Legislação Tributária do estado do MS ATE e FRE



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Transcrição:

Legislação Tributária do estado do MS ATE e FRE Aula 11 Professor André Fantoni "Uma lenda conta que duas crianças patinavam em cima de um lago congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam sem preocupação. De repente, o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água. A outra criança, vendo que seu amiguinho se afogava debaixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar seu amigo. Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino: Como você conseguiu fazer isso? É impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas! Nesse instante apareceu um ancião e disse: Eu sei como ele conseguiu. Todos perguntaram: 'Como?' O ancião respondeu: Não havia ninguém ao seu redor para dizer-lhe que ele não seria capaz." É isso aí, galera! Nós acreditamos em vocês! Na aula de hoje, vamos estudar o ITCD. É um tema tranquilo, que aborda alguns conceitos do Direito Civil, mas que já vou disponibilizar para nos familiarizarmos! Vocês vão gabaritar as questões de ITCD na prova, tenho certeza! Sendo assim, vamos aos trabalhos!

1 Lei 1.810/1997 ITCD O ITCD, previsto já na CF/88, de Competência dos estados e do DF, tem como características constitucionais que: I relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal; Ou seja, em se tratando de um bem imóvel, o estado que tem a competência tributária ativa é aquele onde o imóvel está situado, independente de onde seja domiciliado o sujeito passivo, isso vale para causa mortis e para doação! II relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; Já no caso dos bens imóveis (automóveis, lanchas, ações etc.), o ITCD será devido ao estado onde se processar o inventário (causa mortis) ou onde tiver domicílio o doador (doação), não importando, quando se tratar de bens móveis, a situação ou localização do bem. Aliás, é interessante falar que o ITCD tem então duas espécies de FG: a causa mortis (morte) ou a doação, que explicaremos melhor mais à frente. FG Causa Mortis Doação

Cabe até um quadro-resumo para melhor fixação. Olha lá! Causa Mortis Doação Bens Imóveis Imóvel situado em MS Imóvel situado em MS Bens Móveis Sucessão em MS processada Domicílio do doador III terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; A CF/88 prevê a regulação por lei complementar nos casos em que o doador morar no exterior ou lá estiverem seus bens ou for processado o inventário. Essa LC ainda não existe; sendo assim, os estados vão legislando tranquilamente sobre essas hipóteses. Para nós, interessa somente o que diz o estado do MS. IV terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; Foi fixada pela RSF nº 09/91, como alíquota máxima do ITCD em qualquer estado 8%. Essa Resolução traz ainda a possibilidade do ITCD ser progressivo em função do quinhão recebido. A progressividade deve ser estabelecida em lei. Muito cuidado com o Examinador: Resolução do Senado Federal Imposto Define Alíquota ITCD Máxima 8% IPVA Mínima 1% Título III Do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos ITCD Um retrospecto do imposto de transmissão na história do país nos remete à vinda de D. João VI ao Brasil, após a invasão de Portugal por Napoleão, quando se deu início à formação do Sistema Tributário Nacional. Contudo, a forma inicial deste sistema era quase que totalmente português. Somente com a abertura dos portos ao comércio internacional é que foram instituídos

os primeiros impostos entre nós. A começar, em 1808, com a criação do imposto sobre a importação para consumo; do imposto predial (chamado de décima urbana); e, em 1809, são criadas a décima de heranças e legados, a sisa dos bens de raiz e a meia sisa dos escravos (5% sobre o valor do escravo herdado ou doado), consideradas estas as três primeiras formas de transmissão de propriedade. Ainda no império, foram substituídas as denominações selo de heranças e legados e décima ou taxa de heranças e legados para a denominação imposto de transmissão de propriedade pela Lei 1.507/1867, denominação esta que compreendia inclusive o imposto sobre a transmissão inter vivos. Em 1874, alterou-se mais uma vez o nome do tributo para imposto de transmissão de propriedade por título de sucessão legítima ou testamentária. A Constituição de 1891, a primeira republicana, já trouxe em seu corpo a repartição de receitas tributárias entre a União e os estados-membros, bem como a atribuição a estes últimos da competência para a instituição do imposto de transmissão. Ocorreu, ainda na vigência da Constituição republicana de 1891, a primeira decisão do STF quanto a conflitos de competência (guerra fiscal) entre a União e os estados, envolvendo a tributação de apólices da dívida pública e de embarcações, em que a excelsa Corte decidiu de forma favorável aos estados-membros, por tratar-se de transmissão de propriedade, a teor do art. 9º, 3º, da CF/1891. Na Constituição Federal de 1934, manteve a competência privativa dos estados para a instituição do imposto sobre a transmissão, solucionando a problemática da guerra fiscal entre os entes, positivando em seu texto a competência para a tributação sobre a transmissão causa mortis dos bens corpóreos (estado da localização dos bens). A Constituição de 1946 manteve a competência estadual para a instituição do imposto sobre a transmissão, mas teve seu texto alterado pela EC 5/1961, que passou para a competência dos municípios o imposto sobre a transmissão de propriedade imobiliária inter vivos. Ainda vigendo a Constituição de 1946, adveio a Reforma Tributária trazida pela EC 18/65, alterando sobremaneira o sistema tributário nacional. Com a emenda restou suprimido o imposto sucessório sobre todos os bens e foi criado, na competência dos estados-membros, um imposto único sobre transmissão, a

qualquer título, inclusive por sucessão causa mortis, de bens imóveis por natureza e por acessão física. Assim, fundiram-se num único imposto, de competência estadual, aqueles impostos sobre a transmissão causa mortis e inter vivos, passando-se à tributação apenas de bens imobiliários. No ano seguinte à Reforma Tributária citada, é instituído nosso Código Tributário Nacional, consubstanciado na Lei Ordinária 5.172, de 25 de outubro de 1966, que trouxe em sua Seção III, do Capítulo III, do Título III, o tratamento tributário dado à transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos. A Constituição de 1967, assim como a EC 1, de 1969, mantiveram inalterado tal cenário tributário. Com a promulgação da atual Carta, houve a manutenção da competência estadual e distrital para a exação sobre a transmissão causa mortis e inter vivos a título gratuito (doação) de bens imóveis, abarcando inclusive a tributação dos bens móveis. Aos municípios foi conferida a competência para tributar as transmissões imobiliárias inter vivos a título oneroso, tal como antes. Após necessária passagem pela história e evolução do ITCD, partamos à análise e estudo da legislação deste. Para tanto, é necessário valermo-nos de conceitos e institutos de Direito Civil, especificamente do direito das sucessões (ramo do Direito Civil). Em poucas palavras, o direito das sucessões é o conjunto de princípios e normas que regulam a transferência de bens ou direitos, em razão da morte de alguém (causa mortis). Por conta disso, para o entendimento eficaz da tributação pelo ITCD é importante conhecermos o significado dos principais termos e expressões do Direito Civil em geral e do direito das sucessões utilizados na norma. Vamos usá-los muito a partir de agora! rs

Item I II III IV V VI VII Termo / Expressão Sucessão legítima (ou sem testamento) Sucessão testamentária (ou voluntária) Sucessão provisória Herdeiro Herdeiro necessário (legitimatário ou reservatário) Legatário Doação Considerações A herança é transmitida aos herdeiros, de acordo com a ordem determinada na lei civil. Ocorre quando o falecido transmitente não deixa testamento ou este é nulo, anulável ou caduco. A herança ou legado (bem individualizado é transferido aos herdeiros ou legatários, por ato de última vontade (testamento)). Abre-se quando há sentença de declaração de ausência de determinada pessoa, o que faz com que seus bens e direitos passem, com certas restrições, aos seus herdeiros. Aquele que sucede no total ou em parte de herança. Se for por força de lei, é designado herdeiro legítimo; se for em virtude de testamento, é designado herdeiro testamentário. Aqueles previstos em lei. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge (Código Civil, art. 1.845), desde que não sejam excluídos da sucessão por ato do testador que o deserde por prática de ação atentatória à sua pessoa, prevista em lei. O herdeiro necessário não pode ser preterido da sucessão, tendo resguardada sua legítima, uma vez que o de cujus somente poderá dispor via testamentária da metade de seus bens. Quem recebe, em virtude de testamento, determinada coisa ou percentual específico do legado (parte individualizada da herança). Ou seja, é a disposição testamentária a título singular pela qual o testador deixa, à pessoa estranha ou não, a sucessão legítima de um ou mais objetos individualizados ou uma quantia em dinheiro. O legatário não se compromete pelas dívidas do de cujus, diferente do herdeiro. Transmissão graciosa de uma propriedade ou a cessão graciosa de um direito. "Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra." (Código Civil, art. 538)

VIII Donatário Pessoa favorecida em uma doação. Aquela em que o doador impõe ao donatário uma incumbência, que pode ser em benefício do primeiro, em Doação com IX proveito de terceiro ou de interesse geral. Por exemplo, encargo: doação de um terreno com imposição ao donatário de nele construir uma escola. X Bem corpóreo Bem material (com consistência). XI Bem incorpóreo Bem imaterial (sem consistência material). XII Fideicomisso Modalidade de substituição hereditária. Consiste na instituição de fiduciário, ou seja, de herdeiro ou legatário com a obrigação de transmitir, a certo tempo, sob condição preestabelecida ou por sua morte, a herança ou o legado de uma outra pessoa (fideicomissário). Conforme o art. 1.952, caput, do Código Civil, "A substituição fideicomissária somente se permite em favor dos não concebidos ao tempo da morte do testador". XIII Inventário Processo judicial para levantamento e descrição detalhada do patrimônio de pessoa falecida, para fins de partilha entre os herdeiros. XIV Inventariante Pessoa designada pelo juiz, conforme ordem estabelecida em lei, que tem a posse direta dos bens da herança, com objetivo de administrá-los, inventariá-los e, oportunamente, partilhálos entre os herdeiros. XV Arrolamento Forma mais simples de inventário (partilha amigável entre herdeiros capazes). XVI Meação Parcela dos bens de um casal que fica reservada ao outro cônjuge. XVII Quinhão Parte que cabe a determinada pessoa na partilha da herança. XVIII Renúncia pura e Ato pelo qual o herdeiro abre mão de seus direitos simples sucessórios. XIX Espólio Acervo de bens que integram o patrimônio do falecido e que será partilhado. XX Usufruto Direito real conferido a uma pessoa para usar e colher frutos sobre determinado bem, por determinado período de tempo.

XXI XXII XXIII XXIV XXV XXVI XXVII XXVIII XXIX XXX Uso Habitação Nu-proprietário Abertura da sucessão Sobrepartilha Adjudicação Tutela Ato translativo Precatória Legítima Direito real sobre a coisa alheia, a título gratuito ou oneroso, pelo qual alguém utiliza coisa alheia, temporariamente, na medida das suas necessidades e de sua família. Restrito ao uso, não podendo o usuário tirar frutos (fruir) da coisa. Direito real, temporário, personalíssimo, que consiste no direito de habitar gratuitamente casa alheia com sua família. Seu objeto só pode ser um imóvel com a destinação de moradia não onerosa. É a pessoa que detém a nua-propriedade, ou seja, propriedade despida, em razão da instituição do usufruto, do direito de usar e gozar. Abre-se a sucessão com a morte e desde logo a herança é transmitida aos herdeiros legítimos e testamentários. Ocorrida no inventário. Partilha adicional de bens remanescentes ou descobertos após a partilha. Em razão de inventário, é o ato judicial pelo qual se opera a transferência de propriedade de certos bens a determinados herdeiros, mediante pagamento ou reposição da diferença. Complexo de direitos e obrigações conferidas pela lei a um terceiro (tutor) para que administre os bens e proteja a pessoa de um menor (tutelado) do qual não se ache o pátrio poder, por seus pais terem falecido ou por terem sido destituídos do poder patronal. Ato pelo qual a propriedade de coisa ou direito passa de um titular a outro. Por exemplo: tradição, transição etc. Carta expedida por um juiz a outro, sediado em comarca diversa, para solicitar a prática de ato processual ou de diligência que somente pode realizar-se no território da jurisdição deste último. Porção de bens de que o testador não pode dispor por estar reservada aos herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge sobrevivente). "Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima." (Código Civil, art. 1.846)

XXXI Legítima gravada A legítima é gravada quando onerada com encargos. Exemplo: imóvel herdado gravado com hipoteca. XXXII Partilha Repartição de bens de uma herança. XXXIII Posse Poder de dispor fisicamente de um bem com a intenção de têlo para si e defendê-lo contra intervenção ou agressão de quem quer que seja. XXXIV Avaliação judicial Realizada por determinação do juiz, no decorrer das ações judiciais, para estimar o valor ou o preço dos bens em inventário, partilha etc. Essa avaliação é feita pelo perito judicial, ou por outra pessoa designada em razão de sua habilidade técnica, pelo magistrado. XXXV Complexo de relações jurídicas com valor econômico, que Patrimônio abrange direitos e deveres de duas ou mais pessoas, redutíveis comum a dinheiro. XXXVI Convivente Pessoa que convive com outra, com intuito de constituir família. Domínio que confere ao enfiteuta ou foreiro o direito de fruir de todas as qualidades da coisa enfitêutica, sem destruir a sua substância, mediante a obrigação de pagar ao proprietário (senhorio direto) uma pensão invariável (foro). O enfiteuta XXXVII Domínio útil ou pode dispor do domínio útil, mediante pagamento de Domínio foreiro laudêmio ao senhorio direto, e transmiti-lo aos seus herdeiros. De acordo com o art. 2.038, do Código Civil, fica proibida a constituição de enfiteuse e subenfiteuses, e as já existentes ficam subordinadas até a sua extinção ao Código Civil de 1916 e leis posteriores. É o ato jurídico unilateral pelo qual o herdeiro declara, expressamente, que não aceita a herança a que tem direito, XXXVIII Renúncia da despojando-se de sua titularidade. A renúncia é ato puro e herança simples, pois se o herdeiro cedesse a herança, impondo condições ou encargos em vez de simplesmente renunciar a ela, ele na verdade estaria aceitando-a de modo disfarçado. XXXIX Curatela Encargo público que a lei comete a alguém (curador) para reger, defender e administrar os bens de uma pessoa maior

XL XLI Domínio direto Hipoteca (curatelado) que, por si só, não está em condições de fazê-lo em razão de enfermidade física ou mental. O que pertence ao senhorio direto, único e verdadeiro titular da propriedade do bem enfitêutico (aforado), que tem direito ao foro e ao laudêmio, assim como de exigir a conservação da substância da coisa aforada, de invocar a ação de reivindicação etc. Direito real sobre coisa imóvel determinada, em virtude da qual o preço do mesmo imóvel garante imediata e preferencialmente o pagamento de uma responsabilidade de valor determinado, uma vez que constem do registro as declarações exigidas por lei. Dito isso, agora vejamos o que fala a Lei Sul Mato-Grossense (CTE). Capítulo I Do fato gerador e da incidência do ITCD Art. 121. O Imposto sobre a Transmissão "Causa Mortis" e Doação de quaisquer bens ou direitos ITCD incide sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos. Como já vimos anteriormente, o ITCD tem duas espécies de fato gerador: transmissão causa mortis e doação! 1º Considera-se doação qualquer ato ou fato em que o doador, por liberalidade, transmite bens, vantagens ou direitos de seu patrimônio, ao donatário que os aceita, expressa, tácita ou presumidamente, incluindose as doações efetuadas com encargos ou ônus. A doação, FG do ITCD, será sempre a título não oneroso (se fosse oneroso, incidiria o ITBI e não o ITCD). Entretanto, esta pode ser com encargos ou ônus (obrigações). Não está se falando aqui que se trata de um ônus ao herdeiro, mas sim um ônus do bem, como, por exemplo: taxas e IPVA dos automóveis não quitados, hipoteca de uma casa etc. Doação é contrato a título gratuito, unilateral (obrigação unicamente exigida ao doador), consensual e, em regra, solene (forma escrita).

Objetiva-se, por meio do instituto, a prática de uma generosidade, mediante a transferência de algum bem do patrimônio do doador ao do donatário, e a aceitação deste. Cabe observar que, nos casos de partilha efetivada inter vivos, como adiantamento da legítima (aos herdeiros) por meio da transferência de domínio ou posse dos bens respectivos, equipara-se à doação, da mesma maneira que a renúncia à herança em favor de determinada pessoa. 2º Entende-se como quaisquer bens ou direitos, os bens imóveis e os direitos a ele relativos, os móveis, tais como, os semoventes, mercadorias e qualquer parcela do patrimônio que for passível de mercancia ou de transmissão, mesmo que representados por títulos, ações, quotas. Certificados, registros ou qualquer outro bem ou documento, assim como dinheiro, haver monetário em moeda nacional ou estrangeira e título que o represente, depósito bancário e crédito em conta corrente, deposito em caderneta de poupança e a prazo fixo, quota ou participação em fundo mútuo de ações, de renda fixa, de curto prazo, e qualquer outra aplicação financeira e de risco, seja qual for o prazo e a forma de garantia. 3º A transmissão de propriedade ou domínio útil de bem imóvel e direito a ele relativo, situado no Estado, sujeita-se ao imposto, ainda que o respectivo processo de transmissão ocorra fora do território do Estado de Mato Grosso do Sul, e, no caso de doação, ainda que o doador, donatário ou ambos tenham domicílio ou residência em outro Estado da Federação ou no exterior. Como já falamos no início, na ausência de uma lei complementar que regule as operações que envolvem uma das partes no exterior, o MS puxa a competência para si quando o domicílio for fora do país. 4º As legítimas dos herdeiros, ainda que gravadas, sujeitam-se ao ITCD como se não o fossem. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança; a outra metade, denominada legítima, mesmo se estiver gravada, ou seja, sujeita a alguma limitação, condição ou obrigação (hipoteca ou cláusula de inalienabilidade), sujeitar-se-á ao ITCD quando da sucessão, como se não o tivessem. Na mesma situação se enquadram os casos de doação ou legado com encargo (doação de uma

casa vinculada ao funcionamento de uma ONG). 5º O ITCD é exigível também no caso de sucessão provisória. A morte determina o fim da pessoa natural (art. 6º, CC), abrindo-se a sucessão. Em outras palavras, desde o óbito opera-se a transmissão da herança (bens antes pertencentes ao de cujus), ou seja, instantaneamente, e sem qualquer formalidade, entram os herdeiros no domínio e posse dos bens deixados pelo falecido. Esse fenômeno denomina-se transmissão causa mortis, ou seja, há a transferência dos bens de quem faleceu para seus herdeiros (sucessão legítima) ou legatários (sucessão testamentária). Há também os casos de morte presumida pela ausência, nos quais, da mesma forma, haverá processo de inventário e a incidência do ITCD (sucessão provisória), consoante a Súmula 331 do STF. Ressalto que o fato imponível do ITCD (causa mortis) é a transmissão de qualquer bem quando da abertura da sucessão, inclusive da provisória (morte presumida/decretação da ausência). Caso, nesta última, haja o aparecimento do ausente, restará prejudicado o FG do tributo, surgindo, a partir de então, o direito à repetição do valor pago a título do imposto. Art. 122. A incidência do ITCD alcança as seguintes mutações patrimoniais: I sucessão legítima e testamentária, inclusive na instituição e substituição do objeto do fideicomisso; Mesmo nos casos de sucessão sob o instituto do fideicomisso ou substituição fideicomissária, ou seja, quando o testador nomeia herdeiro ou legatário (fiduciário), determinando que, por ocasião de sua morte (do fiduciário), a certo tempo ou sob certa condição, a herança ou legado passará a outra pessoa (fideicomissário). Podemos exemplificar o instituto do fideicomisso conforme segue: deixo todos os meus bens a A, e, por morte deste, passarão a B; lego meu apartamento à beira-mar, na Barra da Tijuca, RJ, a C, que passará a D, quando este nascer (meu neto). Fideicomitente (testador) Fiduciário Fideicomissário (destinatário dos bens)

II na cessão, renúncia ou desistência, em favor de pessoa determinada ou quando já praticado algum ato de aceitação de herança; Quando houver renúncia à herança ou legado, não se materializa a hipótese de transferência de direito sujeita ao ITCD, desde que concretizada (a renúncia) sem ressalva e em benefício do monte, e, ainda, que o herdeiro ou legatário renunciante não tenha praticado ato algum que denuncie intenção de aceitar a herança. Ou seja, a renúncia em favor de alguém é fato gerador do ITCD por se tratar de uma doação camuflada. Equipara-se à doação. III doação, ainda que a título de adiantamento da legítima; IV instituição de usufruto por ato não oneroso e sua extinção por falecimento do usufrutuário; Não só a transferência da propriedade, da posse ou do domínio útil de bens imóveis está abarcada pela exação do ITCD. Incluem-se em tal rol de incidência a transmissão de quaisquer outros direitos reais sobre eles (superfície, usufruto, uso, habitação, promessa de compra e venda irretratável relativa à imóvel), cujos conceitos e características, em síntese, observam-se a seguir. No usufruto (art. 1.394, CC), há pelo menos dois agentes envolvidos: o nu-proprietário (proprietário que fica despido da posse direta, administração, uso e fruição), que detém a disposição e a posse indireta do bem; e o usufrutuário, que possui os direitos de usar e fruir da coisa. Em regra, a extinção do usufruto (art. 1.410, CC) ocorre com o falecimento do usufrutuário, transmitindo-se os direitos de uso e fruição ao nu-proprietário, passando este, portanto, a ter a plena propriedade do bem (uso, fruição e disposição). Já o uso (art. 1.412, CC), instituto historicamente usado sobre os escravos e muito pouco aplicado atualmente, é mais restrito que o usufruto, porém mais amplo que a habitação. O usuário só possui o direito do uso (jus utendi), da ocupação do bem, para o fim a que se destina, não possuindo os atributos de fruição e nem de disposição do mesmo (assim como no usufruto, tem aplicação sobre bens móveis e imóveis). Registre-se que se entende que a habitação (art. 1.414 c/c 1.831, CC) é o mais restrito dos direitos reais de gozo ou fruição. Pode-se dizer que seria um uso (instituto)

restrito, diminuído, enquanto o uso, um usufruto restrito, reduzido. É direito real de uso gratuito da casa para moradia, urbana ou rural. O titular do direito residirá com sua família em um imóvel que não é seu (aplica-se exclusivamente sobre imóveis). Entende-se por direito real do promitente comprador (art. 1.417, CC) aquele sobre as coisas, traduzindo apropriação de riquezas e autorizando seu titular a exclusivo uso e gozo e, no caso de imóveis, à aquisição dos mesmos. U S U F R Donatário Usufrutuário e doador da nuapropriedade Direito de dispor do bem/nuapropriedade Domínio útil U T O Óbito do usufrutuário Extinção do usufruto Plena propriedade ==> NP + DU V na desigualdade de valores da partilha, como a decorrente de inventário, arrolamento, separação ou divórcio. No presente caso, esclarece-se que na hipótese de haver excesso, e sendo esse atribuído ao cônjuge, companheiro ou a qualquer herdeiro a título gratuito, tal excesso é considerado como doação, havendo, por conseguinte, a incidência do ITCD. O assunto em comento já foi objeto de intensa discussão na doutrina e jurisprudência, no entanto, resta pacificado, conforme Súmula 116 do STF em desquite ou inventário, é legitima a cobrança do chamado imposto de reposição, quando houver desigualdade entre os bens partilhados. Art. 123. Considera-se ocorrido o fato gerador: I nas transmissões causa mortis e na instituição do fideicomisso, no último dia do mês posterior ao do óbito;

II nas doações, na substituição do fideicomisso e nas demais hipóteses do artigo anterior, na data do recebimento do bem ou direito. Parágrafo único. Havendo impossibilidade de se estabelecer a data exata para a fixação da ocorrência do fato gerador, deve-se tomar como válida aquela que: I nas transmissões causa mortis, corresponder à abertura sucessória; II nas doações, corresponder ao primeiro dia do ano civil em que o donatário recebeu a posse ou o direito sobre a coisa doada. Importante este dispositivo, tendo em vista a jurisprudência a seguir: Súmula 112 DO STF: O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão. Art. 124. Ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos forem os herdeiros, legatários ou donatários, mesmo que o bem ou direito, objeto da tributação, seja indivisível. Dispositivo semelhante ao constante do art. 35, único, do CTN, à exceção da última parte, em que o legislador mato-grossense acresceu a figura dos donatários. Portanto, pretende-se com isso ver caracterizada a ocorrência do fato imponível considerando a quantidade de beneficiários, e não a de bens deixados pelo de cujos ou objeto de doação. Assim, se o monte é formado por apenas um imóvel, sendo quatro os herdeiros, a transmissão, para estes, de cada uma das quatro partes do respectivo bem caracteriza distintos FG, com o que os quatro herdeiros se obrigam ao recolhimento do ITCD calculado sobre o quinhão hereditário de cada um.

Resumidamente, temos: Doação ITCD Transmissão Causa Mortis FG Excesso meação ou quinhão = Doação Capítulo II Da imunidade e da isenção Art. 125. São imunes ao ITCD: I a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II os templos de qualquer culto; III os partidos políticos, inclusive suas fundações; IV as entidades sindicais dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos; V os livros, os jornais, os periódicos e o papel destinado à sua impressão. 1º A imunidade prevista no inciso I é extensiva às Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, vinculadas às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 2º A imunidade se refere aos bens vinculados às finalidades essenciais das entidades não alcançando bens destinados à utilização como fonte de renda ou à exploração econômica. Em que pese o fato de os dispositivos anteriores estarem regrados na Constituição Federal, portanto casos de imunidades, a lei do Mato Grosso do Sul dispôs acerca delas, transcrevendo-as. No 2º, o legislador, reprisando o disposto no art. 14, do CTN, trata dos requisitos legais para o gozo do benefício da não incidência.

Art. 126. São isentos do ITCD: I as doações de bens e direitos cujos valores não ultrapassem o valor equivalente a 780 UFERMS; II as transmissões causa mortis, bem imóvel: a) sendo rural, sua área não ultrapasse o módulo da região e seja destinado aos herdeiros; b) sendo urbano, apresente construção residencial de padrão popular ou inferior e seja utilizada como habitação dos herdeiros. Parágrafo único. A isenção prevista no inciso II só se aplica na herança que tenha um único bem imóvel a ser partilhado. Esses dispositivos devem ser decorados, pois caem de forma simples e direta na prova. Capítulo III Da base de cálculo Art. 127. A base de cálculo do ITCD é o valor venal dos bens ou direitos objeto de transmissão legítima ou testamentária ou de doação, apurada e calculada nas formas a seguir especificadas: A base de cálculo do imposto em questão, nas transmissões causa mortis ou por doação, é o valor venal (valor corrente de mercado do bem ou direito) ou o valor dos títulos ou créditos, expresso em moeda nacional, apurado mediante avaliação administrativa ou judicial ou por estimativa fiscal procedida pela autoridade fazendária. I na transmissão por sucessão legítima e testamentária, processada: a) mediante inventário, o valor dos bens ou direitos fixados por avaliação judicial; b) sob o rito do arrolamento ou realizada por escritura pública, o valor dos bens ou direitos, fixados por avaliação administrativa; (Alínea b: nova redação dada pela Lei nº 4.425, de 7 de novembro de 2013. Efeitos a partir de 08/11/2013.) II na transmissão testamentária pura e simples, o valor dos bens ou direitos, estabelecidos em avaliação administrativa; III na doação, o valor venal dos bens ou direitos apurados por avaliação administrativa e/ou estimativa fiscal;

IV na cessão, renúncia ou desistência de herança ou legado, o valor venal do quinhão ou legado, apurado por avaliação judicial, na hipótese de inventário e por avaliação administrativa ou estimativa fiscal, na hipótese de arrolamento; V na diferença de valores partilhados, o valor venal apurado em avaliação administrativa ou estimativa fiscal; Considera-se valor venal o valor de mercado do bem ou direito na data da abertura da sucessão ou da realização do ato ou da celebração do contrato de doação, ou instituição de direito real (data do respectivo FG). VI na instituição do usufruto, por ato não oneroso, bem como no seu retorno ao nu-proprietário, 1/3 (um terço) do valor do imóvel, apurado por avaliação administrativa; VII na doação da nua-propriedade, 2/3 (dois terços) do valor venal do imóvel, apurado por avaliação administrativa; Quando o proprietário abre mão de um ou mais poderes da propriedade (uso, gozo/fruição, disposição) em favor de terceira pessoa, aplicando um dos institutos anteriores ou quando da extinção desses, a BC para a exação do ITCD será de 2/3 do valor do bem. Instituição/Extinção do Usufruto/Uso/habitação BC = 1/3 Doação da nua-propriedade: BC = 2/3 VIII na instituição e na substituição de fideicomisso, o valor venal do bem apurado, por avaliação administrativa. Art. 128. O contribuinte que não concordar com a avaliação de bens, para efeito de ITCD, poderá, no prazo de dez dias, apresentar reclamação ao órgão competente, na forma do regulamento. O ITCD é lançado, via de regra, por declaração, podendo ser de ofício pelo Fisco também, sendo, entretanto, assegurado o contraditório ao sujeito passivo, com relação à BC arbitrada.

Capítulo IV Da alíquota Art. 129. As alíquotas do ITCD ficam fixadas em: I quatro por cento, nos casos de transmissão causa mortis; II dois por cento, nas hipóteses de doação de quaisquer bens ou direitos. Art. 130. Sobrevindo alíquotas inferiores àquelas fixadas neste artigo, por decorrência de Resolução editada pelo Senado Federal, o Regulamento pode reduzi-las até o limite então estabelecido. Capítulo V Dos contribuintes e dos responsáveis Art. 131. São contribuintes do ITCD as pessoas físicas ou jurídicas que se revistam da qualidade de: I herdeiros, legatários ou donatários; II beneficiados pela desistência de quinhão ou de direitos, por herdeiros ou legatários. São considerados contribuintes do imposto estadual em comento aqueles que tiverem conexão direta com o fato imponível, de forma a ter sua riqueza (acréscimo do patrimônio pela transmissão) por ele revelada, sendo estes os destinatários da carga tributária, ou seja, as pessoas cuja capacidade contributiva restou comprovada, conforme se observa no quadro-resumo abaixo: Fato gerador Na transmissão causa mortis No fideicomisso Na doação Na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso Contribuinte do imposto O herdeiro ou legatário O fiduciário O donatário e, na hipótese de o donatário não residir nem possuir domicílio em MS, o doador O cessionário Art. 132. Respondem solidariamente pelo recolhimento do ITCD, por qualquer irregularidade cometida: I os cartórios de registros de títulos e documentos;

II os cartórios de registro de imóveis; III os tabeliães e demais serventuários da justiça; IV os titulares, administradores e servidores das demais entidades de direito público ou privado onde se processem os registros, anotações ou averbações de doações; V o doador, pelo ITCD devido pelo donatário inadimplente; VI a empresa, ou a instituição financeira ou bancária, a quem caiba a responsabilidade pela prática de ato que implique na incidência do ITCD; VII o detentor da posse de bem transmitido na forma prevista nesta Lei. O legislador sul mato-grossense atribuiu, conforme se verifica nos dispositivos acima, responsabilidade solidária a terceiros, tais como tabeliães, escrivães, instituições financeiras, doador, cedente, administradores de bens, que derem causa ao não recolhimento do ITCD, podendo o Fisco eleger, a seu bem entender, o devedor de quem pretende cobrar o crédito (sem benefício de ordem), a depender do grau de culpabilidade do envolvimento do terceiro. Capítulo VI Do local, forma e prazo para recolhimento Art. 133. O local, forma e prazo para o recolhimento do ITCD serão estabelecidos em regulamento. O RITCD não consta na ementa do concurso. Capítulo VII Dos acréscimos e penalidades Art. 134. A falta de recolhimento do ITCD, no todo ou em parte, ou o atraso no seu recolhimento, acarreta: I a atualização monetária do valor devido; II a exigência de juro até o recolhimento; III a aplicação das penalidades previstas no artigo seguinte. Art. 135. Sujeitam-se às multas de: I cem por cento do ITCD devido, os que deixarem de mencionar os frutos pendentes e outros bens transmitidos juntamente com a

propriedade e os que sonegarem bens em inventários ou arrolamentos, bem como aqueles que não recolherem o imposto nos prazos legais; II cinqüenta por cento do ITCD devido, aqueles que não recolherem nos prazos regulamentares. 1º O ITCD deve ser acrescido de multa de vinte por cento, quando o inventário for requerido depois de sessenta dias da abertura da sucessão. ( 1º: nova redação dada pela Lei nº 4.425, de 7 de novembro de 2013. Efeitos a partir de 08/11/2013.) 2º As multas previstas neste artigo ficam reduzidas para: I trinta por cento do seu valor, quando o contribuinte, até o trigésimo dia da sua intimação, liquidar o débito exigido em auto de infração ou em comunicação escrita do fisco estadual ou da autoridade competente; II cinqüenta por cento do seu valor, quando o contribuinte recolher o débito exigido na decisão de primeira instância, antes do julgamento administrativo final; III sessenta por cento do seu valor, quando, proferida a decisão de segunda instância administrativa, o contribuinte, até o trigésimo dia da intimação, liquidar o débito confirmado na decisão condenatória; IV setenta por cento do seu valor, quando, antes da inscrição em dívida ativa, ou se já efetivada esta, antes do seu ajuizamento, o contribuinte liquidar o débito. Art. 136. A falta ou inexatidão de declaração relativa a elementos que possam influir no cálculo do ITCD, com evidente intuito de sonegação, sujeitam o contribuinte à multa de três vezes o valor do imposto. Art. 137. A penalidade do artigo anterior também se aplica a qualquer pessoa, inclusive serventuário ou funcionário, que intervenha no negócio jurídico ou na declaração e seja conivente ou auxiliar na inexatidão ou omissão praticada. Art. 138. As penalidades constantes deste capítulo devem ser aplicadas sem prejuízo do processo criminal ou administrativo.

Capítulo VIII Da fiscalização Art. 139. Compete à Procuradoria-Geral do Estado, a fiscalização, judicial e extrajudicial, de todos os atos relativos ao ITCD, sem prejuízo das atribuições próprias da Secretaria de Estado de Fazenda. (Art. 139: nova redação dada pela Lei nº 4.425, de 7 de novembro de 2013. Efeitos a partir de 08/11/2013.) À Procuradoria-Geral do Estado incumbe representar judicial e extrajudicialmente o estado em matéria que envolva ações fiscais relativas ao ITCD (inventário, arrolamento, partilha e sobrepartilha, habilitação de herdeiros, adjudicação, extinção e fideicomisso etc.), com vistas à regularidade da arrecadação do tributo. Parágrafo único. No caso de fatos sujeitos ao ITCD ou de infração à legislação tributária, relativos ao referido imposto, constatados no exercício da competência de que trata este artigo, a Procuradoria-Geral do Estado deve representar à Secretaria de Estado de Fazenda sobre os fatos ou as irregularidades apuradas, encaminhando-lhe as provas que coletar, para fins de lançamento do imposto e da imposição de multa cabível, por agente do Fisco competente. (Parágrafo único: acrescentado pela Lei nº 4.425, de 7 de novembro de 2013. Efeitos a partir de 08/11/2013.) Art. 140. Compete exclusivamente ao Procurador do Estado a fiscalização dos atos praticados no inventário, arrolamento, separação, divórcio e casos que envolvam a desigualdade dos valores da partilha. Parágrafo único. Aplica-se na hipótese deste artigo o disposto no parágrafo único do art. 139 desta Lei. (Parágrafo único: acrescentado pela Lei nº 4.425, de 7 de novembro de 2013. Efeitos a partir de 08/11/2013.) Art. 141. A Procuradoria-Geral do Estado proporá ação de sonegados ou a abertura de inventário se não requerida no prazo legal, por qualquer interessado. Art. 142. Antes da partilha, se o espólio for devedor de qualquer tributo estadual ou se verificado o irregular andamento do processo, a Procuradoria-Geral do Estado requererá ao juiz que sejam separados bens suficientes para pagamento dos tributos.

Vamos aos exercícios! Art. 143. Antes da expedição dos formais de partilha, cartas de adjudicação, bem como dos alvarás, à Procuradoria-Geral do Estado incumbe a verificação do regular pagamento de todos os tributos. Questões comentadas 01. (AFRE-CE/2007) João, nascido em Fortaleza e residente e domiciliado no Rio de Janeiro, veio a falecer deixando testamento em favor de Pedro, residente no Rio de Janeiro, e de Paulo, residente no Ceará. Pelo testamento, foram destinadas a Pedro uma casa em Fortaleza e várias obras de arte, e a Paulo um apartamento no Rio de Janeiro e um lote de ações da Cia. Vale do Rio Doce. O inventário processou-se no Rio de Janeiro. Considerando os dados acima, e tendo em vista as normas sobre o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD), assinale as afirmativas abaixo com F ou V, conforme sejam falsas ou verdadeiras. ( ) Paulo é contribuinte do ITCD, devido ao Estado do Ceará, incidente sobre o apartamento; ( ) Paulo é contribuinte do ITCD, devido ao Estado do Ceará, incidente sobre as ações; ( ) Pedro é contribuinte do ITCD, devido ao Estado do Ceará, incidente sobre a casa; ( ) Pedro é contribuinte do ITCD, devido ao Estado do Ceará, incidente sobre as obras de arte; ( ) Pedro não é contribuinte do ITCD devido ao Estado do Ceará; ( ) Paulo não é contribuinte do ITCD devido ao Estado do Ceará. a) F F V F F V b) V F V F V F c) F V F V F F d) F V V F V V e) V V V F F F

No caso acima, da transmissão causa mortis, temos que, quanto aos bens imóveis, a regra é que o ITCD é devido ao estado onde este se situa. Sendo assim: Pedro paga o importo ao estado do Ceará e Paulo ao RJ. Quanto aos bens móveis (ações e obras de arte), o imposto é devido ao estado onde se processou o inventário. Sendo assim, ambos devem recolher o ITCD ao estado do RJ. Portanto, a sequência correta é a da letra A. Gabarito: A 02. (AFTE-RN/2005) José, residente e domiciliado em São Paulo, possuía ações e três imóveis: um no Rio de Janeiro, um em Mato Grosso e um no Rio Grande do Norte. Em janeiro do ano X, José doou o imóvel situado no Rio Grande do Norte e 20% das ações, ao seu afilhado Paulo, residente em Mato Grosso. Em junho, José faleceu, processando-se o inventário em São Paulo. Seu filho mais velho, Luís, residente no Paraná, herdou o imóvel do Rio de Janeiro e metade das ações remanescentes. O filho mais novo, Guilherme, residente em Goiás, herdou o imóvel em Mato Grosso e a outra metade das ações remanescentes. Considerando a situação descrita e as disposições relativas ao local da operação para fins de incidência do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD), segundo a legislação de Mato Grosso do Sul, assinale, a seguir, a opção que indica corretamente o local da operação, para fins de incidência do imposto, nas transmissões: das ações a Paulo, das ações a Luís, das ações a Guilherme, do imóvel a Paulo, do imóvel a Luís e do imóvel a Guilherme, nessa ordem: a) Mato Grosso, Paraná, Goiás, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Mato Grosso; b) Mato Grosso, Mato Grosso, Paraná, Paraná, Goiás, Goiás; c) São Paulo, São Paulo, São Paulo, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Mato Grosso; d) São Paulo, São Paulo, São Paulo, São Paulo, São Paulo, São Paulo; e) São Paulo, São Paulo, São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Goiás.

Para resolver esse tipo de questão, é necessário desenhar mesmo; rascunhe no seu caderno. Seguindo a mesma regra da questão anterior, vamos analisar: ações a Paulo Doação de bem móvel, tendo o doador domiciliado em SP: SP; ações a Luís Transmissão Causa Mortis de bem móvel, inventário processado em SP: SP; ações a Guilherme Transmissão Causa Mortis de bem móvel, inventário processado em SP: SP; do imóvel a Paulo imóvel situado no RN: RN; do imóvel a Luís imóvel situado no RJ: RJ; e do imóvel a Guilherme situado no MT: ITCD devido ao MT. Gabarito: C 03. De acordo com a Lei 1.810/97, a fiscalização, judicial e extrajudicial, de todos os atos relativos ao ITCD no Estado do Mato Grosso do Sul compete: a) Privativamente à Secretaria de Estado de Fazenda, com auxílio da Procuradoria-Geral do Estado. b) Exclusivamente à Secretaria de Estado de Fazenda. c) Exclusivamente à Secretaria de Estado de Orçamento. d) Exclusivamente à Secretaria de Estado de Planejamento. e) Exclusivamente à Procuradoria-Geral do Estado, sem prejuízo das atribuições próprias da Secretaria de Estado de Fazenda, orçamento e Planejamento. Questão do concurso do MS de 2001; artigo 139. Gabarito: E 04. De acordo com a Lei 1.810/97, as alternativas abaixo são isentas do ITCD, exceto: a) As doações de bens e direitos cujos valores não ultrapassem o valor equivalente a 780 UFERMS. b) As doações de bem imóvel para assentamentos rurais concernentes ao programa de reforma agrária.

c) As transmissões causa mortis de bem imóvel rural cuja área não ultrapasse o módulo da região e seja destinado aos herdeiros. d) As transmissões causa mortis de bem imóvel urbano, único na herança a ser partilhado, que apresente padrão popular ou inferior, e seja utilizado como habitação dos herdeiros. Também do concurso de 2001; artigo 126. Gabarito: B 05. A herança é fato compreendido entre as hipóteses de incidência do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos (ITCD), que ocorre com a cessão de direitos à herança. Todavia, a legislação sul matogrossense relativa a esse imposto não considera ocorrido o fato gerador do ITCD na transferência de direito na renúncia à herança ou legado, desde que essa transferência se efetive dentro de certas circunstâncias. Em face dessas circunstâncias, configura hipótese de incidência do ITCD o caso de: a) renúncia feita sem ressalva. b) renúncia feita em benefício de outro herdeiro especificado. c) renúncia efetivada dentro de 60 dias contados da data do falecimento do de cujus. d) renúncia em favor de templos de qualquer culto. e) as doações para as entidades sindicais dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos. A renúncia feita a outro beneficiário especificado não é pura e simples, sendo assim considerada uma doação e, portanto, sujeita ao pagamento do ITCD. Gabarito: B 06. No caso de transmissão de títulos, créditos, ações, quotas, valores e outros bens móveis de qualquer natureza, bem como dos direitos a eles relativos, o imposto é devido ao Estado de Mato Grosso do Sul se nele tiverem domicílio as pessoas relacionadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a. a) o doador, ou se nele se processar a sucessão;

b) o donatário, na hipótese em que o doador tenha domicílio ou residência no exterior; c) o herdeiro ou legatário, se o de cujus possuía bens, era domiciliado ou residente no exterior; d) o herdeiro ou legatário, se a sucessão tiver sido processada no exterior; e) o donatário, em qualquer hipótese. A letra E é falsa, pois o domicílio do donatário não se enquadra para definir o sujeito ativo em qualquer hipótese, apenas no caso de o doador ter domicílio no exterior. Caso isso não ocorra, a regra é o domicílio do doador. Gabarito: E 07. Quanto ao Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer bens ou direitos (ITCD), assinale a alternativa mais adequada: a) considera-se doação a transmissão de bens, vantagens ou direitos de seu patrimônio, ao donatário que os aceita, expressa, tácita ou presumidamente, exceto as doações efetuadas com encargos ou ônus; b) nas transmissões causa mortis ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos forem os bens imóveis transmitidos; c) nas transmissões decorrentes de doações, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos forem os donatários do bem, título ou crédito, ou de direito transmitido; d) o ITCD não incide sobre a doação de semoventes; e) o ITCD incide apenas sobre a transmissão de propriedade. A letra A está errada, pois, no final, o correto seria inclusive as doações com encargos ou ônus (art. 121, 1º). A letra B está errada, uma vez que contradiz a letra C, que é o gabarito, nos termos do artigo 124. As letras D e E são falsas. O ITCD incide sobre os bois e também, na doação, usufruto etc. Gabarito: C

08. Uma pessoa domiciliada em Mato Grosso do Sul resolve fazer doação a seus dois filhos de parte de seus bens imóveis localizados também em MS, porém reservando para si o usufruto vitalício de tais bens. Sabendo-se que os bens objeto da doação foram avaliados pela Fazenda Pública Estadual em R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e que um dos donatários recebeu o dobro do valor do outro, qual o valor total do ITCD devido, considerando que 1 UFERMS é igual a R$ 20,00? a) R$ 680,00; b) R$ 800,00; c) R$ 1.200,00; d) R$ 2.400,00; e) R$ 2.000,00. Temos que os filhos sejam X e Y, a herança ficaria assim: X: 20.000 Y: 40.000 ITCD: X: 20.000 x 2% = 400 Y: 40.000 x 2% = 800 Total = 1.200. Entretanto, trata-se de uma transmissão da nua-propriedade, pois o usufruto foi instituído para si próprio. Nesses casos, o imposto devido é 2/3 do total. ITCD = 1.200 x 2/3 = 800. Gabarito: B 09. Na forma da lei, a renúncia à herança deixa de caracterizar transmissão de direitos quando realizada nas seguintes circunstâncias concorrentes: a) após a aceitação da herança e em benefício do monte; b) antes da aceitação da herança e em benefício do monte; c) após a aceitação da herança e sem indicação de beneficiário; d) antes da aceitação da herança e em benefício do cônjuge meeiro; e) antes da aceitação da herança e com indicação de beneficiário. Já comentado acima. Gabarito: B

10. Um partido político levando em conta que um de seus membros tendo sido um dos seus fundadores e tendo prestado relevantes serviços ao partido, numa atitude inédita, resolve agraciá-lo com um imóvel edificado na zona urbana, que será utilizado como moradia juntamente com sua família, no valor de R$27.000,00. Considerando que o referido político possui vários lotes e um imóvel não residencial na zona urbana, é correto afirmar que a referida doação, relativamente ao Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (considere que 1 UFERMS é igual a R$ 20,00): a) é devido no valor de R$ 540,00; b) é devido no valor de R$ 1.080,00; c) não incide em virtude de o doador ser partido político; d) não incide em virtude de o donatário ser partido político; e) é caso de isenção em virtude de o doador ser partido político. Trata-se de uma não incidência, uma vez que o donatário está abarcado pela imunidade política. Artigo 125, III. Gabarito: D 11. O patrimônio de João e Maria, casados em comunhão de bens, é constituído de uma casa no valor de R$ 500.000,00 e de um apartamento no valor de R$400.000,00. Ao se divorciarem, coube à Maria a casa e a João o apartamento. Considerando as normas relativas ao Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCD), assinale a afirmativa correta. a) pela situação descrita, não se configurou fato gerador do ITCD; b) Maria deve recolher ITCD sobre R$ 50.000,00; c) Maria deve recolher ITCD sobre R$100.000,00; d) antes de transitar em julgado a sentença homologatória do divórcio, João deve recolher o imposto calculado sobre R$ 400.000,00 e Maria deve recolher o imposto calculado sobre R$ 500.000,00; e) João deve recolher o ITCD, no valor de R$ 2.000,00. Na meação, não incidiria o ITCD caso a partilha fosse feita em partes iguais, ou seja, como o patrimônio é de R$ 900 mil, a divisão seria de R$ 450 mil para cada cônjuge. Porém, isso não ocorreu: Maria levou R$ 500 mil, sendo R$ 50 mil a mais

do que a meação, nesse caso, com base no art. 122, V, da lei, incide o ITCD sobre o excesso. ITCD = 50.000 x 2% = 1.000,00. Gabarito: B 12. Segundo a Lei 1.810/97, podemos afirmar que será objeto de recolhimento do ITCD: a) a dação em pagamento. b) oferecimento de bens imóveis em garantia. c) o fruto e o rendimento do bem do espólio havido após o falecimento do autor da herança ou legado. d) a transmissão de bens ao cônjuge, em virtude da comunicação decorrente do regime de bens do casamento. e) a doação de bens em adiantamento de legítima. Artigo 122, IV. Gabarito: E 13. (Fantoni) Estrupícius é declarado ausente em 11 de abril de 2013 e aberta a sucessão provisória por morte presumida, nos termos da lei, para que seja efetuada a transmissão causa mortis do de cujus. Estrupícius tinha 5 filhos todos residentes no RJ Montoya, Aranda, Bernardo, Guinazu e Pedro Ken, sendo que o último renunciou à sua parte da herança pura e simplesmente, enquanto Bernardo renunciou ao seu quinhão em benefício de Aranda. Guinazu promoveu a cessão onerosa de R$ 70.000,00 em favor de Montoya. O valor do espólio do de cujus correspondia a R$ 600.000,00, referentes aos bens móveis quando da decretação de sua morte presumida. Entretanto, é sabido que o inventário só foi requerido em 20 de agosto de 2013, em Campo Grande/MS, e, nesta data, o espólio do de cujus montava a R$ 700.000,00 devido ao rendimento de suas aplicações financeiras no banco. Sendo assim, o valor a ser arrecadado pelo estado de MS é: a) R$ 31.680,00 b) R$ 28.000,00 c) R$ 28.800,00