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Transcrição:

Autores: ISSN Descalvado, SP Março, 2017 POTENCIAL DA ATIVIDADE PISCÍCOLA NO ESTADO DE Autores: Fernando Martins de Almeida 1 Wellington Carreta Alves 1 Marco Antônio de Andrade Belo 2 Genaldo Martins de Almeida 3 1 Discente do Programa de Mestrado Profissional em Produção Animal Universidade Brasil (UNICASTELO)/ Descalvado-SP 2 Docente do Programa de Mestrado Profissional em Produção Animal Universidade Brasil (UNICASTELO)/ Descalvado-SP 3Doutor em Engenharia Agronômica, Universidade Federal Brasília, UNB.

Boletim Técnico da Produção Animal (Programa de Mestrado Profissional em Produção Animal) Ano 2016 Universidade Brasil Campus Descalvado Disponibilização on line Autores / Organizadores Prof. Dr. Vando Edésio Soares Prof. Dr. Paulo Henrique Moura Dian Profa. Dra. Kathery Brennecke Profa. Dra. Marcia Izumi Sakamoto Prof. Dr. Gabriel M.P. de Melo Profa. Dra Liandra M.A.Bertipaglia Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade Brasil/ Campus de Descalvado Potencial da atividade piscícola no estado de Rondônia / Fernando Martins de Almeida... [et al]. Descalvado, [s.n.], 2016. 14p. : il. (Boletim Técnico da Universidade Camilo Castelo Branco, Departamento de Produção Animal, 22) 1. Peixes teleósteos. 2. Aquicultura. 3. Tambaqui. 4. Pirarucu. 5. Pintado. 6. Sustentabilidade. I. Alves, Wellington Carreta. II. Belo, Marco Antônio de Andrade. III. Almeida, Genaldo Martins de. IV. Título. CDD 639.38111 É permitida a reprodução parcial ou total dessa obra, desde que citada a fonte.

Potencial de atividade piscícola no Estado de Rondônia RESUMO Esta revisão apresenta os principais aspectos envolvidos na atividade piscícola na região amazônica, particularmente no Estado de Rondônia. A piscicultura vem crescendo significativamente no mundo e no Brasil, sendo caracterizada como uma atividade multidisciplinar que cria organismos aquáticos, e na atualidade vêm contribuindo com a produção e consumo de pescado mundial. As condições climáticas, a proximidade de um amplo mercado consumidor, somado a alta disponibilidade de água colocam o Estado de Rondônia como altamente promissor para o desenvolvimento da atividade piscícola. Os resultados do presente estudo parecem conduzir ao entendimento de que melhorias na infraestrutura básica como rodovias, portos, aeroportos, além de desenvolvimento técnico do setor, com a capacitação de mão-de-obra devem ser priorizados, pois serão fatores fundamentais para que o Estado de Rondônia, se torne uma das mais importantes áreas de produção e de desenvolvimento sustentável para este setor da economia. Palavras-chave: Peixes teleósteos, aquicultura, tambaqui, pirarucu, pintado, sustentabilidade.

INTRODUÇÃO A escolha desse tema surgiu pela necessidade de uma observação mais técnica sobre piscicultura em Rondônia e pelo fato deste estado se destacar na riqueza de recursos hídricos e ter um clima adequado para esta atividade. As condições climáticas, a proximidade de um amplo mercado consumidor, somado a alta disponibilidade de água que asseguram as sete bacias hidrográficas existentes, colocam o Estado em destaque na produção aquícola brasileira. De acordo com Oliveira et al. (2015), a principal espécie criada em pisciculturas no estado é o Colossoma macropomum, tambaqui e conceitua-se o termo aquicultura como a denominação que se dá para a atividade de produção de alevinos ou peixes em locais conhecidos como viveiro, açude, reservatório, alagado ou tanque, caracterizado por uma área composta por uma lâmina d água represada que possui controle de entrada e saída. Em estudos realizados por Vaz e Belo (2016), a piscicultura encontra no estudo de Rondônia condições climáticas ideais, com predomínio de clima tropical úmido e com 1.900mm, no sul, a 2.500mm, no norte, de variação na pluviosidade. As médias anuais de temperatura se mantém elevadas e superiores a 26 C. Afluentes do Amazonas, todos os rios do estado pertencem à bacia do rio Madeira. Nas sete bacias hidrográficas,

o divisor de águas entre os rios é o Chapadão do qual correm diretamente para o Madeira, localizados na parte oriental do estado, e os da região ocidental, que correm para o Mamoré e o Guaporé. 70 % aproximadamente da superfície do Estado é recoberta por florestas pluviais amazônicas. Os outros 30% correspondem a cerrados e cerradões que revestem a superfície tabular do chapadão. Estudos vêm sendo realizados para identificar e conhecer o hábito de consumo e o potencial de mercado que existe para o pescado no Estado. Soares e Belo (2015) estudaram a intenção e o perfil de consumo de pescado na região metropolitana de Porto Velho, capital do estado. Porém, muitos esforços estão sendo realizados para aumentar a tecnificação no setor e pesquisas estão sendo realizadas para alavancar a atividade, pois muito pouco se conhece sobre o manejo sanitário das piscigranjas de tambaquis e pirarucus, duas das principais espécies de peixes nativos criadas na região (LIRA et al., 2016a,b,c; LOPES et al., 2016a,b,c; JAINES et al., 2016 a,b,c,d). Partindo da importância da atividade piscícola para a economia da região, este trabalho avaliou e apresenta dados e discussões relevantes sobre o desenvolvimento da aquicultura no estado de Rondônia.

1. O potencial da piscicultura em Rondônia No Brasil, em 2009, a produção total da aquicultura, foi de 415.649 t sendo 337.353 t da piscicultura, das quais 81,2% foram oriundas da produção de peixes continentais. Em Rondônia, a produção de pescado advém, em maior proporção, da piscicultura, pois a pesca artesanal é de pequena escala e desenvolvida, principalmente por populações ribeirinhas com a finalidade de subsistência (MPA, 2015). A Amazônia abrange uma bacia hidrográfica de 6,1 milhões Km², ocupando 5,22 milhões km², perfazendo 60% do território nacional, com 23 milhões de habitantes, cerca de 20% da disponibilidade de água doce mundial, contabiliza cinco mil espécies de peixes, sendo 2,5 mil catalogadas, abarcando 75% dos peixes do Brasil, apresentando um mercado interno com 18 milhões de consumidores em potencial de consumo de pescado (KRAUSE, 1998). Compondo a região amazônica, o estado de Rondônia apresenta um grande potencial hídrico, segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA a produção de peixes utiliza mais de nove milhões de lâmina d água, sendo as principais regiões produtoras a de Ariquemes, Porto Velho e o Território Central, perfazendo uma produção média de trinta milhões de alevinos (MPA, 2015).. O estado de Rondônia é o segundo maior produtor de peixe em cativeiro da região Norte do Brasil, onde se destaca a

produção do tambaqui Colossoma macropomum. Segundo a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril Idaron (2011) Rondônia arregimenta mais de mais de 8 mil piscicultores que cultivam próximo a 6mil hectares e engordam mais de 10 milhões de alevinos de diversas espécies(mpa, 2015). 2. A sustentabilidade da piscicultura no estado de Rondônia O desenvolvimento da piscicultura no Estado de Rondônia começou na década de 1980, com um crescimento acelerado e desordenado, embora tenha encontrado fatores que favoreceram seu crescimento e continuidade como os recursos hídricos, clima e solo. Apareceu como alternativa de renda para a população local (SEBRAE, 2002). Segundo o Governo do Estado de Rondônia (GERO) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) do Ministério da Ciência e Tecnologia e o SEBRAE/RO, está assegurado que a atividade piscicultura reflete positivamente na economia do Estado, uma vez que se arrecada imposto (ICMS), gera emprego e alimento para a população do Estado (SEBRAE, 2002). O tambaqui, por exemplo, integra o cardápio da merenda escolar altamente rico em proteínas como o Ômega 3, com baixo índice de calorias e de gorduras. São parceiros no projeto o governo do Estado, a SEAPES e os bancos do Brasil e da Amazônia.

A piscicultura em Rondônia apresenta vasto potencial para o desenvolvimento sustentável, dado às condições ambientais presentes na região. Porém a importância da atividade tem gerado inúmeras inquietudes relativas ao crescimento desordenado. Com isso, são vários os aspectos a serem superados para se estabelecer mecanismos que possibilitem o reconhecimento e o inter-relacionamento das variadas interfaces econômicos, sociais e ambientais da piscicultura no Estado (OLIVEIRA, 2008). Existem poucos trabalhos publicados sobre a criação de peixes no Estado. Estudou o arranjo produtivo local da piscicultura praticada no município de Pimenta Bueno (OLIVEIRA, 2008). Posteriormente, ROSA (2011) avaliou o nível de aprendizagem no meio rural utilizando a atividade piscicultura no município de Ariquemes. Um pequeno número de dados está disponível para avaliar a situação atual da piscicultura rondoniense, os dados existentes são aqueles registrados junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura MPA e Secretaria de Desenvolvimento Ambiental do Estado de Rondônia SEDAM e relatórios técnicos do Serviço Nacional de Apoio à Micro e Pequena Empresa SEBRAE. De acordo com o Sistema de Produção para Criação de Tambaqui em Rondônia (EMATER-RO, 2006), a piscicultura no Estado surgiu por necessidades e o seu desenvolvimento aconteceu por incentivo governamental por meio de políticas

públicas. Com estimativa de mais de 1.000 piscicultores, gerando uma produção em torno de 4.500 toneladas na safra 2004/2005. No Estado de Rondônia a piscicultura encontra-se em pleno desenvolvimento. A riqueza hídrica do Estado aliada às altas temperaturas durante todo o ano, os solos argilosos, a excelente conformação topográfica, associados à boa logística de escoamento, são pontos favoráveis que potencializam a região para o desenvolvimento dessa atividade produtiva (MPA, 2015). De acordo com estatísticas da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental - SEDAM, o Estado de Rondônia produz 64.833 toneladas de peixes por ano, sendo o primeiro lugar na produção nacional de Tambaqui em cativeiro, destacando- se como o maior produtor de peixes em água doce do país (DECOM, 2015). O novo agronegócio de Rondônia. É assim que a piscicultura vem sendo tratada na região, dado o desempenho impressionante da atividade nos últimos três anos, que cresceu 300% no período. A informação é do superintendente Giovan Damo, da Superintendência Federal de Aquicultura e Pesca no Estado. Há três anos, produzíamos em torno 16 mil toneladas. Em 2013, fechamos com aproximadamente 65 mil toneladas de peixes e, neste ano, pretendemos encerrar com 80 mil (SNA, 2014). Com aproximadamente 238 mil quilômetros quadrados de área e uma população de quase 1,7 milhões de habitantes, Rondônia conta atualmente com mais de 4 mil piscicultores

licenciados pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam). Dados do órgão também mostram que são 3.250 propriedades licenciadas, sendo que 80% se dedicam à produção de pintado, pirarucu, jatuarana e tambaqui (SNA, 2014). 3. Considerações Finais As perspectivas de crescimento da atividade no Estado são impulsionadas pela adesão de pequenos produtores e empresários que acreditam na atividade em função do lucro que ela oferece, entretanto, a atividade precisa de algumas ações públicas, entre tantas, como podemos destacar: Estender a assistência técnica gratuita a mais produtores do Estado; Criar um programa estadual que subsidie a escavação de tanques para pequenos produtores rurais, diminuindo assim o custo de implantação da atividade; Fomentar a associatividade e cooperativismo em benefício da atividade no Estado. Ampliar canais para comercialização do pescado, incentivando a criação de frigoríficos de peixes; Iniciativas como essas por meio de cooperativa ou associação agregaria excelentes oportunidades, especialmente

para a comercialização do produto pois existiriam opções para venda e a compra por atacado de insumos. Referências bibliográficas DECOM (Departamento de comunicação social). Rondônia é o primeiro produtor nacional de tambaqui. Disponível em: http://www.decom.ro.gov.br/index.asp. Acesso em 20 maio 2015. EMATER-RO. Sistema de produção para criação de tambaqui em Rondônia. Porto Velho, 1991, 46 p. JAINES, V. I. ; LIRA, N. A. L. ; LOPES, F. I. L. L. ; HRUSCHKA, S. C. S. ; BELO, M. A. A.. Alterações hematológicas em tambaquis (Colossoma macropomum) tratados com fosfomicina na ração. In: Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, Curitiba-PR. 42 CONBRAVET, v. 1, 2015a. JAINES, V. I. ; LIRA, N. A. L. ; LOPES, F. I. L. L. ; BELO, M. A. A.. Tratamento com fosfomicina altera a resposta leucocitária de tambaquis (Colossoma macropomum). In: Encontro de Pósgraduação e Iniciação Científica, EPGINIC 2015, Descalvado, v. 3. p. 203-204, 2015b.

JAINES, V. I. ; LIRA, N. A. L. ; LOPES, F. I. L. L. ; BELO, M. A. A.. Macrocitose em tambaquis (Colossoma macropomum) tratados com fosfomicina na ração. In: Encontro de Pósgraduação e Iniciação Científica, EPGINIC 2015, Descalvado, v. 3. p. 175-176, 2015c. JAINES, V. I. ; LIRA, N. A. L. ; LOPES, F. I. L. L. ; BELO, M. A. A.. Alterações na bioquímica sérica de tambaquis (Colossoma macropomum) tratados com fosfomicina. In: Encontro de Pósgraduação e Iniciação Científica, EPGINIC 2015, Descalvado, v. 3. p. 123-124, 2015d. KRAUSE, G. Recursos Hídricos no Brasil. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. 1998, p. 33. LIRA, N. A. L. ; LOPES, F. I. L. L. ; JAINES, V. I. ; BELO, M. A. A.. Tratamento com doxicilcina em tambaquis (Colossoma macropomum). In: Encontro de Pós-graduação e Iniciação Científica, EPGINIC 2015, Descalvado, v. 3. p. 201-202, 2015a. LIRA, N. A. L. ; LOPES, F. I. L. L. ; JAINES, V. I. ; BELO, M. A. A.. Hiperproteinemia em tambaquis (Colossoma macropomum) tratados com doxiciclina. In: Encontro de Pós-graduação e Iniciação Científica, EPGINIC 2015, Descalvado, v. 3. p. 163-163, 2015b.

LIRA, N. A. L. ; LOPES, F. I. L. L. ; JAINES, V. I. ; BELO, M. A. A.. Doxiciclina altera o metabolismo energético de tambaquis (Colossoma macropomum). In: Encontro de Pós-graduação e Iniciação Científica, EPGINIC 2015, Descalvado, v. 3. p. 151-152, 2015c. LOPES, F. I. L. L. ; LIRA, N. A. L. ; JAINES, V. I. ; HRUSCHKA, S. C. S. ; BELO, M. A. A.. HIPERPROTEINEMIA EM TAMBAQUIS (Colossoma macropomum) TRATADOS COM IVERMECTINA NA RAÇÃO. In: Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, Curitiba-PR. 42 CONBRAVET, v. 1, 2015a. LOPES, F. I. L. L. ; LIRA, N. A. L. ; JAINES, V. I. ; BELO, M. A. A.. Alterações no metabolismo energético de tambaquis (Colossoma macropomum) tratados com ivermectina. In: Encontro de Pós-graduação e Iniciação Científica, EPGINIC 2015, Descalvado, v. 3. p. 125-126, 2015b. LOPES, F. I. L. L. ; LIRA, N. A. L. ; JAINES, V. I. ; BELO, M. A. A.. Alanina aminotransferase e creatinina em tambaquis (Colossoma macropomum) tratados com ivermectina. In: Encontro de Pós-graduação e Iniciação Científica, EPGINIC 2015, Descalvado, v. 3. p. 121-122, 2015c.

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