CONCESSÃO SCUT DO GRANDE PORTO VARIANTE À EN207: LANÇO NÓ DO IP9 (LONGRA) / FELGUEIRAS

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Transcrição:

CONCESSÃO SCUT DO GRANDE PORTO VARIANTE À EN207: LANÇO NÓ DO IP9 (LONGRA) / FELGUEIRAS ESTUDO PRÉVIO VOLUME 4 - ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL VOLUME 4.1- RESUMO NÃO TÉCNICO 1 - INTRODUÇÃO O projecto rodoviário objecto do presente estudo, refere-se ao Estudo Prévio da Variante à EN207: Lanço Nó do IP9 (Longra) / Felgueiras, integrada na Concessão SCUT do Grande Porto. A Variante à EN207, entre o Nó com o IP9 junto à localidade da Longra e a cidade de Felgueiras, visa garantir a ligação do IP9 ao centro urbano de Felgueiras, mais precisamente à rede viária circular a esta cidade. A entidade proponente é o Estado Português, representado pelo Instituto das Estradas de Portugal (IEP), sendo o projecto licenciado por despacho do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação. A entidade responsável pelos Estudos e Projectos é a Concessionária LUSOSCUT - AUTO-ESTRADAS DO GRANDE PORTO, SA, responsável pela concepção, projecto, construção e exploração, por um período de 30 anos, de um conjunto de lanços de autoestrada, sendo o lanço identificado como Variante à EN207: Lanço Nó do IP9 (Longra) / Felgueiras, que inclui ainda a Variante da Longra (Sul) e a Ligação à EN101, o objecto do presente estudo. 1

O projecto de traçado bem como o respectivo Estudo de Impacte Ambiental, foram elaborados pela COBA, S.A., Consultores de Engenharia e Ambiente. 2 - O QUE É ESTE DOCUMENTO? Este documento pretende apresentar, de forma sintética, os principais aspectos abordados no Estudo de Impacte Ambiental (EIA) relativo ao Estudo Prévio da Variante à EN207: Lanço Nó do IP9 (Longra) / Felgueiras, destacando-se as informações, conclusões e recomendações de maior interesse identificadas no EIA. O EIA encontra-se desenvolvido de acordo com o quadro legal vigente, seguindo as orientações contidas no Decreto-lei n.º 69/2000, de 3 de Maio (regulamentado pela Portaria N.º 330/2001 de 2 de Abril), que transpõe para a legislação portuguesa a Directiva Comunitária 85/337/CEE de 27 de Junho, com alterações introduzidas pela Directiva N.º 97/11/CE, do Conselho de 3 de Março de 1997. 3 - PARA QUE SERVE O EIA? O papel principal do EIA é integrar a componente ambiental no âmbito do projecto, contribuindo para que as questões ambientais sejam tidas em consideração na avaliação global do empreendimento e no seu processo de licenciamento. Assim, os principais objectivos do EIA são os seguintes: Avaliar a viabilidade ambiental do empreendimento; identificar e avaliar as condicionantes e os potenciais impactes ambientais associados à implementação do referido lanço; determinar, entre os potenciais impactes ambientais, aqueles que poderão vir a ser mais importantes; proceder à comparação ambiental de alternativas; definir acções e medidas a serem adoptadas para prevenir, minimizar, compensar e/ou monitorizar os impactes considerados relevantes. 2

4 - QUAL A LOCALIZAÇÃO DESTE EIXO VIÁRIO? O eixo viário em estudo situa-se na região de Entre Douro e Minho, desenvolvendose entre a cidade de Felgueiras e a Longra. Insere-se na bacia hidrográfica do rio Sousa, afluente da margem direita do rio Douro. O lanço da Variante à EN207 em análise, com uma extensão de cerca de 3 km, localiza-se no concelho de Felgueiras, nas freguesias de Pedreira, Moure, Refontoura, Várzea e Varziela. As ligações à rede viária local, asseguradas pelas designadas, Variante da Longra (Sul) e Ligação à EN101, têm uma extensão aproximada de 900 m e 2000 m, respectivamente (ver Figuras 4.1 e 4.2). 5 - PORQUE É NECESSÁRIO CONSTRUIR ESTE EIXO VIÁRIO? O Concelho de Felgueiras insere-se numa região densamente povoada, com uma intensa e variada actividade económica, com predomínio de actividades industriais, em unidades de dimensão diversa, entre as quais se destacam as indústrias têxtil, calçado, mobiliário e madeiras, destinadas tanto ao mercado interno como à exportação. Actualmente, as principais vias rodoviárias, que garantem o escoamento da produção local, quer industrial, quer agrícola, assegurando ainda o acesso a serviços de apoio às empresas e de uso pessoal, são as estradas nacionais, destacando-se a EN207, a EN207-2 e a EN101, bem como a rede viária municipal. O atravessamento de povoações e a construção ao longo das estradas tem sido um cenário frequente nestas vias, que apresentam características urbanas em vários e extensos trechos, com tendência para a sua densificação, como é o caso da EN207-2 que, desde Pedreira até à EN207, passando pela Longra, apresenta um quase contínuo de zonas residenciais e industriais, que se estendem posteriormente, pela EN207, até Felgueiras. 3

Assim, o tráfego local, regional e nacional partilham a mesma rede viária, sobrecarregando as vias existentes, quer se trate de estradas nacionais, municipais ou caminhos, sendo especialmente relevante o tráfego de veículos pesados, criando diversos congestionamentos com consequências nas condições de vida locais, criando igualmente dificuldades de escoamento dos produtos e bens produzidos na região. Na realidade, e face às actuais exigências de circulação, a rede viária existente já não comporta, em condições de segurança, o tráfego regional e local, que inclui deslocações casa-trabalho dentro do mesmo concelho, deslocações entre Felgueiras, Guimarães e outros concelhos limítrofes, bem como o tráfego de veículos pesados com origem e destino nas inúmeras indústrias existentes, quer em Felgueiras, quer nos concelhos limítrofes. A Variante à EN207, justifica-se como uma via de ligação entre a Rede Nacional de Auto-Estradas (IP9) e a sede do concelho de Felgueiras, de acordo com o previsto no Plano Rodoviário Nacional (PRN), e dá continuidade à Variante à EN101 já existente, tendo ainda função de Circular Sul a Felgueiras, substituindo parcialmente o papel actualmente assumido pela EN207. Esta variante garante, assim, uma maior fluidez na circulação de passageiros e mercadorias, tanto a nível local, como nas ligações inter-regionais, ou mesmo, com o exterior, por intermédio de ligações com a rede viária principal. Esta interpretação do PRN foi interiorizada pelas autarquias servidas e/ou atravessadas pelo IP9 e pelo IC25, nas quais se inclui Felgueiras, que consideraram, nas Plantas de Condicionantes e de Ordenamento dos respectivos Planos Directores Municipais, um espaço canal destinado a estas vias e suas ligações locais. Por outro lado, a articulação desta Variante com a rede viária local, assegurada pelos Nós de ligação, permitirá estabelecer ligações locais bastante facilitadas. O concelho de Felgueiras ganhará assim uma ligação viária, quer ao Vale do Ave ou ao Vale do Tâmega, através do IP9 - Lanço Guimarães - IP4/A 4, quer à Área Metropolitana do Porto, através do IC25 e do IC24, estas últimas, vias igualmente integradas na SCUT do Grande Porto. 6

Como o próprio nome indica, esta via irá servir como Variante à EN207, estrada nacional que se encontra actualmente muito saturada, não conseguindo comportar, com um mínimo de qualidade e condições de circulação, os actuais volumes de tráfego. Trata-se pois de um projecto rodoviário importante para manter a dinâmica económica desta região e deste concelho em particular, aproximando-o ainda da Área Metropolitano do Porto (AMP) e do Litoral do País, tornando-o mais atractivo para a instalação de um maior e mais diversificado número de agentes económicos. A EN207, que tem servido de sustentáculo ao desenvolvimento do Vale do Sousa, apresenta actualmente graves congestionamentos de tráfego, que importa ultrapassar por forma a garantir uma nova competitividade económica à região de Felgueiras, e consequente melhoria do bem estar social e económico do concelho. 6 - QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DESTAS VIAS? As vias em avaliação no presente estudo (ver Figura 6.1) são a Variante à EN207: Lanço Nó do IP9 (Longra) / Felgueiras e ainda a ligação do Nó da Longra à EN207-2, designada por Variante da Longra (Sul) e Ligação do Nó de Felgueiras à EN101. Os critérios adoptados na definição do traçado respeitaram as características técnicas de uma auto-estrada, definidas para uma velocidade base de 100 km/h. O perfil transversal-tipo, da Variante à EN207 em análise, tem uma largura total de 26,00 m englobando: duas faixas de rodagem com 7,5 m de largura, com duas vias de 3,75 m cada; duas bermas direitas pavimentadas com 3,00 m de largura; duas bermas esquerdas pavimentadas com 1,0 m de largura; separador central com 3,00 m de largura. 7

O perfil transversal tipo da Ligação à EN101 é constituído por: duas faixas de rodagem com 7,0 m de largura, com duas vias de 3,50 m cada; duas bermas direitas com 2,50 m de largura; duas bermas esquerdas com 1,00 m de largura; um separador rígido do tipo New Jersey com uma largura total de 0,60 m. A Variante da Longra terá uma plataforma de 10 m, com 2 vias de 3,50 m e duas bermas de 1,5 m de largura. A Variante à EN207 entre o Nó do IP9 (Longra) e Felgueiras, tem uma extensão aproximada de 2 900 m, com início na zona da Longra, na continuação do Nó previsto para o IP9/A11 e termina na ligação à Variante à EN101, existente junto a Felgueiras; localiza-se integralmente no concelho de Felgueiras, e compreende duas alternativas em avaliação. O Nó da Longra e a Variante da Longra (Sul), comuns a ambas as alternativas, permitem não só o acesso das zonas de Pedreira, Fontaínhas, Rande e Longra à Variante e ao IP9, como também desviar o tráfego, essencialmente, de pesados, da EN207-2, nomeadamente da zona urbana da Longra. O traçado das Alternativas, difere, essencialmente na zona de Maderne, a qual é contornada por Sul pela Alternativa 1 e por Norte, na Alternativa 2; as alternativas são igualmente diferentes no Nó de Felgueiras e respectiva Ligação à Variante à EN101. Assim, na Alternativa 1 da Variante à EN207 com uma extensão de 2 750 m, o Nó de Felgueiras é constituído por uma rotunda desnivelada, a partir da qual nasce a Ligação à EN101 que, com 2000 m de extensão, se desenvolve no vale do rio Sousa. Esta ligação terminará na rotunda a construir na EN101, na zona de Cimo da Vila atravessando o rio Sousa por intermédio de um viaduto com cerca de 130 m de extensão; Na Alternativa 2 da Variante à EN207, com 2 900 m de extensão, o Nó de Felgueiras também é constituído por uma rotunda desnivelada, cuja localização e consequente ligação à EN101 ocorre mais a Norte, à custa de um maior desenvolvimento da Alternativa 2 para Norte e de uma menor extensão desta ligação (1600 m). Dado o carácter mais urbano 9

desta Ligação, previu-se ainda uma nova rotunda de nível com a EM 564, por forma a permitir a interligação do tráfego local. O rio Sousa será igualmente transposto por um viaduto com 130 m de extensão. No que respeita às interferências das vias em estudo com a rede viária local, apresentam-se no Quadro 6.1 as principais características dos restabelecimentos previstos para a Variante à EN207 entre o Nó do IP9 (Longra) e Felgueiras, incluindo a ligação à EN101. Quadro 6.1 - Resumo dos Restabelecimentos e Viadutos Previstos Rest. Tipo de Km da Via a Restabelecer Nº Obra de Arte Auto-Estrada Classificação P. Transversal Alternativa 1 1 PS 1 0+000 Caminho Municipal 0,5-5,5-0,5 - PS 1 A 0+320 Nó da Longra 1,5-7,0-1,5 - P.A. 1 0+550 Caminho Rural 0,5-4,0-0,5 2 PS 2 1+130 Caminho Rural 0,5-4,0-0,5 3 PI 3 1+600 Caminho Municipal 1177 1,0-6,0-1,0 - P.A. 2 2+120 Caminho Rural 0,5-4,0-0,5 - PS 3A Nó de Felgueiras 1,0-8,0-2,5 - PS 3B Nó de Felgueiras 1,0-8,0-2,5 3.1-2+300 Caminho Municipal 1,0-6,0-1,0 3.2 PS 3.2 Ligação à EN101 Estrada Municipal 564 1,0-6,0-1,0 3.3 PI 3.3 Ligação à EN101 Caminho Rural 0,5-5,5-0,5 3.4 PI 3.4 Ligação à EN101 Caminho Municipal 0,5-5,5-0,5 4 PS 4 2+550 Caminho Municipal 1175 1,0-6,0-1,0 Viaduto Ligação à EN101 km 1+710-1+839-2.5-7 - 2.60-7 - 1.5 Alternativa 2 1 PS 1 0+000 Caminho Municipal 0,5-5,5-0,5 - PS 1A 0+320 Nó da Longra 1,5-7,0-1,5 - P.A. 1 0+550 Caminho Rural 0,5-4,0-0,5 2 PS 2 1+130 Caminho Rural 0,5-4,0-0,5 3 PS 3 1+600 Caminho Municipal 1177 1,0-6,0-1,0 4 PS 4 2+120 Caminho Rural 0,5-4,0-0,5 5 PS 5 Caminho Municipal 1175 0,5-5,5-0,5 5.1-2+300 Caminho Municipal 1175 1,0-6,0-1,0 - PS 5A Nó de Felgueiras 1,0-8,0-2,5 - PS 5B Nó de Felgueiras 1,0-8,0-2,5 5.2 PS 5.2 Ligação à EN101 km 0+400 Caminho Municipal 0,5-5,5-0,5 Viaduto Ligação à EN101 km 0+630-0+759-2.5-7 - 2.60-7 - 1.5 PI - Passagem Inferior; PS - Passagem Superior; PA - Passagem Agrícola 10

O relevo movimentado e acidentado, associado à intensa ocupação urbana da região conduzirão a uma expressiva movimentação de terras, conforme se apresenta no Quadro 6.2. Ambas as alternativas são deficitárias do ponto de vista do volume de terras, devendo-se tal situação ao facto de uma parte significativa da Ligação do Nó de Felgueiras à EN101, ser efectuada em aterro, em particular para a Alternativa 1. Quadro 6.2 - Movimentação de Terras (m 3 ) Movimentação de Terras (1) inclui a Variante à EN207 e a Ligação à EN101. Volume Escavações Volume Aterros Saldo Alternativa 1 (1) 312 537 1 514 462-1 201 925 Alternativa 2 (1) 461 395 923 455-462 060 7 - COMO É O ESTADO DO AMBIENTE NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO? O traçado desta via desenvolve-se, na generalidade, numa zona de cabeços arredondados, com encostas de declive variável e vales mais ou menos alargados, espaço configurado por forte interacção entre processos físicos, biológicos e humanos, como agentes de transformação e modelação do uso e ocupação do solo. O clima regional é do tipo temperado com Verão seco, pouco quente mas extenso, de amplitude moderada, sendo a temperatura média anual (13ºC) e a amplitude da variação anual da temperatura (11,9ºC). A região está sob a influência dum clima do tipo chuvoso, com um longo período húmido e curto período seco, no Verão. Os ventos mais frequentes (23,6%) sopram de SW seguindo-se-lhes os ventos do quadrante SE (17,0%). Na região ocorrem nevoeiros em todos os meses, totalizando, em média, cerca de 45 dias de nevoeiro por ano. Em termos geológicos, a região em análise é constituída essencialmente por formações de natureza granodiorítica, por vezes recobertas de depósitos aluvionares e coluvionares. Ao longo da zona em estudo ocorrem também terrenos de cobertura recentes: depósitos de aterro, aluvionares, coluvionares e solos residuais, nas várzeas do rio Sousa e da ribeira da Longra. 11

Os solos na zona em estudo têm predominantemente uma aptidão moderada para a agricultura sendo ocupados, devido ao relevo muito variado, por áreas agrícolas e minifúndios intercalando com habitações, e por povoamentos florestais nas zonas mais altas, nomeadamente após o Nó da Longra. É de notar que estes são solos profundamente alterados pela actividade humana e que correspondem, na região, à generalidade dos Solos de Terraços ou de Socalcos. Os níveis de qualidade das águas superficiais da zona em estudo, nomeadamente dos principais cursos de água como o rio Sousa, são condicionados pela descarga de águas residuais domésticas e industriais sem tratamento ou com tratamento incipiente. Tal facto é comprovado pelos resultados analíticos disponíveis, os quais indiciam alguma contaminação orgânica das águas superficiais; através da análise conjunta destes resultados, da ocupação do solo na área da bacia do Sousa e dos usos de água na região, julga-se que as águas residuais domésticas bem como unidades pecuárias poderão ser as principais fontes contaminantes desta natureza. Quanto aos aspectos ecológicos, é de referir que não existem áreas ecológicas classificadas na envolvente do traçado. A área mais próxima, Sítio da Rede Natura 2000 do Alvão/Marão, onde se inclui o Parque Natural do Alvão, situa-se cerca de 15 km para Leste. O espaço em análise apresenta-se densamente povoado (marcado pela ocupação dispersa de habitações e de numerosos núcleos populacionais), com uma rede viária bastante ramificada, um tecido industrial importante (predominando o ramo têxtil, calçado e mobiliário) distribuído de forma difusa numa estrutura fundiária microdividida. Assim, as principais fontes poluentes atmosféricas e de emissão de ruído, encontramse associadas à rede viária local, que se encontra actualmente saturada, designadamente às EENN 207, 207-2, 106 e EM564, entre outras. As emissões geradas pelos veículos automóveis são responsáveis pela degradação da qualidade do ar e aumento dos níveis sonoros nas zonas envolventes às vias, aspectos mais sentidos nas zonas de maior densificação urbana, nomeadamente no eixo Longra - Pedreira, ao longo das EN207 e EN207-2, e na cidade de Felgueiras. 12

Na área em estudo predominam as zonas urbanas estruturadas ao longo das principais vias de comunicação, o mosaico agrícola nas zonas baixas e de Várzea e as bouças ocupadas por floresta mista de eucalipto e pinheiro, nas zonas de relevo mais acentuado. De uma forma geral observa-se uma certa homogeneidade ao nível da ocupação do solo repercutindo-se na paisagem, apresentando uma qualidade visual elevada. É a presença do mosaico agrosilvícola que confere à paisagem um carácter único e um valor cultural que não pode ser ignorado. As alterações sócio-económicas que se processam na região, com o crescimento das actividades industriais, tem provocado alterações ao nível da ocupação do solo, das tipologias arquitectónicas e dos modos de vida das populações, com reflexos na crescente degradação visual da paisagem nas áreas onde se regista uma maior pressão urbanística, tais como Ferreira, Lousada, Longra e Felgueiras. O concelho de Felgueiras tem registado um acréscimo contínuo de sua população, apresentando elevadas densidades populacionais. O facto de se localizar junto ao Vale do Ave, faz com que beneficie da dinâmica económica e demográfica desta região, tornando-o atractivo para a instalação de novos residentes. No que se refere às actividades económicas, verifica-se uma clara predominância do sector Secundário em detrimento do sector Terciário. O sector Secundário é maioritariamente constituído por indústrias transformadoras, dominando a indústria têxtil e do vestuário e calçado. As actividades ligadas a este sector constituem a base de sustentação económica do concelho de Felgueiras e encontram-se disseminadas por todo o espaço concelhio, com destaque para a envolvente à EN207. A actividade agrícola é desenvolvida, principalmente, como forma complementar de rendimento e de actividade, predominando explorações agrícolas de pequena e muito pequena dimensão, espalhadas um pouco por toda a zona, mas com particular destaque nas zonas de várzea do rio Sousa e ribeira da Longra. 13

O sector Terciário apresenta um peso ainda reduzido, mas crescente, sendo particularmente importante o comércio e a restauração, localizados principalmente em Felgueiras e ao longo da EN207. A região em estudo é particularmente rica do ponto de vista do património cultural construído, tanto na vertente arqueológica como na vertente arquitectónica, identificandose testemunhos numerosos e importantes desde a Pré-história a tempos recentes, conferindo a todo este espaço uma valiosa riqueza patrimonial. No decurso do EIA foram identificados 10 elementos com interesse patrimonial, que vão desde vestígios arqueológicos, como o Povoado Medieval da Cimalha ou um troço de calçada romana junto ao rio Sousa, até solares e casas solarengas típicas da paisagem da região, principalmente no vale do mesmo rio, tais como a Quinta de São Jorge e a Casa de Carmarinho. 8 - PRINCIPAIS IMPACTES POSITIVOS E NEGATIVOS As obras de construção, que deverão decorrer entre Fevereiro de 2005 e Setembro de 2006, causarão importantes alterações na morfologia da zona, dado que a implantação de uma infraestrutura linear com características de auto-estrada, num terreno algo acidentado, implica a execução de importantes aterros e escavações, bem como de obras de arte (ex.: viaduto). A implantação da plataforma obrigará ainda, em qualquer caso, à demolição de 4 habitações, à afectação do Centro Hípico da Quinta da Granja, bem como à afectação de diversas propriedades agrícolas. Da análise efectuada no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental, identificaram-se os principais impactes ambientais negativos, a seguir referidos, associados indistintamente a ambas as alternativas: Geologia e Geomorfologia e Paisagem - modificações nas estruturas fisiográficas e geomorfológicas associadas à movimentação de terras, pela implantação de escavações e aterros e consequente degradação da paisagem, 14

em particular entre o início do traçado da Variante à EN207 e o Nó da Longra, e ainda na Ligação à EN101 (Alternativa 1), para além dos impactes indirectos associados; Socioeconomia - afectação directa de 4 habitações, do Centro Hípico da Quinta da Granja, e da Quinta de Maderne, bem como expropriação de terras; afectação indirecta, essencialmente em função da degradação das condições de habitabilidade, nos espaços urbanos adjacentes às áreas intervencionadas pelas obras, quer da via e estaleiros, quer da rede viária local que com elas estabelece acesso; Áreas de uso condicionado - Ocupação de solos com destaque para solos classificados ao abrigo dos regimes da Reserva Agrícola Nacional (RAN) e Reserva Ecológica Nacional (REN); Ruído - Níveis de ruído potencialmente elevados em torno das novas vias com perturbação das condições de habitabilidade; com destaque para a fase de construção, mas mantendo-se na de exploração, em função do tráfego que irá circular nas novas vias. Património Arquitectónico e Arqueológico - Afectação, directa e indirecta de elementos patrimoniais e arqueológicos. Em conclusão, verifica-se os principais impactes negativos desta via ocorrem na fase de construção, e estão principalmente associados a modificações fisiográficas e geomorfológicas, e consequente degradação da paisagem, aumento dos níveis de ruído e de poluição atmosférica, e diminuição das condições de habitabilidade na sua envolvente, sendo no entanto temporários e minimizáveis Por outro lado, os principais impactes ambientais positivos estão principalmente associados à fase de exploração, independentemente da alternativa a adoptar, salientandose: Melhoria da acessibilidade local / regional pela estruturação / hierarquização da rede rodoviária; Melhoria da acessibilidade intra e inter regional, e promoção da coesão interurbana, particularmente entre o vale do Sousa e a Área Metropolitana do 15

Porto e o Vale do Ave, conferida pela articulação da Variante à EN207 com o IP9 e o IC25; Melhoria dos índices de segurança e de circulação (pedonal e rodoviário) nomeadamente na EN207, na EN207-2 e restante rede viária local; Valorização do potencial económico da região e desenvolvimento de actividades diversas, nomeadamente de indústrias dos sectores têxtil e calçado, e turismo; Fomento e incremento dos objectivos expressos em políticas sectoriais integradas e atracção de investimento. Os principais impactes positivos estarão associados à fase de exploração e relacionam-se com a melhoria generalizada das acessibilidades no concelho de Felgueiras, com separação do tráfego de passagem, do tráfego local, contribuindo para a melhoria das condições de habitabilidade nos aglomerados urbanos actualmente atravessados pela EN207, em particular pela redução dos níveis de ruído e poluição atmosférica. A Variante à EN207 terá impactes positivos muito significativos, na rede viária de Felgueiras e da região do Vale do Sousa, sendo possível circular entre Felgueiras, Lousada, Guimarães e o Grande Porto, em boas condições de fluidez e segurança, facilitando a circulação de bens e pessoas. Assim, esta via terá reflexos positivos na qualidade de vida da população, principalmente em Felgueiras, Longra e Várzea, e no sector industrial que constitui o motor do desenvolvimento local, não se verificando diferenças significativas entre as alternativas em estudo. O Nó de Longra, e a Variante da Longra, funcionarão como uma alternativa às EENN207 e 207-2, desviando parte expressiva do tráfego do centro da Longra e Pedreira. A ligação à EN101 permitirá igualmente, em articulação com a Variante à EN207, desviar o tráfego automóvel do centro da cidade de Felgueiras. A construção da Variante à EN207, irá favorecer as ligações sub-regionais, aumentando a acessibilidade interna numa zona de forte implantação industrial como é o Vale do Sousa, e contribuindo para uma maior centralidade da região, favorecendo a actividade económica local e promovendo o crescimento funcional. 16

Em síntese, a avaliação ambiental efectuada determinou a viabilidade ambiental do empreendimento, desde que sejam adoptadas as medidas de minimização dos impactes negativos identificados, preconizadas no Estudo de Impacte Ambiental. 9 - QUAIS OS IMPACTES AMBIENTAIS DAS DIVERSAS ALTERNATIVAS? Como já foi referido a construção desta via terá impactes negativos durante a sua construção, nomeadamente sobre algumas habitações, zonas agrícolas e sobre o património arqueológico, ainda que, tendo em consideração a densa ocupação deste território, estes não se possam considerar como muito gravosos para o meio ambiente e população residente. Comparando as duas alternativas em estudo, pode-se afirmar que, na generalidade, os impactes negativos são relativamente semelhantes; assim identificam-se seguidamente, para os principais descritores ambientais considerados, as principais diferenças nas Alternativas 1 e 2; salienta-se que, na maioria dos casos, as diferenças registadas derivam das diferenças nas alternativas de Ligação do Nó de Felgueiras à EN101: Geologia e Geomorfologia e Paisagem - As diferenças mais expressivas ocorrem na Ligação à EN101, em que a Alternativa 1 obriga a movimentações de terras mais significativas, sobretudo no que se refere à execução de aterros, e atravessa zonas com menores índices de urbanização; assim, no que respeita aos impactes biofísicos, a Alternativa 2 da Ligação à EN101, assume-se como mais favorável; Socioeconomia - Em qualquer das alternativas registar-se-á a demolição de 4 habitações, duas na Variante da Longra (Sul), uma na Variante à EN207 e uma na ligação à EN101. Na Variante à EN207, a Alternativa 2 implicará ainda a afectação do Centro Hípico da Quinta da Granja, enquanto que a Alternativa 1 implicará a afectação da Quinta de Maderne; no que respeita à degradação das condições de habitabilidade no decurso da obra, a Alternativa 2 da Ligação à EN101, ao desenvolver-se numa zona de maior ocupação humana, afectará previsivelmente um maior número de habitantes, implicando uma maior perturbação; 17

Áreas de uso condicionado - A Alternativa 2 da Variante à EN207 (incluindo a Variante da Longra (Sul) e a Ligação à EN101), implicará a ocupação de 23,0 ha de RAN e 5,5 ha de REN, contra de 37,2 ha de RAN e 7,1 ha de REN no caso da Alternativa 1; assim sendo, no que se refere a estas áreas de uso condicionado, a Alternativa 1 apresenta-se como mais favorável; Ruído - Ambas as alternativas provocarão, na fase de exploração, aumentos dos níveis de ruído que podem ser minimizados mediante a colocação de barreiras acústicas; A Alternativa 1, da Variante à EN207, terá menores níveis sonoros associados, comparativamente à Alternativa 2; no entanto para a Alternativa 2 foram identificados menos receptores (habitações, escolas e outros equipamentos) potencialmente afectados, sendo que as diferenças não são significativas; no caso da ligação à EN101, a Alternativa 2 desenvolve-se numa zona mais urbanizada, e consequentemente mais perturbada, pelo que os impactes associados serão de menor magnitude, mas sobre um maior número de receptores; a Alternativa 1, ao desenvolver-se mais afastada dos principais núcleos urbano, e portanto menos perturbada, implicará impactes de maior magnitude, ainda que sobre um menor número de receptores; Património Arquitectónico e Arqueológico - O traçado da Alternativa 1 afectara, já na sua Ligação à EN101, um troço de calçada romana, bem como a Casa dos Carmarinhos, pelo que a Alternativa 2, apesar das afectações indirectas na zona da Várzea, será mais favorável. De acordo com os impactes identificados para as duas alternativas, em particular os impactes associados à ligação à EN101, a Alternativa 2 aparece como mais favorável, no que respeita à geologia, paisagem e uso do solo e ainda devido ao menor efeito barreira que lhe estará associado. Os impactes associados à afectação do Centro Hípico da Quinta da Granja, apontam para a necessidade de adopção, em fase de Projecto de Execução, de medidas específicas, que permitam minimizar a afectação da actual pista, que será parcialmente afectada pela construção da Alternativa 2. 18

Quanto aos impactes positivos, dada a sua natureza, não se verificam diferenças significativas entre as alternativas em estudo, uma vez que o Nós de ligação à rede viária local são semelhantes, apenas diferindo na Ligação à EN101, onde a Alternativa 2, mais inserida no tecido urbano de Felgueiras, deverá ter uma maior capacidade de atracção do tráfego gerado nesta zona. 10 - MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO E MONITORIZAÇÃO Cabe salientar, que os principais impactes ambientais negativos associados ao empreendimento poderão ser prevenidos ou atenuados pela adopção das medidas de minimização preconizadas no EIA, sendo que as mais importantes são seguidamente apresentadas: ajustamento do traçado no Projecto de Execução, dentro do corredor legalmente estabelecido de 400 m, para minimizar impactes pontuais identificados; definição cuidada da geometria dos taludes de escavação e aterro, de acordo com o Estudo Geológico-Geotécnico, por forma a minimizar os volumes de terras a movimentar, assim como correcta drenagem dos aquíferos intersectados pelas escavações e adopção de medidas de contenção dos taludes; proceder, em acordo com os proprietários, a expropriações adicionais na zona do Centro Hípico da Quinta da Granja, por forma a permitir a reconstrução da actual pista; implementação adequada do Projecto de Integração Paisagística integrando diversas medidas propostas, em particular para a Alternativa 2 da Ligação à EN101; adequadas indemnizações, realojamentos e processos de expropriação dos terrenos afectos à obra; acompanhamento Arqueológico das obras; cuidadosa definição dos locais de implantação dos estaleiros e áreas de empréstimo, mediante a definição de condicionantes à sua utilização no Projecto de Execução; 19

instalação de barreiras acústicas, a detalhar no Projecto de Execução; cuidados muito específicos no que respeita à execução da obra e minimização da perturbação induzida na população local, sobretudo no que respeita à cuidadosa gestão dos condicionamentos e/ou uso de rede viária local, tendo em consideração a proximidade das vias em relação à cidade de Felgueiras; manutenção adequada do empreendimento na sua exploração, nomeadamente do revestimento vegetal, limpeza dos sistemas de drenagem, controlo da erosão e estabilização dos taludes. O Estudo de Impacte Ambiental, propõem ainda a realização de sondagens arqueológicas, prévias à obra, o acompanhamento ambiental da obra e a monitorização do ruído no decurso da construção e exploração. 11 - CONSIDERAÇÕES FINAIS A avaliação ambiental efectuada considerou que o projecto de Variante à EN207 - Lanço Nó do IP9 (Longra) / Felgueiras, incluindo a Variante da Longra (Sul) e a Ligação à EN101 é ambientalmente viável, perspectivando-se que a Alternativa 2 será económica, social e ambientalmente mais benéfica para a região e concelho onde se insere. Efectivamente, apesar de se constituir como a solução mais urbana, com maior potencial de perturbação da população durante a fase de construção, irá servir melhor os interesses urbanos, sociais e económicos do concelho e da cidade de Felgueiras, salvaguardando-se contudo a adopção de medidas específicas na zona do Centro Hípico da Granja, bem como a integração paisagística e acústica do empreendimento. 20

CONCESSÃO SCUT DO GRANDE PORTO VARIANTE À EN207: LANÇO NÓ DO IP9 (LONGRA) / FELGUEIRAS ESTUDO PRÉVIO VOLUME 4 - ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL VOLUME 4.1- RESUMO NÃO TÉCNICO ÍNDICE DE TEXTO Pág. 1 - INTRODUÇÃO... 1 2 - O QUE É ESTE DOCUMENTO?... 2 3 - PARA QUE SERVE O EIA?... 2 4 - QUAL A LOCALIZAÇÃO DESTE EIXO VIÁRIO?... 3 5 - PORQUE É NECESSÁRIO CONSTRUIR ESTE EIXO VIÁRIO?... 3 6 - QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DESTAS VIAS?... 7 7 - COMO É O ESTADO DO AMBIENTE NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO?... 11 8 - PRINCIPAIS IMPACTES POSITIVOS E NEGATIVOS... 14 9 - QUAIS OS IMPACTES AMBIENTAIS DAS DIVERSAS ALTERNATIVAS?... 17 10 - MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO E MONITORIZAÇÃO... 19 11 - CONSIDERAÇÕES FINAIS... 20 I

ÍNDICE DE QUADROS Pág. Quadro 6.1 - Resumo dos Restabelecimentos / Obras de Arte... 10 Quadro 6.2 - Movimentação de Terras (m 3 )... 11 ÍNDICE DE FIGURAS Pág. Figura 4.1 - Planta de Localização... 4 Figura 4.2 - Divisão Administrativa... 5 Figura 6.1 - Esboço Corográfico... 8 II