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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.213.245 - RS (2010/0178505-3) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RECORRIDO : CONDOR S/A ADVOGADO : FRANCISCO DE ASSIS PINTO BERMUDEZ E OUTRO(S) EMENTA TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS EXPORTADAS POR EQUÍVOCO. RETORNO POR MOTIVO ALHEIO À VONTADE DO EXPORTADOR. ART. 1º, 1º, ALÍNEA "E", DO DECRETO-LEI N. 37/66. NÃO INCIDÊNCIA DA EXAÇÃO. 1. O fato gerador do imposto de importação é, consoante o art. 19 do CTN e o art. 1º do DL 37/66, a entrada de produto estrangeiro em território nacional. O 1º do art. 1º do DL 37/66 também considera estrangeira, para fins de incidência do imposto de importação, a mercadoria nacional ou estrangeira exportada que retornar ao Brasil, salvo se tal retorno, dentre outras hipóteses, ocorrer por fatores alheios à vontade do exportador, consoante exceção prevista na alínea "e" do referido dispositivo, com reprodução no art. 70, V, do Decreto n. 4.345/2002 (Regulamento Aduaneiro de 2002). 2. A devolução das mercadorias na hipótese ocorreu por fator alheio à vontade do exportador, eis que não é razoável cogitar que este tenha dirigido sua vontade livre e consciente no envio equivocado de mercadorias para o exterior, sobretudo em razão dos incômodos suportados por ambos, importador e exportador, e as despesas que este terá de arcar no reenvio de mercadorias ao estrangeiro. Assim, o caso está albergado pela exceção prevista na alínea "e" do 1º do art. 1º do Decreto-Lei n. 37/66, não havendo que se falar em incidência de imposto de importação. 3. Recurso especial não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha, Castro Meira, Humberto Martins (Presidente) e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 16 de novembro de 2010. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator Documento: 1020810 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/11/2010 Página 1 de 6

RECURSO ESPECIAL Nº 1.213.245 - RS (2010/0178505-3) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RECORRIDO : CONDOR S/A ADVOGADO : FRANCISCO DE ASSIS PINTO BERMUDEZ E OUTRO(S) RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Cuida-se de recurso especial manejado pela Fazenda Nacional com fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região que, por unanimidade, deu provimento ao apelo da ora recorrida, resumido da seguinte forma (fl. 132): MANDADO DE SEGURANÇA. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIA EXPORTADA. NÃO-INCIDÊNCIA DE TRIBUTOS RELATIVOS À IMPORTAÇÃO. ART. 70 DO DECRETO 4.543/2002. Restou devidamente comprovada que as mercadorias exportadas pela impetrante foram devolvidas pela empresa estrangeira. A devolução dos bens à autora não configura importação, mas devolução de mercadorias anteriormente exportadas. Nos termos do art. 70, V, do Decreto n. 4.543/02, a autoridade aduaneira deve liberar as mercadorias sem a incidência dos impostos relativos à importação. 37/66. Nas razões recursais, a recorrente alega violação do art. 1º, 1º, do Decreto-Lei n. Aduz, em síntese, que a devolução ao território nacional das mercadorias exportadas em razão de não serem àquelas solicitadas, não pode ser considerada como alheia à vontade do exportador, configurando, portanto, fato gerador do imposto de importação, nos termos da legislação invocada. Sem contrarrazões. O presente recurso especial foi admitido na origem, subindo os autos a esta Corte e vindo-me conclusos. É o relatório. Documento: 1020810 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/11/2010 Página 2 de 6

RECURSO ESPECIAL Nº 1.213.245 - RS (2010/0178505-3) EMENTA TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS EXPORTADAS POR EQUÍVOCO. RETORNO POR MOTIVO ALHEIO À VONTADE DO EXPORTADOR. ART. 1º, 1º, ALÍNEA "E", DO DECRETO-LEI N. 37/66. NÃO INCIDÊNCIA DA EXAÇÃO. 1. O fato gerador do imposto de importação é, consoante o art. 19 do CTN e o art. 1º do DL 37/66, a entrada de produto estrangeiro em território nacional. O 1º do art. 1º do DL 37/66 também considera estrangeira, para fins de incidência do imposto de importação, a mercadoria nacional ou estrangeira exportada que retornar ao Brasil, salvo se tal retorno, dentre outras hipóteses, ocorrer por fatores alheios à vontade do exportador, consoante exceção prevista na alínea "e" do referido dispositivo, com reprodução no art. 70, V, do Decreto n. 4.345/2002 (Regulamento Aduaneiro de 2002). 2. A devolução das mercadorias na hipótese ocorreu por fator alheio à vontade do exportador, eis que não é razoável cogitar que este tenha dirigido sua vontade livre e consciente no envio equivocado de mercadorias para o exterior, sobretudo em razão dos incômodos suportados por ambos, importador e exportador, e as despesas que este terá de arcar no reenvio de mercadorias ao estrangeiro. Assim, o caso está albergado pela exceção prevista na alínea "e" do 1º do art. 1º do Decreto-Lei n. 37/66, não havendo que se falar em incidência de imposto de importação. 3. Recurso especial não provido. VOTO O SENHOR MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Discute-se nos autos se a devolução de mercadorias exportadas, em razão de não corresponderem àquelas solicitadas, configura fato gerador de imposto de importação, na forma do art. 1º, 1º, do Decreto-Lei n. 37/66 (com reprodução no art. 70, V, do Decreto n. 4.345/2002 - Regulamento Aduaneiro de 2002) o qual possui a seguinte redação: Art.1º - O Imposto sobre a Importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem como fato gerador sua entrada no Território Nacional. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) 1º - Para fins de incidência do imposto, considerar-se-á também estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retornar ao País, salvo se: (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) a) enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) b) devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição; (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) c) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) d) por motivo de guerra ou calamidade pública; (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) e) por outros fatores alheios à vontade do exportador. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) Documento: 1020810 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/11/2010 Página 3 de 6

O Tribunal de origem entendeu que a devolução das mercadorias na hipótese configura mera devolução, e não importação, razão pela qual reformou a sentença para conceder a segurança, determinando a liberação das mercadorias sem a incidência do imposto de importação. A recorrente sustenta que a devolução ao território nacional das mercadorias exportadas, em razão de não serem aquelas solicitadas, não pode ser considerada como alheia à vontade do exportador, configurando, portanto, fato gerador do imposto de importação, nos termos do dispositivo legal supracitado. passo à análise. Primeiramente, registro que a referida norma foi objeto de prequestionamento, pelo que O fato gerador do imposto de importação é, consoante o art. 19 do CTN e o art. 1º do DL 37/66, a entrada de produto estrangeiro em território nacional. O 1º do art. 1º do DL 37/66 também considerado estrangeira, para fins de incidência do imposto de importação, a mercadoria nacional ou estrangeira exportada que retornar ao Brasil, salvo se tal retorno, dentre outras hipótese, ocorrer por fatores alheios à vontade do exportador, consoante exceção prevista na alínea "e" do referido 1º. confira-se: O dispositivo legal em comento foi reproduzido no art. 70 do Decreto n. 4.543/02, Art. 70. Considera-se estrangeira, para fins de incidência do imposto, a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao País, salvo se (Decreto-lei n o 37, de 1966, art. 1 o, 1 o, com a redação dada pelo Decreto-lei n o 2.472, de 1988, art. 1 o ): I - enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; II - devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição; III - por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; IV - por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou V - por outros fatores alheios à vontade do exportador. (grifei) Referido decreto foi revogado pelo Decreto n. 6.759/09, cujo art. 70 possui a mesma redação da norma revogada. A discussão dos presentes autos gira em torno de definir se o equívoco do exportador quando do envio da mercadoria ao exterior pode ser considerada como um fator alheio à sua vontade para fins de não incidência do imposto de importação no retorno da mercadoria ao país. Documento: 1020810 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/11/2010 Página 4 de 6

Penso que a resposta para tal indagação é positiva, senão vejamos. O acórdão recorrido consignou expressamente que, conforme ofício da impetrante, ora recorrida, remetido à Receita Federal (fl. 130): "a empresa Condor tem o registro de sua marcar 'Condor' para comercialização dos produtos, porém no Chile esta marca já encontra-se registrada para outra empresa, impossibilitando-nos de efetuar negócios com aquela marca, e assim sendo, solicitamos o registro de uma segunda marca chamada 'Klimmek'. O problema ocorrido no embarque acima, foi por falhas no processo operacional interno que acabou despachando o pedido com todos os produtos com a marca Condor ao invés da marca Klimmek. Quando o cliente recebeu o embarque, teve uma grande decepção, pois toda a negociação foi concretizada e acordada tratando-se da marca Klimmek; a comercialização dos produtos com a marca Condor certamente incorrerá em problemas legais tanto para o cliente como para Condor no Brasil..." Ora, a devolução das mercadorias na hipótese ocorreu por fator alheio à vontade do exportador, eis que não é razoável cogitar que este tenha dirigido sua vontade livre e consciente no envio equivocado de mercadorias para o exterior, sobretudo em razão dos incômodos suportados por ambos, importador e exportar, e as despesas que este terá de arcar no reenvio de mercadorias ao estrangeiro. Assim, penso que em se tratando de erro o caso está albergado pela exceção prevista na alínea "e" do 1º do art. 1º do Decreto-Lei n. 37/66, pois a manifestação da vontade não estava a ele direcionada, não havendo que se falar em incidência de imposto de importação. Entendimento contrário consubstanciaria verdadeiro desestímulo à exportação e, consequentemente, à economia nacional, cuja desaceleração tende a provocar danos sociais, tais como o desemprego e a marginalização. Pelas razões expostas, CONHEÇO do PROVIMENTO. É como voto. recurso especial, mas NEGO-LHE Documento: 1020810 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/11/2010 Página 5 de 6

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2010/0178505-3 REsp 1.213.245 / RS Número Origem: 200471030031811 PAUTA: 16/11/2010 JULGADO: 16/11/2010 Relator Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro HUMBERTO MARTINS Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA VASCONCELOS Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI AUTUAÇÃO RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RECORRIDO : CONDOR S/A ADVOGADO : FRANCISCO DE ASSIS PINTO BERMUDEZ E OUTRO(S) ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Intervenção no Domínio Econômico - Importações - Desembaraço Aduaneiro CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha, Castro Meira, Humberto Martins (Presidente) e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 16 de novembro de 2010 VALÉRIA ALVIM DUSI Secretária Documento: 1020810 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/11/2010 Página 6 de 6