Melhoramento de. vegetativa

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Prof. Dilson A. Bisognin, PhD. Núcleo de Melhoramento e Propagação Vegetativa de Plantas MPVP Universidade Federal de Santa Maria

Transcrição:

Aula 05 Melhoramento de espécies de propagação vegetativa

Introdução Em espécies em que existe uma variabilidade intra e interespecífica como: produção de biomassa, taxa de crescimento, resistência a geadas e déficit hídrico, entre outros, uma forma de manter as características favoráveis, evitando a variabilidade encontrada em árvores obtidas a partir de sementes, é recorrer à propagação vegetativa. Aula 5.1

Exemplos Cacau Eucalipto Aula 5.1

Exemplos Mandioca Seringueira Cana-de-açúcar Aula 5.1

Princípios básicos b da propagação vegetativa O processo da propagação vegetativa não inclui meiose, portanto os rametes (brotações originárias da planta doadora) são geneticamente idênticos aos ortetes (planta doadora). O estado de maturação (ontôgenia) tem um grande efeito na facilidade de propagação e subseqüente crescimento dos propágulos originários de estacas ou da cultura de tecidos. Técnicas para manter ou reduzir a juvenilidade são as chaves do sucesso para qualquer programa de propagação vegetativa. Aula 5.1

Métodos de propagação clonal A propagação clonal pode ser alcançado pela macropropagação ou pela micropropagação. A propagação vegetativa pela macropropagação envolve métodos convencionais, como a estaca e a enxertia, enquanto que na micropropagação se utiliza a técnica de cultura de tecidos. Aula 5.1

Métodos de propagação clonal Exemplos Geração 1 Geração 2 Geração 3 Geração 4 1 planta 100 plantas 1.000 plantas 10.000 plantas Aula 5.1

Os genótipos são idênticos em todas as gerações F = G + E F = G + E Reproduçao % 1 1 1 1 1 1 O número de clones de cada planta (genótipo) aumenta de forma exponencial As plantas das espécies que apresentam reprodução vegetativa são altamente heterozigóticas (apresentam algum grau de cruzamento) e possuem alta carga genética acasalamento entre clone aparentados elevada DEPRESSÃO POR ENDOGAMIA. Aula 5.1

Geração da variabilidade genética 1. Tipos de cruzamentos Cruzamentos de cultivares comerciais: Biparentais C 1 x C 2 Multiparentais (C 1 x C 2 ) x C 3 ou (C 1 x C 2 ) x (C 3 x C 4 ) F 1 (12) x F 1 (34) F 1 (12)(34) Aula 5.2

Variabilidade genética em função da heterozigosidade dos clones C 1 (A 1 A 2 ) x C 2 (A 3 A 4 ) F 1 ¼ A 1 A 3 : ¼ A 1 A 4 : ¼ A 2 A 3 : ¼ A 2 A 4 2 σ G disponível para seleçao % São obtidos 4 genótipos, pois cada parental forma 2 n = 2 1 gametas, logo: 2 1 x 2 1 = 4 Aula 5.2

Exemplo: a) parentais diferem em 20 locos com 2 alelos: Gametas A = 2 20 gametas diferentes Gametas B = 2 20 gametas diferentes Nº de genótipos diferentes: 2 20 x 2 20 = 2 40 10 12 b) parentais diferem em 50 locos com 2 alelos: Nº de genótipos diferentes: 2 50 x 2 50 = 2 100 10 30 Aula 5.2

Exemplo (cont.): Nº de genótipos diferentes 10 12 e 10 30 Variabilidade Genética Considerável Clones altamente heterozigotos, populações altamente heterozigóticas grande número de genótipos diferentes. Aula 5.2

2. Escolha de cultivares parentais Cultivares parentais cultivares comerciais, formados de apenas um genótipo: Motivo: procura-se aproveitar os efeitos da seleção já praticada para produzí-los. Aumenta-se a probabilidade de concentração de alelos favoráveis em um genótipo. Estes clones geralmente apresentam um nível já elevado de produtividade e uma série de características favoráveis, como resistência a doenças e pragas, acamamento, precocidade, etc. Aula 5.2

Assim, a variabilidade genética para os caracteres menos complexos que a produtividade é menor, permitindo que a seleção seja intensa para produtividade. Exemplo: florescimento em cana-de açúcar: normalmente são cruzados parentais que não florescem na região do cultivo comercial. Aula 5.2

Escolha dos parentais genealogias, divergência genética, complementariedade e performance a) Genealogias: evitar cruzamento de indivíduos aparentados (endogamia). (C 1 x C 2 ) x (C 2 x C 4 ) C 3 e C 5 são meio-irmãos irmãos C 3 x C 5 C 6 Aula 5.2

b) Divergência genética: maximizar variabilidade em F 1, heterose 0,4 0,3 Genótipos inferiores 0,2 0,1 Genótipos superiores 0 1 2 3 4 5 6 Aula 5.2

c) Complementariedade: concentrar características favoráveis em um único genótipo. C 1 (R A S B ) x C 2 (S A R B ) Objetivo: C 3 (R A R B ) d) Performance: Presença de Genes de interesse. Banco de dados com informações sobre: Genealogias e divergências genéticas, complementariedade e performance dos caracteres de importância agronômica e/ou econômica. Aula 5.2

Avaliação e seleção Objetivos: identificar, selecionar e multiplicar os genótipos superiores. 0,4 0,3 Genótipos inferiores 0,2 0,1 Genótipos superiores 0 1 2 3 4 5 6 Aula 5.3

F= G + E F X = G X + E X Sem repetições: F Y = G Y + E Y ( FX FY ) = ( GX GY ) + ( EX EY ) Com repetições: 1 ( FX FY ) = ( GX GY ) + ( EX EY r ) Aula 5.3

h 2 plantas individuais: h 2 = σ σ σ 2 2 G G = GS = ds 2 2 2 F σ G + σ E h 2 h 2 nível de médias de repetições: 2 2 σ G h = GS = ds X 2 2 σ E σ G + r h 2 X Aula 5.3

Exemplo: Etapas de um programa de melhoramento 1ª Etapa Obtenção dos indivíduos F 1 Sementes Plantas individuais (10.000 a 20.000 em cana-de-açúcar). Bordadura Bordadura Bordadura Bordadura Aula 5.3

Avaliação de plantas individuais: competição completa. Cada genótipo é diferente dos demais. Seleção massal Caracteres de alta herdabilidade (p. ex. resistência doenças e pragas, altura, precocidade). Aula 5.3

2ª Etapa cada planta selecionada é clonada. Características desta fase: Experimentos com poucas repetições (reduzido número de clones/planta); Seleção com base nas médias; Poucas repetições: seleção para caracteres de herdabilidade alta e mediana. Genótipos I II Médias 1 Y 1I Y 1II Y1 2 Y 2I Y 2II Y 2............ n Y ni Y nii Y n Aula 5.3

3ª Etapa avaliação dos genótipos selecionados na etapa anterior. Aumento do número de repetições; Seleção com base nas médias; Genótipos I II III IV V VI Médias 15 Y 15I Y 15II Y 15III......... Y 15 22.................. n Y 38............................................. n Y ni Y nii Y niii......... Y n Aula 5.3

Genótipos I II III IV V VI Médias 15 Y 15I Y 15II Y 15III......... Y 15 22.................. n Y 38............................................. n Y ni Y nii Y niii......... Y n Valores fenotípicos mais precisos; Seleção com intensidade alta para caracteres de herdabilidade mediana e intensidade média para os de baixa herdabilidade. Aula 5.3

4ª Etapa Avaliação dos genótipos selecionados na etapa anterior. Aumento do número de repetições; Avaliação em diversos locais; Seleção com base nas médias (de repetições e de locais); Intensidade de seleção alta para caracteres de baixa herdabilidade. Aula 5.3

5ª Etapa seleção dos poucos genótipos selecionados na etapa anterior. Aumento do número de repetições; Aumento do número de locais onde são instalados os experimentos; Seleção do genótipo superior; Origem dos cultivares. Aula 5.3

Redução da Base Genética Causas e conseqüências: Vulnerabilidade genética; σ 2 G Redução da ; Patamar de produtividade; Riscos: doenças e pragas. Ampliar a base genética com introdução de material exótico que tenha potencial para integrar programas de melhoramento. Aula 5.4

Exemplo: Ce X Cc 1 F 1 (50% Ce; 50% Cc 1 ) X Cc 2 F 1 (25% Ce; 25% Cc 1 ; 50% Cc 2 ) 75% Cc Aula 5.3

Bibliografia ESALQ/USP LGN-313 MELHORAMENTO GENÉTICO 1. Valois, A.C.C; Paiva, J.R.; Ferreira, F.R.; Filho, W.S.S.; Dantas, J.L.L. Melhoramento de espécies de propagação vegetativa. In: Nass, L.L.; Valois, A.C.C.; Melo, I.S. e Valadares- Inglis, M.C. (Eds.) Recursos genéticos & melhoramento Plantas. p. 283-291, 2001. 2. Pereira, A.B. Melhoramento clonal. In: Dias, L.A.S. (Ed) Melhoramento genético do cacaueiro. p. 361-384, 2001. 3. www.ciagri.usp.br/~aafgarci/melhoram.html Aula 5.5

Aula 05 Obrigado! baldin@esalq.usp.br