O LOBBY COMO PRÁTICA LEGÍTIMA NA DEFESA DE INTERESSES

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Transcrição:

O LOBBY COMO PRÁTICA LEGÍTIMA NA DEFESA DE INTERESSES Luciano Barbosa Unidade de Relacionamento com o Poder Executivo Confederação Nacional da Indústria

O QUE NÃO É LOBBY Suborno Tráfico de influências Dinheiro para obter favores Corrupção Crime

CONCEITOS DE LOBBY SEGUNDO A LITERATURA Grupo de pessoas ou organização que tem como atividade profissional buscar e influenciar, aberta ou veladamente, decisões do poder publico em favor de determinados interesses privados. CASTRO, Celso Antonio Pinheiro de; FALCÃO, Leonor Peçanha. Ciência Política: Uma Introdução. São Paulo: Atlas, 2004. p. 122 Lobby é toda atividade organizada, exercida dentro da lei e da ética, por um grupo de interesses definidos e legítimos, com o objetivo de ser ouvido pelo poder público para informálo e dele obter determinadas medidas, decisões, atitudes FARHAT, Saïd. Lobby o que é e como se faz. São Paulo: Aberje Editorial, 2007.

QUEM FAZ LOBBY? Grupo Interesse: Grupo de pessoas Físicas ou Jurídicas ligadas por propósitos comuns. Grupo de Pressão: Quando o grupo de interesse utiliza ativamente os interesses para alcançá-los. Grupos de resistência ou de afirmação: Grupos de comunidades geralmente minoritárias, de defesa de interesses particulares em detrimento aos interesses gerais da sociedade. Grupos de interesses especiais: grupos geralmente poderosos, com acesso direto, que usam do poder financeiro para patrocinar campanhas e do poder de influência sobre voto. Após a eleição, acompanham o desenvolvimento das ações a seu favor. (No Brasil, PJ tem limite de 2% da receita bruta anual das empresas para apoiar candidatos) Todos que defendem ideias a quem decide são Lobistas

EXEMPLOS DE LOBISTAS - Centrais sindicais - Igreja católica e evangélicos - Advogados - Membros do Ministério Público - Banqueiros - Indigenistas e ecologistas - Cientistas, pesquisadores - Sanitaristas médicos - Empregados de Estatais - Inquilinos e senhorios (mutuários e construtoras) - Exportadores e Importadores - Funcionários públicos - Donas de Casa e Domésticas

PERFIL DO LOBISTA VISÃO ESTRATÉGICA; PERSISTÊNCIA; PACIÊNCIA; HUMILDADE; Respeito aos interlocutores, à lei e à ética; Não levar em conta antipatias pessoais. O resultado do trabalho depende em grande parte da habilidade, convicção e capacidade de quem deseja expor convincentemente suas razões. O lobista deve pautar-se pela legalidade, impessoalidade e moralidade. Essa prática ganhou credibilidade em outros países. Todos que defendem ideias para quem decide são Lobistas

DEVER ÉTICO DO LOBISTA DA SOCIEDADE CIVIL 1) Ser convergente com os interesses da indústria; 2) Comportar-se dentro da lei; 3) Ter capacidade de discutir propostas e avaliar impactos; 4) Respeitar opiniões divergentes. As decisões são compartilhadas e construídas por consenso;

O QUE É POLÍTICA PÚBLICA? Política pública consiste na decisão e na implementação de programas para alcançar bem social. Clarke E. Cochran et al. American Public Policy: an introduction. 6th ed. New York: St. Martin s Press. 1999 VISÃO DO LOBISTA TEM IMPACTOS NA INDÚSTRIA E SOCIEDADE COMO UM TODO? COMO ESCOLHER UMA ALTERNATIVA E IMPLEMENTAR? Os representantes de bacias já estão inseridos neste processo.

LOBBY: PRÁTICA DA DEMOCRACIA GOVERNO EXPECTATIVAS DEMANDAS NECESSIDADES VIA DE MÃO DUPLA INFORMAÇÕES AÇÕES DO GOVERNO PRESTAÇÃO DE CONTAS ESCLARECIMENTO ADM LOBBY SOCIEDADE Direito a manifestação de opiniões, de participar das decisões dos representantes. Promove a Via de Mão Dupla no relacionamento entre Governo e Organizações.

A REGULAMENTAÇÃO DO LOBBY NO BRASIL Estão parados no Legislativo quatro projetos que determinam regras para o exercício da profissão de lobista, com seu registro perante órgãos do governo. Ex. Projeto de Lei nº 6.132-A, de 1990 do senador Marco Maciel Nos Estados Unidos o lobby é regulamentado desde 1946 o chamado Federal Regulation of Lobbying Act, de 2-8-1946.

POR QUE CRIAR COMITÊS? 1 QUANDO HÁ CONFLITO: Visões diferentes. Ex: multiplicidade de visões do Conama (social, empresarial). Quanto mais conflito, mais lento o processo 2 - NECESSIDADE DE ALTO NÍVEL DE CONHECIMENTO TÉCNICO: O Estado pode cometer erros técnicos sem a participação dos profissionais. 3 CRIAR CONSENSO: Conflito não é visto com bons olhos. A Europa possui 20 mil grupos de trabalho; os Estados Unidos cerca de 1500.

POR QUE PRECISAMOS ESTAR NOS COMITÊS? PORQUE É UM FÓRUM LEGÍTIMO; PORQUE É ONDE OS ARGUMENTOS TÉCNICOS DEVEM SER APRESENTADOS; PORQUE HÁ ACESSO AOS TOMADORES DE DECISÃO.

AS RELAÇÕES INFORMAIS NA TOMADA DE DECISÃO 1 - AS DECISÕES PODEM SER TOMADAS ANTES DA REUNIÃO 2 DISCUTA PONTOS COMUNS E PROCURE INFLUENCIAR 3 DECISÕES SÃO TOMADAS EM MOMENTOS DE CRISE. 3.1 FATOS AMEAÇADORES PROVOCAM BOA PERCEPÇÃO 4 NUNCA DESQUALIFIQUE O INTERESSE DO OUTRO 5 FORME ALIANÇAS

GUIA III LOBBY A IMPORTÂNCIA DE SUA UTILIZAÇÃO

OBRIGADO! LUCIANO BARBOSA Núcleo de Representantes representacao@cni.org.br Unidade de Relacionamento com o Poder Executivo Confederação Nacional da Indústria