %. A bioenergia e a eletricidade de origem solar contribuíram com 5 e 1 %, respetivamente. Até ao final de novembro, as exportações elétricas, GWh, suplantaram largamente as importações, GWh, perfazendo um balanço exportador líquido de GWh, como pode ser observado na figura 2. 32,0 28,0 24,0 20,0 16,0 12,0 8,0 Legenda: Hídrica Eólica Solar Biomassa Bioenergia Carvão Gás Natural Cog. Fóssil Importação Exportação 4,0 0,0-4,0-8,0 Renovável Fóssil Trocas Figura 2: Balanço da produção de eletricidade e de trocas internacionais de Portugal Continental. (Valores acumulados em 2016 até ao final de novembro) Fonte: REN; Análise APREN Na mesma figura é ainda possível verificar os valores de produção elétrica de cada fonte energética. Em termos acumulados, a eletricidade gerada pelo parque térmico (convencional + cogeração) totalizou os Quanto às FER, a hidroeletricidade gerou GWh, seguida da eletricidade de origem eólica, GWh, da bioenergia com GWh e da solar fotovoltaica com 734 GWh GWh. APREN 3
4 [TWh] Os valores da produção hidroelétrica e da produção elétrica de origem eólica são superiores aos verificados no período homólogo do ano passado (fig. 3). De facto, até ao fim de novembro do ano anterior a produção hídrica e eólica cifrava-se apenas nos GWh e GWh, respetivamente. A justificação para este aumento é explicável por um lado pelo incremento da potência eólica e hídrica instalada a nível nacional e, por outro por uma disponibilidade anual de recurso renovável acima da média. 15,0 12,0 9,0 6,0 3,0 Legenda: Hídrica Eólica Solar Bioenergia Carvão Gás Natural Cog. Fóssil Importação Exportação 0, ,0-6,0 Figura 3: Evolução da produção de eletricidade por fonte. (Valores acumulados até ao final de novembro) Fonte: REN; Análise: APREN A evolução da produção de eletricidade por fonte evidencia um crescimento da produção elétrica com origem no gás natural, em relação ao mesmo período do ano passado, de mais de 34 %. Até ao final de novembro de 2015 as centrais a gás natural tinham gerado GWh e em 2016 produziram GWh. Em termos médios anuais o mix de produção elétrica, acima mencionado, permitiu situar o preço da eletricidade no mercado spot do MIBEL nos 37,48 /MWh, valor bastante inferior ao verificado no período homólogo do ano anterior, 50,14 /MWh, quando a representatividade de renovável no consumo foi de 48 %. APREN 4
5 Potência [MW] Outro facto interessante ocorrido no mês de novembro foi o registado na madrugada do dia 21 de novembro, entre as 2h30 e as 4h15, quando a produção eólica ultrapassou o consumo elétrico de Portugal Continental (fig.4). Na madrugada deste dia a potência eólica voltou a registar um novo marco histórico atingindo um máximo de MW, às 1h30, e um valor médio de MW, entre as 2h30 e as 4h Eólica Hídrica Outras renováveis Fóssil Consumo Consumo + bombagem h30 4h15 0 Figura 4: Diagrama de carga de Portugal continental a 21 de novembro de Fonte: REN; Análise: APREN APREN 5
6 SÍNTESE Até ao final de novembro a eletricidade gerada com recurso a fontes de energias renováveis manteve uma representatividade elevada no consumo elétrico de Portugal Continental, 65 %. Graças a uma elevada disponibilidade do recurso renovável, desde o início do ano, o preço médio da eletricidade no mercado spot situa-se no final de novembro em 37,48 /MWh, valor bastante inferior ao verificado no ano anterior, 50,14 /MWh, quando a representatividade de renovável no consumo foi de 48 %. Um facto relevante do setor elétrico nacional do último mês foi a constatação de um novo recorde da produção eólica. No dia 21 de novembro, durante quase duas horas o recurso eólico permitiu que a eletricidade produzida nos aerogeradores fosse suficiente para abastecer a totalidade do consumo nacional. A potência média neste período foi de MW, a que corresponde um fator de carga de 82 % do parque eólico do continente. Informação disponível em: APREN Departamento Técnico e Comunicação Av. Sidónio Pais, nº 18 R/C Esq Lisboa, Portugal Tel. (+351) APREN 6
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