TEMPOS DE CRISE: CONTROVÉRSIAS ENVOLVENDO A EXTINÇÃO DO COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEIS

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Transcrição:

TEMPOS DE CRISE: CONTROVÉRSIAS ENVOLVENDO A EXTINÇÃO DO COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEIS Alexandre Junqueira Gomide Especialista e Mestre em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em Portugal. Mestrando em Direito Civil pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo de São Francisco). Advogado e Professor da Escola Paulista de Direito. Colaborador do Blog Civil e Imobiliário. www.civileimobiliario.com.br / alexandre@junqueiragomide.com.br

DAS FORMAS DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS 1.1) Resilição unilateral 1.2) Distrato 1.3) Resolução contratual 1.3.1 Resolução com culpa das partes 1.3.2 Resolução sem culpa das partes 1.3.3 Resolução por onerosidade excessiva 1.4) Rescisão contratual

DA EXTINÇÃO DOS COMPROMISSOS DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEIS: CONTROVÉRSIAS ATUAIS E A JURISPRUDÊNCIA. Principais interessados na exgnção do compromisso de venda e compra de imóveis: O primeiro grupo de consumidores é aquele que, após ter firmado o contrato preliminar de venda e compra, não consegue obter o prome[do financiamento e, assim, pleiteia o término do contrato imobiliário. O segundo grupo de consumidores é aquele que, embora tenha conseguido o financiamento, porque a taxa de juros foi elevada, acaba desis[ndo da con[nuidade do negócio. Nesse segundo grupo, imagine- se, ainda, o casal de jovens que resolve terminar o noivado e, portanto, não tem mais interesse na manutenção do contrato. O terceiro grupo é aquele que, após ter firmado o compromisso de venda e compra, simplesmente desiste da aquisição, seja porque verificou imóvel nas proximidades a um preço mais barato, seja porque entende que aquele inves[mento imobiliário não vale mais a pena.

DA EXTINÇÃO DOS COMPROMISSOS DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEIS: CONTROVÉRSIAS ATUAIS E A JURISPRUDÊNCIA. Resilição unilateral do compromisso de venda e compra No caso do compromisso de venda e compra, com fundamento na autonomia privada, existe a possibilidade de as partes, nos termos do art. 420, do Código Civil, estabelecerem o direito de arrependimento. Contudo, o arrependimento é exceção. Na realidade, a lei impõe que o compromisso de venda e compra dos imóveis incorporados é irretratável. Nesses termos é a determinação do art. 32, 2º, da Lei 4.591/64: Art. 32, 2º - Os contratos de compra e venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de unidades autônomas são irretratáveis (...)

DA EXTINÇÃO DOS COMPROMISSOS DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEIS: CONTROVÉRSIAS ATUAIS E A JURISPRUDÊNCIA. Resilição unilateral do compromisso de venda e compra Embora a Lei não possua nenhuma previsão a respeito da possibilidade de o adquirente ex[nguir unilateral e imo[vadamente o compromisso, fato é que a jurisprudência do STJ, por intermédio da Súmula 543, autoriza a ex[nção unilateral do contrato: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel subme8do ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata res8tuição das parcelas pagas pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusive do promitente vendedor/ construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento. No mesmo sen[do, o Tribunal de Jus[ça de São Paulo, em 2009, editou a Súmula nº 1, que autoriza, sempre, ao adquirente, requerer a ex[nção unilateral do contrato. Nos termos da súmula, o compromissário comprador de imóvel, mesmo inadimplente, pode pedir a rescisão do contrato e reaver as quan8as pagas, admi8da a compensação com gastos próprios de administração e propaganda feitos pelo compromissário vendedor, assim como com o valor que se arbitrar pelo tempo de ocupação do bem.

DA EXTINÇÃO DOS COMPROMISSOS DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEIS: CONTROVÉRSIAS ATUAIS E A JURISPRUDÊNCIA. Resilição unilateral do compromisso de venda e compra Problemá[ca: qual o valor a ser reembolsado ao consumidor? Em outras palavras, qual é o valor permi[do para a cobrança da cláusula penal, pelo construtor? Não há um consenso nos julgados. No âmbito do Tribunal de Jus[ça de São Paulo, há julgados autorizando retenção de 10%, 20%, 30%, 40% e, em alguns casos mais recentes, até 50% dos valores pagos pelo adquirente.

DA EXTINÇÃO DOS COMPROMISSOS DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEIS: CONTROVÉRSIAS ATUAIS E A JURISPRUDÊNCIA. Resilição unilateral do compromisso de venda e compra Embora não haja consenso no Tribunal de Jus[ça de São Paulo a respeito do percentual de retenção dos valores, fato é que a Súmula nº 2 do TJSP determina que a devolução das quan8as pagas em contrato de compromisso de compra e venda de imóvel deve ser feita de uma só vez, não se sujeitando à forma de parcelamento prevista para a aquisição. Caso o adquirente tenha recebido as chaves da unidade, além da retenção de parte dos valores, a jurisprudência também admite o pagamento de taxa de ocupação, normalmente arbitrada em 0,5%, ao mês, sobre o valor do contrato

DA EXTINÇÃO DOS COMPROMISSOS DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEIS: CONTROVÉRSIAS ATUAIS E A JURISPRUDÊNCIA. Distrato dos instrumentos de venda e compra Distrato significa que as partes acordaram o fim do contrato nas condições ali estabelecidas. Sem prejuízo, o que na prá[ca se tem verificado é que alguns adquirentes, mesmo após firmado o distrato, ingressam com ação judicial, ques[onando algumas cláusulas acordadas, sobretudo o percentual re[do pelo construtor dos valores pagos. Com fundamento no art. 6º, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor, os adquirentes têm asseverado abusividade da retenção superior a 20% (vinte por cento) dos valores pagos. É necessário cautela. Se o consumidor, quando informado a respeito dos valores decorrentes para a ex[nção do contrato não concordar com eles, não deve assinar o distrato. Nessa oportunidade, a boa- fé implica ao consumidor não assinar o distrato outorgando quitação plena para, posteriormente, ingressar com ação judicial.

TENTATIVAS E PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DECORRENTES DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS DE VENDA E COMPRA. O Pacto para o Aperfeiçoamento das Relações Negociais entre Incorporadores e Consumidores. Em primeiro lugar, asseverou o pacto que tais contratos são celebrados em caráter irrevogável e irretratável, nos termos da legislação específica (art. 32, 2º, da Lei 4.591/64). Contudo, embora entenda o compromisso de venda e compra como irrevogável, admite que fatores externos podem influir sobre a capacidade econômico- financeira do adquirente que impeçam a concre[zação de seu projeto de vida o que autorizaria o consumidor a ex[nguir o contrato. Contudo, o pacto assevera que a ex[nção do contrato não pode resultar no comprome[mento da conclusão da obra ou colocar em risco a realização do mesmo projeto pelos demais adquirentes, razão pela qual buscou- se, segundo o texto, uma saída razoável.

TENTATIVAS E PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DECORRENTES DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS DE VENDA E COMPRA. O Pacto para o Aperfeiçoamento das Relações Negociais entre Incorporadores e Consumidores. Assim, os parscipes do documento acordaram que, havendo dificuldades financeiras por parte do consumidor, o contrato pode prever cláusula autorizando a ex[nção contratual, sendo que, nessa oportunidade, seria devida (i) multa fixa, em percentual nunca superior a 10% sobre o valor do imóvel prome8do comprar ou (ii) perda integral das arras (sinal) e de até 20% sobre os demais valores pagos pelo comprador, até então. Além disso, segundo o acordo, para não se comprometer o fluxo de caixa da incorporação, perseverando- se o patrimônio de afetação, feitas as deduções dos valores que serão re[dos pelas incorporadoras, a res[tuição do sobejante ao consumidor se daria em parcela única, concedendo- se ao incorporador um prazo de carência de seis meses, ressalvada a hipótese de nova alienação do imóvel.

TENTATIVAS E PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DECORRENTES DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS DE VENDA E COMPRA. Projeto de Lei 774/2015 Rel. Romero Jucá. Projeto pretende incluir o art. 67- A, da Lei 4.591/1964 Redação original do Projeto: Art. 67- A. Em caso de desfazimento do contrato, seja mediante distrato, seja mediante resolução por inadimplemento de obrigação do adquirente, este fará jus à res[tuição das quan[as que houver pago diretamente ao incoporador, delas deduzindo- se, cumula[vamente: I a pena convencional, que não poderá exceeder a vinte e cinco por cento das quan[as pagas II a comissão de corretagem de cinco por cento do preço da venda.

TENTATIVAS E PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DECORRENTES DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS DE VENDA E COMPRA. Projeto de Lei 774/2015 Rel. Romero Jucá. Projeto pretende incluir o art. 67- A, da Lei 4.591/1964 Redação atual (após apresentação das emendas): Art. 67- A Em caso de desfazimento do contrato preliminar ou defini[vo de alienação do de imóvel de que trata esta Lei por culpa do adquirente mediante resilição ou resolução, ele fará jus à res[tuição das quan[as pagas ao incorporador, delas deduzindo- se a pena convencional, que não poderá exceder a dez por cento das quan[as pagas. 1 o Para efeito do caput deste ar[go, entende- se por quan[as pagas o valor desembolsado para pagamento do preço do imóvel, ainda que parte desse valor tenha sido pago, como remuneração diretamente ao corretor contratado pelo alienante.

TENTATIVAS E PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DECORRENTES DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS DE VENDA E COMPRA. Projeto de Lei 774/2015 Rel. Romero Jucá. Outro ponto controver[do é a forma de devolução das quan[as pagas. Segundo tal disposi[vo, o pagamento será realizado em três parcelas mensais e subsequentes, vencendo- se a primeira após um prazo de carência de doze meses, contados da data do desfazimento do contrato (art. 67- A, 5º). Caso ocorra a revenda da unidade antes de transcorrido o período de carência, o remanescente devido ao adquirente será pago em até trinta dias da revenda (art. 67- A, 6º). A esse respeito, a proposta recebeu ume emenda para que a devolução seja realizada em uma única parcela. Segundo parecer: Os riscos do negócio devem ser suportados pela incorporadora, e não pelos adquirentes do imóvel. Se o empreendimento imobiliário se tornou desinteressante ou se os adquirentes imergiram em uma crise financeira pessoal, isso é irrelevante. A incorporadora, no momento em que decidiu vender imóveis na planta tem o dever jurídico de concluir as obras independentemente da movimentação financeira gerada pelas vendas das unidades.

Obrigado! www.civileimobiliario.com.br / alexandre@junqueiragomide.com.br