Efeito de pontas de pulverização na deposição da calda no feijoeiro Effect of spray nozzles on bean plants deposition

Documentos relacionados
Efeito de volumes de aplicação na deposição em plantas de feijão Spray volume effects on bean plants deposition

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE PULVERIZAÇÃO EM DUAS CULTIVARES DE SOJA SEMEADAS EM QUATRO ESPAÇAMENTOS DE PLANTAS DE SOJA NO VOLUME DE 200 L.

TREINAMENTO EM TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

EFEITO DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO NO DEPÓSITO DE FUNGICIDA NA CULTURA DA SOJA

ESPAÇAMENTO ENTRE PONTAS TT NA BARRA DO PULVERIZADOR COM DIFERENTES PRESSÕES E ADJUVANTES NA CALDA 1

DOIS VOLUMES DE CALDA EM QUATRO ESPAÇAMENTOS DE PLANTAS DE SOJA

Palavras-chaves: uniformidade de distribuição, ângulo e espectro de gotas.

ESTUDO DA REDUÇÃO DE DERIVA EM PONTAS DE PULVERIZAÇÃO TIPO CONE VAZIO.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS E ESTRATÉGIA PARA REDUÇÃO DE DERIVA EM PONTAS DE PULVERIZAÇÃO TIPO CONE VAZIO RESUMO

APLICAÇÃO DE MESOTRIONE, MESOTRIONE MAIS ATRAZINE E GLYPHOSATE SOBRE PLANTAS DE LARANJA

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS. MSc. Renata Santos Doutoranda em Agronomia (Produção Vegetal)

SELETIVIDADE DO SORGO SACARINO A HERBICIDAS E O TRATAMENTO DE SEMENTES COM O BIOATIVADOR THIAMETHOXAM

Utilização de lama vermelha tratada com peróxido de BLUE 19

O QUE É UMA PULVERIZAÇÃO?

QUALIDADE DE APLICAÇÃO DE CALDA DE PULVERIZAÇÃO COM USO DE ADJUVANTE E DIFERENTES PONTAS EM CONDIÇÕES AMBIENTAIS DISTINTAS

DESENVOLVIMENTO DE UMA BARRA DE PULVERIZAÇÃO PARA APLICAÇÃO DE HERBICIDA EM DESSECAÇÃO DE SOQUEIRA CANA-DE-AÇÚCAR E PASTAGENS

Tecnologia de aplicação de agrotóxicos. Eng. Agr., Dr. Nelson Harger

Ciência Rural ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

IMPORTÂNCIA DO DIÂMETRO DAS GOTAS DE PULVERIZAÇÃO NA DERIVA DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS EM APLICAÇÃO AÉREA

Tecnologia de Aplicação

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS

Bidens pilosa E Brachiaria plantaginea

DEPÓSITOS UNITÁRIOS DE CALDA DE PULVERIZAÇÃO COM E SEM SURFATANTE EM PLANTAS DE Salvinia molesta 1

DEPOSIÇÃO DE CALDA FUNGICIDA APLICADA NA CULTURA DA SOJA, EM FUNÇÃO DE PONTA DE PULVERIZAÇÃO E DE VOLUME DE CALDA

CONTROLE DE SOJA TIGUERA COM DIFERENTES DOSES DE ATRAZINE EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

Tecnologia de Aplicação Defensivos Agrícolas

PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO DA CALDA PRODUZIDA PELA PONTA DE PULVERIZAÇÃO DO TIPO JATO PLANO (8002) EM FUNÇÃO DO ESPAÇAMENTO ENTRE BICOS 1

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS NA CITRICULTURA

Volumes de aplicação de herbicidas no controle de plantas daninhas em feijão Herbicide application volumes in weed control on bean

Deposição da Calda de Pulverização em Função do Estande, Tipo de Ponta e Volume de Aplicação, na Cultura do Feijão

Deposição de pontas de pulverização AXI e JA-2 em diferentes condições operacionais

DESEMPENHO DE PONTAS E VOLUMES DE PULVERIZAÇÃO NO CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA

Quantificação dos depósitos da pulverização em função da técnica de aplicação na cultura da soja

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Trabalho de Pulverização. Tecnologia STARTEC

Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas

PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO VOLUMÉTRICA DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO DE JATO PLANO 11002, COM E SEM INDUÇÃO DE AR, SOB DIFERENTES ESPAÇAMENTOS E ALTURAS

APLICAÇÃO AÉREA X APLICAÇÃO TERRESTRE. Palavras-chave: Defensivos Agrícolas. Tecnologia de Aplicação. Controle Químico. Agricultura Brasileira.

VOLUME DE CALDA SOBREPOSTA NA APLICAÇÃO DE HERBICIDA EM CANA-DE-AÇÚCAR

Seleção de Pontas de Pulverização

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO E RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS.

DISTRIBUIÇÃO VOLUMÉTRICA DE CALDA PRODUZIDAS PELAS PONTAS PULVERIZAÇÃO XR, TP E TJ SOB DIFERENTES CONDIÇÕES OPERACIONAIS 1

INTERFERÊNCIA DE ADJUVANTES NA CALDA E NA TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

RESPOSTA DE DUAS POPULAÇÕES DE Rottboellia exaltata A HERBICIDAS APLICADOS EM PRÉ-EMERGÊNCIA

Aula Prática - 1 Obtenção de Dados Cinéticos para projeto de reator

EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE MOFO- BRANCO NO ALGODOEIRO

Agatha da Silva Argioli*¹; José Eduardo da Costa Rodrigues Cação 1 ; Ronaldo Cintra Lima; Rafael Simões Tomaz 2 ; Evandro Pereira Prado 2

Estabelecimento da pastagem por meio de diferentes conjuntos mecanizados

SELETIVIDADE DE THIAMETHOXAM + PROFENOFÓS, EM TRÊS DOSES, AOS PRINCIPAIS PREDADORES DAS PRAGAS QUE OCORREM EM SOJA

DISTRIBUIÇÃO VOLUMÉTRICA DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO TURBO TEEJET EM DIFERENTES CONDIÇÕES OPERACIONAIS 1

AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DA DEPOSIÇÃO DE CALDA DE PULVERIZAÇÃO EM Commelina diffusa 1

DISTRIBUIÇÃO VOLUMÉTRICA E ESPECTRO DE GOTAS DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO DE BAIXA DERIVA 1

VOLUME DE CALDA NA APLICAÇÃO

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: ( X ) Resumo ( ) Relato de Caso EFEITO DO USO DE ADJUVANTES NA CULTURA DA SOJA

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893

ATUALIZAÇÃO DAS PLANILHAS DO USDA-ARS PARA A PREVISÃO DA QUALIDADE DAS PULVERIZAÇÕES AÉREAS

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE UM ADJUVANTE À CALDA DE PULVERIZAÇÃO AÉREA SOBRE A FAIXA DE DEPOSIÇÃO TOTAL

PERDAS E DERIVA BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS. Soluções para um Mundo em Crescimento

DISTRIBUIÇÃO VOLUMÉTRICA E ESPECTRO DE GOTAS DE BICOS HIDRÁULICOS DE JATO PLANO DE FAIXA EXPANDIDA XR11003

EFEITO DE TEMPERATURAS E HORAS DE MOLHAMENTO FOLIAR NA SEVERIDADE DA CERCOSPORIOSE (Cercospora beticola) DA BETERRABA

ASPECTOS DA UTILIZAÇÃO DE TURBOPULVERIZADORES.

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

OBSERVAÇÕES SOBRE A ADUBAÇÃO FOLIAR EM FEI- JOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) II ( 1 ). EDUARDO ANTÔNIO

DEPÓSITO DE PULVERIZAÇÃO COM DIFERENTES PADRÕES DE GOTAS EM APLICAÇÕES NA CULTURA DO ALGODOEIRO

EFEITO DE ÓLEO VEGETAL NA DEPOSIÇÃO DE CALDA FUNGICIDA COM E SEM CHUVA ARTIFICIAL EM CAFÉ

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 82

TABELA 1. Descrição dos tratamentos avaliados

Comunicado Técnico 09

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FENÓLICOS TOTAIS (FOLIN-CIOCALTEU) - ESPECTROFOTOMETRIA

Padrão médio de distribuição volumétrica das pontas de pulverização TVI e ATR 1.0 em função da altura, pressão e espaçamento entre bicos.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO LA-1JC E SR-1 1

FATORES QUALITATIVOS DA PONTA DE ENERGIA HIDRÁULICA ADGA PARA PULVERIZAÇÃO AGRÍCOLA

Bragantia ISSN: Instituto Agronômico de Campinas Brasil

Grupo Hoepers Nova Mutum - MT

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

SILAGEM DE CEREAIS FORRAGEIROS

ESTUDO DA ADSORÇÃO DO CORANTE BÁSICO AZUL DE METILENO POR CASCAS DE Eucalyptus grandis LIXIVIADAS

HAWKEYE BRASIL. Raven do Brasil

CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

FUNDAÇÃO DE APOIO A PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO - FUNEP

QUANTIFICAÇÃO DE DEPÓSITOS E DETERMINAÇÃO DE ÁREA FOLIAR PARA TIRIRICA

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO VOLUMÉTRICA DE BICOS DE PULVERIZAÇÃO TIPO LEQUE DE DISTRIBUIÇÃO UNIFORME 1

AVALIAÇÃO DE UMA PONTA DE PULVERIZAÇÃO HIDRÁULICA DE JATO CÔNICO VAZIO

EFEITO DO TRÁFEGO DE MÁQUINAS SOBRE ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO E DESENVOLVIMENTO DA AVEIA PRETA. Instituto Federal Catarinense, Rio do Sul/SC

USO DO MÉTODO ESPECTROFOTOMÉTRICO PARA A DETERMINAÇÃO DE ENXOFRE EM FERTILIZANTES.

Influências das Pontas de Pulverização, Pressão de Trabalho e Condições Climáticas nas Aplicações de Defensivos

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE UM POLIFOSFATO SULFORADO (PTC) NO ALGODOEIRO EM SOLO DE GOIÂNIA-GO *

PALAVRAS-CHAVE: tecnologia de aplicação, agrotóxicos, pulverizadores.

EVALUATION THE DRIFT USING TIPS OF PULVERIZATION WITH BACKPACK MANUAL SPRAYER IN COFFEE TREE

Acerte o Alvo! Elimine a Deriva nas Pulverizações de Agrotóxicos ASPECTOS PRÁTICOS NA TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS

Índice de Capacidade do Processo na Avaliação da

AVALIAÇÃO DO ESPECTRO DE GOTAS DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO HIDRÁULICAS UTILIZANDO A TÉCNICA DA DIFRAÇÃO DO RAIO LASER

PAULO ROSA CONSULTOR TÉCNICO PULVERIZADORES COM ASSISTÊNCIA DE AR

Efeito do inseticida Lorsban na supressão de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) na cultura do milho.

CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO EM PULVERIZAÇÃO HIDROPNEUMÁTICA NA CULTURA DO CAFÉ

UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO VOLUMÉTRICA DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO EM FUNÇÃO DA PRESSÃO DE TRABALHO E ALTURA DA BARRA

INTERFERÊNCIA E NÍVEL DE DANO ECONÔMICO DE PAPUÃ EM FEIJÃO DO TIPO PRETO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA

UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO VOLUMÉTRICA DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO DE JATO PLANO DUPLO COM INDUÇÃO DE AR 1

Transcrição:

Efeito de pontas de pulverização na deposição da calda no feijoeiro Effect of spray nozzles on bean plants deposition Matheus Arthur Góes Lôbo Farias¹*; Neli Cristina Belmiro dos Santos 2 ; Rafael Simões Tomaz 3 ; Ronaldo Cintra Lima 3 ; Evandro Pereira Prado 3 ¹Alunos de graduação do curso de Eng. Agronômica - FCAT/UNESP. 2 Pesquisadora Científica da APTA Regional Extremo Oeste. 3 Prof. Assistente Doutor do curso de Eng. Agronômica FCAT/UNESP. *matheus.arthur@hotmail.com RESUMO A tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários é uma interação de vários fatores, tendo como objetivo buscar um controle mais eficiente, visando uma melhor deposição da calda, garantindo a eficácia do produto, sem que haja uma perda econômica significativa e uma mínima contaminação ambiental. O trabalho teve como objetivo avaliar diferentes pontas de pulverização hidráulica, visando a melhor sobre a distribuição dos depósitos de pulverização no feijoeiro. As pontas de pulverização utilizadas foram: jato cônico TXA8002 VK, jato plano de faixa ampliada XR 8003, jato plano duplo TTJ 60, jato plano com indução de ar AIXR 110025 e plano duplo de baixa deriva DGTJ 11002. Pelos resultados obtidos nesse trabalho, conclui-se que as pontas de pulverização de jato duplo de baixa deriva DGTJ 11002 foi a que apresentou maior uniformidade dos depósitos da pulverização em plantas de feijão. Palavras chave: Tecnologia de aplicação, fitossanitário. INTRODUÇÃO Tecnologia consiste na aplicação dos conhecimentos científicos a um determinado processo produtivo. Portanto, entende-se por tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas o emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a correta colocação do produto biologicamente ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica, com o mínimo de contaminação de outras áreas (MATUO, 1998). O objetivo de uma aplicação de defensivo agrícola é colocar o produto no alvo desejado, seja eles uma folha, uma planta daninha ou um inseto. Nas décadas passadas, pouco se dava atenção ao tamanho e à uniformidade das gotas produzidas durante a aplicação de 373

produtos fitossanitários, pois o que interessava era molhar bem a cultura, o que se conseguia mediante um volume de calda bastante alto (CARRERO, 1996). A aplicação inapropriada de produtos químicos é sinônimo de prejuízo, pois além de gerar desperdício e poder causar resistência, aumenta consideravelmente os riscos de contaminação das pessoas e do ambiente. De uma forma geral, até 70% dos produtos pulverizados nas lavouras podem ser perdidos por má aplicação, escorrimento e deriva descontrolada (ANDEF, 2004). A escolha do tipo de ponta de pulverização também afeta a deposição das gotas pulverizadas sobre as plantas. De acordo com Bauer; Raetano (2004), a uniformidade de cobertura da pulverização e o tamanho das gotas são fatores que dependem do desempenho do órgão emissor de gotas, que, no caso dos pulverizadores, é o bico pulverizador, considerado a parte mais importante do equipamento. A escolha e o uso adequado de pontas de pulverização são essenciais para a melhoria das condições de precisão e segurança na aplicação de defensivos (WOMAC et al., 1997). O conhecimento das condições de trabalho e, principalmente, do desempenho operacional das pontas é básico para uma aplicação eficiente (CHRISTOFOLETTI, 1999). O trabalho teve como objetivo avaliar diferentes tipos de pontas de pulverização hidráulica, visando a melhor sobre a distribuição dos depósitos de pulverização na cultura do feijão. MATERIAL E MÉTODOS Delineamento experimental e determinação da deposição O experimento foi realizado na Fazenda da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) Polo Regional do Extremo Oeste localizada no município de Andradina/SP. A implantação da cultura do feijão ocorreu na primeira quinzena de junho de 2015, utilizando a variedade utilizada foi IAC Milênio, espaçada em 0,5m e densidade de 8 plantas m -1. O delineamento do ensaio foi feito em blocos casualizados com 5 tratamentos e 4 repetições, sendo os tratamentos constituídos pelas pontas de pulverização: jato cônico TXA8002 VK, jato plano de faixa ampliada XR 8003, jato plano duplo TTJ 60, jato plano com indução de ar AIXR 110025 e plano duplo de baixa deriva DGTJ 11002. As pulverizações do corante alimentício Azul Brilhante (FDC n o 1) na concentração de 1250 mg L -1 foram realizadas através de pulverizador pesquisa (Herbicat ) pressurizado por 374

CO 2 na taxa de aplicação de 210 L ha -1. As condições ambientais no momento da aplicação foram: temperatura 32±3 C, umidade relativa do ar 30±5% e velocidade do vento 2,5±1 m s -1. Após secagem da calda pulverizada coletou-se 6 plantas por parcela separando entre folhas da parte superior e inferior. As partes das plantas foram acondicionadas em sacos de plásticos (3L) previamente identificados e levados ao laboratório de morfofisiologia da FCAT UNESP de Dracena. No laboratório foram adicionados 300 ml de água deionizada nos sacos de plásticos para remoção do corante. Após a lavagem, as plantas foram colocadas em sacos de papel etiquetados e levadas a uma estufa de circulação e renovação de ar, para secagem. Após 72 horas, a uma temperatura de 65ºC, as plantas foram retiradas e pesadas, determinando-se a massa seca (MS) em balança analítica. A solução contendo o corante foi alocada em potes de plásticos (50mL) e posteriormente foi determinada a absorvância em espectrofotômetro (Bioespectro modelo SP 220) no comprimento de onda de 630 nm. Com as concentrações prévias já conhecidas do corante de 10,0; 5,0; 2,5; 1,25; 0,625 e 0,15625 mg L -1, foi determinado a equação de reta linear que permitiu transformar os valores de absorbância em concentração do corante (mg L - 1 ). Foi possível estabelecer o volume capturado pelo alvo através da equação: C1.V1 = C2.V2, em que: C1 = concentração inicial na calda de aplicação (mg L -1 ); V1 = volume retido pelo alvo (ml); C2 = concentração detectada no espectrofotômetro (mg L -1 ); e V2 = volume de diluição da amostra de cada planta (ml). Os valores de deposição foram divididos pela MS sendo expresso em µl g -1 MS. Construção da curva de distribuição acumulada dos volumes de deposição e ajuste da curva Logística Os dados obtidos dos depósitos foram ajustados pelo modelo Logístico; para representar a frequência acumulada (F) da deposição da calda pulverizada. Os dados ( ) amostrais foram padronizados, ordenados, e a partir deles calculados a os quais foram tomados por para observações. Para cada ponta de pulverização foram utilizadas o ajuste da regressão logística para verificação do comportamento da deposição proporcionada pela ponta de aplicação. 375

Para representar a frequência acumulada (F) da deposição da calda pulverizada adotou-se o valor de aproximadamente 1 para o parâmetro a do modelo, o qual representa a assíntota máxima da curva. De forma geral, O deslocamento da curva ao longo do eixo x é representado pelo módulo do parâmetro b, e a inclinação ou concavidade da curva em relação à frequência acumulada, pelo parâmetro c. A precisão do ajuste dos dados do modelo de Logístico foi avaliada por meio dos coeficientes de determinação (R 2 ). RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta os resultados das análises de regressão das frequências acumuladas dos depósitos da calda de pulverização nas partes superior e inferior das plantas de feijão utilizando-se o modelo logístico. Tabela 1. Resultados das análises de regressão das frequências acumuladas dos depósitos proporcionados pelas pontas de aplicação, utilizando ajuste do modelo logístico. Parâmetro da Equação TXA 8002 VK TTJ 60 AIXR 110025 DGTJ 11002 XR 8003 Parte superior da planta a 1,0141 1,0123 1,0133 1,0021 1,0137 b 25,2838 51,5595 178,6686 769,3582 232,8015 c 0,0279 0,0437 0,0489 0,0629 0,0514 R 2 0,9998 0,9999 0,9998 0,9997 0,9998 Parte inferior da planta a 1,0097 1,0147 1,0122 1,0101 1,0059 b 1,.5518 19,6721 35,2015 49,3959 23,3406 c 0,1011 0,0934 0,1202 0,126 0,0912 R 2 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9999 A concavidade da curva da frequência acumulada evidencia a uniformidade da deposição, ou seja, quanto maior o parâmetro C mais uniforme é a deposição. Na parte superior das plantas destaca-se a ponta DGTJ 11002 com os maiores valores de C tanto para a parte superior (0,0629) quanto para inferior (0,126) das plantas, ou seja, os valores de deposição ficaram próximos do valor médio de depósito (Tabela 1). 376

As pontas que apresentaram as melhores uniformidades de deposição foram as de jato plano duplo DGTJ 11002 e jato plano XR 8003 apresentando os maiores valores de C tanto na parte superior quanto na inferior. A ponta que proporcionou valores de deposição mais distantes da média na parte superior da planta foi a TXA 8002 a qual pode ser visualizada na Figura 1a. Essa diferença é confirmada pelos menores valores de C (0,0279) apresentados na Tabela 1. Essa má distribuição pode ter ocorrido provavelmente à deriva ocasionada pelas gotas de menores diâmetros (gotas finas) no momento da pulverização comparadas com as demais pontas testadas. Na Figura 1b verifica-se aparentemente que não houve muita diferença entre os depósitos da pulverização, na parte inferior das plantas de feijão. Esses resultados podem ser observados pelas semelhanças entre as curvas ajustadas pelo modelo. (a) (b) Figura 1. Frequência acumulada dos depósitos da pulverização (µl g -1 MS) proporcionados por diferentes pontas de pulverização na parte superior (a) e inferior (b) de plantas de feijão. As cores correspondem às diferentes pontas de aplicação: TXA 8002 VK (vermelho) ponta 1; TTJ 60 (azul) ponta 2; AIXR 110025 (verde) ponta 3; DGTJ 11002 (laranja) ponta 4; XR 8003 (preto) ponta 5. O uso do modelo logístico permitiu a partir da análise das frequências acumuladas, identificar as pontas de maior uniformidade na distribuição dos depósitos. 377

TOFOLI (2001) afirmou que o uso do modelo não linear é uma boa ferramenta para ser utilizada nos estudos de deposições de aplicações de defensivos agrícola. O modelo logístico ajustou-se adequadamente aos dados originais, apresentando coeficiente de determinação (R 2 ) superiores a 0,99 para alvos naturais. CONCLUSÃO Pelos resultados obtidos nesse trabalho concluímos que as pontas de pulverização de jato duplo de baixa deriva DGTJ 11002 foi a que apresentou maior uniformidade dos depósitos da pulverização em plantas de feijão. REFERÊNCIAS BAUER, F. C.; RAETANO, C. G. Distribuição volumétrica de calda produzida pelas pontas de pulverização XR, TP e TJ sob diferentes condições operacionais. Planta Daninha, v. 22, n. 2, p. 275-284, 2004. CARRERO, J.M. Maquinaria para tratamentos fitossanitários. Madrid: Mundi-Prensa, 1996. 159p. CHRISTOFOLETTI, J.C. Considerações sobre a deriva nas pulverizações agrícolas e seu controle. São Paulo: Teejet, 1999. 15p. Manual de tecnologia de aplicação/andef - Associação Nacional de Defesa Vegetal. -- Campinas, São Paulo: Linea Creativa, 2004. MATUO, T. Fundamentos da tecnologia de aplicação de agrotóxicos. In: GUEDES, J. V. C.; DORNELES, S. H. B. (Org.) Tecnologia e segurança na aplicação de agrotóxicos: novas tecnologias. Santa Maria: Departamento de Defesa Sanitária: Sociedade de Agronomia de Santa Maria, 1998. WOMAC, A.R. et al. Comprehensive evaluation of droplet spectra from drift reduction nozzles. St. Joseph: ASAE, 1997. 47p. (ASAE Paper n.97-1069). 378