LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU TÉCNICO MPU 2017 PROFESSORA CRISTIANE COSTA. LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU 2017 Profa. Cristiane Costa Aula 00

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Transcrição:

00 LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU TÉCNICO MPU 2017 PROFESSORA CRISTIANE COSTA 1

CURRÍCULO DA PROFESSORA Cristiane Costa Advogada; Pós-graduada em Direito Constitucional; Pedagoga; APRESENTAÇÃO Olá, tudo bem? É com grande satisfação que recebi o convite do Supremacia Concursos para ministrar este curso pré-edital de Legislação Aplicada ao MPU, especialmente formatado para o concurso do Ministério Público da União. Este será um curso de teoria e exercícios comentados, que cobrirá todos os tópicos de Legislação Aplicada ao MPU exigidos para o concurso de Técnico do MPU. O método das aulas contempla, em cada tópico, a exposição da teoria seguida da resolução e comentário de questões de prova sobre o assunto. Nos comentários, pode haver explicações novas. Assim, teoria e questões se complementam. Procurarei, sempre que possível, selecionar e comentar questões recentes. Espero que você aproveite o curso, estude bastante e, na hora da prova, resolva as questões com confiança. Desse modo, todo o esforço empregado nessa fase preparatória será recompensado com a alegria que acompanha a aprovação. Bons estudos! Professora Cristiane Costa 2

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...2 SUMÁRIO...3 1. INTRODUÇÃO...4 2. CRONOGRAMA DO CURSO...5 3. O Ministério Público Na Constituição Federal...6 4. Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)...21 5. Resumo da Aula...23 6. Questões...27 7. Questões Comentadas...33 8. GABARITO...44 9. CONTROLE DE ACERTOS...44 10. CONCLUSÃO...45 3

1. INTRODUÇÃO Nosso curso será em forma de teoria e questões. Isso elevará sua capacidade de fixação do conteúdo, mesmo que ainda não esteja dominando a legislação completamente. A nossa metodologia atuará para potencializar sua memória E não falamos isso da boca para fora! Olhem só: Desenvolvida, em 1885, por um psicólogo alemão, Herman Ebbinghaus, a curva do esquecimento (Forgetting Curve) ilustra a capacidade cerebral que temos para armazenar as informações recém-adquiridas. Ebbinghaus conseguiu, através de várias experiências, mensurar o efeito do tempo na memória. Observe o gráfico a seguir: Para você ter uma ideia, 24h após uma aula, esquecemos entre 60%-80% do que foi ensinado. Em outras palavras, lembramos somente entre 20%-40%. Após 30 dias, sem revisões programadas, esquecemos 97% do conteúdo daquela aula. Note que, na curva, a recomendação é de que você revise horas depois. Mas, baseado em estudos mais modernos, recomendamos que você revise a matéria antes de passar uma noite de sono para isso releia as suas marcações feitas durante a aula. Se você gostou da nossa parte científica de metodologia do aprendizado e quer aprender mais sobre aprender a aprender, acesse nosso site () e veja mais dicas! Vamos começar? 4

Hoje iniciaremos o nosso estudo com uma breve introdução à Legislação Aplicada ao MPU, abordando o tema: o Ministério Público e o CNMP na Constituição. Esse assunto é de extrema importância e servirá como base para nossas futuras aulas. O objetivo deste material é apresentar a Legislação Aplicada ao MPU, em linguagem SIMPLES, SUCINTA E DIDÁTICA, apontando os principais pontos que poderão ser exigidos na prova do MPU. Fique ligado nesse assunto, pois ele é muito importante para a sua prova. Eu e toda a equipe do Supremacia Concursos faremos o nosso melhor para te ajudar nessa jornada rumo à sua aprovação na prova do MPU. 2. CRONOGRAMA DO CURSO Aula Assunto Data 0 O MP na Constituição Federal. O CNMP na Constituição Federal. Disponível 1 Lei Orgânica Nacional do MPU (LC 75/93) Parte I. 22/03/2017 2 Lei Orgânica Nacional do MPU (LC 75/93) Parte II. 30/03/2017 3 Lei Orgânica Nacional do MPU (LC 75/93) Parte III. 10/04/2017 4 Lei Orgânica Nacional do MPU (LC 75/93) Parte IV. 20/04/2017 5 Lei Orgânica Nacional do MPU (LC 75/93) Parte V. 30/04/2017 5

Preparando-se para estudar Desligue o celular e saia da internet. Iluminação adequada (luz branca). Ligue seu cronômetro! 3. O Ministério Público Na Constituição Federal 3.1 Natureza Função essencial à Justiça. Instituição autônoma, permanente, estruturada para defender o ordenamento jurídico, o regime democrático e os interesses sociais (em sentido amplo) e os individuais indisponíveis. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA São instituições, públicas ou privadas, que atuam perante o Judiciário, mas a ele não pertencem. São funções essenciais à Justiça a advocacia pública, a advocacia (privada), o Ministério Público e a Defensoria Pública. Posição constitucional do MPU: há divergência doutrinária, e o STF evitou posicionarse sobre o assunto. Há três correntes: 1) o MP seria ainda vinculado ao Executivo (José Afonso da Silva); 2) MP seria um 4º Poder (Michel Temer); 3) o MP é uma instituição autônoma, não vinculada a nenhum dos três poderes, mas sem configurar um quarto poder (Alexandre de Moraes, Pedro Lenza, Hugo Nigro Mazzilli, Emerson Garcia). Prevalece a terceira corrente. Há alguns argumentos para isso: 6

a) a CF fala que o MP é instituição autônoma (art. 127, caput); b) não está tratada no capítulo do Executivo (arts. 76 a 91); c) seus membros possuem independência funcional (CF, art. 127, 1º, e LC 75/93, art. 4º); d) a instituição possui autonomia funcional, administrativa, financeira e orçamentária (CF, art. 127, 2º e seguintes; LC 75/93, arts. 22 e 23); e) o PGR (chefe do MPU) é escolhido pelo Presidente da República, mas com aprovação da maioria absoluta do Senado, para mandato de dois anos, só podendo ser destituído também com aprovação da maioria absoluta do Senado (CF, art. 127, 1º e 3º, e LC 75/93, art. 26); f) o MPU possui iniciativa legislativa, por meio do PGR, para os projetos sobre sua estrutura e funcionamento (CF, art. 128, 5º); g) segundo a CF, o MPU exerce o controle externo da atividade policial, o que denota não ser vinculado ao Executivo (CF, art. 129, VII, e LC 75/93, art. 9º). Essa é a posição cobrada em provas mais recentes (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006; Esaf/PGDF/Procurador/2007; FCC/MPE-RS/Técnico/2008). Após a EC 45/04, as Defensorias Públicas Estaduais passaram a ter autonomia financeira e orçamentária, funcional e administrativa (CF, art. 134, 2º). Alguns autores defendem, então, que as DPE's não estariam mais vinculadas ao Executivo (mas DPU e DPDF, sim). O STF, julgando a ADIn nº 3.569/DF, Pleno, Relator Sepúlveda Pertence, declarou inconstitucional lei do Estado de Pernambuco que vinculava a DPE à Secretaria de Justiça, mas não afirmou expressamente que a DPE é desvinculada do Executivo. 3.2 Estrutura e abrangência Nos termos da Constituição: Art. 128. O Ministério Público abrange: I o Ministério Público da União, que compreende: a) o Ministério Público Federal; b) o Ministério Público do Trabalho; c) o Ministério Público Militar; d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; II os Ministérios Públicos dos Estados. 7

O Ministério Público da União, como o próprio nome já diz, é vinculado à União (Um dos entes federados da nossa Federação), e possui quatro ramificações: O Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do DF e Territórios. O MPU tem por chefe o Procurador-Geral da República. Lembrem-se, o chefe do MPU não é o Presidente da República, esse é o chefe do Poder Executivo da União. O Procurador- Geral da República (PGR) é nomeado pelo Presidente da República, após aprovação por maioria absoluta do Senado Federal, dentre membros da carreira, maiores de 35 anos, para mandato de dois anos, permitida a recondução. O fato de o PGR ser nomeado pelo Presidente da República não faz com que o PGR (E o MPU) seja vinculado ao Presidente, nem ao Executivo, pois quando o presidente o faz, o faz como Chefe de Estado, e não como Chefe de Governo. Como Chefe de Estado, o Presidente presenta a República Federativa do Brasil. Já como Chefe de Governo ele é o Chefe do Executivo da União. Para os que ainda não sabem, República Federativa do Brasil e União são coisas distintas. A primeira é o Estado Soberano, o Brasil. Já a segunda é um dos entes federados que fazem parte da República. A primeira é soberana, a segunda é meramente autônoma (Isso deve ser aprofundado em Direito Constitucional). Alguns autores dizem que a nomeação do PGR pelo Presidente é uma contradição, um ranço que herdamos da Constituição anterior, pois lá o MP integrava o executivo, então faria algum sentido a nomeação pelo Presidente. Eu discordo, prefiro a explicação que dei a vocês, pois entendo que seja doutrinariamente mais apropriada. Assim, o processo de escolha do PGR deve preencher alguns requisitos: Membro da Carreira + possua mais de 35 anos + Nomeação pelo Presidente da República + Aprovação por maioria absoluta do Senado Federal. O PGR acumula duas funções, a de Chefe do MPF e a de Chefe do MPU. Vemos, também, que cada um dos MPs que compõem o MPU tem seu chefe e que, dentre esses quatro, SEMPRE O CHEFE DO MPF SERÁ O CHEFE DO MPU. O CESPE, por exemplo, entende que QUALQUER MEMBRO DO MPU pode se tornar PGR, seguindo a literalidade do que consta na Constituição Federal. Inclusive, isso já foi objeto de prova, e o CESPE adotou este entendimento! O PGR só pode ser destituído por iniciativa do Presidente da República ou por vontade própria. Na primeira hipótese, a destituição só ocorre se houver aprovação por maioria absoluta do Senado Federal. Isso ocorre porque essa é a forma pela qual o PGR é nomeado. Assim, para sua destituição, é necessário que seja adotado o mesmo procedimento. Esse é o que chamamos de Princípio do paralelismo das formas. O Procurador-Geral do Trabalho e o Procurador-Geral da Justiça Militar, Chefes do MPT e do MPM, respectivamente, são nomeados pelo Procurador-Geral da República, dentre membros das respectivas carreiras. Já o Procurador-Geral de Justiça do DF e Territórios NÃO É NOMEADO PELO PGR! O Procurador-Geral de Justiça do DF e Territórios é nomeado pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, dentre uma lista tríplice encaminhada após escolha pelos membros do MPDFT. O PGR apenas dá posse ao novo PGJDFT. 8

A forma de destituição do Procurador-Geral de Justiça do MPDFT também é a mesma prevista para a destituição dos Procuradores-Gerais dos MP s dos estados-membros. Nos termos da Constituição: Art. 128 (...) 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva. Com a ressalva de que no caso dos Procuradores-Gerais de Justiça dos estados, quem delibera sobre a destituição é a Assembleia Legislativa. Já no caso do PGJDFT quem delibera sobre a destituição não é o Poder Legislativo do DF (Câmara Legislativa), mas o Senado Federal. 3.3 Funções Institucionais São as tarefas atribuídas ao Ministério Público pela Constituição e pelas Leis. Essas tarefas estão presentes na Constituição Federal no art. 129; assim como na Lei Completar 75/93, nos artigos 5º (funções institucionais propriamente ditas) e 6º (instrumentos de atuação). CONSTITUIÇÃO FEDERAL: ART. 129: São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; A ação penal pública pode ser INCONDICIONADA ou CONDICIONADA. No primeiro caso, o MP pode ajuizar a ação penal mesmo contra a vontade da vítima, não precisando de sua autorização. No segundo caso, o MP precisa de autorização da vítima (representação) para que possa ajuizar a ação penal. Esta é a chamada ação penal pública condicionada à representação". ATENÇÃO: A titularidade da ação penal pública (poder-dever de promover a ação penal pública) é EXCLUSIVA do MP. NÃO PODE SER DELEGADA A NENHUMA OUTRA INSTITUIÇÃO. II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; Esse inciso dispõe sobre a função que tem o MP de proteger à sociedade contra os abusos do Poder Público que, como sabemos, muitas vezes não respeita os direitos constitucionalmente previstos. III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 9

Apenas para esclarecer, a Ação Civil Pública é uma ação de cunho coletivo, cujo objetivo é defender alguns direitos da sociedade ou de um determinado grupo da sociedade. O Inquérito Civil é meramente um procedimento preparatório de natureza administrativa, instaurado no âmbito interno do MP, por ordem de um membro do MP, quando este tem notícia de que está havendo alguma violação a um direito difuso (toda a sociedade) ou coletivo (determinado grupo da sociedade). Tem a finalidade de investigar se, de fato, há ou não a violação. Se não houver, o Inquérito Civil Público (ICP) é arquivado. Se houver, as provas reunidas irão servir para a instrução da Ação Civil Pública que será ajuizada pelo MP. Lembrando que só será ajuizada caso não seja possível, ou não seja do interesse da sociedade, a realização de um acordo (Termo de ajustamento de Conduta TAC). ATENÇÃO: O ICP não é obrigatório! O membro do MP pode ou não o instaurar. Se quando o membro do MP tiver notícia do fato, analisando as provas, entender que não há necessidade de obtenção de outras provas, não instaurará o ICP. Ou seja, a ACP pode perfeitamente ser ajuizada sem que tenha havido previamente a instauração de um ICP. IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; A ação de inconstitucionalidade é uma ação que não pode ser ajuizada por qualquer pessoa. Assim, a lei estabelece quem pode ajuizá-la. O MP é um destes legitimados. Esta função é exercida PELO CHEFE DE CADA MP (Procurador-Geral da República no caso do MPU e Procuradores-Gerais dos estados no caso dos MP s estaduais). Uma ação de inconstitucionalidade é uma ação abstrata (não tem partes autor e réu), que visa à declaração de que uma norma está ofendendo a Constituição. Declarada pelo Judiciário a ofensa, a norma pode ser tirada do sistema jurídico ou apenas ser dada a ela uma interpretação que seja compatível com o texto constitucional. Há, ainda, a ação de inconstitucionalidade por omissão, que é ajuizada quando um ente público deixa de publicar uma lei que a Constituição determina, ou o faz de maneira parcial. Em todos esses casos, o que se busca é proteger a Constituição e seus ditames. V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; A atuação do MP em favor das populações indígenas se dará apenas em relação aos direitos da comunidade indígena, enquanto corpo coletivo, e no que se referir às suas peculiaridades, proteção de sua cultura, terras, entre outros. VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; 10

O MP, para instruir seus processos administrativos e Inquéritos Civis Públicos, pode requisitar documentos e informações e expedir notificações. O poder de requisição do MP é exercido com exclusividade pelo membro do MP, ou seja, um servidor do MP não pode requisitar uma informação ou um documento. A requisição não é uma solicitação, ela é mais que uma solicitação. O cumprimento da requisição é obrigatório, não é facultativo, e o descumprimento sujeita o infrator às penalidades previstas em lei. VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; O desempenho das funções da polícia contribui negativa ou positivamente para o desempenho das funções do MP (Um crime mal investigado dificilmente gera uma condenação), ao MP foi conferido o controle externo da atividade policial. Art. 3º da LC 75/93 regulamenta o art. 129 da CF: Art. 3º O Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade policial tendo em vista: a) o respeito aos fundamentos do Estado Democrático de Direito, aos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, aos princípios informadores das relações internacionais, bem como aos direitos assegurados na Constituição Federal e na lei; b) a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio público; c) a prevenção e a correção de ilegalidade ou de abuso de poder; d) a indisponibilidade da persecução penal; e) a competência dos órgãos incumbidos da segurança pública. ATENÇÃO: O MP NÃO É O CHEFE DA POLÍCIA. O MP apenas tem a atribuição para FISCALIZAR o exercício da atividade policial. O MPU exerce o controle EXTERNO da atividade policial, pois o MPU NÃO INTEGRA a mesma estrutura da polícia. Quem exerce o controle INTERNO da atividade policial é a CORREGEDORIA da polícia respectiva. VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; A Polícia possui duas vertentes: Polícia Judiciária e Polícia administrativa. A primeira é responsável pela investigação. Sua função é auxiliar o MP, fornecendo elementos que levem à responsabilização do infrator. É exercida pela Polícia Civil e pela Polícia Federal. No entanto, a função de Polícia administrativa é exercida, basicamente, pela Polícia Militar. Sua função é de prevenção. Seu objetivo é evitar que os crimes sejam cometidos, num trabalho ostensivo de vigilância. 11

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. Importante lembrar que o MP NÃO PODE ter a função de representação judicial, assim como, NÃO PODE prestar consultoria jurídica à entidades públicas. 3.4 Princípios Institucionais São normas abstratas e gerais que regem a estruturação do MPU. O art. 127, 1º da Constituição assim dispõe: 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. Vamos analisar cada princípio: Princípio da Unidade Nas palavras de Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, o princípio da unidade significa que o Ministério Público constitui-se de um só organismo, uma única Instituição. Quando um membro do Parquet atua, quem na realidade está atuando é o próprio Ministério Público. No âmbito do Ministério Público, a unidade significa que as divisões meramente internas não afetam o caráter uno da instituição. Em outras palavras, o Ministério Público (da União) é um só, embora se divida (internamente) em quatro ramos (Ministério Público Federal, Militar, do Trabalho e do Distrito Federal e Territórios). Claro que existem, como instituições diferentes, o MPU e os Ministérios Público estaduais. Mas, em cada um desses âmbitos, o MP atua como uma só instituição. Eventuais repartições internas não o desnaturam como uma instituição única. É por isso, por exemplo, que o concurso para servidor do MPU é um só: não há concurso para servidor do MPT somente, nem do MPDFT apenas. Faz-se o concurso para o MPU, e é possível ser lotado em qualquer um dos quatro ramos. A carreira de servidor do MPU é una (Lei nº 11.415/06, art. 1º, caput). Mas atenção: essa unidade de carreira se refere apenas aos servidores. As carreiras de membro são separadas entre si, com concursos distintos e provimento autônomo. 12

Assim, existe uma só carreira de servidor do MPU, mas carreiras distintas para membro do MPF, do MPT, do MPM e do MPDFT. Nesse sentido, o art. 32 da Lei Complementar nº 75/93 assim dispõe: As carreiras [dos membros] dos diferentes ramos do Ministério Público da União são independentes entre si, tendo cada uma delas organização própria, na forma desta lei complementar. É também por conta desse princípio que uma causa iniciada, na primeira instância, pelo MP estadual, pode ser objeto de recurso, na instância superior, pelo MPU: todos atuam em nome do Ministério Público, seja como parte ou na condição de fiscal da lei (custos legis). Sobre o tema, confiram-se alguns precedentes: O Ministério Público nacional é uno [art. 128, I e II, da Constituição do Brasil], compondo-se do Ministério Público da União e dos Ministérios Públicos dos Estados. No exercício das atribuições previstas nos artigos 109, 3º da Constituição e 78 e 79 da LC n. 75/93, o Ministério Público estadual cumpre papel do Ministério Público Federal. O ato processual de oferecimento da denúncia, praticado, em foro incompetente, por um representante, prescinde, para ser válido e eficaz, de ratificação por outro do mesmo grau funcional e do mesmo Ministério Público, apenas lotado em foro diverso e competente, porque o foi em nome da instituição, que é una e indivisível. Princípio da Indivisibilidade De acordo com o princípio da indivisibilidade, quando um membro do MPU atua no processo, faz isso em nome de toda a instituição: o Ministério Público atuou naquele processo. Justamente por isso, não pode um membro que eventualmente suceda outro no procedimento tentar desfazer o que o antecessor fez. Além de provavelmente já ter havido preclusão (fenômeno processual que impede voltar atrás nas fases do processo), seria um contrassenso o mesmo MP tomar atitudes distintas quanto ao mesmo ato, no mesmo momento processual. A principal consequência prática do princípio da indivisibilidade é a possibilidade de os membros do MPU poderem se substituir uns aos outros no curso do processo, sem que isso cause nulidade processual (obviamente, desde que respeitados requisitos legais de substituição, como identidade de carreiras e grau de atribuição, por exemplo). Dessa forma, por exemplo: um processo cujo parecer foi exarado por um membro do MP pode ter sustentação oral, no julgamento, feita por outro membro (é, aliás, o que geralmente acontece). Perceba-se que tal substituição seria impossível em relação aos membros do Judiciário: se um juiz realizou a audiência de instrução, deverá ser o mesmo a 13

julgar o processo (princípio da identidade física do juiz), a não ser que estivesse absolutamente impedido. No MP, pode um membro realizar sustentação oral em processo com parecer exarado por outro membro, em virtude de mera alteração de escala; tal proceder está calcado no princípio da indivisibilidade. Aliás, é em virtude da existência do princípio constitucional da indivisibilidade que o STF considera, atualmente, que o Brasil não adota o princípio do promotor natural (segundo o qual o réu teria o direito de ser acusado sempre pelo mesmo membro do MP). Na doutrina, a maioria dos autores defende tal princípio. O próprio STF já chegou a sustentá-lo, em 1993, mas voltou atrás e, em 2008, consignou com todas as letras que o Brasil não adota tal preceito. Nesse sentido: DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. INEXISTÊNCIA (PRECEDENTES). AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA NO STJ. INQUÉRITO JUDICIAL DO TRF. DENEGAÇÃO. 1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra julgamento da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça que recebeu denúncia contra o paciente como incurso nas sanções do art. 333, do Código Penal. 2. Tese de nulidade do procedimento que tramitou perante o TRF da 3ª Região sob o fundamento da violação do princípio do promotor natural, o que representaria. 3. O STF não reconhece o postulado do promotor natural como inerente ao direito brasileiro (HC 67.759, Pleno, DJ 01.07.1993): "Posição dos Ministros CELSO DE MELLO (Relator), SEPÚLVEDA PERTENCE, MARCO AURÉLIO e CARLOS VELLOSO: Divergência, apenas, quanto à aplicabilidade imediata do princípio do Promotor Natural: necessidade de "interpositio legislatoris" para efeito de atuação do princípio (Ministro CELSO DE MELLO); incidência do postulado, independentemente de intermediação legislativa (Ministros SEPÚLVEDA PERTENCE, MARCO AURÉLIO e CARLOS VELLOSO). - Reconhecimento da possibilidade de instituição de princípio do Promotor Natural mediante lei (Ministro SIDNEY SANCHES). - Posição de expressa rejeição à existência desse princípio consignada nos votos dos Ministros PAULO BROSSARD, OCTAVIO GALLOTTI, NÉRI DA SILVEIRA e MOREIRA ALVES". 4. Tal orientação foi mais recentemente confirmada no HC n 84.468/ES (rel. Min. Cezar Peluso, 1ª Turma, DJ 20.02.2006). Não há que se cogitar da existência do princípio do promotor natural no ordenamento jurídico brasileiro. (STF, 2ª Turma, HC 90.277/DF, Relatora Ministra Ellen Gracie, DJE de 1º.08.2008). Tal matéria já foi, inclusive, cobrada em prova de concurso: ESAF/MPU/Analista Administrativo/2004, quando se pedia um princípio que não era aplicável ao Ministério Público, a resposta oficial foi a letra d : princípio do promotor natural. 14

No mesmo sentido, a doutrina reconhece que a Corte Suprema, por maioria de votos, refutou a tese do princípio do promotor natural no ordenamento jurídico brasileiro (HC 67.759/RJ, DJU de 1º.7.93), orientação essa confirmada, posteriormente, na apreciação do HC 84.468/ES (DJU de 20.2.2006) e de outros acórdãos mais recentes. Princípio da Independência funcional Os membros do MPU possuem independência funcional, isto é: no exercício de seu mister, de suas atribuições, não se submetem a quem quer que seja; não recebem ordens de qualquer autoridade; podem atuar de forma livre, de acordo com a lei e com a própria consciência. Na verdade, o Ministério Público goza de diversas garantias de independência, tanto garantias da própria instituição (garantias institucionais, como a autonomia administrativa e orçamentária) quanto dos membros que a compõem (garantias e prerrogativas previstas no art. 95, caput, da Constituição, e nos arts. 17 e 18 da LC 75/93). Ambas visam a assegurar a impessoalidade com que deve ser exercida a função ministerial. No Ministério Público, o desenho institucional é amplamente diferenciado, com relação aos membros, se comparado com a hierarquia existente na Administração Pública. O membro do MP age vinculado apenas a seu entendimento e à lei; não há hierarquia entre membros do MP (no exercício da atividade-fim), e ninguém pode ser obrigado a tomar esta ou aquela atitude. Enquanto, na Administração Pública, existe e vigora o princípio da obediência hierárquica, no Ministério Público, a regra que impera entre os membros é a independência funcional: estão vinculados apenas à lei e à consciência. Os membros e órgãos do Ministério Público não precisam obedecer uns aos outros. Isso não significa que não exista hierarquia, mas essa é restrita à função administrativa, atípica. Nesse sentido já decidiu o STJ: o órgão do Ministério Público é livre para oficiar fundamentadamente de acordo com a sua consciência e a lei, não estando adstrito, em qualquer hipótese, à orientação de quem quer que seja. ATENÇÃO: A independência funcional diz respeito apenas à atividade jurídica do membro do MP. No que se refere à organização administrativa do órgão, HÁ SIM HIERARQUIA. 3.5 Garantias e Vedações aos Membros do MP As garantias dos membros do MP estão previstas no art. 128, 5º da CF: 15

5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Veremos cada garantia e suas particularidades: Vitaliciedade (CF, art. 128, 5º, I, a, e LC 75/93, art. 17, I). A vitaliciedade é a garantia que dispõe os membros do Ministério Público de, após dois anos de efetivo exercício, só perder o cargo em uma hipótese: sentença judicial transitada em julgado. Não basta mero Procedimento Administrativo Disciplinar para que o membro do MP seja punido com demissão do cargo. Essa decisão tem que acontecer dentro de um processo judicial, com decisão que não caiba mais recurso. O estágio probatório dos membros ainda é de dois anos (LC 75/93, art. 197). Inamovibilidade O membro do MPU não pode ser removido ex officio, salvo duas hipóteses: 1) Por motivo de interesse público, por decisão da maioria absoluta do Conselho Superior do ramo ao qual pertence (CSMPF, CSMPT, CSMPM, CSMPDFT) CF, art. 128, 5º, I, b, que revogou tacitamente o art. 17, II, da LC 75/93. 2) Por motivo disciplinar, por decisão da maioria absoluta do CNMP (CF, art. 130-A, 2º, III). 16

A inamovibilidade impede que o membro do MP seja removido compulsoriamente do seu local de atuação para outro, salvo por decisão da maioria absoluta dos membros do colegiado competente (Conselho Superior do MP), ainda assim, desde que haja interesse público devidamente justificado e seja assegurada ao membro do MP a ampla defesa, nos termos do art. 128, 5º, I, b da CF/88. Essa é uma das garantias conferidas aos membros do MP, e é aplicável a todos os membros da carreira, sejam eles vitalícios ou não. Irredutibilidade de subsídios Não está prevista na LC 75/93 (art. 17, III), mas é garantida constitucionalmente (CF, art. 128, 5º, I, c). A irredutibilidade de subsídio (ou vencimentos) é uma garantia financeira conferida aos membros do MP. Semelhantemente ao que ocorre com os magistrados, os membros do MP não podem ter seus subsídios reduzidos. Há exceções, como por exemplo, valores recebidos a título de indenização. Agora veremos as vedações aos membros do MP: As vedações constitucionais impostas aos membros do MP estão previstas no inciso II do 5º do art. 128 da CF/88: O membro do MPU não pode: 1) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; 2) exercer a advocacia; 3) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 4) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; 5) exercer atividade político-partidária; 6) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; O membro do MP também não pode participar de sociedade empresarial, salvo na qualidade de cotista ou acionista. Assim, o membro do MP pode investir seu dinheiro em ações da Petrobrás, entre outras. 17

O que o membro do MP NÃO PODE é abrir uma sociedade empresarial e participar da gestão desta, sob pena de falta funcional. Os membros do MP também não podem exercer qualquer outra função pública, ainda que em disponibilidade, salvo uma de magistério. Em todos esses casos, cada um com sua peculiaridade, uma coisa há em comum: sempre terá que haver compatibilidade de horários. Não importa se o membro do MP foi aprovado no concurso para professor titular de uma universidade federal, se a carga horária for incompatível com o exercício da função, ele não poderá assumir. Ainda que o membro do MP esteja em gozo de licença, férias, ou em disponibilidade, A RESTRIÇÃO PERMANECE! ATENÇÃO: O membro do MP também está proibido de exercer a advocacia. O membro do MP não pode, ainda, exercer atividade político partidária. A vedação ao exercício de atividade político-partidária não abrange somente a candidatura a cargo político, mas também a mera filiação a partido político. 3.6 Autonomia do Ministério Público Autonomia funcional Está prevista na Constituição Federal. Art. 127, 2º da CF: Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) A Instituição está isenta de qualquer influência externa no exercício de sua atividadefim. Desta forma, poderá o MP adotar as medidas que entender necessárias, e que sejam permitidas pelo ordenamento jurídico, em face de quaisquer agentes, órgãos ou Instituições, de caráter público ou privado, não dependendo da autorização ou anuência de quem quer que seja. IMPORTANTE: A autonomia funcional do MP é sua autonomia de atuação no que respeita a outros órgãos, Instituições. Já a independência funcional dos seus membros está relacionada à sua liberdade de convicção, ou seja, o membro do MP deve agir conforme sua convicção em cada caso, não devendo seguir entendimentos adotados pelos órgãos da Administração Superior do MP ou quaisquer outros órgãos. 18

Autonomia administrativa O MP editar atos relacionados à gestão dos seus quadros de pessoal (como por exemplo = admissão, exoneração, aposentadoria), à administração e aquisição de bens, entre outros. Os atos administrativos praticados pelo MP possuem a característica da auto executoriedade, não estando sujeitos à confirmação por parte de qualquer outro órgão ou Poder para que sejam exequíveis. No entanto, essa característica não dispensa estes atos de obedecerem aos parâmetros constitucionais e legais que regem a matéria e delimitam o raio de atuação da Instituição. Desta maneira, é assegurada maior mobilidade à Instituição, contribuindo de forma determinante para a efetividade de sua atividade-fim. Porém, a CF trouxe três exceções a autonomia administrativa do MP: a) A nomeação do PGR e dos Procuradores-Gerais de Justiça é feita pelo Chefe do Executivo. b) O PGR e os PGJs podem ser destituídos por órgãos externos; No primeiro caso após aprovação por maioria absoluta do Senado, por proposta do Presidente da República; No segundo caso, por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo local. O PGJDFT também pode ser destituído por órgão externo, mas segue a regra do PGR, destituição pelo SENADO FEDERAL. c) Os membros vitalícios somente podem perder o cargo por sentença judicial transitada em julgado. Ou seja, quem decide sobre a perda do cargo é o Poder Judiciário (embora, na prática, o Juiz se resuma a verificar se o Processo Administrativo Disciplinar respeitou o devido processo legal). O MP poderá, através do Conselho Superior, regulamentar a Lei, esmiuçando um ponto que não estava maduro para aplicação imediata. Contudo, o MP não pode contrariar o que diz a Lei. Autonomia financeira e orçamentária A Constituição estabelece, em seu art. 127, 2º que: Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. 19

3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. A própria Constituição estabelece uma série de outras regrinhas no que tange à autonomia orçamentária do MP. Art. 127, CF: 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. O MP possui autonomia financeira, mas ela não está expressamente prevista na Constituição Federal. Embora não esteja prevista na Constituição, as Leis Orgânicas dos MPs (Tanto a LC 75/93 quanto a Lei 8.625/93) previram expressamente a autonomia financeira, exatamente pelo fato de ser uma autonomia incontroversa, ainda que não prevista expressamente na Constituição.6 Portanto, a autonomia financeira está expressamente prevista, apenas, nas Leis Orgânicas. A autonomia financeira nada mais é que a capacidade de elaborar sua proposta orçamentária e aplicar os recursos dela provenientes. Nas palavras de Hugo Nigro Mazzilli: autonomia financeira é a capacidade de elaboração da proposta orçamentária e de gestão e aplicação dos recursos destinados a prover as atividades e serviços do órgão titular da dotação. Essa autonomia pressupõe a existência de dotações que possam ser livremente administradas, aplicadas e remanejadas pela unidade orçamentária a que foram destinadas. Tal autonomia é inerente aos órgãos funcionalmente independentes, como são o Ministério Público e os Tribunais de Contas, os quais não poderiam realizar plenamente as suas funções se ficassem na dependência financeira de outro órgão controlador de suas dotações. (O Ministério Público na Constituição de 1988, São Paulo: Editora Saraiva, 1989, pág. 61) 20

4. Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) Criado pela EC 45/04, incluído na Constituição Federal a partir de seu art. 130-A. Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - o Procurador-Geral da República, que o preside; II - quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras; III - três membros do Ministério Público dos Estados; IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; Brasil; V - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. A composição do CNMP é heterogênea, ou seja, inclui representantes do MP e de outras Instituições Públicas. O CNMP é formado por 14 membros. A presidência cabe ao PGR. O CNMP possui função meramente administrativa, funcionando além de um Conselho Nacional, como uma grande Corregedoria Nacional. Pelo fato do CNMP ser um órgão NACIONAL, possui jurisdição sobre todos os MPs do país, seja o MPU ou os MPs estaduais. Vamos confirmar esta informação com a leitura do art.130-a, CF: 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe: I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 21

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas; III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano; V - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI. ATENÇÃO: A escolha do CORREGEDOR NACIONAL DO MP deve recair, NECESSARIAMENTE, sobre um dos membros do MP que integram o CNMP. 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes: I - receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares; II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral; III - requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público. Conforme o art. 130-A, 4º da Constituição, O Presidente do Conselho Federal da OAB não integra o CNMP, mas oficia junto a ele. A CF também previu a criação de ouvidorias, cuja finalidade é auxiliar o CNMP, colaborando com o exercício da cidadania através de denúncia e reclamações contra membros ou órgãos do MP, inclusive seus serviços auxiliares. Art. 130-A, CF: 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros 22

ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público. Concluindo, o CNMP é uma instituição de âmbito nacional, composta por 14 membros, cuja função é o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público, bem como do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. Composição: 07 membros do MP: PGR Presidente do CNMP (membro nato). 04 membros do MPU: 01 do MPF; 01 do MPM; 01 do MPT; 01 do MPDFT. 03 membros dos MPs estaduais (Cada MP escolhe um. Os Procuradores Gerais de Justiça de todos os Ministérios Públicos Estauais se reúnem e definem os 03 nomes.) Um destes 07 será o Corregedor-Nacional do CNMP. 02 Juízes Um indicado pelo STF e outro pelo STJ. 02 advogados Ambos indicados pelo Conselho Federal da OAB. 02 cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada Um indicado pela Câmara e outro pelo Senado Federal. Todos serão nomeados pelo Presidente da República após a aprovação do Senado Federal. 5. Resumo da Aula O MINISTÉRIO PÚBLICO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (art. 127 a 130) O MP (Ministério Público) é a instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. São 23

São Princípios do MP: - a unidade; - a indivisibilidade; - a independência funcional. Autonomia Funcional e Administrativa Autonomia funcional, administrativa e financeira: O MP possui autonomia funcional e administrativa. Pode propor ao legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, a política remuneratória e os planos de carreira. O MP elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Se não encaminhá-la no prazo, o Executivo considerará os valores da Lei Orçamentária vigente; se, tendo encaminhado a proposta, esta estiver em desacordo com os limites, o Executivo procederá os ajustes necessários. Abrangência: Abrangia O MP abrange: - O Ministério Público da União: MP Federal MP do Trabalho MP Militar MP do DF e Territórios - O Ministério Público dos Estados Membros: O MPU tem por chefe o Procurador Geral da República, nomeado e destituído pelo Presidente da República, após aprovação da maioria absoluta do Senado, dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos. Possui mandato de dois anos, sendo permitida a recondução. Os Ministérios Públicos dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, para escolha de seu Procurador Geral. Este será nomeado pelo Chefe do Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. 24

Pode ser destituído por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo. Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada MP, observadas as garantias previstas na Constituição. Garantias dos Membros do Ministério Público: dos Membros do Ministério Público - vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; - irredutibilidade do subsídio. Vedações aos membros: - receber, a qualquer título ou sob pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; - exercer a advocacia; - participar de sociedade comercial; - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; - exercer atividade político-partidária; - exercer, a qualquer título ou sob pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas e entidades públicas ou privadas, ressalvadas as hipóteses previstas em lei. Funções Institucionais: - promover, privativamente, a ação penal pública; - zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição Federal, promover as medidas necessárias à sua garantia; 25

- promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos coletivos; - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos na Constituição; - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar; - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, na forma da lei complementar respectiva; - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar; - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos e suas manifestações processuais; - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. Ingresso na carreira: - Mediante concurso público, de provas e títulos, assegurad a participação da OAB em sua realização; Requisitos: - ser bacharel em direito; - com 3 anos de atividade jurídica. * As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. * A distribuição dos processos será imediata. 26

Conselho Nacional do Ministério Público: - 14 membros; - nomeados pelo Presidente da República; - aprovados pela maioria absoluta do Senado; - mandato de 2 anos; - admitida 1 recondução. Agora, vamos treinar!!! 6. Questões 1. (MPE-RS 2012 TÉCNICO SUPERIOR DE INFORMÁTICA) De acordo com a Constituição Federal vigente, artigo 127, parágrafo primeiro, são princípios institucionais do Ministério Público: a) a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos. b) a autonomia funcional, o promotor natural e a vitaliciedade. c) a independência funcional, a unidade e a indivisibilidade. d) a indivisibilidade, a autonomia orçamentária e a inamovibilidade. e) a titularidade da ação penal, a proteção aos direitos difusos e a unidade. 2. (FGV 2014 MPE-RJ ESTÁGIO FORENSE) Certo Promotor de Justiça, um ano após a sua posse, obtém a titularidade de uma Promotoria de Justiça. Insatisfeito com a sua atuação, o Procurador-Geral de Justiça decide removê-lo do órgão de execução. É correto afirmar que: a) somente os membros do Ministério Público vitalícios possuem a garantia da inamovibilidade, indicativo de que o Procurador-Geral de Justiça pode removê-lo para órgão diverso; 27

b) a garantia da inamovibilidade alcança todos os membros do Ministério Público, vitalícios ou não, de modo que a remoção involuntária somente pode ser determinada em processo judicial; c) a inamovibilidade não obsta a remoção compulsória, desde que determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, a partir de autorização do Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça; d) a remoção compulsória somente pode ser determinada pelo Conselho Superior do Ministério Público, desde que tal seja requerido pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça; e) a inamovibilidade pode ser excepcionada pelo interesse público, desde que tal seja reconhecido pelo Conselho Superior do Ministério Público, em processo administrativo regular. 3. (FGV 2014 MPE-RJ ESTÁGIO FORENSE) Considerando as vedações incidentes sobre os membros do Ministério Público, é correto afirmar que podem: a) acumular suas funções com aquelas inerentes a organismos estatais afetos à área de atuação da Instituição; b) exercer a advocacia em causa própria, vedada a representação dos interesses de terceiros; c) candidatar-se a cargo eletivo, desde que se licenciem até um ano antes da eleição; d) exercer outra função pública, desde que haja compatibilidade de horários; e) receber os ônus da sucumbência, desde que o valor não ultrapasse o teto remuneratório. 4. (FGV 2013 MPE-MS TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Assinale a alternativa que apresenta somente princípios institucionais do Ministério Público. a) unidade, divisibilidade e exclusividade da ação penal. b) unidade, indivisibilidade e independência funcional. c) indivisibilidade, independência administrativa e executividade d) indivisibilidade, unidade e irredutibilidade vencimental. e) indivisibilidade, inamovibilidade e unidade 5. (FGV 2010 BADESC ADVOGADO) Analise as afirmativas a seguir. 28