Relatório - Plano de Aula 14/03/ :54

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Página: 1/8 Disciplina: CCJ0101 - TÓPICOS INTERDISCIPLINARES Semana Aula: 7 Direito Penal e Processual Penal (Aula 1/5) Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de: DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA OBJETIVO Compreender os princípios referentes à aplicação da lei penal brasileira no espaço; Conhecer as hipóteses erros existentes no direito penal brasileiro e as suas consequências; Assimilar os principais aspectos referentes ao instituto da culpabilidade e os seus reflexos para a teoria do crime; Atualizar-se em relação às últimas súmulas publicadas pelos tribunais superiores em matéria penal. Lei Penal no Espaço, Teoria do Erro e Culpabilidade. 1. Lei Penal no Espaço; 2. Teoria do Erro; 3. Culpabilidade. TEMA ESTRUTURA DO CONTEÚDO Nesta aula serão tratados dois temas de Direito Penal, especificamente, localizados na Teoria do Crime e que são recorrentes nos Exames Unificados da OAB: Lei Penal no Espaço, Teoria do Erro e Culpabilidade. LEI PENAL NO ESPAÇO: Tal conteúdo está disciplinado no artigo 5º e seguintes do Código Penal: Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Desta forma, conforme o 2º do artigo 7º do Código Penal brasileiro aplica-se à lei penal brasileira a todos os crimes ocorridos em território nacional a bordo de embarcações ou aeronaves estrangeiras independentemente da nacionalidade do sujeito ativo ou do sujeito passivo ou, ainda, do local de registro da embarcação. A lei penal brasileira é elaborada para ter vigência dentro dos limites de soberania de um Estado, isto, ser aplicada aos crimes que ocorrerem dentro do seu território. Ocorre que surgem problemas de lei penal no espaço sempre que mais de um país tiver interesse em aplicar a sua norma penal fora dos limites do seu território. Há alguns princípios que disciplinam o conteúdo acima: Princípio da Territorialidade: foi o adotado pelo Brasil em seu art. 5º, porém, da territorialidade temperada: diz que a lei penal brasileira será aplicada a todos os fatos puníveis ocorridos em território brasileiro, independentemente, da nacionalidade do sujeito ou do bem jurídico lesado. Princípio da Nacionalidade ou da Personalidade: para este princípio aplica-se ao fato a lei penal do local da nacionalidade, independentemente, do local onde o delito foi cometido ou bem jurídico. Princípio da Defesa, Real ou da Proteção: Para este princípio será aplicada a lei penal do local da nacionalidade do bem jurídico. Princípio da Representação ou da Bandeira: será aplicada a lei penal da bandeira sempre que o país aonde ocorreu o crime não reprimi-lo. Princípio da Justiça Universal ou Cosmopolita: Há crimes que qualquer nação pode reprimir, isto é, independentemente, do local onde cometeu do crime, da sua nacionalidade, da nacionalidade da vítima, da nacionalidade do bem jurídico. O Brasil adotou, portanto, o Princípio da Territorialidade Temperada, ou seja, definiu que a todas as infrações cometidas em território nacional será aplicada a lei brasileira, ressalvando-se os tratados, as convenções e as regras de direito internacional.

Página: 2/8 Já o art. 7º traz uma série de exceções ao Princípio da Territorialidade (art. 5º), ou seja, traz hipóteses em que a lei brasileira será aplicada a crimes que tenham ocorrido fora do território nacional. É a extraterritorialidade da lei penal brasileira: podendo ser Incondicionada (I, art. 7º) ou Condicionada (II, art. 7º). Insta, ainda, destacar que o Código Penal no artigo 6º considera como local do crime o momento da ação ou da omissão e, também, o momento do resultado adotando-se, assim, a Teoria da Ubiquidade ou Mista: CONSIDERA-SE PRATICADO O CRIME NO LOCAL EM QUE OCORREU A AÇÃO OU A OMISSÃO, NO TODO OU EM PARTE, BEM COMO ONDE SE PRODUZIU OU DEVIA PRODUZIR-SE O RESULTADO. TEORIA DO ERRO ERRO DE TIPO (art. 20 CP) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. O agente labora em erro sobre os elementos constitutivos ou essenciais do tipo (lembra-se que os elementos do tipo podem ser objetivos descritivos, objetivos normativos e subjetivos), sem os quais deixa de existir. O agente não sabe o que está fazendo; falta-lhe a representação mental exigível para o dolo típico. * Erro de Tipo Inevitável ou Escusável: ocorre quando a pessoa erra mesmo tendo agido com todos os cuidados exigíveis para aquela situação em que se encontrava. Não responde nem por dolo e nem por culpa. * Erro de Tipo Evitável ou Inescusável: ocorre quando o agente, embora não agindo com dolo, poderia ter evitado seu erro, caso tivesse agido com os cuidados necessários. Não responde por dolo, mas, por culpa se punível. ERRO NAS DESCRIMINANTES PUTATIVAS (art. 20 1º CP) 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Esse erro refere-se às excludentes da ilicitude dispostas no art. 23 do CP. Descriminantes são causas que excluem a ilicitude do fato típico. Putativo origina-se do latim putare e significa o que é pensado, mas inexistente. Descriminantes Putativas são as causas excludentes da ilicitude imaginadas erroneamente pelo agente. Só existem na mente do agente. * Estado de Necessidade Putativo: supondo que o navio vá afundar um sujeito agride o outro passageiro para apossar-se de um salvavidas. * Legítima Defesa Putativa: em uma discussão uma das pessoas leva a mão ao bolso e a outra supondo que aquela iria sacar de uma arma atira primeiro. * Estrito Cumprimento do Dever Legal Putativo: acreditando ser um foragido, um policial, detêm uma pessoa, depois se descobre ser um homônimo. * Exercício Regular de um Direito Putativo: pai dá um tapa em um escolar pensando ser seu filho (usando uniformes iguais). * Inevitável ou Escusável: exclui dolo e culpa. * Evitável ou Escusável: exclui dolo, mas, permite punição por culpa. ERRO SOBRE A PESSOA (art. 20 3º CP) 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Há erro de representação, pois, o agente crê tratar-se de outra pessoa. Ex.: A quer atingir seu irmão, mas, por erro de representação atinge B. (agravante art. 61, II, e, CP). ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO (art. 21 CP) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único -Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. É o erro sobre a ilicitude do fato. É uma espécie de erro que tem por objeto a proibição jurídica do fato. O agente erra sobre a ilicitude do fato, mas, age como consciência. O agente sabe o que faz, mas, pensa erroneamente, que tal conduta é permitida. * Desconhecimento da Lei: o desconhecimento formal é inescusável, porém, pode faltar ao sujeito potencial conhecimento da proibição contida, levando-o a atuar com desconhecimento do injusto. * Consequências: - Desconhecimento da lei: não isenta de pena é uma atenuante (65, II); - Erro de Proibição Inevitável ou Escusável: isenta de pena (exclui a culpabilidade, pois, falta-lhe potencial consciência da ilicitude). - Erro de Proibição Evitável ou Inescusável: diminui pena de 1/3 a 2/3 (redução da pena é obrigatória).

Página: 3/8 * Ú: erro de proibição evitável: quando o sujeito podia alcançar o conhecimento da ilicitude da sua conduta. ERRO NA EXECUÇÃO aberratio ictus O artigo 73 do Código Penal brasileiro disciplina uma das hipóteses de erro na execução também conhecido como aberratio ictus: Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Nas situações de aberratio ictus o agente erra ao executar o crime, ou seja, ocorre um acidente ou erro quanto aos meios de executar o crime. Assim, o agente será responsabilizado como se tivesse atingido a pessoa que pretendia conforme o que dispõe o 3º do artigo 20 do Código Penal. Caso atinja, também, uma terceira pessoa aplicar-se-ão as regras referentes ao concurso formal de crimes (previsto no artigo 70 do Código Penal) em que o agente mediante uma única ação ou omissão pratica dois ou mais crimes. CULPABILIDADE: 1. Conceito: - Censurabilidade e Reprovabilidade 2. Elementos que compõe a culpabilidade: - São três: IMPUTABILIDADE; POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE e EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA a) Imputabilidade: artigos 26 e 27 do CP: - O que é? É a capacidade de entender o caráter ilícito de fato e de autodominar-se de acordo com este entendimento. - Critérios ou elementos para apurar a inimputabilidade penal: biológico; psicológico e biopsicológico. O Código Penal brasileiro adotou o critério biopsicológico no artigo 26 e o critério biológico no artigo 27. - Inimputáveis: art. 26, caput, CP: critério biopsicológico: epilepsia, esquizofrenia, histeria, psicose maníaco depressiva; melancolia, paranóia, alcoolismo, demência, etc. * Menores de 18 anos: art. 27 do CP: 228 CF: Lei 8.069/90: critério biológico * Desenvolvimento mental incompleto ou retardado: em razão da idade, surdo-mudo sem capacidade de comunicação e o silvícola não civilizado. * Necessidade de perícia médica: não vincula (art. 182 CPP) - Semi-imputáveis: art. 26, Ú, CP - Imputáveis: são todas as pessoas que possuem condições de entender o caráter o ilícito do fato, portanto, está presente o elemento da potencial consciência da ilicitude, bem como, por esta razão, conseguem autodominarem-se de acordo com este entendimento. - Causas que excluem a imputabilidade penal: * Doença Mental: * Desenvolvimento mental incompleto; * Desenvolvimento mental retardado; * Embriaguez completa proveniente de caso fortuito e força maior (também conhecida como acidental): art. 28, II, 1º e 2º do CP A embriaguez: - Espécies: patológica (art. 26, caput e Ú CP), crônica e habitual; - Fases: atípica, incompleta (excitação), completa (depressão) e letárgica (coma); - Origens: preordenada (Teoria da Actio Libera In Causa agravante do art. 61, CP); involuntária e acidental (se completa exclui a imputabilidade e se incompleta reduz a pena, art. 28, II, 1º e 2º, CP). Emoção e Paixão: - Estabelece o art. 28, I, CP que a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal: atenuam a pena (art. 65, III, a, CP) ou figuram como causas de diminuição da pena (art. 121 1º CP). b) Exigibilidade de conduta diversa: - Causas que excluem: * Coação moral irresistível; * Obediência hierárquica;

Página: 4/8 c) Potencial consciência da ilicitude: art. 21 do CP: o desconhecimento da lei é inescusável. PROCEDIMENTO DE ENSINO Nesta aula serão tratados dois temas de Direito Penal, especificamente, localizados na Teoria do Crime e que são recorrentes nos Exames Unificados da OAB: Lei Penal no Espaço, Teoria do Erro e Culpabilidade. É importante que o docente, em sala de aula, debata com a turma cada uma das questões propostas abaixo, fornecendo, ao final do debate, o gabarito detalhado postado no campo "Avaliação". É imperioso que o debate da questão seja conduzido de forma que o aluno identifique os erros em cada uma das opções de resposta, no caso das questões objetivas. LEI PENAL NO ESPAÇO: Tal conteúdo está disciplinado no artigo 5º e seguintes do Código Penal: Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Desta forma, conforme o 2º do artigo 7º do Código Penal brasileiro aplica-se à lei penal brasileira a todos os crimes ocorridos em território nacional a bordo de embarcações ou aeronaves estrangeiras independentemente da nacionalidade do sujeito ativo ou do sujeito passivo ou, ainda, do local de registro da embarcação. A lei penal brasileira é elaborada para ter vigência dentro dos limites de soberania de um Estado, isto, ser aplicada aos crimes que ocorrerem dentro do seu território. Ocorre que surgem problemas de lei penal no espaço sempre que mais de um país tiver interesse em aplicar a sua norma penal fora dos limites do seu território. Há alguns princípios que disciplinam o conteúdo acima: Princípio da Territorialidade: foi o adotado pelo Brasil em seu art. 5º, porém, da territorialidade temperada: diz que a lei penal brasileira será aplicada a todos os fatos puníveis ocorridos em território brasileiro, independentemente, da nacionalidade do sujeito ou do bem jurídico lesado. Princípio da Nacionalidade ou da Personalidade: para este princípio aplica-se ao fato a lei penal do local da nacionalidade, independentemente, do local onde o delito foi cometido ou bem jurídico. Princípio da Defesa, Real ou da Proteção: Para este princípio será aplicada a lei penal do local da nacionalidade do bem jurídico. Princípio da Representação ou da Bandeira: será aplicada a lei penal da bandeira sempre que o país aonde ocorreu o crime não reprimi-lo. Princípio da Justiça Universal ou Cosmopolita: Há crimes que qualquer nação pode reprimir, isto é, independentemente, do local onde cometeu do crime, da sua nacionalidade, da nacionalidade da vítima, da nacionalidade do bem jurídico. O Brasil adotou, portanto, o Princípio da Territorialidade Temperada, ou seja, definiu que a todas as infrações cometidas em território nacional será aplicada a lei brasileira, ressalvando-se os tratados, as convenções e as regras de direito internacional. Já o art. 7º traz uma série de exceções ao Princípio da Territorialidade (art. 5º), ou seja, traz hipóteses em que a lei brasileira será aplicada a crimes que tenham ocorrido fora do território nacional. É a extraterritorialidade da lei penal brasileira: podendo ser Incondicionada (I, art. 7º) ou Condicionada (II, art. 7º). Insta, ainda, destacar que o Código Penal no artigo 6º considera como local do crime o momento da ação ou da omissão e, também, o momento do resultado adotando-se, assim, a Teoria da Ubiquidade ou Mista: CONSIDERA-SE PRATICADO O CRIME NO LOCAL EM QUE OCORREU A AÇÃO OU A OMISSÃO, NO TODO OU EM PARTE, BEM COMO ONDE SE PRODUZIU OU DEVIA PRODUZIR-SE O RESULTADO. TEORIA DO ERRO ERRO DE TIPO (art. 20 CP) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

Página: 5/8 O agente labora em erro sobre os elementos constitutivos ou essenciais do tipo (lembra-se que os elementos do tipo podem ser objetivos descritivos, objetivos normativos e subjetivos), sem os quais deixa de existir. O agente não sabe o que está fazendo; falta-lhe a representação mental exigível para o dolo típico. * Erro de Tipo Inevitável ou Escusável: ocorre quando a pessoa erra mesmo tendo agido com todos os cuidados exigíveis para aquela situação em que se encontrava. Não responde nem por dolo e nem por culpa. * Erro de Tipo Evitável ou Inescusável: ocorre quando o agente, embora não agindo com dolo, poderia ter evitado seu erro, caso tivesse agido com os cuidados necessários. Não responde por dolo, mas, por culpa se punível. ERRO NAS DESCRIMINANTES PUTATIVAS (art. 20 1º CP) 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Esse erro refere-se às excludentes da ilicitude dispostas no art. 23 do CP. Descriminantes são causas que excluem a ilicitude do fato típico. Putativo origina-se do latim putare e significa o que é pensado, mas inexistente. Descriminantes Putativas são as causas excludentes da ilicitude imaginadas erroneamente pelo agente. Só existem na mente do agente. * Estado de Necessidade Putativo: supondo que o navio vá afundar um sujeito agride o outro passageiro para apossar-se de um salvavidas. * Legítima Defesa Putativa: em uma discussão uma das pessoas leva a mão ao bolso e a outra supondo que aquela iria sacar de uma arma atira primeiro. * Estrito Cumprimento do Dever Legal Putativo: acreditando ser um foragido, um policial, detêm uma pessoa, depois se descobre ser um homônimo. * Exercício Regular de um Direito Putativo: pai dá um tapa em um escolar pensando ser seu filho (usando uniformes iguais). * Inevitável ou Escusável: exclui dolo e culpa. * Evitável ou Escusável: exclui dolo, mas, permite punição por culpa. ERRO SOBRE A PESSOA (art. 20 3º CP) 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Há erro de representação, pois, o agente crê tratar-se de outra pessoa. Ex.: A quer atingir seu irmão, mas, por erro de representação atinge B. (agravante art. 61, II, e, CP). ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO (art. 21 CP) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único -Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. É o erro sobre a ilicitude do fato. É uma espécie de erro que tem por objeto a proibição jurídica do fato. O agente erra sobre a ilicitude do fato, mas, age como consciência. O agente sabe o que faz, mas, pensa erroneamente, que tal conduta é permitida. * Desconhecimento da Lei: o desconhecimento formal é inescusável, porém, pode faltar ao sujeito potencial conhecimento da proibição contida, levando-o a atuar com desconhecimento do injusto. * Consequências: - Desconhecimento da lei: não isenta de pena é uma atenuante (65, II); - Erro de Proibição Inevitável ou Escusável: isenta de pena (exclui a culpabilidade, pois, falta-lhe potencial consciência da ilicitude). - Erro de Proibição Evitável ou Inescusável: diminui pena de 1/3 a 2/3 (redução da pena é obrigatória). * Ú: erro de proibição evitável: quando o sujeito podia alcançar o conhecimento da ilicitude da sua conduta. ERRO NA EXECUÇÃO aberratio ictus O artigo 73 do Código Penal brasileiro disciplina uma das hipóteses de erro na execução também conhecido como aberratio ictus: Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Nas situações de aberratio ictus o agente erra ao executar o crime, ou seja, ocorre um acidente ou erro quanto aos meios de executar o crime. Assim, o agente será responsabilizado como se tivesse atingido a pessoa que pretendia conforme o que dispõe o 3º do artigo 20 do Código Penal. Caso atinja, também, uma terceira pessoa aplicar-se-ão as regras referentes ao concurso formal de crimes (previsto no artigo 70 do Código Penal) em que o agente mediante uma única ação ou omissão pratica dois ou mais crimes.

Página: 6/8 CULPABILIDADE: 1. Conceito: - Censurabilidade e Reprovabilidade 2. Elementos que compõe a culpabilidade: - São três: IMPUTABILIDADE; POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE e EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA a) Imputabilidade: artigos 26 e 27 do CP: - O que é? É a capacidade de entender o caráter ilícito de fato e de autodominar-se de acordo com este entendimento. - Critérios ou elementos para apurar a inimputabilidade penal: biológico; psicológico e biopsicológico. O Código Penal brasileiro adotou o critério biopsicológico no artigo 26 e o critério biológico no artigo 27. - Inimputáveis: art. 26, caput, CP: critério biopsicológico: epilepsia, esquizofrenia, histeria, psicose maníaco depressiva; melancolia, paranóia, alcoolismo, demência, etc. * Menores de 18 anos: art. 27 do CP: 228 CF: Lei 8.069/90: critério biológico * Desenvolvimento mental incompleto ou retardado: em razão da idade, surdo-mudo sem capacidade de comunicação e o silvícola não civilizado. * Necessidade de perícia médica: não vincula (art. 182 CPP) - Semi-imputáveis: art. 26, Ú, CP - Imputáveis: são todas as pessoas que possuem condições de entender o caráter o ilícito do fato, portanto, está presente o elemento da potencial consciência da ilicitude, bem como, por esta razão, conseguem autodominarem-se de acordo com este entendimento. - Causas que excluem a imputabilidade penal: * Doença Mental: * Desenvolvimento mental incompleto; * Desenvolvimento mental retardado; * Embriaguez completa proveniente de caso fortuito e força maior (também conhecida como acidental): art. 28, II, 1º e 2º do CP A embriaguez: - Espécies: patológica (art. 26, caput e Ú CP), crônica e habitual; - Fases: atípica, incompleta (excitação), completa (depressão) e letárgica (coma); - Origens: preordenada (Teoria da Actio Libera In Causa agravante do art. 61, CP); involuntária e acidental (se completa exclui a imputabilidade e se incompleta reduz a pena, art. 28, II, 1º e 2º, CP). Emoção e Paixão: - Estabelece o art. 28, I, CP que a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal: atenuam a pena (art. 65, III, a, CP) ou figuram como causas de diminuição da pena (art. 121 1º CP). b) Exigibilidade de conduta diversa: - Causas que excluem: * Coação moral irresistível; * Obediência hierárquica; c) Potencial consciência da ilicitude: art. 21 do CP: o desconhecimento da lei é inescusável. Webaula, internet, data show, retroprojetor, Quadro (ou similar). RECURSO FÍSICO APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Página: 7/8 QUESTÕES OBJETIVAS TEORIA DO ERRO (aberratio ictus) 1. (FGV/OAB - VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) José dispara cinco tiros de revólver contra Joaquim, jovem de 26 (vinte e seis) anos que acabara de estuprar sua filha. Contudo, em decorrência de um problema na mira da arma, José erra seu alvo, vindo a atingir Rubem, senhor de 80 (oitenta) anos, ceifando-lhe a vida. A esse respeito, é correto afirmar que José responderá (A) pelo homicídio de Rubem, agravado por ser a vítima maior de 60 (sessenta) anos. (B) por tentativa de homicídio privilegiado de Joaquim e homicídio culposo de Rubem, agravado por ser a vítima maior de 60 (sessenta) anos. (C) apenas por tentativa de homicídio privilegiado, uma vez que ocorreu erro quanto à pessoa. (D) apenas por homicídio privilegiado consumado, uma vez que ocorreu erro na execução. LEI PENAL NO ESPAÇO 2. (FGV/OAB - VII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) John, cidadão inglês, capitão de uma embarcação particular de bandeira americana, é assassinado por José, cidadão brasileiro, dentro do aludido barco, que se encontrava atracado no Porto de Santos, no Estado de São Paulo. Nesse contexto, é correto afirmar que a lei brasileira A) não é aplicável, uma vez que a embarcação é americana, devendo José ser processado de acordo com a lei estadunidense. B) é aplicável, uma vez que a embarcação estrangeira de propriedade privada estava atracada em território nacional. C) é aplicável, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em território estrangeiro, foi praticado por brasileiro. D) não é aplicável, uma vez que, de acordo com a Convenção de Viena, é competência do Tribunal Penal Internacional processar e julgar os crimes praticados em embarcação estrangeira atracada em território de país diverso. CULPABILIDADE 3 - (FGV/OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise as hipóteses abaixo relacionadas e assinale a alternativa que apresenta somente causas excludentes de culpabilidade. A) Erro de proibição; embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior; coação moral irresistível. B) Embriaguez culposa; erro de tipo permissivo; inimputabilidade por doença mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado. C) Inimputabilidade por menoridade; estrito cumprimento do dever legal; embriaguez incompleta. D) Embriaguez incompleta proveniente de caso fortuito ou força maior; erro de proibição; obediência hierárquica. QUESTÕES DISSERTATIVAS TEORIA DO ERRO 4 - (FGV/OAB - VII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Larissa, senhora aposentada de 60 anos, estava na rodoviária de sua cidade quando foi abordada por um jovem simpático e bem vestido. O jovem pediu-lhe que levasse para a cidade de destino, uma caixa de medicamentos para um primo, que padecia de grave enfermidade. Inocente, e seguindo seus preceitos religiosos, a Sra. Larissa atende ao rapaz: pega a caixa, entra no ônibus e segue viagem. Chegando ao local da entrega, a senhora é abordada por policiais que, ao abrirem a caixa de remédios, verificam a existência de 250 gramas de cocaína em seu interior. Atualmente, Larissa está sendo processada pelo crime de tráfico de entorpecente, previsto no art. 33 da lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. Considerando a situação acima descrita e empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente, responda: qual a tese defensiva aplicável à Larissa? AVALIAÇÃO

Página: 8/8 QUESTÃO 1: letra d : apenas por homicídio privilegiado consumado, uma vez que ocorreu erro na execução. A atuação do agente encontra respaldo no artigo 73 do Código Penal em que quando o agente erra na execução será responsabilizado como se tivesse atingido a pessoa que pretendia. Como no caso em apreço o agente matou Joaquim por motivo de relevante valor moral o que caracteriza uma das hipóteses de homicídio privilegiado esta será a tipificação do crime sendo irrelevantes as demais circunstâncias referentes à pessoa atingida por erro. QUESTÃO 2: letra b é aplicável, uma vez que a embarcação estrangeira de propriedade privada estava atracada em território nacional. Trata-se da alternativa correta, pois, os crimes ocorridos a bordo de embarcações e aeronaves estrangeiras estando estas em território nacional aplicar-se-á à lei penal brasileira sendo irrelevante a nacionalidade do sujeito ativo e do sujeito passivo. QUESTÃO 3: a única assertiva correta é a letra a, pois, na letra b a embriaguez culposa não é excludente da culpabilidade e sim, apenas, a embriaguez acidental proveniente de caso fortuito ou força maior. Já na alternativa c o estrito cumprimento de um dever legal é um excludente da ilicitude. E a alternativa d contempla a possibilidade de exclusão da culpabilidade pela embriaguez incompleta proveniente de caso fortuito e força maior quando apenas a embriaguez completa pode ser considerada excludente da culpabilidade. QUESTÃO 4: A tese defensiva aplicável é a de que Larissa agiu em erro de tipo essencial incriminador, instituto descrito no art. 20 caput do CP, pois desconhecia circunstância elementar descrita em tipo penal incriminador. Ausente o elemento típico, qual seja, o fato de estar transportando drogas, faz com que, nos termos do dispositivo legal, se exclua o dolo, mas permita-se a punição por crime culposo e, como o dispositivo legal do art. 33 da Lei n. 11.343/06 não admite a modalidade culposa, o fato se tornaria atípico. CONSIDERAÇÃO ADICIONAL