Influência da luz no processo germinativo de cultivares comerciais de alface (Lactuca sativa)

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Transcrição:

Influência da luz no processo germinativo de cultivares comerciais de alface (Lactuca sativa) Everton Geraldo de MORAIS 1 ; Marco Antônio Pereira LOPES 2 ; Gustavo Henrique Branco VAZ 3 ; Sylmara SILVA 4 ; Chrystiano Pinto de RESENDE 5 ; Amanda Cristiane RODRIGUES 6 1 Estudante de Agronomia IFMG Campus Bambuí 2 Estudante de Agronomia IFMG Campus - Bambuí 3 Estudante de Agronomia IFMG Campus - Bambuí 4 Estudante de Agronomia IFMG Campus - Bambuí 5 Estudante de Agronomia IFMG Campus - Bambuí 6 Professor Orientador IFMG. RESUMO A alface é uma espécie que originalmente, necessita de luz para sua germinação, isto se dá devido à resposta do fitocromo ao estimulo da luz. Porém, devido ao melhoramento genético, esta característica foi perdida e algumas cultivares dessa espécie, não responde a este estímulo luminoso. Neste contexto o presente trabalho objetivou a avaliação de 7 cultivares de alface, em duas condições, luz e escuro. O experimento foi realizado no Laboratório multidisciplinar de Biologia do IFMG- campus Bambuí. As sementes foram distribuidas em placas de Petri, sob dupla camada de papel germitest, com 25 sementes por placa e 4 repetições. As placas foram umedecidas com 5 ml de água destilada, sendo que o tratamento no escuro foi envolto por papel alumínio e saco plástico preto. Foi testado as seguintes cultivares de alface: baba de verão, Grandes Lagos Americanas, Simpson, Mimosa, Itapuã, Rainha de verão, Regina de verão. Após 7 dias a germinação foi avaliada. Dentre as cultivares analisadas a que apresentou maior porcentagem quando submetidas à condição de luz foi a Itapuã (97%), a que apresentou menor porcentagem foi a Rainha de Maio (45%), a cultivar Simpson apresentou maior germinação em condições de ausência de luz (71%) quando comparado com as demais, e esta apresentou em condições de luz alta germinação (94%), neste aspecto pode-se concluir que para a maioria das cultivares avaliadas, a luz é um fator que favorece a sua germinação por meio da ativação do fitocromo. Palavras-chave: Sementes fotoblásticas, Fitocromo, Estímulo luminoso. INTRODUÇÃO

No ramo da hoticultura, a alface se destaca em âmbito nacional e mundial por ser a hortaliça folhosa mais consumida, condição favorecida pela sua fácil aquisição, sabor apreciado, qualidade nutritiva e principalmente baixa custo. Sua produção se concentra principalmente perto de grandes centros consumidores, notadamente em cinturões verdes (ABREU et al., 2010). Fisiologicamente, a alface é uma espécie que produz sementes do tipo fotoblásticas positivas, o que significa que suas sementes só germinam, ou germinam em maior porcentagem, quando na presença de luz. No entanto, devido à domesticação e produção em larga escala muitas cultivares já perderam esse fotoblastismo passando a ser fotoblásticas neutras (CASTRO et al., 2005). A percepção da luz pela semente se dá através de uma proteina conhecida como fitocromo. O fitocromo é cromo-proteína com peso aproximado de 125 KDa (quilodaltons) e pode ser encontrado em duas formas fotoconversíveis, sendo a Fv a forma inativa do ponto fisiológico, com um pico de absorção de 660 nm, portanto na faixa do vermelho, e o Fve, que é a forma biologicamente ativa, com um pico de absorção no vermelho extremo. Ambas as formas citadas do fitocromo, são interconversíveis, ou seja, Fv pode ser convertido em Fve pela luz vermelha, e Fve pode ser convertido em Fv pelo vermelho extremo (FERREIRA & BORGHETTI, 2004). Desta forma, a radiação solar atua na conversão de Fv em Fve, promovendo assim a germinação de espécies que tenham a luz como requerimento para quebra de dormência (VIEIRA et al., 2010). Além da função na germinação, o fitocromo também atua em processos como floração, desenvolvimento das plântulas, síntese de pigmentos, além de permitir adaptações vegetais a diferentes condições luminosas. O fitocromo também é responsável, por desempenhar vários papeis importantes nas plantas crescendo em ambiente natural, este permite à adaptação das plantas as alterações na qualidade da luz, principalmente no que se rege a estas se ajustarem ao ambiente, como acontece na elongação de caule. Dentro de uma mesma espécie vegetal pode ser encontrado diferentes respostas a luz devido ao comportamento do fitocromo, isto é mostrado em plantas de milho que apresenta enormes variações ecotípicas. Estudo mostram que as variações nas respostas do fitocromo podem ter algum valor adaptativo, neste contexto se faz necessário o estudo de como essas variações interferem em diferentes espécies vegetais. (TAIZ & ZEIGER, 2013). Assim, se sementes fotoblásticas positivas forem semeadas em condições de esquero, a porcentagem de germinação final será menor, o que pode acarretar em perdas em sementes, e até mesmo levar a heterogeneidade no plantio, uma vez que as sementes podem germinar mais lentamente. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da luz no processo germinativo de alfaces cultivadas comercialmente.

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório de Biologia do Instituto Federal Minas Gerais - Campus Bambuí, localizado na fazenda Varginha no município de Bambuí MG, na região centrooeste de Minas Gerais. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente ao acaso (DIC), constituído por 14 tratamentos com 4 repetições por tratamento, sendo os tratamentos referentes à germinação de diferentes cultivares de alface (7 cultivares) na condição de ausência e presença de luz. As cultivares utilizadas foram Baba de Verão, Grandes Lagos, Simpson, Mimosa, Itapuã Super, Rainha de maio e Regina de Verão, todas em condições de escuro (sem luz) e com luz. As sementes foram dispostas em placa de Petri, contendo duas camadas de papel germitest, umedecido 5 ml de água destilada. Para cada cultivar foram proporcionadas as condições de claro e escuro. A condição de escuro foi criada cobrindo a placa de petri com papel alumínio, e posteriormente envolvendo-as em saco plástico de coloração preta. Em cada placa foi colocadas uma quantidade de 25 sementes, sendo que a distribuição destas sementes na placa foi em forma de quincôncio como é mostrado na figura 1. Figura1: Esquema de distribuição em quincôncio da semente na placa. Posteriormente as placas foram colocadas em BOD a 25 C, por 7 dias. Após esse período foi feita a avaliação, anotando a quantidade de sementes germinadas em todas as placas, por meio de contagem manual. Após a contagem foi feito um cálculo da % de germinação. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (teste F), a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa Sisvar (FERREIRA, 2000), e em caso de interação significativa foram submetidos ao teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO O teste de F mostrou que houve interação entre a cultivar e a condição luminosa, portanto a tabela 1 mostra as interações para o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Como pode ser observado na tabela 1, as cultivares baba de verão, grandes lagos, Simpson, Itapuã, Rainha de Maio e Regina de verão, são sensíveis às condições de luminosidade, sendo que a ausência de luz foi um fator limitante para a germinação. Isso ficou compravado devido à maior % de germinação observada em 6 das 7 cultivares testadas. Resultados opostos foram encontrados por Menezes et al. (2000) que ao avaliarem três diferentes cultivares de alface, incluindo a cultivar Regina também avaliada neste trabalho, mostrou que a luz não influenciou a germinação das sementes de alface. Tabela 1. Resposta da germinação de diferentes cultivares em condições de luz Cultivares Condição Baba de verão Grandes Lagos Simpson Mimosa Itapuã Super Rainha de maio Regina de verão Escuro 67 a 57 ª 71 ª 50 ª 50 ª 45 ª 43 a Luz 80 b 80 b 94 b 59ª 97 b 83 b 80 b CV 13,31 Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade. Resultados semelhantes foram encontrados por Nascimento (2002), que ao revisar a literatura, concluiu que a maioria das cultivares de alface, devido à domesticação e ao melhoramento genético já não responde mais as condições luminosas. Porém, os resultados do presente trabalho demonstram que a germinação em condições de luminosidade apresenta uma superioridade do que aquelas no escuro. Dentre as cultivares houve diferença significativa entre estas mostrando que a cultivar Itapuã super, sobressaiu entre as demais em condições de presença de luz (97%), e nestas a que apresentou menor porcentagem de germinação foi a Rainha de Maio (45%). Em condições de ausência de luz a cultivar que apresentou maior porcentagem de germinação foi a Simpson (71%), mostrando esta também alta porcentagem de germinação em condições de luz (94%). CONCLUSÕES Apesar de vários trabalhos mostrarem que as sementes não respondem ao estimulo de luz, o presente trabalhou mostra que a luz influencia de forma positiva a germinação em 6 cultivares das 7 testadas, e que dentre estas a que se destacou por apresentar maior germinação foi a Itapuã.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, I. M. O.; JUNQUEIRA, A. M. R.; PEIXOTO, J. R.; OLIVEIRA, A. R. Qualidade microbiológica e produtividade de alface sob adubação química e orgânica. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 30 p. 108-118, maio 2010. CASTRO, P. R. C.; KLUGE, R. A.; PERES, L. E. P. Manual de Fisiologia Vegetal: Teoria e prática. Piracicaba: Editora Agronomica Ceres. 2005. 650 p. FERREIRA, A, G.; BORGHETTI, F. Germinação: Do básico ao aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004. 323 p. FERREIRA, D. F. Manual do sistema sisvar para análises estatísticas. Lavras: Editora FAEPE, 2000. 69 p. MENEZES, N. L.; SANTOS, O. S.; NUNES, E. P.; SCHIMIDT, D. Qualidade fisiológica de sementes de alface submetidas a diferentes temperaturas na presença e ausência de luz. Ciencia Rural. vol.30 no.6 Santa Maria Nov./Dec. 2000. pag. 941-945. NASCIMENTO, W. M. Germinação de sementes de alface. 2002. Circular ténica (EMBRAPA). Disponível em: <http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/publicacoes2002/ct_29.pdf>. Acesso em: 14 de setembro de 2014. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. Trad. Armando Molina Divan Junior... [et al.] 5. Ed. Porto Alegre: Artmed. 2013. 918 p. VIEIRA, E. L.; SOUZA, G. S.; SANTOS, A. R.; SILVA, J. S. Manual de Fisiologia Vegetal. São Luís: EDUFMA. 2010. 230 p.